Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, agosto 29, 2013

Gestão no futebol brasileiro: a estratégia empresarial (Parte 1)

No Brasil, parece que tudo é feito com uma visão imediatista na qual só se quer "apagar incêndio"

Luis Filipe Chateaubriand*

No mundo atual, as organizações devem ter uma estratégia para poderem prosperar. O documento que explicita a estratégia é denominado Planejamento Estratégico.

Importante salientar que apenas existir um bom Planejamento Estratégico não garante o sucesso da estratégia organizacional. O ditado já diz que "papel aceita tudo". Portanto, é preciso ir além do planejamento, é preciso haver gestão, a Gestão Estratégica.

Gestão Estratégica é algo em que as ferramentas de gestão estão a serviço de uma estratégica concebida. Três ideias são importante, nesse sentido: futuro, ambiência e diferenciais.

Se se busca uma estratégia coerente para uma organização, buscar construir um futuro, com a presença de uma visão de longo prazo, é fundamental. Passado gera ensinamentos. Presente deve contemplar ações para se chegar onde se almeja. Mas, o futuro a que se quer chegar é o que deve orientar as ações executivas.

Outro conceito importante é o de ambiência, ou seja, a inadiável tarefa de se olhar para o ambiente externo com inteligência. Óbvio está que o ambiente interno das organizações é importante. Sucede que o ambiente externo, a ambiência, delas é mais importante ainda. Se as organizações não atendem às demandas externas, simplesmente não prosperam.

Construir diferenciais é algo premente. Nesse sentido, a ideia de estratégia se coaduna com os conceitos de empreendedorismo e inovação. Organizações têm concorrentes e, para levar vantagens sobre eles, não se deve fazer o mesmo que eles só que melhor, mas sim fazer algo diferente do que eles fazem.

Bom, e o que o futebol tem que ver com isso?

Simplesmente, as organizações contidas no futebol tem pífia atuação estratégica. Algumas, simplesmente não têm uma estratégia bem delineada. Outras, até a têm, mas abandonam seus fundamentos no primeiro obstáculo que aparece. Alguns exemplos disso são:

• Você sabe o que o clube que você torce aspira ser daqui a cinco, dez ou 15 anos? Que futuro se quer construir?

• Os clubes levam em consideração o perfil mercadológico de sua torcida ao, por exemplo, construírem seus estádios? Cadê o cuidado com a ambiência?

• Os clubes pensam diferenciais que posam ter em relação a outros clubes? Ou será que esses diferenciais são construídos na base do empirismo, e não alinhados com uma estratégia?

Parece que tudo é feito com uma visão imediatista, se quer "apagar incêndio". Isso é a própria negação da estratégia, que, nas palavras de um grande especialista, o renomado professor Paulo Robero Motta, constitui-se do fato que “o bem se faz melhor se antecipado e o mal é menos mal do que previsto”.

* Luis Filipe Chateaubriand é professor universitário na área de Gestão

Tags: estratégia , planejamento , gestão , administração , organizações , 

terça-feira, agosto 27, 2013

No Brasileirão, 23% dos torcedores pagam ingresso inteiro para entrar no estádio

  • Arte/UOL

    Publico do Campeonato Brasileiro

    Publico do Campeonato Brasileiro

Quando você vai ao estádio, paga o preço inteiro pelo seu ingresso? Se sua resposta foi sim, você faz parte de uma minoria no futebol nacional. O UOL Esporte analisou as 15 primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro e descobriu que menos de um quarto de todas as pessoas que assistem aos jogos do torneio in-loco pagaram o tíquete inteiro da partida.

Em 145 jogos, o Brasileirão registrou público de 2,1 milhões. Dividindo os torcedores, 34% pagaram meia-entrada (para estudantes, idosos ou outras categorias), 33% são sócios ou sócios-torcedores, 4% são gratuidades e 6% usaram ingressos promocionais, como programas de nota fiscal, combos de ingressos, tíquetes corporativos ou de venda proibida. Apenas 23%, 482 mil pessoas, pagaram o preço completo.

"O vilão nessa divisão é a meia-entrada. Ela é maléfica para o futebol. O conceito é trazer entretenimento para um público específico, que não poderia ter acesso pelo preço completo. Mas vira festa. O poder público não consegue fiscalizar e todo mundo entra com meia-entrada. Nesse cenário, você não consegue fazer um planejamento eficiente de receitas", analisa Amir Somoggi, especialista em gestão esportiva.

