Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, junho 23, 2008

COM PÉ E CABEÇA, A COLUNA DO BENÊ LIMA


Efemérides...
Nem tão efêmeras assim...

(Texto inspirado no rechaço à visão maniqueísta, e publicado no Blog do Editor do Caderno Jogada do Diário do Nordeste, Daniel Praciano.)

Creio que, cronista esportivo que se preza ou que a si preza, não é torcedor. Pode até ‘estar’ torcedor para defender uma tese, uma teoria, uma opinião, um ponto de vista.

Essa historieta de dizer que se estamos no futebol é porque torcemos por um clube, pode ser válida para a maioria dentre nós, mas não para todos.

Se um profissional não consegue sobrepor os preceitos de uma conduta ética e equânime diante de uma preferência clubística, isso constitui demonstração de uma personalidade pusilânime, mal-formada. Aliás, o ato de destorcer quer-me parecer uma aleivosia para consigo próprio, além de revelar falta de amadurecimento personalístico e certa deformação de caráter.

Sem pretender fazer a defesa do indefensável, só quero lembrar aos críticos exacerbados da crônica local, que também os senhores (torcedores e dirigentes) não estão acima do bem e do mal, nem do bom e do mau. Somos todos produtos de uma ‘tecedura’ social que vem sendo mal-urdida, e que vem levando de roldão a maioria dos humanos, transformando-os para pior. O futebol, os cronistas, dirigentes e torcedores, ninguém escapa enfim. Não dos efeitos nocivos. Já da influência, uns poucos conseguem imunizar-se.

Problemas há no Ceará Sporting, no Fortaleza Esporte, e até na Seleção Brasileira. Mas a natureza deles é que os tornam diferentes. O Ceará está lutando por se organizar, após um longo período de antigerenciamento do clube. O Fortaleza, que se diz organizado, revela, além do descompasso de suas contas e dos antagonismos do paralelismo de suas administrações (Santana x Presidência), uma inaptidão do seu departamento de futebol, incapacidade esta poucas vezes vista no meio desportivo.

Mais lamentável ainda é percebermos que o rádio, como o maior meio de difusão do nosso futebol, tomou rumos erradios, a partir de uma segmentação daninha que o tem tornado sectário, dogmático e subserviente. E isso em nada contribui para o desenvolvimento do nosso futebol.

Assim como dentro de campo estamos nos tornando anacrônicos, fora dele é que as coisas se mostram pior. E não é pelas vias do sectarismo, do dogmatismo e da repugnante ‘blindagem’ que nos reencontraremos com o significado evolutivo que pessoas e acontecimentos devem ter.

Portanto, se os profissionais do fazer futebolístico devem assumir uma postura renovada para melhor, o mesmo se deve dizer do outro feixe, representado por dirigentes, torcedores e sociedade em geral.

Afinal, espargir a luz é tarefa para ‘iluminatis’.
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Breves e Semibreves

Altos e baixos
Portais do Fortaleza e do Ceará vivem momentos de ‘branco’ em se tratando de notícias sobre os dois clubes. Como subsídio para a imprensa, pior ainda. O do Tricolor é apenas mediano; o do Alvinegro, sofrível. Fica o registro da falta de escutadores em ambos, já que falar em algo similar a ombudsman ou ouvidor soa para seus dirigentes como piada de mau-gosto.

O problema treinador
É visível a incompatibilidade entre o discurso e a prática por parte da mais alta direção do Tricolor de Aço, no que concerne ao departamento de futebol. Contratam treinadores fora da realidade financeira do clube e em seguida esvaziam o seu trabalho, dando-lhe o que não pedem e lhes negando o que eles propõem.

O problema treinador – 2
Preconceito e idéias preconcebidas de um lado e arrogância (vaidade) de outro, parecem indicar as razões para a não contratação de Argeu dos Santos por parte da cúpula tricolor. Se o Presidente dos tricolores transformou as críticas procedentes de Heriberto numa questão meramente retórica e contra elas redargüiu, da mesma maneira como diz não aceitar ser filial do Ceará, imagina-se que menos ainda concordaria em ser sucursal do Horizonte. Haja idiossincrasia!

O problema treinador – 3
Do ponto de vista estritamente profissional, nada contra Luiz Carlos Cruz e menos ainda contra Argeu dos Santos, sendo que este me parece ser mais autêntico. Se Cruz tem maior poder de verbalização, Argeu tem mais legitimidade em seu discurso. A soberba de um e o aspecto de arraigamento a certas crendices do outro, constituem fatores limitadores para as careiras de um e de outro.

