Sinopse
"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."
CALOUROS DO AR FC
domingo, fevereiro 28, 2010
sexta-feira, fevereiro 26, 2010
O preço da Libertadores
Juca Kfouri
Em números arredondados, veja como foram as presenças de público e as rendas nas estréias dos times brasileiros na Libertadores em seus estádios:
No Morumbi, 35 mil pagantes, com renda de 1 milhão de reais, ingresso médio a R$ 28;
No Beira-Rio, 39 mil pagantes, com renda de 820 mil reais, ingresso médio a R$ 21;
No Mineirão, 33 mil pagantes, com renda de 800 mil reais, ingresso médio a R$ 24;
No Pacaembu, 31 mil pagantes, com renda de 2 milhões e 180 mil reais, ingresso médio a R$ 70;
No Maracanã, 24 mil pagantes, com renda de 700 mil reais, ingresso médio a R$ 29.
De fato, parece mesmo que ninguém dá tanto valor à Libertadores como os corintianos...
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
Na última quarta-feira, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou um projeto de lei que autoriza o Poder Executivo a instituir o Fundo de Apoio à Reestruturação Financeira dos Clubes de Futebol. De acordo com o documento, para ter direito aos recursos, o clube terá que se transformar em uma empresa.
“Os clubes devem ser regulados pelas leis que regem as empresas no país. O futebol é uma atividade econômica geradora de renda e receita e deve ser dessa forma administrado”, afirmou Alvaro Dias (PSDB-PR), autor do projeto. Para ele, a proposta será o instrumental básico para a recuperação do futebol nacional.
Segundo a proposta (PLS 57/07), o Fundo será constituído por 10% dos recursos obtidos pelos clubes nas transações internacionais de atletas; 10% de toda a arrecadação de bilheteria de eventos de futebol; 10% do valor arrecadado pelas empresas que explorem a publicidade estática nos estádios de futebol; 15% das receitas obtidas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) arrecadadas em função dos eventos dos quais participem as seleções brasileiras; 10% das verbas publicitárias conseguidas pela CBF com a utilização de símbolos nacionais; doações de empresas, que terão direito a abatimento no Imposto de Renda Pessoa Jurídica; recursos orçamentários do Ministério do Esporte e outras receitas.
A repartição dos valores aos clubes será determinada pela apresentação de projetos à Comissão de Gestão do Fundo. Os projetos terão que ser, obrigatoriamente, de investimento.
De acordo com o projeto, não haverá recursos para o pagamento de despesas correntes e nenhuma agremiação poderá receber mais do que 5% do orçamento anual do Fundo.
O documento que acrescenta dispositivo à lei que contém as normas gerais sobre o desporto (Lei nº 9.615/98, alterada pela Lei nº 9.981/00), será ainda examinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).
Alvaro Dias explicou que a proposta visa organizar melhor a aplicação de recursos já existentes, que ingressam no caixa dos clubes. O autor enfatizou que não está sendo criada nenhuma fonte nova de recursos: "Não há nenhum encargo novo sobre os ombros do povo", disse.
Mano Menezes já discursou algumas vezes sobre a “afobação” da torcida do Corinthians, de forma geral, quando a equipe atua no estádio do Pacaembu. Para o treinador alvinegro, algumas partidas específicas demandam um tipo de comportamento mais ponderado, racional, para se detectar as fragilidades do adversário. Nesta noite, quando os paulistas estreiam em casa pela Copa Libertadores da América, porém, a ordem é acompanhar o embalo da massa e sufocar o Racing, do Uruguai, desde os primeiros minutos.
“É preciso ter intensidade mais forte de jogo mesmo. Se você não consegue imprimir um ritmo mais forte, os adversários não erram e conseguem se posicionar, eles têm uma cultura muito desenvolvida nesse ponto. Então precisamos criar situações para sair da normalidade. Trabalho para a equipe ter essa consciência”, explicou o comandante, em entrevista coletiva.
Com o empate entre Independiente Medellín, da Colômbia, e Cerro Porteño, do Paraguai, no primeiro jogo dos outros rivais da chave A, um triunfo já alçaria o Corinthians à liderança. Mais do que isso, iria conferir uma tranquilidade para os compromissos sequenciais. O mesmo sentimento que Mano não quer oferecer à formação uruguaia.
