Em conformidade com a política de prover o cidadão-desportista de maior representatividade no contexto do futebol cearense, a Federação Cearense de Futebol, através de sua Ouvidoria pela qual respondemos, cria mais um canal de comunicação com o torcedor cearense, esperando potencializar o diálogo que a democracia tanto preconiza.
Historicamente, a figura do Ouvidor ou ombudsman não constitui um fato novo. Ao contrário, há pelo menos dois séculos já temos indícios de seu surgimento na Europa, como uma evidente reação dos cidadãos frente ao poder do Estado. No Brasil, as primeiras iniciativas deveram-se à iniciativa privada, por força da percepção da necessidade de maior transparência nas relações entre as empresas e seus consumidores, bem como um diferencial a ser apresentado a seu público em função do acirramento da concorrência.
Com a criação do Código de Defesa do Consumidor, o Ouvidor ou ombudsman passou a ganhar mais espaço, tanto na iniciativa privada como junto aos órgãos públicos. Nos dias atuais, esse profissional tem como função precípua receber críticas, sugestões e reclamações, sendo um agente permanente de defesa da cidadania, condição que acaba por repercutir no aperfeiçoamento dos serviços e produtos que são destinados à população.
Portanto, integra a lista de atividades inerentes ao Ouvidor ou ombudsman, a busca por identificar as causas da reclamação-problema, a sua procedência, a sua autenticidade e os meios para solucioná-la.
O que de acréscimo pretendemos implantar a essas atividades é dela fazermos algo construtivo e producente, pelo estabelecimento do necessário estímulo ao diálogo entre consumidor(a) e empresa, cliente e prestador(a), desportista e entidade de administração do desporto, torcedor(a) e dirigente. Para tanto, está sendo criado mais um espaço no Site da FCF, com o qual esperamos dar atendimento aos questionamentos, dúvidas, críticas e sugestões do torcedor cearense. Desse modo, estará criada a precondição de um mais estreito diálogo entre Ouvidoria e desportistas.
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Sinopse
"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."
CALOUROS DO AR FC
quinta-feira, agosto 30, 2012
FCF amplia espaço para diálogo em sua Ouvidoria
quarta-feira, agosto 29, 2012
Deputado quer publicidade grátis em uniformes para quitar dívidas dos clubes
Em reunião com o presidente da CBF, deputado federal José Rocha (PR/BA) também sugeriu que a Timemania seja restaurada e fique mais atraente para os torcedoresEquipe Universidade do Futebol
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Após o "fracasso" da Timemania nas lotéricas, o governo federal está em busca de novas alternativas para resolver o problema das dívidas públicas dos clubes.Em reunião com o presidente da CBF, José Maria Marin, que também contou com a presença do vice Marco Polo Del Nero, do diretor Jurídico da entidade, Carlos Eugênio Lopes, e de diversos representantes de clubes, o deputado federal José Rocha (PR/BA) sugeriu uma ação um tanto quanto inusitada.O parlamentar, que é presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, indicou que as dívidas fiscais e tributárias dos clubes sejam compensadas por meio de publicidade das empresas públicas nas camisas dos times."São sugestões para serem discutidas, assim como a situação atual das dívidas, que os clubes não conseguem equacionar com os recursos oriundos da Timemania", disse Rocha ao site oficial da CBF.Para Del Nero, essa forma de equacionar as dívidas dos clubes "poderá servir como um paradigma no futebol".Outra ideia dada pelo deputado foi a possibilidade de a Timemania ser restaurada e ganhar um formato mais atraente para o torcedor.Porém, segundo a CBF, esta iniciativa ainda está em fase de avaliação juntamente com a Caixa Econômica Federal.Com isso, a proposta que deverá ser levada à Câmara através do Ministério do Esporte vai sugerir que os clubes deem como contrapartida o investimento no esporte olímpico para quitar os débitos.
O calendário do futebol brasileiro em 2013
Ao invés de se buscar tímidas mudanças que pouco acrescentam, por que não se fazem amplas alterações, que muito podem contribuir para a saúde financeira e organizacional dos clubes?Luis Filipe Chateaubriand* / Universidade do FutebolFoi lançado, esta semana, o calendário do futebol brasileiro para 2013. Pode-se dizer que há melhorias em relação a anos anteriores. No entanto, estas são tímidas, pontuais, insuficientes.