A palavra revelada
É atribuída a Luiz Carlos Figueiredo Cruz a opinião de que “o grupo (do Fortaleza) que está aí é para subir à 1ª Divisão”. Eis o primeiro equívoco do ‘palavroso’ técnico. O Fortaleza, se é que quer identificar as fragilidades de seu time e de seu elenco, tem que se pautar pela verdade de uma crítica bem fundamentada, e pela competência em buscar soluções a curto prazo.

Diz Morais com moral
Usando de uma saudável ironia, o decano Morais Filho, radialista de nomeada, põe ordem e muda o tom do discurso chapa branca, tão comum no meio radiofônico. Faz referência crítica fundamentada aos cartolas tricolores e aos ridículos e abomináveis bajuladores – também conhecidos como blindadores.

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sábado, junho 21, 2008

EM REFORÇO DE NOSSA OPINIÃO - 2


EURO NOS ENSINA UMA DURA LIÇÃO SOBRE O FUTEBOL
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NoriBlog

Nunca fui o que se pode chamar de um grande fã do futebol europeu. Minha tendência sempre foi de me alinhar com os sul-americanos, liderados pelos grandes times brasileiros e argentinos. Além da simpatia pelos vizinhos que não tratam a bola assim tão bem. Minha tendência sempre foi a de olhar o futebol europeu meio como o colonizador, como a metrópole que se impõe pela força política e financeira. Talvez ainda pense assim, mas essa minha estréia em coberturas de Eurocopa de Seleções tem sido uma dura lição de futebol.

Não foi preciso mais do que a primeira fase para constatar que estamos, brasileiros, parando no tempo em termos de tática no futebol. O mundo segue para um lado e nós, feito um cabo de guerra, insistimos em seguir para o outro.

A tendência que a metrópole futebolística aponta na Suíça e na Áustria é escandalosamente evidente: saem os volantes brucutus, os terceiros zagueiros de fato ou improviados e entram pontas (enfim, eles estão voltando!) e jogadores de meio-campo que saibam jogar além de marcar. No Brasil, infelizmente, ainda temos times com três zagueiros e três volantes, com apenas um atacante isolado na frente. Isso sem falar na Torre de Babel futebolística em que se transformou a Seleção Brasileira.

A Europa, que sempre pagou o preço de ter inventado a retranca, o líbero e outras artimanhas para marcar Pelé e demais gênios sul-americanos, agora tem a chance - e aproveita - de instalar a contra-revolução. Ver os jogos dessa Euro tem sido edificante. Pela informação tática e pela postura dos jogadores. Quase não há frescura, tentativas de cavar faltas, enganar a arbitragem, faltas escandalosamente violentas. A principal preocupação é jogar futebol, sem reclamações inúteis contra a arbitragem ou provocações infantis entre os jogadores.

Tomemos como exemplo três seleções: Holanda, Alemanha e Portugal. A Holanda é até mais fácil de ser elogiada pela postura, mesmo eu sendo um crítico de seu jeito meio mascarado do passado. Agora, como não se encantar com esse time dirigido pelo Van Basten? É tanta gente chegando para atacar, com tal volúpia, que finalmente eu compreendo esse jeito "orange" de ser no futebol. Kuyt, Van Nistelroy, Persie, é muito bom jogador jogando bem.

A Alemanha também está exagerando na dose, se tomarmos como ponto de partida seu passado. Ballack, Klose, Podolski, Schweinsteiger e Lahm (que é um lateral que parece muito mais brasileiro que alemão) protagonizam uma autêntica blietzkrig quando partem para o ataque.

Portugal não fica atrás. Deco, Cristiano Ronaldo, Simão, Postiga, Nani. O time terminou o jogo com a Alemanha recheado de homens de frente.

Em termos táticos, Schweinsteiger o que é? O bom e velho ponta, meus amigos. Com a diferença de que está adaptado aos tempos modernos. Não guarda posição e ajuda na recomposição defensiva. Simão é a mesma coisa.

E pergunto: por que o Brasil traiu seu passado de grandes pontas? Por que baniu essa função? Não é impossível jogar com três homens de frente e com um ponteiro. E a Europa é que está mostrando isso. O Brasil precisa ter a humildade de aprender. Os europeus não são melhores apenas na organização. Eles estão melhores dentro de campo.


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EM REFORÇO DE NOSSA OPINIÃO

Professor Mourinho

Alberto Helena Jr.

O amigo viu o técnico José Mourinho falando na Sportv, no Tá na Área, à espera do Brasil e Argentina do Mineirão? Pois, deveria o Sportv editar todas as suas declarações e distribuir aos técnicos brasileiros (e cartolas), pois foi uma aula de como se deve encarar o futebol.

O mandrião não se limita a levar para a Itália seu currículo de campeão de Portugal e da Liga dos Campeões, pelo Porto, além de um campeonato inglês, pelo Chelsea. Ele se propõe a tirar o campeonato italiano da letargia e do atraso em que se encontra.