As equipes brasileiras vs o 1-4-4-2 com duas linhas de quatro
“Se você deixar as coisas andarem normalmente e não acelerar o jogo, o adversário fica tocando a bola e isso vai irritando o torcedor, quebrando o ritmo da partida. E o time da casa não pode deixar isso acontecer. Se acontecer, não consegue a vitória”, argumentou o gaúcho.
Durante a campanha da Copa do Brasil do ano passado, especialmente, torneio cujo formato é semelhante à Libertadores, o Corinthians sempre fez valer sua condição de anfitrião. Triunfos consistentes sobre Atlético-PR, Fluminense e, em especial, diante do Internacional, na grande decisão, sustentaram o sucesso do time.
Em todas as ocasiões apontadas, a torcida lotou o Pacaembu e demonstrou uma “interação” positiva com quem estava em campo. Nesta quarta, mais de 30 mil ingressos foram comercializados de modo antecipado.
“O torcedor vai junto com a equipe de acordo com o que está vendo dentro de campo. Mesmo que o gol demore, se o time estiver mostrando que está comprometido em busca do resultado, o torcedor estará ao lado com certeza”, finalizou Mano.
Editorial. Os que vendem o rádio e não sabem
Estou falando disso, pelo que tenho notado mais recentemente a partir de quando o programa esportivo do Sérgio Ponte foi lincado ao Grande Jornal Povo-CBN. A participação do torcedor é enorme. E não é preciso estimulá=lo; ela se faz, naturalmente.
Depois que foi acrescido o 'Toque Esportivo' na grade da manhã da Povo, eu tenho testemunhado a variedade de público que se identifica com o rádio AM. Na rua, nos locais onde dou palestras ou por telefone e e-mails, pessoas que nunca foram ouvintes da programação comum de uma rádio, chegam e me param para dizer que passaram a ouvir o meu programa antes mesmo da 'página esportiva'.
E fico aqui matutando: por que não trabalhar esse público para arregimentá-lo ao AM. A renovação da audiência se faz nessas ocasiões. E o que vejo as equipes esportivas reclamarem é que falta até incentivos para o trabalho de cobertura deles.
É lamentável que, certos departamentos técnico-administrativos, existam bastante descartados do conteúdo maior que é o rádio. E o estúdio, é o centro de difusão de tudo de uma emissora. Custa crer que em algumas emissoras - falo de exemplos do passado -, vendedores de horários não sabiam nem o que é que Nonato Albuquerque fazia numa estação de rádio. E eram eles que vendiam o horário.
Com bons resultados em campo, nova safra se consolidou no país |
Dominantes, técnicos novatos 'reciclam' os medalhões e revolucionam o mercado
No início da década a constatação era sempre a mesma. Um grupo restrito de técnicos se revezava entre os grandes clubes de um futebol brasileiro carente de renovação. Em 2010, o cenário é outro. A nova safra de treinadores derrubou a desconfiança inicial com resultados concretos, obrigou os ‘anciões’ a se atualizarem e hoje é soberana.
A TURMA DOS DESEMPREGADOS
Se alguns se seguram como podem, muitos técnicos consagrados acabaram perdendo espaço de vez. Figurinhas carimbadas nos grandes, Tite, Celso Roth e Paulo César Carpeggiani estão desempregados. Geninho hoje está à frente do modesto Atlético-GO, depois de sagrar-se campeão brasileiro em 2001 pelo Atlético-PR. Emerson Leão vive momento ainda mais difícil, apesar de ter comandado a seleção brasileira e ser considerado um dos mais importantes do país. Com temperamento difícil, alto salário e raros resultados expressivos, foi taxado de desatualizado, perdeu espaço e os convites ficaram escassos. Em seu último trabalho, foi mandado embora do Sport pela má campanha em 2009. O caso recente é o de Muricy Ramalho, há pouco tempo incontestável com o status de tricampeão brasileiro pelo São Paulo e cotado para substituir Dunga no comando na seleção. Mas a maré mudou. Em oito meses tempo, foi demitido de dois clubes (São Paulo e Palmeiras), o último com aproveitamento pífio de 49%. |
Se antes poucos clubes de tradição se arriscavam nas mãos de um inexperiente, hoje a aposta nos medalhões virou um verdadeiro risco, pois muitas vezes é mais caro e com métodos ultrapassados. A chegada de Antônio Carlos ao Palmeiras, com apenas nove meses de carreira, em substituição ao tarimbado tricampeão brasileiro Muricy Ramalho expressa bem a ‘nova cabeça’ dos dirigentes.