Não seria melhor fazer um calendário definitivo, com mudanças profundas, transformadoras e adequadas?
Para não se dizer que “não falei das flores”, há dois fatores a serem louvados no projeto divulgado: a volta da Copa do Nordeste e a inclusão dos clubes que participam da Taça Libertadores da América na Copa do Brasil.
A volta da Copa do Nordeste é imperiosa! É muito penoso – tanto do ponto vista técnico, como do ponto de vista comercial – para os grandes clubes nordestinos jogarem deficitários campeonatos estaduais da região, ao invés de se confrontarem em interessante torneio interestadual (ou regional, se preferirem esta denominação). Grande “bola dentro” da CBF.
No entanto, é um erro fazer com que os clubes que disputam o Nordestão tenham que disputar, também, os Estaduais, que lhes são deficitários. O certo seria que os grandes clubes do Nordeste – Sport, Náutico, Santa Cruz PE, Bahia, Vitória, Fluminense, Ceará, Fortaleza, América, ABC, Botafogo, Treze – disputassem apenas o torneio nordestino, que é rentável, e não torneios que não lhes servem para nada.
Outra modificação interessante é permitir que os clubes que irão à Libertadores em 2013 possam jogar a Copa do Brasil. Não faz sentido os clubes que jogam as competições continentais ficarem alijados das copas nacionais – em nenhum país do mundo civilizado do futebol isso acontece. Corrigir a distorção é algo benéfico.
No entanto, mesmo esta modificação, louvável, apresenta problemas em sua configuração: os clubes que estão na Libertadores só começam a jogar a Copa do Brasil quando a Libertadores acabar; por óbvio, a Libertadores termina bem antes da Copa do Brasil.
Isso não deveria acontecer. Em países com futebol desenvolvido e organizado, tanto as competições continentais, como as copas nacionais, estendem-se ao longo da temporada toda, para evitar que clubes priorizem, em dado período, uma competição, em detrimento de outra.
De resto, as mesmas monumentais e irracionais distorções de sempre. Relato apenas as principais – pois, para relatar todas, o leitor ficaria por boas horas à mercê deste texto –, que são:
• Não se adaptou nosso calendário ao europeu ou, como Juca Kfouri diz, ao mundial. Com isso, vamos continuar sofrendo com transferências de jogadores na “janela” de meio de ano (muito mais nociva que a do início do ano) e com a perda de grandes jogadores para os clubes, como Neymar, para disputarem Olimpíadas, Copa América, etc.
• O Campeonato Brasileiro continua tendo rodadas aos meios de semanas, quando deveria ter rodadas apenas aos fins de semanas.
• Os campeonatos estaduais continuam inchados – seja em número de rodadas, seja em número de participantes – e ainda têm algumas rodadas jogadas em fins de semanas, obrigando rodadas do Campeonato Brasileiro a serem alocadas em meios de semanas.
• Quando a seleção joga, clubes também jogam: um absurdo!
• As competições jogadas em meios de semanas não são distribuídas ao longo da temporada, mas jogadas em partes específicas desta, fazendo com que clubes, em determinado período, deixem em segundo plano alguma competição para priorizar outra.
• A pré-temporada é ridícula, limitando-se a pouco mais de uma semana.
• Clubes grandes podem fazer mais de 80 jogos oficiais por temporada, mais do que o razoável.
• Centenas de clubes pequenos podem fazer menos de 20 jogos oficiais ao longo de três ou quatro meses do ano, menos que o razoável e uma aberração dolorosa, que gera desemprego em massa de profissionais do futebol.
Então, fica aqui a minha sugestão para a nova diretoria da CBF: por que, ao invés de se buscar tímidas mudanças que pouco acrescentam, não se fazem amplas mudanças, que muito podem contribuir para a saúde financeira e organizacional dos clubes?
Não é preciso mudar o eixo da Terra para se fazer o óbvio.
*Luis Filipe Chateaubriand é Mestre em Administração Pública pela EBAPE / FGV, Analista de Logística e Suprimentos da DATAPREV e Autor do Livro “Futebol Brasileiro: Um Novo Projeto de Calendário”.