Como? Fazendo seu time jogar um futebol arejado, aberto, com pontas (alas ou extremos, no castiço português de lá), apenas um volante e dois meias de criação, sem falar no centroavante de praxe.

Em seguida, suspirou: ah, se tivesse em mãos os talentos de que dispomos por aqui...

E completou: medo de quê? Brasileiros e argentinos, com os recursos técnicos que têm, não podem temer nada, é bater ficha.

E não é que os dois entraram em campo cobertos de medo, um do outro? Resultado: aquele 0 a 0 deprimente para as duas escolas mais ofensivas e hábeis do mundo.

Escolas que caminham no sentido inverso de seus desígnios, buscando algo perdido no passado do futebol europeu da década de 90.

E é aqui que embico com Dunga. Ele julga que está fazendo uma renovação na Seleção Brasileira, depois do fracasso na Alemanha.

Digo e reafirmo que, ao contrário. Está apenas cristalizando conceitos superados e se agarrando a um grupo de jogadores que não representam renovação alguma.

O conceito de jogar pelo resultado, para não perder, é velho e superado. Não cabe mais no futebol-espetáculo que hoje predomina no planeta bola mais avançado.


Peito de mudar

Quando Mourinho diz que quer implantar na Inter de Milão um jogo mais aberto e ofensivo, acrescenta: o campeonato italiano, que já teve seu apogeu nos anos 80, hoje, perde disparado do inglês, do espanhol e do alemão. E por quê? Porque os italianos ainda continuam aferrados a um sistema mais defensivo, preocupados primeiro em não tomar gols para, só então, fazê-los, se possível.

Quando a massa no Mineirão pede a cabeça de Dunga e aplaude Messi, está enviando uma mensagem muito clara: quer o brilho acima da mediocridade implícita no tal futebol de resultado.

Os pragmáticos de plantão, imaginando que estão confraternizando com o torcedor e por isso disparam sobre Robinho todas as suas baterias, deveriam rever com isenção o tape do jogo.

Veriam, então, que os raros instantes em que a torcida mineira se animou foi quando Robinho recebeu a bola e ameaçou suas jogadas típicas. Não as completou, é verdade, mas as únicas duas chances de gol de um time que não marca um sequer há 300 minutos, nasceram de seus pés.

A questão aqui, porém, não é a análise deste ou daquele jogador, já que, no geral, ninguém, jogou nada.

Tampouco, culpar Dunga por sua eventual falta de experiência como treinador de futebol. Mas, sim, por sua concepção de jogo.

Se insistir em montar uma equipe sob a égide de três volantes de contenção e tal e cousa e lousa e maripousa, por certo, ganhará aqui, perderá ali, empatará acolá, mas nunca despertará na torcida brasileira o alegre e espontâneo aplauso que só o jogo bem jogado, à brasileira, desperta.

E essa foi a mensagem final de Mourinho: peço a Deus que nunca o Brasil perca sua identidade. Desgraçadamente, é o que estamos fazendo, ano após ano.

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sexta-feira, junho 20, 2008

O POLÊMICO LUXA ATACA DE PROFESSOR


Luxemburgo vê ‘regressão’ do futebol brasileiro e cobra ofensividade na base
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Treinador palmeirense entende que há necessidade da revisão de conceitos e planeja conversa com comissão técnica dos times de baixo

O futebol brasileiro está regredindo. A opinião incisiva é de alguém que comandou nos últimos anos equipes vencedoras no cenário nacional e hoje dirige o atual campeão paulista e um dos favoritos para levar o troféu da Série A: Vanderlei Luxemburgo.

O comandante-técnico do Palmeiras entende que, no país, há conceitos enraizados que necessitam passar por uma mudança. De preferência, que acompanhe tendência do esporte no resto do mundo, em que pouco se vê esquemas com três zagueiros, algo recorrente tempos atrás.

“Precisamos fazer algo para resgatar o futebol ofensivo do Brasil. Nos últimos anos, os craques do futebol brasileiro foram o Tevez, que é argentino, e o Rogério Ceni, que é goleiro. Neste ano, o Valdivia, que é chileno, foi o melhor jogador do Campeonato Paulista. Existe algo de errado e precisamos rever conceitos para melhorarmos os clubes e a nossa seleção”, afirmou Luxemburgo.

Para que esse plano prospere, o treinador mira transformações a partir de baixo. Luxemburgo demonstrou preocupação ao ver as categorias de base do Palmeiras, em sua maioria, adotando o esquema tático 3-5-2.