De um total de 19 clubes, considerando os mais tradicionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Bahia e Goiás, apenas quatro ainda são adeptos da chamada velha guarda.
O Atlético-PR tenta reviver os tempos áureos de Antônio Lopes com os títulos brasileiros de 1997 (Vasco) e 2005 (Corinthians) e a Libertadores pelo Vasco em 1998. O xará mineiro ainda acredita no que a marca Vanderlei Luxemburgo pode render, enquanto o Sport resgatou Givanildo Oliveira, que teve a primeira passagem por Pernambuco em 1983. Dos quatro clubes, só o Botafogo está em ‘lua de mel’ com Joel Santana após a conquista da Taça Guanabara.
As explicações inicialmente simplistas para a opção pelos novatos, baseadas nos custos mais baixos em uma época de vacas magras e a maior disposição, ganharam argumentos fortes com os resultados em campo e uma relação mais próxima com os jogadores.
Essa é a visão de Antônio Carlos. “Temos algumas vantagens. A maior delas é que parei de jogar há dois anos, tenho mentalidade e consciência de jogador, sei o que posso falar para ele. Os atletas não são iguais e tento passar minha experiência a eles”, avaliou.
No ano passado, o então auxiliar Andrade pegou o Flamengo desacreditado, envolto em problemas financeiros e com divergências no elenco para chegar ao título do Campeonato Brasileiro. "É uma mudança natural, mas chama a atenção porque os clubes estão procurando um novo perfil. Essa nova geração é muito boa", analisou.
Há mais de dois anos em seus clubes, Mano Menezes e Adilson Batista são casos expressivos de longevidade. Mano conquistou a Série B, o Paulista e a Copa do Brasil pelo Corinthians, enquanto Adilson chegou à decisão da Libertadores depois de vencer dois estaduais. Dorival Júnior segue a linha dos contemporâneos com bons trabalhos em Cruzeiro e Vasco. Agora comanda o ‘time da moda’ Santos. Paulo Silas traça o mesmo caminho no Grêmio após uma boa campanha no Avaí.
Por tudo isso os novatos ganharam confiança. "Já conquistamos o espaço. Nos fixamos nos clubes mais rapidamente do que os antigos. Os técnicos mais jovens têm mais capacidade de diálogo com os jogadores. Somos mais amigos e sabemos o que cada um pensa", disse Vagner Mancini, outro integrante da nova geração, agora no Vasco.
DUNGA: DIRETO PARA A SELEÇÃO
Dunga é o caso mais emblemático entre os novatos que vêm dando certo. Conhecido pela garra como jogador, foi o escolhido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para resgatar a honra de uma seleção desmoralizada pela eliminação na Copa do Mundo de 2006. Sem experiência como treinador, cometeu erros no início, encarou muitas críticas e chegou a se desentender com parte da imprensa, principalmente por um começo oscilante nas Eliminatórias Sul-Americanas para o Mundial da África do Sul. Mas conseguiu impor seu estilo disciplinador, quebrou um recorde na década com 19 jogos de invencibilidade e diante de uma campanha inquestionável no classificatório (nove vitórias, sete empates e duas derrotas) comandará a seleção na Copa do Mundo 2010 com aprovação nacional. |
Velha guarda em alerta
Antes em situação bem confortável, os anciões se sentem cada vez mais ameaçados e fazem o que podem para se segurarem. Os casos mais emblemáticos são de Joel Santana e Vanderlei Luxemburgo.
Pentacampeão brasileiro, o técnico do Atlético-MG passou de unanimidade a 'rejeitado', e se escora na fama para tentar manter o status anterior. Os resultados recentes deixam a desejar para quem custa quase R$ 800 mil mensais: seu último título foi o Paulista de 2008 pelo Palmeiras, mas em nível nacional Luxemburgo levou apenas o Brasileiro de 2004 com o Santos.