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A realidade em Pelé corresponde à atualidade em Messi
Benê Lima
Pelé e Messi não são caras-metades…
Na filosofia mística, faz-se distinção entre os conceitos de REALIDADE e ATUALIDADE. Esta, necessariamente, inclui nossa percepção através da mente objetiva. Portanto, nem tudo que é REAL, é, para nós, ATUAL, pois a atualidade requer nossa percepção objetiva, além do conhecimento de uma dada realidade.
Isto posto, creio que uma boa proposta para acomodarmos a rivalidade entre Pelé e Maradona, brasileiros e argentinos, já que Messi nem de longe demonstra qualquer preocupação com essa pendenga, seria considerarmos que Pelé é a realidade etérea, mística, espiritual e sobrenatural, enquanto Messi é a atualidade, artística, concreta, apologética, por hora antissurealista, mas apenas por não ser ainda uma obra encerrada, por isso ainda sujeita a acréscimos que a engrandeçam mais e mais.
Pelé e Messi, Messi e Pelé, ambos artistas, gênios, logo com obras e características incomuns, incomparáveis, até mesmo entre eles. Cada um renascentista, agentes ativos da criatividade e da inovação, nascidos em sua época, em seu tempo, contudo, paradoxalmente estrelas que expressam como ninguém a atemporalidade.
… e sim individualidades dignas do maior respeito dos desportistas do planeta
É quase insano discutir quem é o melhor deles, se Pelé ou Messi, ou mesmo Maradona. Poderíamos até considerar que gênios não possuem pátria; são patrimônio da humanidade, são símbolos supranacionalistas, que estão em consonância com a vigência do conceito de globalização.
Não façamos apostas que utilizem os gênios como fator de discussão. Eles não se prestam a discussões. Gênios são passíveis de apreciação encomiástica, admiração, louvação, ode, e mais...
Na caixa de diálogo dos processadores de textos, Pelé e Messi não devem ser aceitos com tarjas ou sublinhas de nenhuma cor, mas sim devem ser adicionados aos dicionários como vocábulos reconhecidos.
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A análise que constrói como contraponto à euforia que embevece
Benê Lima
Entre as frases feitas e as refeitas no ambiente do futebol jogado, a que melhor define o desempenho do time do Ceará diante do mineiro América, é a que sustenta que “o ataque começa na defesa”. E é mesmo. Ou assim tem-se mostrado. Isso dá caráter quase assertivo à frase, o que enseja às comissões técnicas moldarem seus trabalhos a partir dela.
Na partida de ontem, tantos foram os desarmes da equipe alvinegra, que isso acabou resultando no desafogo do reduto do goleiro Fernando Henrique, bem como no maior número de jogadas ofensivas da equipe de Paulo César Gusmão em um jogo fora de casa. De outra parte, mas ainda sob a premissa da retomada da bola, a transição ofensiva contou com muito mais quantidade, situação que veio em proveito do aumento da qualidade. Apenas para corroborar a tese e prevenir-me contra as antíteses, fica o registro de que tamanha consistência defensiva alvinegra não tem anterioridade no presente Brasileiro, pois certamente não há registro em estatísticas, scouts, relatórios, o que seja.
Numa apreciação menos minudente e mais generalista, é natural que se abstraia os aspectos mais críticos do desempenho da equipe do Ceará, a eles sobrepondo os traços mais característicos dos elogios. No entanto, neste ponto é importante reproduzirmos o pensamento de Claudio Bernabucci, quando diz: “Para reverter esse quadro perigoso [do pensamento único], é preciso que se difunda o pensamento crítico, hoje minoritário. O papel da mídia independente é de informar sobre os fatos e ideias que os outros não querem ou não podem contar”.
A marcação do Ceará foi fator determinante para a vitória
Portanto, que os que comandam o Ceará Sporting Club não se deixem nem esmorecer com as derrotas nem embevecer pelas vitórias – todas episódicas -, analisando um e outro extremo com a clarividência que as situações exigem, a fim de que não se mistifique a produção, este que é o mais confiável e consistente fator de avaliação.
O Ceará ganhou do América com autoridade, embora a construção do placar, como se deu, não sustente com objetividade cartesiana o conteúdo de tão contundente afirmação. Mas também não há porque refutá-la, sobretudo quando ainda contamos a nosso favor com os componentes da subjetividade e da sensibilidade.