“Eu pedi uma reunião com todas as comissões técnicas. Quero que todo mundo acabe com o 3-5-2 e volte ao 4-4-2 ou a um esquema tático mais ofensivo. Não é possível colocarmos tantos zagueiros e volantes em um time. Precisamos descobrir meias e atacantes de alto nível”, cobrou.

Em meio à Eurocopa, Luxemburgo tece elogios ao comportamento mais ousado da maioria dos times que disputam a principal competição entre seleções do Velho Continente, com atenção especial a Portugal, do compatriota Luiz Felipe Scolari –a formação lusitana conta apenas com um volante de origem, além de dois meias e três atacantes.

“O futebol brasileiro está regredindo. Ninguém percebeu que na Europa quase todo mundo joga com três atacantes, que voltam para ajudar na marcação, e dois meias ofensivos, que marcam e atacam com a mesma eficiência. O que fazíamos bem feito está sendo adotado na Europa, enquanto nós preferimos encher as equipes de volantes e zagueiros”, analisou Luxemburgo.



Fonte: Equipe Cidade do Futebol
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Considerações de Benê Lima sobre o tema e sua personagem

A polêmica sobre o misto de trainer e manager (W)Vanderlei(y) Luxemburgo, está sempre presente nos meios esportivos. Afinal, Vanderlei carrega todo o peso de quem tem pose e discurso de 'professor'. Como se não bastasse, ainda revela uma faceta de sua personalidade que o coloca como um neoprogressista de plantão, afeito a declarações que invariavelmente geram controvérsias e discussões que ultrapassam o campo futebolístico, suscitando apreciações de fundo ético (axiológico).

Luxemburgo é o principal representante de um reduzido grupo de treinadores que extrapola suas funções como integrantes do departamento de futebol profissional dos clubes, colocando-se como gestores de todos os processos e atividades típicas deste departamento. Esse modus operandi 'luxemburgoniano' tem criado sérios problemas aos clubes pelos quais Luxemburgo tem passado, pois além do altíssimo custo de manutenção de sua comissão técnica, não se encontram sucedâneos compatíveis para dar operacionalidade às engenhocas criadas por Vanderlei.

Deixando-se de lado os aspectos acima, por uma questão de justiça devemos reconhecer que esse mesmo Luxemburgo ainda consegue dar contribuições para a discussão que permeia e deve permanentemente permear o futebol brasileiro. É o caso do artigo que aqui lhes trouxemos.

Não resta dúvida que o futebol brasileiro, em termos de desenvolvimento tático, passa por um período de estagnação, se não de retrocesso. E apesar de Vanderlei não estar descobrindo o novo, reconhecemos como inteiramente procedente seu questionamento sobre alguns modelos táticos -- em especial o 3-5-2, com dois volantes.

Nada contra esse ou aquele esquema -- é bom que esclareçamos. Porém, o 3-5-2 nos moldes em que vem sendo utilizado por muitos treinadores, ele acaba privilegiando a mediocridade, em detrimento do estímulo à criatividade e ao talento.

À medida em que se dá atribuições que exigem maior elaboração de laterais e de volantes, e ao tempo em que se vai excluindo das formações das equipes as figuras dos diferentes meias, tanto se mina quanto se mirra a ofensividade, e, por fim, a criatividade das equipes, burocratizando-as e as emburrecendo.

Desse ponto de vista, temos que admitir certa falta de vocação e de aptidão momentânea do futebolista brasileiro, em atender às demandas de uma esquematização tática que dele requer um pouco mais do que ele pode dar.

O reconhecimento da situação ora descrita, implica em uma busca de solução para o problema, caminho esse que passa pela adoção de um sistema tático que estimule o desabrochar da técnica individual, com todos os desdobramentos positivos que tal situação certamente possa produzir.

Paradoxalmente, assitimos, em certa medida e no melhor sentido, a 'sulamericanização' do futebol europeu, enquanto a 'europeização' do futebol brasileiro -- no pior sentido -- segue seu curso inexorável.

Desrobotizar o futebol brasileiro, pois, é tarefa que se impõe.

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terça-feira, junho 17, 2008

SOBRE A FORMAÇÃO DOS TREINADORES

O sistema de licenças para técnicos nos EUA

Há diferentes caminhos para os profissionais interessados em trabalhar no mercado norte-americano

Helio D'Anna

Apesar de a profissão de técnico desportivo nos EUA não ter um sindicato, isso não reflete na sua extrema organização como classe. O técnico de futebol nos EUA tem ótimo respaldo e fontes de reciclagem através de duas instituições distintas: a associação nacional de técnicos (NSCAA - National Soccer Coaches Association of America – www.nscaa.com) e a federação Americana de futebol (USSF - United States Soccer Federation - http://ussoccer.com/).

