Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, julho 30, 2015

Série B vai à Globo por dinheiro da Série A e limite a Flamengo e Corinthians

Camila Mattoso, de São Paulo (SP), do ESPN.com.br

Um grupo de representantes da Série B vai se reunir com a Globo na quinta-feira da próxima semana para pedir mudanças ao futebol brasileiro. Presidentes do América-MG, do Náutico, do Paysandu e do Atlético-GO estarão presentes no encontro. A pauta envolve uma série de assuntos, mas o principal será sobre as cotas de televisão.
ESPN.com.br teve acesso ao estudo feito pelos dirigentes sobre o tema, apresentado nesta terça-feira na CBF, que mostra todo o cenário da divisão do dinheiro da TV no Brasil e no mundo. O documento destaca o abismo que existe entre a primeira e a segunda divisão e propõe alterações: além de pedir uma redistribuição para a Série B, a proposta atinge também a Série A.
De acordo com a pesquisa feita por esses clubes, há três grupos no futebol atualmente: 
- Grupo I: clubes com contrato de longo prazo com a TV, que inclui a maioria dos times da Série A e tem um valor total de R$ 930 milhões, estimado.
- Grupo II: clubes que disputam a Série A em 2015, com contrato de um ano com a TV e tem um valor total estimado em R$ 100 milhões.
- Grupo III: clubes que disputam a Série B em 2015, com valor total de R$ 51 milhões (cada um ganha R$ 3 milhões).
Clubes da Série B fizeram um estudo sobre o tema das cotas de televisão© ESPN.com.br Clubes da Série B fizeram um estudo sobre o tema das cotas de televisãoDiante deste cenário, o grupo propõe algumas sugestões, que vão diretamente contra a situação que hoje tem Flamengo e Corinthians, os que mais recebem da Globo.
A partir de 2016, os dois passarão a ganhar R$ 170 milhões ao ano, cada um. Juntos, portanto, R$ 340 milhões. O valor que a dupla tem direito representa 26% do total que a TV paga aos 18 times que faziam parte do Clube dos 13.
a) Limitar o percentual do time que mais recebe em relação ao total em no máximo 10%;
b) Limitar a razão do time que mais recebe em relação ao time que menos recebe em 4 vezes;
c) Limitar o percentual da soma dos cinco times que mais recebem em no máximo 40%;
d) Limitar o percentual da soma dos dez times que mais recebem em no máximo 65%.
Além desses itens, a proposta dos clubes da Série B é para que a negociação com a TV volte a ser feita em conjunto, após o contrato vigente, e não mais separadamente, como acontece hoje em dia. 
Enquanto os atuais acordos não acabam, o grupo formado pelos times da segunda divisão pedem mudanças imediatas para conseguirem se ajeitar. 
a) Manter o valor de R$ 3 milhões para cada clube;
b) Acrescentar um valor de R$ 100 mil para cada posição no ranking dos 17 clubes, ou seja, o último do ranking recebe R$ 100 mil, o penúltimo R$ 200 mil, assim sucessivamente até o primeiro, que receberá R$ 1,7 milhão, para a temporada 2015.
c) Acrescentar da mesma forma acima um valor de R$ 100 mil de acordo com cada posição do último campeonato da Série B, para a temporada de 2015.
"Nós apresentamos hoje um estudo. O grupo foi criado há um tempo e essa foi a primeira vez que encontramos todos os clubes da B desde então. Foi a formalização da existência desse grupo", afirmou Glauber Vasconcelos, presidente do Náutico, em contato com a reportagem.
"Há muitos assuntos para serem tratados. A questão dos estádios, a questão dos horários de jogos e uma série de outras coisas. Claro que o tema das cotas de TV é muito importante e vamos já chegar com uma sugestão para eles. Fizemos um estudo grande sobre o assunto e estamos bem embasados", acrescentou Mauricio Sampaio, presidente do Atlético-GO.

sexta-feira, julho 10, 2015

Gol da Alemanha: Com US$ 60 milhões repassados pela Fifa, CBF entregou apenas um dos 16 centros de treinamento previstos



 Bruno Marinho e Leo Burlá
Como herança por ter sido sede da Copa de 2014, a Fifa anunciou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) teria U$ 100 milhões de dólares (cerca de R$ 321,5 milhões) para investir no legado do futebol nacional. Em outubro, a entidade comunicou que destinaria 60% destes recursos para a construção de 16 centros de treinamento. Mas, passados oito meses, pouco aconteceu e a Alemanha ampliou a goleada. No país que humilhou o Brasil na semifinal da Copa, são 366 centros de desenvolvimentos de jovens que trabalham para manter a hegemonia germânica no futebol. 
Por aqui, a entidade só finalizou a compra de um terreno em Rondônia, e busca locais em outros cinco estados que não receberam o Mundial. Nas outras nove cidades que receberão os centros, nada avançou. Pronto mesmo só o de Belém, que foi inaugurado à época da Copa de 2014. O acordo com a Fifa é que todos estejam funcionando até o final de 2018. 
Na ótica da CBF, estes equipamentos terão um caráter social, ainda que as federações possam usar os espaços como forma de fomento ao futebol de cada um dos estados contemplados. 
- A CBF criou um projeto e haverá uma metodologia que será implementada junto com alguns projetos da Fifa já existentes para categoria de base, e outros que serão criados e adaptados - explicou Dino Gentille, diretor de Legado da CBF. 
Embora disponha de uma soma considerável - que é repassada gradativamente pela Fifa - os impostos são grandes vilões. Na transferência de recursos para a infraestrutura, há uma cobrança de 42% de tarifas. Está sob responsabilidade da CBF comprar o terreno, licitar, contratar e executar a obra. 
- A CBF contratou uma empresa de gerenciamento que encaminha os projetos para as construturas que participam de uma licitação aprovada pela Fifa. Nenhum projeto chegou a esta etapa ainda - disse Gentille. 
A previsão é que 4,8 mil crianças e jovens usufruam do investimento e, quem sabe, sirvam grandes clubes e a seleção brasileira no futuro. 
Por ora, as futuras fábricas de talentos seguem com os seus motores desligados.

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