Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

terça-feira, março 31, 2015

Você vai se surpreender quando descobrir qual graduação mais forma bilionários

Formação em Negócios ocupa apenas a terceira posição

Redação, www.administradores.com.br, 

A plataforma online britânica Approved Index, que assessora empresas em operações de B2B, divulgou no último dia 25 o relatório de um levantamento que realizou sobre os bilionários do mundo. A pesquisa levantou dados como países que mais geram super ricos, os setores da economia e quais os cursos universitários que mais formaram magnatas. Nesse último aspecto, um detalhe chamou atenção: os sem graduação são maioria entre os que têm mais dinheiro.

De acordo com o levantamento, 32% dos bilionários do mundo não têm nível superior, o que coloca a categoria “Sem graduação” no primeiro lugar do ranking. Em segundo aparece Engenharia, área em que 22% dos super ricos são formados. A formação em “Negócios”, o que inclui os cursos de Administração, é a terceira, com 12%.

Abaixo, o top 10 das graduações dos bilionários do mundo:

1 – Nenhuma (32%)
2 – Engenharia (22%)
3 – Negócios (12%)
4 – Artes (9%)
5 – Economia (8%)
6 – Finanças (3%)
7 – Ciências (2%)
8 – Matemática (2%)
9 – Direito (2%)
10 – O somatório de outras graduações corresponde a 8% do total.

Os bilionários que ganham mais dinheiro

Quando a pergunta é "Bilionários com quais graduações ganham mais dinheiro?", a coisa muda um pouco de figura e a Engenharia assume o topo da lista. Os sem graduação são os segundos mais ricos e os formados em Negócios aparecem na terceira posição. Veja o ranking completo abaixo:

1 – Engenharia (US$ 25,77 bilhões/bilionário)
2 – Nenhuma (US$ 24,03 bilhões/bilionário)
3 – Negócios (US$ 22,5 bilhões/bilionário)
4 – Economia (US$ 22,1 bilhões/bilionário)
5 – Artes (US$ 20,51 bilhões/bilionário)
6 – Matemática (US$ 17,75 bilhões/bilionário)
7 – Finanças (US$ 15,83 bilhões/bilionário)
8 – Direito (US$ 13,2 bilhões/bilionário)
9 – Ciências (US$ 12,05 bilhões/bilionário)
10 – Entre outras graduações, a média é de US$ 19,66 bi por bilionário

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terça-feira, março 24, 2015

Em reunião com os clubes, FCF define datas das semifinais do Campeonato Cearense

Ceará e Guarani de Juazeiro se enfrentam nos dias 4 e 18 de abril, enquanto Fortaleza e Icasa duelam nos dias 5 e 19

Jogada

Castelão será o palco dos dois jogos decisivos das semifinais do Estadual


DIÁRIO DO NORDESTE

Após a definição dos quatro semifinalistas do Campeonato Cearense, a Federação Cearense de Futebol (FCF) realizou reunião com os clubes para definir as datas dos jogos das semifinais. Em acordo com a entidade, Ceará, Guarani de Juazeiro, Fortaleza e Icasa escolheram as datas, que foram divulgadas pelo site oficial da entidade.

Líder geral da competição, o Vovô enfrentará o Guarani de Juazeiro, quarto colocado, nos dias 4 e 18 de abril (dois sábados), às 18h15. O jogo de ida será no estádio Romeirão, em Juazeiro do Norte, enquanto o segundo confronto será no Castelão.

Leão e Verdão, por sua vez, duelarão nos dias 5 e 19 de abril (domingos), às 16h. A ordem dos jogos será a mesma: primeiro no Romeirão, depois no Castelão. Segundo melhor do Estadual, o Tricolor terá a vantagem de decidir em casa contra a equipe do Cariri.

A FCF foi representada pelo presidente Mauro Carmélio, pelo vice Eudes Bringel e pelo secretário-geral Marcos Augusto. Sérgio Costa e Jocélio Leal estiveram presentes pelo Ceará, enquanto o presidente Jorge Mota, o vice Enio Ponte e o representante na FCF Demetrius Coelho representaram o Tricolor. Dos times do Cariri, Severo Filho e Luciano Basílio pelo Guarani e Luiz Torquato Filho pelo Icasa.