Ambas as instituições oferecem um sistema de licenças muito compreensível para técnicos. Essas licenças cobrem desde o profissional que trabalha com iniciação ao que trabalha com o futebol profissional. Dependendo do nível de trabalho, as licenças duram de uma semana a um ano e de cursos diurnos a cursos de período integral com direito a morar dentro do local de licenciamento.

Tanto a NSCAA quanto a USSF usam uma progressão de ensino que começam com as licenças para trabalho com crianças, adolescentes, jovens, adultos e profissionais dentro do futebol. Só mudam os nomes das licenças.

Dessa vez vou me prender as licenças oferecidas pela NSCAA. Eles usam nomes como: parent coach diploma (diploma de pai-técnico), state diploma (diploma estadual), regional diploma (diploma regional), youth diploma (diploma de jovens), high school diploma (diploma para colegial), além de outros (veja mais no link:
http://www.nscaa.com/nrc.php#nyd).

Há também os diplomas para profissionais mais avançados, que requerem que os alunos morem nos centros por certo período: national e advanced national diploma (o nome já se explica), advanced diploma (diploma avançado) e premier diploma (diploma prêmio). Informações sobre esses cursos podem ser obtidas no link http://www.nscaa.com/rc.php).

Outras licenças interessantes incluem as licenças para treinamento de goleiros: http://www.nscaa.com/subpages/2006033015280118.php, os cursos on-line: http://www.nscaa.com/onlinelearning.php e a licença mais prestigiosa, a de mestre do futebol. Essa ultima leva um ano inteiro para ser completada e numa outra oportunidade falarei sobre ela.

Como não poderia deixar de ser, às vezes a NSCAA oferece seus cursos no Brasil! Ano passado a iniciativa foi sediada no Atlético-PR e há planos de se fazerem cursos na Academia do Oscar.

Todas as licenças são abertas a qualquer um do mundo e eu recomendo ao leitor que tem condições de um dia tentar fazer alguma. É uma experiência bem legal!




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quinta-feira, junho 12, 2008

REFLETIR PARA REPENSAR



OPINIÃO
O primado do capital intelectual

O futebol cearense necessita passar por um processo em que ele seja repensado, desde seu aspecto mais primário até os de maior complexidade.

Vivemos um momento crucial, no qual se coloca como imperativa uma tomada de atitude em prol de um futebol que dá mostras de esgotamento em muitos de seus setores.

Urge, pois, que promovamos um grande evento que tenha por finalidade a busca de propostas que representem verdadeiras alternativas para a crise de idéias e de iniciativas que tomou conta do futebol cearense.

Ressaltemos, contudo, que um encontro dessa natureza não deve nortear-se por uma visão elitista, em que algumas pessoas se arvoram da condição de representantes da nossa intelectualidade.

Precisamos rediscutir inclusive o papel da Crônica Esportiva, passando pelo modelo de segmentação que ora vige, em face da dissintonia que ele expressa em relação à necessária criticidade de seus agentes.

Outros desafios que precisam ser encarados, é a situação de descrédito na qual estão imersos, tanto a nossa entidade de administração do desporto (FCF), quanto a nossa justiça desportiva (TJD-CE). A importância do resgate da credibilidade destes órgãos, guarda uma relação de paralelismo com a qualidade do futebol como produto – isso é inquestionável.

Ao aportarmos na seara de maior interesse dos clubes, devemos estimulá-los a que eles delineiem os seus perfis, que discutam suas características com seus torcedores, e que possam definir uma espécie de personalidade, que inspirará os projetos individuais de cada agremiação.

E dentro desse panorama, estariam criadas as precondições para repensarmos igualmente os nossos clubes, para fundarmos um modelo para cada um, respeitando-se suas vocações e peculiaridades. Assim, ao invés de importarmos idéias, métodos e modelos, passaríamos a elaborar os nossos próprios, muito mais sintonizados com a realidade a que pertencemos, e, sobretudo por isso, com maiores chances de se mostrarem como soluções eficazes.


Efemérides

Desarrumação
Ao manter mais que uma base originária do Campeonato Cearense desta temporada, o Tricolor de Aço detinha, natural e logicamente, as melhores condições de fazer a melhor campanha entre os dois cearenses, ao menos na primeira fase da competição nacional – o Brasileiro da Série-B. Daí porque estranhamos ver o Fortaleza descendo a ladeira, não só na tábua de classificação, mas também na sua produção individual e coletiva.

Incoerência
Constitui de fato uma atitude ilógica, a contratação do melhor volante do Cearense deste ano, o Dedé, para sequer dá-lhe uma chance jogando em sua posição de maior destaque. Pior foi a maneira encontrada para esvaziar a contratação: algo similar ao ostracismo. Isso acaba dando margem para ilações nada lisonjeiras.