Menos de um quarto pagam por 42% da conta

O problema é que, mesmo com menos de um quarto do volume dos torcedores, o ingresso inteiro é responsável por 42% da arrecadação total do futebol brasileiro. No total, o Brasileirão já movimentou R$ 76,6 bilhões em bilheteria, com R$ 32,7 bilhões vindos de ingressos inteiros. Nesse ranking, quem vem em segundo lugar é a meia-entrada, com arrecadação de 41% (R$ 31,5 bi).

Essa disparidade faz com que a média do preço pago em cada uma das categorias de ingresso tenha algumas bizarrices. O tíquete médio do futebol verde-amarelo é R$ 35,90. Para quem paga a meia-entrada, esse valor sobe para R$ 42,95. A entrada inteira, porém, não é o dobro, mas R$ 60,47. A modalidade mais barata é o sócio torcedor, com R$ 17,53.

Isso só é possível porque os sistemas de sócios e sócios-torcedores oferecem ingressos muito mais baratos para seus membros. O melhor exemplo disso é o Coritiba. O time paranaense é o líder no número de associados em seu estádio. Nas partidas no Couto Pereira, 90% dos torcedores na arquibancada são dessa categoria. A média de público do time paranaense em jogos como mandante é de 16.542, sendo que 14.866 são sócios. E esses sócios só precisam pagar R$ 10,00 para assistir às partidas.

"O sócio-torcedor acaba virando uma resposta para a meia-entrada. Se você não consegue planejar esse desconto obrigatório, cria alternativas para ter ideia de quanto vai arrecadar. Nos programas de sócio-torcedor, muitas vezes o clube paga para seu sócio entrar no estádio. Mas é receita garantida, que evita os problemas da meia-entrada", explica Amir Somoggi.

A análise do UOL Esporte mostra esse fenômeno. Somando os custos fixos de todas as partidas analisadas, cada torcedor custou, ao clube mandante, R$ 15,40. No caso do Curitiba, cada pessoa pagou  R$ 10,00 para entrar - um prejuízo de R$ 5,40.

Outros clubes conseguem lidar melhor com isso. O Corinthians, por exemplo, com o programa Fiel Torcedor, recebe R$ 25,26 por torcedor – um lucro líquido de quase R$ 10,00. No Grêmio, o tíquete médio do sócio é de R$ 24,02. Não por acaso, os dois são líderes em arrecadação com essa modalidade de ingressos.

No mundo do entretenimento, entrada inteira também não existe

Essa situação não é exclusiva do futebol brasileiro. No mundo do entretenimento, a definição dos preços cobrados em eventos também é um problema, por causa da meia-entrada. Segundo Carlos Martinelli, autor do estudo "O impacto da meia-entrada na precificação de ingressos e no planejamento estratégico de companhias de entretenimento", o volume de meia-entrada em alguns shows, por exemplo, pode chegar a 80%.

"Hoje, a meia-entrada é estabelecida por leis locais. Todas obrigam a concessão dos descontos, mas nenhuma estabelece uma contra-partida. Ninguém paga por esse desconto. O que os produtores fazem, então? Eles usam subterfúgios", conta Martinelli.

Duas estratégias são usadas para contornar o problema. O primeiro é o aumento do tíquete médio, em que os organizadores fazem uma projeção do volume de meia-entrada e aumentam o valor desejado do ingresso evitar prejuízos – em um evento com ingresso ideal a R$ 100,00 e projeção de 80% de meias, o ingresso inteiro sobe para R$ 160,00 (com meia a R$ 80,00).

O segundo artifício é a meia-entrada universal. Os organizadores simplesmente aumentam o preço da meia-entrada para seu valor ideal e ampliam o benefício para o máximo de usuários possível. É um artifício similar ao usado pelos clubes de futebol nos sócios-torcedores.

"Um desconto de 50% é muito grande. Para qualquer segmento. Sejam eventos culturais, esportivos, ou até em um restaurante ou supermercado. Se alguém pleiteia esse desconto, outra pessoa vai pagar por isso. Você pode penalizar quem paga o valor total ou aumenta o preço geral. Isso é necessário, já que é impossível fazer uma projeção confiável com esse volume de desconto", completa Martinelli.