Joel Santana também não é soberano. Em sua passagem conturbada pela África do Sul, sentiu o gostinho do ‘quase’ de disputar a Copa do Mundo de 2010, acabou demitido e foi criticado até pelo seu inglês um tanto quanto inusitado. Mas o caso de amor com o Rio de Janeiro perdura.
O chamado 'papai Joel' (por fazer do grupo uma família) saiu do Flamengo ovacionado – mesmo com uma despedida amarga na eliminação histórica na Libertadores para o América do México em 2008 – voltou nos braços da torcida do Botafogo e se consagrou no último fim de semana com a conquista da Taça Guanabara. A receita do sucesso: se atualizar.
"Não tem outra maneira senão me atualizar. Não tem como não mudar com o tempo, pois as cabeças mudam. Tenho de saber lidar com os jovens do meu time. Contudo, sou um treinador das antigas. Passo para eles como é a vida e tenho a experiência ao meu lado. A nova geração é muito boa, mas sempre tem meu espacinho aí”.
* Com ajuda de Rodrigo Farah e do escritório do Rio de Janeiro
quarta-feira, fevereiro 24, 2010
Na edição de 2008 da Euro, a Holanda encantou a torcedores e crítica, especialmente por conta do desempenho diante de forças tradicionais, como Itália e França. Entretanto, quando teve pela frente uma equipe que não era taxada como favorita por muitos, acabou fraquejando.
“Na última Eurocopa, vencemos a Itália e a França. Todos na Holanda já estavam comemorando e depois perdemos e fomos para casa”, relatou Bert van Marwijk, atual treinador do selecionado laranja, em referência ao duelo contra a Rússia nas quartas de final.
Segundo o comandante, a Holanda vem apresentando resultados irregulares nos últimos anos em grandes competições por um fator específico: psicológico. E para que não se repita a história na Copa do Mundo na África do Sul, um trabalho nessa esfera deverá ser desenvolvido.
“Temos que melhorar essa inconsistência, que parece ser um bloqueio mental. É muito difícil de explicar. Tentei durante o último ano e meio colocar na cabeça dos jogadores que eles têm que acreditar mais neles. Mas é um processo lento”, justificou Marwijk.
“Nós não temos tanto potencial quanto Alemanha, Brasil, Inglaterra ou Itália. Portanto, é essencial que nossos melhores jogadores estejam em form. Quando é este o caso, podemos vencer qualquer equipe. Agora, temos de aprender a fazer isso durante um período consistente”, finalizou o treinador, cuja equipe ocupa o Grupo E no Mundial-10, ao lado de Camarões, Japão e Dinamarca.
Uma equiparação com outros eventos culturais, como teatros, cinemas e parques de diversão, no que se refere ao pagamento de taxas. Esse é o pedido da Liga Profissional de Futebol da Espanha (LFP), que atua à frente dos clubes locais.
Uma reunião foi convocada pela entidade representativa com o governo para pedir diminuição dos impostos sobre os ingressos de jogos do campeonato nacional. A medida traria benefícios à modalidade em um momento de crise econômica.
O pedido é para que o tributo seja de 7%, o mesmo cobrado de bilhetes daquelas outras atividades de lazer – atualmente, as entradas de futebol são taxados em 16%.
“Não queremos tirar dinheiro do governo, mas o que temos que pensar aqui é que o futuro do futebol espanhol está em risco”, afirmou o presidente da LFP, Jose Luis Astiazaran.
“A redução na taxa seria uma medida bem-vinda que iria contribuir para promover o esporte, assim como satisfazer a exigência de igualdade e neutralidade fiscal”, completou.
Astiazaran almeja ainda alterar o sistema de distribuição da renda de direitos de televisão. Hoje, Real Madrid e Barcelona detêm quase metade da cota total. Na avaliação do mandatário, deveria haver uma negociação de modo centralizado mais bem distribuído.
Joan Laporta, presidente do Barcelona, garante que o clube catalão não pretende aceitar mudanças, porque isso enfraqueceria sua agremiação em relação às rivais europeias.
Tal debate ocorre em um momento complicado. O governo espanhol viu a taxa de desemprego subir para 20%, além do déficit do produto interno bruto (PIB) chegar aos 11,4%.