O estilo de ser
A maneira Heriberto de ser, causa tanto ou mais polêmica que os resultados que Heriberto não venha a ter. Para o torcedor, o que mais incomoda são os pontos não tidos. Para nós, o não ter e o não ser incomodam igualmente, embora saibamos que o não ser causa maior preocupação. Considero o que Heriberto faz conscientemente ser menos danoso do que o que ele faz no nível do inconsciente. Heriberto da Cunha nos parece um pragmático simpatizante da postura defensiva em suas equipes. Isso acaba por determinar um estilo e uma forma defensiva de vivenciar o futebol.

Os porquês da confusão
Recente, estudo embasando dissertação de mestrado, sugere que técnicos de futebol e profissionais de imprensa interpretam diferentemente alguns conceitos futebolísticos. Quando o assunto é tática, estratégia ou sistema de jogo, treinadores e cronistas falam linguagens diferentes. A origem disto, está na formação dos profissionais. Contudo, nem o empirismo de uns, nem a teorização de outros tantos, nem o tecnicismo e o cientificismo de outro bocado são a última palavra. Não por acaso, acabamos de ingressar na Era da Transdisciplinaridade.

A ser descoberto
O jovem Ederson precisa ser descoberto uma segunda vez. Como é difícil, em um departamento de futebol politicante, fazer-se justiça com um jovem valor. Por outra, conciliar interesses conflitantes é tarefa que os maus caracteres não fazem.

Engodo
Heriberto tem sido vítima de sua falta de poder decisório. Decidir não é só uma questão de escolha. No caso deste treinador, implica criar as precondições para o melhor aproveitamento de seus atletas. Eusébio e Júnior Cearense estão sendo subaproveitados. Se não houver por parte do treinador, iniciativa para melhor adaptá-los taticamente, eles e o Fortaleza perderão com isso.


E-mail: benecomentarista@gmail.com
Cel.: [85] 8898.5106
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segunda-feira, junho 09, 2008

MENOS BRUCUTUS NO MEIO-CAMPO


Revolução corintiana

EDUARDO VIEIRA DA COSTA
Editor de Esporte da Folha Online

Um dos discursos mais surrados dos técnicos é aquele que diz que um time pode ser ofensivo independentemente da escalação de atacantes e meias pouco afeitos à marcação. É o futebol moderno, afirmam. E assim arrumam desculpa para rechear suas equipes de volantes.

Não tenho nada contra os volantes, também conhecidos como cabeças-de-área. Eu não gosto muito é dos cabeças-de-bagre do futebol. Mas estes, por ironia, gostam muito de ser volantes.

De qualquer forma, não vejo necessidade de se escalar mais do que dois volantes em nenhuma equipe. Três já é medo disfarçado de futebol moderno, mas ainda vá lá. Quatro é um exagero tão grande como ter quatro fechaduras na porta da sala.

Pior ainda é o que vinha fazendo o técnico do Corinthians, Mano Menezes, em seu primeiros meses no comando do time. Eram quatro cabeças-de-área no meio-campo e mais alguns espalhados pelas laterais e zaga. Só faltava ele escalar um volante no gol.

E, apesar de todo esse cuidado, o time sofreu demais no Campeonato Paulista. Não conseguiu nem mesmo se classificar para as semifinais.

Veio a Copa do Brasil e Corinthians continuou sem engrenar. No primeiro confronto com um time mais forte (o Goiás, que está na Série A do Brasileiro), a equipe sucumbiu e perdeu por 3 a 1, no Serra Dourada.

Foi quando escrevi, neste mesmo espaço, que seria difícil para o Corinthians conseguir a virada porque o time era muito fraco do meio para a frente, a não ser que o técnico arriscasse um pouco mais.

De uma hora para a outra (não por causa da coluna, imagino), alguma coisa mudou na cabeça do Mano. O gaúcho, adepto notório do futebol "cisplatino" (aquele em que a canela é parte essencial do espetáculo, em especial a do adversário, como já bem disse o escritor Eduardo Bueno), resolveu fazer mudanças radicais.

O treinador abriu mão de sua legião de volantes e viu, de cara, o Corinthians vencer o Goiás por 4 a 0. De lá para cá, os cabeças-de-área cada vez mais perderam espaço. E o time já acumula uma série de nove vitórias em dez jogos.

E quem ganhou espaço foram os gols. Nestes dez jogos, o Corinthians balançou as redes 24 vezes e foi vazado apenas nove. Em nada menos que cinco jogos marcou três ou mais gols. Nos 23 jogos anteriores com Mano e os volantes, apenas três vezes a equipe havia conseguido marcar três gols em um jogo.