Clubes reclamam da falta de limites

Entre os clubes, as críticas à política de meia-entrada são grandes. No Cruzeiro, por exemplo, que tem média de 20 mil pessoas por jogo como mandante e mais de 5 mil meias vendidas, a saída foi aumentar os ingressos. "Hoje, o Cruzeiro cobra ingressos de R$ 70,00 a R$ 130,00, mas nossa média de faturamento por ingresso é de R$ 46,00. Este é o valor efetivo que sai do bolso do torcedor e depois entra nos cofres do público. Isso retrata a política de meia-entrada do país. Se existe essa lei, álguem tem que pagar. E quem paga isso atualmente são os clubes", reclama Marcone Barbosa, diretor de marketing do Cruzeiro.

Outros conseguiram se adaptar graças aos novos estádios. As arenas inauguradas nos últimos dois anos apresentaram aumento de público, renda e lucro das partidas. Como os clubes ganharam mais dinheiro nos dias de jogo, não levaram em conta a perda por meias-entradas ou gratuidades. O Grêmio é um desses casos.

"Por conta da Arena, tivemos uma arrecadação recorde de R$ 60 milhões dos sócios [cerca de 29 mil]. É uma arrecadação que entra direto para o clube. Antes, o torcedor pagava R$ 90, mas com a Arena ele paga R$ 300, por um lugar premium. O produto que oferecemos é muito melhor agora", afirma Eduardo Antonini, ex-presidente da Grêmio Empreendimento, empresa responsável pela gestão do novo estádio gaúcho.

É a mesma opinião dos responsáveis pelo Náutico, que está usando a Arena Pernambuco. "Este tipo de medida não nos atrapalha, pois aumentamos a quantidade de pessoas no estádio e viabilizamos o espetáculo. Com programas deste tipo, aliado às condições da nova arena, você atrai pessoas que antes não tinham o costume de assistir o futebol ao vivo. Nossa média de público deu um salto de 12 a 15 mil para 26 a 28 mil pessoas", fala Alexandre Melo, diretor de futebol do clube pernambucano.

Fonte: UOL

quinta-feira, agosto 22, 2013

Resultado versus produção: o dilema da análise do desempenho

Por: Benê Lima

 

A rigor, a produção do time do Fortaleza emperrou

 

LCM

 

O Fortaleza, do ponto de vista de seu comando técnico, vivencia as idas e vindas de um processo danoso de reconstrução de seu padrão tático. Mas o que mais nos impressiona são as visões díspares entre seu técnico atual, Luís Carlos Martins, o LCM, e o anterior, Hélio dos Anjos.

 

Enquanto Hélio via Lazaroni mais como lateral, Luís o vê como meia; Dos Anjos sonhava com Jackson Caucaia como segundo volante, já Martins o vê somente como meia de armação; Hélio enxergava Esley como grande 'carregador de piano', Luís o percebe como meia-atacante, sentindo-se incomodado em utilizá-lo como primeiro ou mesmo segundo volante.

 

Hélio tratava a plataforma tática 3-5-2 como meramente emergencial e circunstancial, adotando-a como busca de maior garantia de solidez de seu sistema defensivo, e o fazia por não haver encontrado o equilíbrio da transição defensiva da equipe. Mas, mesmo jogando fora de casa, costumava modificar a plataforma tática e suas dinâmicas, variando preferencialmente para o 4-4-2 em losango ou diamante. Em situações pontuais de desvantagem no placar, também usava a ‘inicial’ 4-3-3.

 

SELETIVA E FOR X TREZE 026

  • Não é de agora que temos mostrado os problemas de transição da equipe do Fortaleza. Nesta foto , vê-se uma investida ofensiva do Fortaleza contra o Treze, em que um atacante (Assisinho) aparece na imagem, enquanto os outros dois são os zagueiros Charles e Fabrício. Este é um exemplo típico de transição deficiente: sete defensores do Treze contra três jogadores com função de ataque do Fortaleza.

 

O que vemos hoje, sinceramente, consideramos, pelo menos até aqui e pelo que nos é dado observar para além do resultado (placar, escore), é uma situação de retrocesso tático da equipe, haja vista ter-se transferido parte da criação para laterais que pouco rendem e para zagueiros de ofício, como é o caso do Charles.  Atente-se para o fato de equipes da baixa envergadura de um Rio Branco não mais haver nenhuma no grupo do Fortaleza, o que nos faz supor que tal solução não tenha a funcionalidade de ontem.