Fotos: Rodrigo Clemente
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terça-feira, agosto 28, 2012
Conferência Estadual debate sobre os direitos da pessoa com deficiência
O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará (Sejus), reúne desta quarta-feira (29) a sexta-feira (31) cerca de 300 delegados na III Conferência Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Este ano, o evento tem como tema “Um olhar através da Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência: novas perspectivas e desafios”. A solenidade de abertura acontece nesta quarta-feira (29), no Pavilhão Leste do Centro de Eventos do Ceará, às 18 horas, com a presença da secretária da Justiça e Cidadania, Mariana Lobo.
No segundo dia de evento, às 8 horas, o secretário Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antônio José Ferreira palestra sobre "Os Desafios da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência". Durante a Conferência também serão eleitos os 22 delegados que irão participar da III Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência que será realizada entre os dias 3 e 6 de dezembro de 2012, na cidade de Brasília-DF. Os 300 delegados que participam do evento são representantes da sociedade civil e do poder público apontados nas conferências realizadas nas regiões: Norte/Ibiapina; Matropolitana/Maciço de Baturité; Sertão Central; Inhamuns; Cariri/Centro Sul; Litoral Leste/Jaguaribe e Litoral Oeste; bem como em 15 conferências municipais.
A III Conferência Estadual têm por objetivo ampliar as possibilidades de articulações entre o governo, município e os diversos segmentos sociais, possibilitando a participação popular na construção de uma Política Estadual e Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. As discussões giram em torno de cinco eixos: Eixo 1 - Educação, Esporte, Trabalho e Reabilitação Social; Eixo 2 - Acessibilidade, Comunicação, Transporte e Moradia; Eixo 3 - Saúde, Prevenção, Reabilitação, Órtese e Prótese, Eixo 4 - Segurança, Acesso à Justiça, Padrão de Vida e Proteção Social Adequado.
A III Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado do Ceará é um evento que se inscreve dentro da discussão das questões de igualdade de direitos, bem como apoiar a adoção, pelo poder público, pela iniciativa privada, de políticas de ação afirmativa como forma de combater a desigualdade e garantia dos direitos das pessoas com deficiência, em conformidade da Resolução Nº. 003/Conade – Presidente do Conselho Nacional de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, de 03 de novembro de 2011 e Resolução 001/Cedef – Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, de 25 de janeiro de 2012. A Conferência Estadual dos Direitos das Pessoas com Deficiência é uma seletiva para a III Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
O evento é realizado pelo Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Cedef), vinculado à Sejus, e conta com o apoio do Governo do Estado do Ceará por meio da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Idosos e Pessoas com Deficiência e do Gabinete da Primeira Dama do Estado.
28.08.2012
Assessoria de Comunicação da Sejus
Bianca Felippsen (85 3101.2862 - 8878.8464)
www.sejus.ce.gov.br.
segunda-feira, agosto 27, 2012
Entrevista] Benê Lima: “Expert Commentator” [Comentarista Especialista]
BENÊ LIMA - Por Ronaldo Déber
15/07/2010 – Matéria originalmente postada no www.artilheiro.com.br
“Sou um autodidata convicto. Mas não faço rejeição alguma ao estudo formal, pelo contrário sou um incentivador. Porém, reconheço que um bom autodidata precisa possuir uma sólida base como discente, pois, é ai que a informação adquirida vai interagir com as capacidades inatas e também com as adquiridas, resultando no saber”.
CONFIRA A ENTREVISTA
Homem de radio e do esporte, Benê Lima é figura conhecida no cenário esportivo cearense, por suas opiniões e comentários polêmicos sobre o “mundo da bola”. Inteligência privilegiada, rapidez de raciocínio, tranquilo, porém firme em suas colocações.
Estas são algumas das facetas deste autodidata que flutua entre o estudo e a criação. “Sou um autodidata convicto. Mas não faço rejeição alguma ao estudo formal, pelo contrario sou um incentivador. Porém, reconheço que um bom autodidata precisa possuir uma sólida base como discente, pois, é ai que a informação adquirida vai interagir com as capacidades inatas e também com as adquiridas, resultando no saber”, afirma Benê.
Membro da organização místico-filosófica e iniciática, Ordem Rosacruz há trinta e um anos, Benê atribui a essa proveitosa relação com a organização sua visão humanista e holística vivida no ambiente da filosofia mística.