A análise a partir do números é sempre fria --apesar de neste caso a evolução ser muito clara. Porém basta assistir aos jogos para ver que a frieza se resume às estatísticas. Não que o Corinthians tenha se transformado em um timaço, mas, se a base de comparação for o time que caiu no ano passado, a diferença já é gritante.

Como eu disse antes, nada contra os volantes. Mas deixo aqui minha saudação aos atacantes e meias ofensivos.


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quarta-feira, junho 04, 2008

UM OLHAR TRANSDISCIPLINAR DO FUTEBOL


Dominância cerebral identifica tipos de atletas e condiciona liderança


Utilidade nas escolas em relação às diferentes formas de aprendizagem dos alunos pode ser levada para dentro de campo

Bruno Camarão

A idéia da dominância cerebral tem utilidade no auxílio a educadores que buscam identificar os diferentes tipos de alunos e, assim, decidir sobre a estratégia a ser usada para a aquisição de conhecimentos. Dentre os diferentes estilos de aprendizagem, há um correlato direto em relação a essa organização neurocientífica.

Essas valências do saber acerca dos fundamentos biológicos dos comportamentos humanos surgem estreitamente ligadas ao conceito de lateralização hemisférica ou dominância cerebral, isto é, às diferenças de funções entre os dois hemisférios do cérebro.

Na verdade, a organização do cérebro em dois hemisférios, direito e esquerdo, parece ter como corolário que cada uma destas suas partes tem a seu cargo os acontecimentos motores e sensoriais que ocorrem na metade oposta (contralateral) do corpo e do espaço. E esse modelo é utilizado na liderança de equipes, seja em empresas, seja no campo de futebol.

“Acho que no atleta essas características vêm muito em função da habilidade e da característica de fazer o jogo. Na escola, vemos outros tipos de liderança. No esporte, os jogadores com maiores características nesse tipo de habilidade têm maior liderança”, explica Roberto Rocha Costa, bacharel em Treinamento Esportivo pela Faculdade de Educação Física da Unicamp e mestre em Ciências Biológicas pela Univap.

Essa regra geral, apesar do reconhecimento atual da complexidade do cérebro, um super-sistema aberto e que integra em si muitos outros sistemas diferenciados e mais amplos, levou à ideia de que cada indivíduo, dotado de um grande potencial cerebral, utiliza o seu de uma forma particular.

Assim, enquanto alguns se apoiariam mais nas capacidades do seu hemisfério esquerdo, parecendo dar prioridade à análise, ao raciocínio e à lógica, outros, pelo contrário, mais apoiados no seu hemisfério direito, dariam prioridade à síntese, à intuição, à visão global e à imaginação.

“O que é possível dizer é que o Gardner [Howar, autor da Teoria das Inteligências Múltiplas] fala em diferentes tipos de inteligência. A lógico-matemática, outros que vão entender mais relacionamento entre pessoas, uns para entendimento tático, habilidades específicas corporais... Imagino que haja uma relação entre esses tipos de liderança”, completa Costa, que vê alguns empecilhos quando a definição ocorre meramente com base nos critérios técnicos futebolísticos.

“Nem sempre o mais habilidoso é um líder nato, mas acaba sendo colocado para realizar tal função. Às vezes, é um problema”, pondera.

Diretor-sócio da MOT (Mudanças Organizacionais e Treinamento), Alfredo Castro expôs algumas de suas idéias em relação às grandes divisões comportamentais durante palestra realizada no 2º ConviRH (Congresso Virtual de Recursos Humanos).

Para ele, nenhuma dominância é melhor do que a outra, e cabe ao líder identificar a dominância cerebral de cada integrante do grupo, compreender as diferenças entre pessoas e valorizar as particularidades de perfil

“A diversidade de cada ambiente irá determinar a eficiência do grupo”, apontou ao UOL Economia, traçando os quatro grandes grupos de preferências comportamentais:

O relacional, que se define pela capacidade expressiva, apoiada nos mais variados aspectos da comunicação; o organizador, atento aos detalhes, cujo alto grau de responsabilidade o define para tarefas estruturais e de planejamento; o profissional analítico, mais racional e impessoal, que prefere o trabalho individualizado; e, por fim, o experimental, mais impetuoso, especulador e inventivo. Talvez, dentro das quatro linhas, Pelé assumisse todas ao mesmo tempo...

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AMOR, NÃO; DINHEIRO, SIM!


Torcedor, esse espoliado e desconsiderado
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Chegou o dia. Chegou o triste dia.

O torcedor tricolor menos aquinhoado, mas histórico, virou ‘filho bastardo’.

Ou porque não possa pagar, ou porque não queira fazê-lo a qualquer pretexto - o que é seu direito.