 

Defendo a tese de que o balanço intersetores da equipe tricolor se dará a partir do meio-campo, que tanto proverá a consistência defensiva da equipe, quanto proporcionará uma maior profundidade ofensiva. Portanto, trabalhar as transições (defensiva e ofensiva) e alguns dos subprincípios do jogo e promover a análise retrospectiva dos jogos, no sentido de suas decomposições, são tarefas inadiáveis, e que devem ser feitas com dados palpáveis, feedbacks consistentes e baixa margem de erro.

 

Ademais, Luís Carlos Martins precisa dar-se conta de que não está trabalhando na A2 ou A3 paulista, dirigindo equipes com perfil de cobrança bem diferente e com visão gerencial dos dirigentes em que o aspecto emocional pouco representa.

 

Citação - BL 01

Preocupa-nos o que possam estar pensando os que pretendem fazer aporte no Tricolor de Aço. Afinal, o atual técnico saberá como utilizar os reforços que possivelmente lhes serão colocados à disposição? Terá, LCM, o perfil do técnico requerido para fazer essa transição do Fortaleza, da Série C para a B?

 

Na verdade, a expectativa do sim é nutrida. Mas só o tempo dirá se ele terá a capacidade de se reinventar como técnico e como liderança, para levar o Tricolor ao ‘porto’ da subdivisão de elite do futebol brasileiro – a Série B.

 

Mas, para tanto, ele precisa romper com sua postura franciscana e corporativista, tendo a coragem de enfrentar os desafios de uma firme liderança, além de assumir alguns arroubos de um saudável visionarismo.

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quarta-feira, agosto 21, 2013

Presidentes de clubes debatem projeto de fortalecimento do esporte

Assessoria CBF - Foto: Rafael Ribeiro / CBF

Mais uma reunião de debate sobre o projeto Proforte (fortalecimento do esporte) foi realizada nesta terça-feira, na sede da CBF. Desse encontro, conduzido pelo deputado federal Vicente Cândido, participaram da mesa diretora o presidente José Maria Marin, o vice-presidente Marco Polo Del Nero e Marcelo Campos Pinto, da TV Globo.

O deputado Vicente Cândido, autor do projeto, disse que o mesmo está em fase de discussão nos Ministérios da Fazenda e do Esporte para posteriormente ser apresentado à presidente Dilma.

- O projeto tem o apoio dos deputados que defendem o esporte brasileiro e passa também, além da discussão nesses ministérios, pelo crivo e troca de ideias com os presidentes de clubes antes de ser enviado como proposta à presidente Dilma.

O presidente do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil, deu com sua opinião o tom do que foi um consenso entre os seus pares a respeito do Proforte.

- É o projeto mais ambicioso e responsável do futebol brasileiro. Ele representa um verdadeiro choque de gestão nos clubes.

Kalil diz que a relevância e o sucesso do projeto, que traz como um dos seus aspectos a transformação de parte da dívida dos clubes em formação de atletas olímpicos, têm a ver com a contrapartida que terá de ser cumprida pelos clubes.

- Os presidentes passarão a ter responsabilidade, a arcar com as consequências dos seus atos como, por exemplo, a perda de pontos dos seus clubes. Nenhum dirigente vai querer ficar com essa responsabilidade. Tenho certeza que, pela primeira vez, nos termos em que está proposto, o projeto será cumprido.

O presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Melo seguiu na mesma linha de pensamento. Considera o projeto um avanço, por estabelecer regras de governabilidade para os clubes, configurando-se em uma verdadeira lei de responsabilidade fiscal.

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terça-feira, agosto 20, 2013

UNICLUBES se reúne para definir o futuro do futebol cearense

Fonte: Ronaldo Deber

Reuniram-se nesta segunda feira 19, no Restaurante Raízes os clubes cearenses que compõem a União de Cearense de Clubes (UNICLUBES). Na Pauta questões pertinentes ao progresso do nosso futebol. 

“Nosso interesse maior é trabalhar em comunhão com a FCF, para o desenvolvimento do futebol cearense”. Afirmou o diretor de futebol do Maguary, mentor maior da UNICLUBES, Aguiar Junior. 