Foi tomando por base recente convite internacional feito ao radialista, comentarista e âncora como ele mesmo se classifica que “batemos este papo” informal.
Artilheiro – Benê Lima, você é um comentarista “das coisas do Esporte” em especial do cearense. Qual a fonte de sua experiência na área esportiva?
Benê Lima - A base da minha experiência é a observação aliada ao estudo. Repito, me considero, essencialmente, um autodidata. Mas um autodidata que possui uma muito boa base formal, a ponto de ter podido formular um caminho de autodescoberta, e o que é melhor, a baixo custo. Um bom exemplo disto é a experiência teórica vivida no cotidiano por nossos clubes, somada à experiência prática obtida no Caucaia [Caucaia Esporte Clube].
Uma outra experiência que tem tido boa visibilidade é a em que ele acumula os cargos de coordenador técnico, relações públicas e diretor superintende da Liga [Liga Cearense de Futebol Feminino], ao lado do professor Sérgio Ricardo [presidente da entidade]. “Demos um bom impulso no crescimento da entidade, direcionando o nosso trabalho para o aspecto educacional e social”.
Artilheiro – Com se deu o fato da sua escolha, para uma atividade como a de “Expert Commentator”?
Benê Lima - Penso que o mais decisivo foi nossa atuação no Chat trilingüe promovido pela coordenação do Desafio Nike Futebol, do Changemakers Ashoka do qual participamos, ocasião em que pudemos colaborar com inovações, ideias que representam acréscimos em relação aos projetos já divulgados. (Projetos do Desafio Transformando Vidas através do Futebol, emitindo pareceres, orientações e feedback sobre os mesmos, desse modo contribuindo para a iniciativa promovida e organizada pelo Consórcio Nike e Ashoka).
Artilheiro – Explique para a nosso internauta, o que é um “Expert Commentator”?
Benê Lima - O “Expert Commentator”, pelo que pude sentir, deve reunir algumas precondições que o permitam realizar uma análise criteriosa dos projetos, e, além disto, somos pensadores que devemos compartilhar nossos conhecimentos e competências, oferecendo feedback sobre a forma como os cidadãos podem estimular as transformações sociais, orientando-os quanto às mudanças para que possam construir comunidades mais cooperativas e fortes.
Artilheiro – Qual a relação existente entre sua atividade como radialista da área esportiva e a nova atividade que o espera?
Benê Lima - Relação direta mesmo, nenhuma. Mas, sem dúvida, quase toda minha trajetória de vida tem relação com o cargo, e mais ainda com as atividades a ele inerentes.
Minha visão de mundo tem como mais forte viés o aspecto humanista. Afora isto, minha trajetória no rádio e no esporte sempre foi pautada pelo aspecto educacional e pela difusão da informação e do conhecimento, até como maneira de oferecer aos ouvintes menos aquinhoados uma contrapartida em troca da audiência com que eles [ouvintes] nos brindam.
E, finalmente, essa mesma formação humanista (místico-filosófica) me colocou na vanguarda das mudanças que estão sendo processadas nos esportes, sobretudo no futebol. E, é bom que seja ressaltado, essas mudanças não excluem os esportes de alto rendimento, entre os quais o futebol profissional se encontra.
Artilheiro – Explique melhor como estas mudanças podem ser feitas.
Benê Lima - Tomemos, por exemplo, o futebol amador. Podemos fazer do futebol amador um celeiro muito mais produtivo de talentos. E como isto pode ser feito? Estruturando o futebol amador. Essa é a nossa ideia. A ideia em si não traz nada de original [eu sei!]. Mas o grande pulo do gato está em executar a ideia.
Para não ficarmos só no distante campo dos sonhos, é importante dizer que eu mesmo tenho um pré-projeto para a criação de uma entidade nacional em nosso estado que represente e busque nela agregar as principais iniciativas do futebol amador. Aliás, posso até dizer que isto já está em andamento. E nesse pré-projeto há a previsão de se buscar apoio para ele nas três esferas [municipal, estadual e federal], exatamente para que tenhamos condição de dar sustentabilidade a esse surto desenvolvimentista do futebol amador que nós pretendemos alcançar. Claro que tudo começaria por aqui [no estado do Ceará].