O torcedor explorado perde o seu outrora inalienável direito de assistir, quando bem lhe convier, o treinamento de seus ídolos. Negam-lhe, despudoradamente, a prerrogativa de estar ao lado do seu time de coração, e de até poder ‘regurgitar’ aqui e ali o seu desabafo.

Tudo em nome de uma tal modernidade.

E o que é pior: com o aprobativo de diretores recém egressos do seio da torcida, como são os casos de Adller Pinheiro e Estevão Romcy.

Não é por acaso que a classe média brasileira representa a pior média de pensamento do capital intelectual da nação. Afinal, ela é a maior vítima do signo do DESVALOR que tomou conta do país. Por isso é difícil para ela a percepção de eqüidade, de respeito, e de valor (no sentido axiológico).

Há alguns anos temos colocado na mesa das discussões um REPENSAR do nosso futebol. Porém, é preciso que se entenda o significado disto. Repensar não é apenas refletir. É mais. É também rever, revisar. E por isso exige de nós uma revisão de coisas e de posturas. Significa, pois, mudança. Em última instância, também se traduz por reconstrução.

Nossos times precisam ser pensados como clubes, necessitam antes de mais nada construírem seus perfis e edificarem suas personalidades. Sim! Clubes possuem personalidade – é verdade! E a maneira de delineá-la com legitimidade é a congressual, é pela participação do maior número possível de representantes da torcida num encontro agendado para este fim.

Mas para um clube que produz tanto ruído em sua comunicação com seu público interno, não nos causa estranheza que ele não dê bola para seu público externo. Os seguidos recados têm sido dados ao torcedor, expressando-se o que dele se espera, o que dele se quer tirar.

Que o torcedor não imagine que a ele se queira oferecer algo, além da precariedade do pouco que lhe é oferecido. Na verdade, ao torcedor cearense têm sido concedidos os subprodutos de uma relação típica entre exploradores e explorados:

- quase nenhuma opção de escolha dos produtos;

- preços extorsivos;

- baixa qualidade do que lhe é servido;

- falta de higiene dos serviços;

- falta de limpeza e conservação da praça esportiva;

- falta de segurança;

- falta de iluminação pública condizente no entorno do estádio;

- falta de transporte coletivo;

- falta de uma política de preços de ingressos consentânea com a realidade financeira da nossa população;

- deficiência no atendimento para aquisição de todos os produtos e serviços ligados ao futebol;

- entre outras.


Agora, com a ‘descoberta’ dos programas de sócio-torcedor e congêneres, enxerga-se uma panacéia que inexiste, da mesma forma como são vistos os mirabolantes centros de formação e treinamento, mais conhecidos como ctês.

E para que os sonhos delirantes da visão ‘proto-capitalista’ possam ser guindados ao patamar de realidade, seus executores e seguidores precisam encontrar meios de constranger o torcedor a fazer uma adesão, sem o que ele primeiro se sente aviltado em sua condição de torcedor; depois, sentir-se-á humilhado por finalmente compreender que nada representa para seus dirigentes, a não ser a possibilidade real de ser espoliado.

Pior é saber que o sentimento do qual falam os dirigentes, para convencer o torcedor a colaborar de modo o mais absurdo, é o mesmo que eles – dirigentes – fingem desconhecer para tomarem decisões como o batimento dos portões do clube na cara dos torcedores não-sócios (e/ou não-associados).

A partir de tão estreita visão, como se falar em programas de fidelidade, em meio a uma relação tão vorazmente infiel? Ou ainda não acordaram os dirigentes para as especificidades e peculiaridades do produto futebol? Como se sente um amante traído e ultrajado?

(...)


Benê Lima
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terça-feira, junho 03, 2008

CASTELÃO É DESINTERDITADO


Extra! Castelão é
liberado pela CBF
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A comitiva formada pelo Secretário de Estado Ferrúcio Feitosa, da Sesporte, pelo Vice-Presidente da Federação Cearense e Futebol (FCF), Mauro Carmélio, e pelo Presidente da Executiva do Fortaleza Esporte Clube, Marcello Desidério, teve o seu intento alcançado junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na tarde desta terça-feira, 3, ao ver liberado para os jogos da atual temporada o Estádio Plácido Aderaldo Castelo.
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Nossa principal praça esportiva - o Castelão - sofreu interdição na última sexta, 30, em determinação pronunciada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
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Vale dizer que não tem inocentes neste caso. O que há são menores e maiores culpados. Portanto, não vemos motivos para comemorações em função dessa ou daquela atitude 'performática'. Mas, vale sim, festejarmos a liberação do nosso Castelão, acima de tudo pelo nosso torcedor, bem como pela Crônica Esportiva séria.
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