Dos 25 clubes filiados à entidade, 15 enviaram representantes ao seminário: Pacatuba, América, Messejana, Maguary, Calouros do Ar, Tiradentes, Aliança, Iguatu, Barbalha, Maracanã, Jardim, Terra e Mar, Uniclinic, Caucaia, Itarema e Paracuru.

Temas como a reforma nas divisões, hoje séries de acesso, do nossos futebol incluindo a extinção da série C, considerada uma divisão sem o menor atrativo e falida já há bastante tempo, ganharam bastante espaço nas discussões, seguido de maior apoio aos campeonatos de base, incluindo a regionalização dos certames, para que os clubes do interior também possam participar a unidade do grupo com relação aos itens aprovados na reunião, dentre outros.

A UNICLUBES deverá apresentar em reunião a ser marcada para a próxima semana, com o Presidente da FCF Mauro Carmélio, documento contendo sugestões e reivindicações do grupo, aprovados durante o seminário.
Confira o documento final da reunião:

                                        CARTA DO FUTEBOL CEARENSE

Os clubes abaixo assinados, filiados à Federação Cearense de Futebol (FCF), bem como integrantes da UNIÃO CEARENSE DE CLUBES (UNICLUBES), entidade composta por dezenas de agremiações que disputam as diversas Séries de 2013 (A, B e C), bem como a ‘3ª Divisão’ de anos anteriores, além da ‘Copa Fares Lopes’, todos promovidos e organizados pela Federação, vêm conjuntamente expor e requerer o que abaixo segue:

Considerando que o futebol cearense se encontra às portas da Copa do Mundo de 2014, o que nos obriga a uma postura mais moderna, destacada e profissional, visando o pleno aproveitamento dos benefícios do evento, especialmente dos equipamentos para ele criados, como o PV reformado e o NOVO Castelão;

Considerando os altos custos e a verdadeira ‘falência’ em que se encontra a ‘Série C’ cearense (3ª Divisão), posto que campeonato SEM público, SEM renda, SEM mídia (não existe cobertura da televisão) e SEM patrocinadores financeiramente expressivos, já que distantes da ELITE do nosso futebol, portanto verdadeiro ‘inferno’, onde ‘penam’ tradicionais clubes do estado, detentores, entre outros, de sete títulos da 1ª Divisão estadual;

Considerando que a atual ‘Série B’ cearense (2ª Divisão) tenha se caracterizado nos últimos anos como um verdadeiro CAMPEONATO DO INTERIOR, onde a presença do Uniclinic, time da capital, era uma exceção que confirmava a regra;

Considerando que a nova ‘Série A’ cearense (1ª Divisão) foi dividida em duas FASES, sendo que os clubes que participam da ‘Copa do Nordeste’ entram por critério técnico somente na 2ª FASE, o que ocorreu em 2013 com as equipes do ‘Ceará’ e do ‘Fortaleza’ e ocorrerá em 2014 novamente com o ‘Ceará’ e agora com o ‘Guarany de Sobral’;

Considerando a necessidade de fortalecimento da ‘Taça Fares Lopes’ que garante vaga ao ganhador na ‘Copa do Brasil’ do ano seguinte e que se daria com a disputa da mesma no período em que os demais times da ‘Série B’ cearense (fora dos campeonatos nacionais) estivessem atuantes em campeonato local;

Considerando que a realização concomitante dos campeonatos das Séries ‘A’ e ‘B’, impossibilita a melhor qualidade das arbitragens na ‘Série B’ cearense, caso referidas competições venham a ser confirmada no calendário do 1º Semestre da Federação (FCF);

Considerando que poucos são os Estádios cearenses com os Laudos Técnicos devidamente aprovados, o que dificulta a realização conjunta no mesmo semestre dos campeonatos da ‘Série A’ e da ‘Série B’;

Considerando que o presidente Mauro Carmélio, reeleito para novo mandato à frente da Federação (FCF) pela quase unanimidade do futebol cearense e com o nosso decisivo apoio, demonstra estar sensível aos anseios dos clubes, posto que antenado com as necessárias mudanças para modernizar e profissionalizar cada vez mais o nosso futebol;

Considerando que o Estatuto da Federação delega à Diretoria da mesma, comandada pelo Dr. Mauro Carmélio, fazer as mudanças necessárias no futebol profissional, conforme estabelece o parágrafo único do artigo 73 daquele diploma normativo, que diz: “Levando em conta os interesses do futebol, a Diretoria da FCF poderá criar, aumentar ou extinguir o número de divisões dos profissionais”;

Considerando que no mesmo Estatuto fica esclarecido (artigo 74) que “o acesso e o descenso entre as divisões processar-se-ão de acordo com os termos e critérios técnicos determinados em regulamentos (geral e os específicos)”.