A nossa ideia seria fazer com que as competições amadoras adotassem o modelo preconizado pela FIFA e CBF, com o aval e o comprometimento da federação [FCF], no que se refere ao cumprimento de um calendário. E desse modo, nossa expectativa é de que criaríamos novas perspectivas para atletas e também para os profissionais da área.
Portanto, organizar, disciplinar e estruturar as competições amadoras seria uma tarefa e um desafio que enfrentaríamos. Só assim, o futebol amador cresceria como o verdadeiro berçário do futebol profissional, desonerando os clubes, principalmente, no nosso caso, Ceará e Fortaleza, que serviriam de desaguadouro da melhor parte desta mão-de-obra.
Dentro dessa nova perspectiva, os agentes que possibilitariam essas mudanças seriam todos os profissionais da área, e desse modo teríamos que cuidar da qualificação desses profissionais. Assim, veríamos o futebol amador, em tese, como sendo o estágio inicial do futebol profissional. E por consequência, também estaríamos estimulando [mesmo que timidamente] até o crescimento da demanda nas instituições de ensino superior, bem como a criação de novos postos de trabalho, situação que daria certo reflexo positivo ao próprio mercado. Repito, estas mudanças devem alcançar a todos. A orientação geral dos gestores [ou atores] do mundo do futebol deve ser o alvo principal das mudanças. Isso inclui, obviamente, a administração dos nossos clubes, a administração da federação [FCF] e a crônica esportiva. Essa necessidade se dá em razão da escassez do capital intelectual na área esportiva para pensarmos nossos próprios projetos, para criarmos soluções alternativas moldadas na nossa realidade, e assim não precisaríamos importar modelos que não tenham afinidade com a nossa economia e com a nossa cultura.
Agora mesmo recebemos um convite para participarmos de um Laboratório de Gestão Esportiva (LabGE), que está sendo organizado pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Esta iniciativa vem ao encontro daquilo que nós mais reivindicamos para o futebol cearense há mais de sete anos: um repensar do nosso futebol.
Artilheiro – Essa é uma posição de quem se quer progressista, ou é simplesmente uma maneira de chamar a atenção para si?
Benê Lima - Eu diria que nenhuma dessas opções sintetiza com acerto minha visão. Sou neoprogressista quanto às ideias [costumo repetir isso], mas conservador quanto aos valores. Mas, por outro lado, a revolução que acredito e que defendo é a do conhecimento [das ideias], rejeitando todas as outras derivadas da força e das armas.
Se você fala de meus arremedos de projetos e ideias sobre o futebol, aí posso dizer que hoje tenho uma visão mais social e menos fragmentada do esporte. Quero contribuir mais e mais para que tenhamos uma visão intertransdisciplinar do futebol, criando relações sistêmicas entre suas categorias e subcategorias, entre o amador e o profissional, por exemplo.
Quanto a chamar a atenção, quem não gosta que se lhe dê importância?! Como todo ser humano, também me permito exercitar um pouquinho da minha vaidade imanente, mas sou vigilante no sentido de guia-la para fins construtivos. (Risos)
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Assim é Benê Lima, amigo e colaborador de www.artilheiro.com.br, mostrando sua visão futurista e humanística sobre o futebol, em especial o local. Como vimos, suas ideias ultrapassaram as fronteiras nacionais e quebrantaram barreiras, provando que o intelecto não é regionalizado, é globalizado ou universalizado, como queiram.
Finalizamos parabenizando-o pelas suas recentes conquistas e desejando-lhe o máximo de sucesso nesta nova empreitada.
Ronaldo Déber
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Gerente do programa Changemakers da Ashoka fala do desafio “Transformando Vidas Através do Futebol”
“Reviver os momentos de participação ativa neste desafio nos remete a momentos de alegria e a um sentimento de cooperação e recalcitrante aproximação nossa com a inclusão social.” -- (Benê Lima)
Elenice Tamashiro, do Changemakers
Como o futebol pode ajudar na superação das dificuldades em leitura, escrita, raciocínio lógico e relacionamentos?
Escola de futebol foi viabilizada por meio de parceria entre instituição filantrópica, Escola Municipal, iniciativa privada e comunidades carentes
Crianças são educadas através do futebol com a utilização de conceitos biblicos
Jovens angolanos têm oportunidades e melhores condições de vida a partir do estímulo ao protagonismo juvenil