Considerando que a maioria absoluta dos nossos clubes profissionais resolveu instituir a UNIÃO CEARENSE DE CLUBES – UNICLUBES, entidade que propõe mudanças profundas e estruturantes no futebol profissional cearense e que tem se caracterizado como a ‘voz rouca’ do futebol no estado.

Os clubes abaixo assinados vêm, por este instrumento, apresentar à Diretoria da Federação Cearense de Futebol (FCF) suas propostas para o REGULAMENTO GERAL DE COMPETIÇÕES (RGC – 2014), o que fazem acreditando no compromisso renovador desta Gestão, agora reeleita, e que certamente será sensível aos anseios das agremiações profissionais cearenses, posto que também comprometidos com a melhor organização e profissionalização de nosso futebol, que ocorrerá com as mudanças que seguem:

A) Extinção imediata da ‘Série C’ cearense, atendendo aos anseios dos clubes de nosso estado, o que ocorreria por ato da Diretoria da Federação, respaldado pelos artigos 73 (parágrafo único) e 74 dos Estatutos da FCF;

B) Transformar a ‘Série B’ na Divisão de Acesso do nosso futebol profissional, cujo campeonato deverá ser organizado nas FASES iniciais de forma regionalizada pelo critério geográfico/rodoviário, posto que a nova ‘SUPER-SEGUNDONA’ (‘Série B’ cearense) proporcionará um novo produto de marketing, instrumento imprescindível à modernização e crescimento do futebol profissional cearense;

C) Que a ‘SUPER-SEGUNDONA’ (‘Série B’ cearense) a partir de 2014 volte a ser disputada no segundo semestre, como era antes do Icasa cair para a mesma, pois tal transferência de data possibilitará três vantagens básicas, a saber:

1)   A primeira é o reforço na ‘Copa Fares Lopes’, também disputada no segundo semestre, já que nela, além dos times da ‘Série A’ cearense, poderiam participar todas as agremiações da ‘Série B’, posto que as equipes estariam com seus elencos em plena atividade;

2)  A segunda seria a efetiva melhoria da arbitragem, pois os melhores árbitros da ‘Série A’ passariam a atuar também na ‘Série B’, sem conflito nas datas dos jogos das duas Divisões.

3)  A terceira vantagem seria a maior facilidade na utilização dos Estádios com ‘Laudos Técnicos’ aprovados pelo Ministério Público, posto que diminuiria o conflito de datas com a utilização dos mesmos estádios nos jogos da ‘Série A’;

D) Aumentar a ‘Série A’ cearense para um formato com 16 (dezesseis) clubes, sendo a 1ª FASE disputada em dois Grupos, divididos os times como fazem as Federações do RJ e RS. Neste caso, respeitando o necessário critério técnico, estariam na ‘Série A’ de 2014 as 11 (onze) agremiações inicialmente previstas, mais o São Benedito e o Maracanã , além do Maranguape, do Iguatu e do Crateús que, por mérito técnico, jogariam a 1ª Divisão de 2014 (‘Série A’ cearense);

E) Que o acesso e o descenso entre as Séries ‘A’ e ‘B’ a partir de 2014 sejam feito respeitando a proporcionalidade e, considerando o aumento para 16 clubes na ‘Série A’, agora sejam três os clubes a mudarem de Divisão a cada ano, o que muito dinamizará nosso futebol profissional.

Fortaleza, 19 de Agosto de 2013.

Clubes MEMBROS da UNICLUBES:

Sport Club Maguary

América Foot-ball Club

Calouros do Ar Futebol Clube

Sociedade Esportiva e Cultural Terra e Mar Clube

Eusébio Esporte Clube

Maracanã Esporte Clube

Crateús Esporte Clube

Associação Esportiva Tiradentes

Associação Desportiva Iguatu

Uniclinic Atlético Clube

Barbalha Futebol Clube

Associação Desportiva Arsenal de Caridade

Associação Desportiva São Benedito

Maranguape Futebol Clube

Itarema Esporte Club

Aliança Atlética Futebol Clube

Paracuru Atlético Clube

Associação dos Desportistas de Pacatuba

Associação Nova Russas Esporte Clube

Caucaia Esporte Clube

Centro Esportivo União (Corinthians Nordeste/CETEN)

Jardim Sport Clube

Associação Desportiva Limoeiro Futebol Clube

União Desportiva Messejana

Tianguá Esporte Clube (membro Observador).

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Escute a entrevista:

Gobbi e Nobre “travam” marketing em Corinthians e Palmeiras

Erich Beting

Corinthians e Palmeiras padecem, atualmente, do mesmo mal. Os dois clubes são presididos, hoje, por figuras que são avessas à agressividade do departamento de marketing. Tanto Mario Gobbi quanto Paulo Nobre preferem o silêncio aliado ao trabalho em vez do trabalho aliado ao barulho. Isso, para o marketing, pode ser um enorme problema.

Gobbi e Nobre são discretos. Pertencentes a uma nova geração de dirigentes, os dois pecam pela discrição. Sim, ser discreto é um pecado quando o assunto é marketing.

Durante a gestão Andrés Sanchez, o Corinthians foi um dos clubes que mais estardalhaço causou. Contratou Ronaldo, lançou camisas distintas, projetos de engajamento do torcedor, campanha de marketing para aproximar o torcedor mesmo com o time rebaixado, etc. Agora, sob a batuta de Mario Gobbi, dois diretores já deixaram o marketing alvinegro. Ao que tudo indica, a incompatibilidade de perfil está no cerne das saídas de Luis Paulo Rosenberg e, agora, de Ivan Marques.

A agressividade na comunicação foi a marca do Corinthians pré-Gobbi. Norteado pelo lema “se eu errar é só pedir desculpas”, que guiava muitas ações de Rosenberg, o Timão conseguiu uma revolução em sua marca. Passou a ser um dos mais valorizados clubes do país e, também, elevou substancialmente suas receitas com a venda de produtos licenciados. Quando Gobbi assumiu a presidência, centralizou mais as decisões, reduziu um pouco o apetite do marketing e, agora, foca o trabalho dentro de campo para depois se preocupar no que fazer fora dele.

Até pelo exemplo corintiano quando esteve na Série B em 2008, esperava-se do Palmeiras uma atitude semelhante no marketing. Desde janeiro, porém, a prioridade da gestão Paulo Nobre é sanar as dívidas do clube para deixá-lo governável e, então, passar a focar no relacionamento com o torcedor. Prova cristalina disso foi a decisão pela saída de Hernán Barcos, jogador que mais identificação tinha com os torcedores. Em seus discursos, Nobre sempre foi categórico ao dizer que a preocupação era em salvar o Palmeiras.

O dia D para o marketing palmeirense é o próximo dia 26, quando começa a contagem regressiva para o aniversário do primeiro centenário do clube. A data, desde o Atlético-MG em 2005, tem sido usada para alavancar as receitas dos clubes no Brasil, sendo o Inter-2009 e o Corinthians-2010 os dois melhores exemplos de como o centenário aproxima a torcida e gera vendas.

Já do lado alvinegro, se realmente Mario Gobbi permanecer acumulando o cargo de diretor de marketing, a tendência é a de que o Timão seja menos agressivo na comunicação. Isso, para o futuro do marketing do esporte, é um passo para trás.

O marketing precisa de liberdade para ser agressivo na medida certa para incentivar o consumo. Esse é um caminho importante para o clube ter mais receita e, assim, conseguir o que o torcedor mais deseja, que são as conquistas dentro de campo.

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segunda-feira, agosto 19, 2013

O Produto Futebol no Brasil


Marcelo Paciello / Blog Futebol e Arte

Estou lendo o livro " Marketing Esportivo - O Esporte como Ferramenta de Marketing " de Francisco Paulo de Melo Neto e também estou fazendo o curso on line "The Global Business of Sports " na University of Pennsilvania para rever e incorporar conceitos.

Ainda não concluí nem o livro nem o curso, mas já tenho algumas reflexões sobre os problemas que atualmente afetam e atrapalham que o produto futebol no Brasil tenha o tão esperado salto de qualidade em todos os sentidos, conseguindo atingir o patamar que todo o mundo imagina que podemos produzir dentro e fora de campo de forma sustentável.

Pelos conceitos de marketing os 4 P´s aplicados ao futebol são os seguintes:

Produto : o jogo ( jogadores, treinadores , árbitros e todos os que produzem o jogo )

Preço : preço do ingresso , pay per view, camisas e produtos licenciados

Place ( Local ) : arenas , estádios onde são produzidos os jogos

Promotion ( Comunicação ) : promoção dos torneios, dos jogos, a transmissão via TV

Segundo o livro Marketing Esportivo, temos o quinto P, que seria a Paixão que envolve um jogo de futebol. Este quinto P, de acordo com autor, tem tudo a ver com o conceito de Marketing Esportivo do século XXI, a experiência, a vivência, a emoção do torcedor / consumidor. 

Muito tem se questionado porque os estádios e as novas arenas continuam vazios e não será possível chegar a todas as respostas e soluções em um único post.

Pelo meu ponto de vista, o ciclo virtuoso do produto futebol no Brasil parte das seguintes premissas ordenadas na sequencia abaixo:

1) Times com bons jogadores, treinadores e árbitros competentes provavelmente vão produzir bons jogos

2) Calendário com Campeonatos que gerem valor para os clubes e torcedores 

3) Estádios confortáveis e com visão total para todos os espectadores e serviços adequados

4) Transmissão pelas mídias para grande massa que não tem acesso ao estádio

Os quatro pontos acima citados são os pontos chaves que geram as principais fontes de receita dos clubes:

1) Match Day - arrecadação nos dias de jogos no estádio com ingressos, restaurante, estacionamento, camarotes, lojas com produtos licenciados

2) TV - quanto mais valioso os clubes, jogadores, treinadores e campeonato, mais gerarão audiência , portanto maior o valor pago pelas TV´s

3) Patrocínio - como o item 2, quanto maior a exposição e divulgação maior o valor e quantidade de patrocinadores que queiram associar suas marcas com os campeonatos e os clubes

4) Merchandising - vendas de produtos licenciados



Ciclo Vicioso do Futebol Brasileiro


Com as explanações acima, a premissa número 1 é fundamental para que todas as demais sejam ativadas e, na minha opinião, esse é o ponto crítico dos motivos que o produto futebol brasileiro não consegue o tão esperado salto de qualidade.

Para embasar meus fundamentos em termos de produção de um bom jogo, leiam a coluna do Tostão deste domingo na Folha. 

O que ele escreveu com muita propriedade é que os treinadores brasileiros, com raras exceções, estão atrasados em termos de conceito tático e de visão de futebol como um grande produto a ser consumido. As consequências são jogos sem nenhuma promoção devido a falta de qualidade dos jogadores, treinadores, times, estádios, campeonatos, não despertando o interesse dos torcedores em comprar o produto com qualidade duvidosa.

Os presidentes dos clubes, que são os donos das suas marcas ( times )  e propriedades ( jogadores , treinadores , estádios ),  deveriam se preocupar em valorizar suas marcas e propriedades contratando jogadores e treinadores visando a produção de um jogo de futebol agradável e competitivo. 

A criação de uma liga ou órgão similar que se preocupasse com a produção de qualidade dos espetáculos e com as questões mercadológica dos clubes, poderia difundir essa premissa básica para todos os participantes dos torneios. A consequência seriam jogos de melhor qualidade, em campeonatos que geram valor para clubes e torcidas, atraindo mais torcedores para os estádios / arenas com serviços adequados para todos os níveis sociais, aumentando seu valor como produto que aumentaria mais o interesse e os valores pagos pelas TV´s e patrocinadores para associar suas marcas ao produto futebol de qualidade.

Portanto, sem um bom produto a ser consumido, as demais premissas terão grandes dificuldades para serem atingidas. Antes de se questionar o porque dos clubes não conseguirem aumentar suas arrecadações nos estádios e com as demais fontes de receita além da TV, o foco nesse momento deveria estar na produção de um bom jogo. 

Essa situação vem sendo adiada a anos devido a vitórias e conquistas fugazes da seleção brasileira ou dos clubes em torneios internacionais, que evitam uma visão mais profunda dos vários problemas que o futebol brasileiro precisa encarar para mudar o cenário atual.



Caro leitor, convido a todos a debaterem os temas aqui explanados para reflexões e propostas concretas aos atores e produtores do espetáculo.

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