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domingo, março 22, 2015

CBF ‘equaliza’ competições femininas

Por: Benê Lima, COORDENADOR DO FUTEBOL FEMININO DA FCF E PRESIDENTE DA LACFF


Sem títulocbf

Levando em conta a melhoria do aspecto comercial de suas competições, bem como o incremento técnico das mesmas, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decide promover algumas mudanças no Calendário do Futebol Feminino já a partir do próximo ano (2016).

Desse modo, a entidade promoverá a inversão de suas duas competições femininas, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro.

Assim, o Campeonato Brasileiro será realizado no primeiro semestre e a Copa do Brasil no segundo.

CBF - CB FF

Como consequência desta mudança, A CBF promoverá o ajustamento dos critérios de participação já para o Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino de 2015, conforme descreveremos a seguir. 

    • Critério 1:

1 (uma) vaga para a equipe campeã da Copa do Brasil de Futebol Feminino do ano anterior;

  • Critério 2:

1 (uma) vaga para a equipe campeã do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino do ano anterior;

  • Critério 3:

Os oito primeiros colocados no Ranking Nacional de Clubes do Futebol Feminino de 2015 (RNC/FF);

  • Critério 4:

Para as 10 vagas restantes, os clubes que disputaram o Campeonato Brasileiro da Série A no ano anterior (obedecendo a classificação);

  • Critério 5:

Caso as 20 vagas não sejam preenchidas nos quatro critérios acima, seguir-se-á com os clubes que no ano anterior disputaram o Campeonato Brasileiro da Série B (obedecendo a classificação);

  • Critério 6:

Se ainda houver vagas disponíveis, voltar-se-á a chamar os clubes do RNC/FF (ranking) da nona colocação, correspondente, em diante.

  • Observações:

a) Se a mesma equipe for campeã da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro, esta ficará com a vaga de Campeão da Copa do Brasil e a vaga do segundo critério será do vice-campeão brasileiro;

b) Se as equipes com direito à vaga pelos Critérios 1 e 2 forem uma das 08 melhores ranqueadas seguir-se-á a sequencia do ranking a fim de chegarmos aos oito clubes necessários para preenchimento do Critério 3. Sendo assim, as equipes classificadas para o Campeonato Brasileiro de Futebol de 2015 são:

  • Critério 1: Ferroviária/SP;
  • Critério 2: Kindermann/SC (Vice campeão brasileiro de 2014 – Ferroviária foi campeã);
  • Critério 3: São José/SP, Vitória/PE, São Francisco/BA, ADECO/SP, Foz Cataratas/PR, Duque de Caxias/RJ, Iranduba/AM e Vasco da Gama/RJ;
  • Critério 4: Cruzeiro/MG, São Paulo/SP, Internacional/RS, Corinthians/SP, Atlético/MG, Fluminense/RJ, Grêmio/RS, Atlético/PR, Santos/SP e Flamengo/RJ;
  • Critério 5: Caso as 20 vagas não sejam preenchidas nos quatro critérios acima, seguir-se-á com os clubes que no ano anterior disputaram o Campeonato Brasileiro da Série B (obedecendo a classificação);
  • Critério 6: Se ainda houver vagas disponíveis, voltar-se-á a chamar os clubes do RNC/FF (ranking) da nona colocação, correspondente, em diante.

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quinta-feira, março 19, 2015

Dilma anuncia MP e exige apoio de clubes a futebol feminino

A presidente Dilma Roussef assinou na manhã desta quinta-feira, no Palácio do Planalto, em Brasília, a Medida Provisória (MP) para modernização da gestão e responsabilidade fiscal do futebol brasileiro. Depois da provável aprovação do documento no Congresso Nacional, os clubes terão suas dívidas renegociadas e prazo de até 20 anos para quitar todos os seus débitos com a União.

Um dos pontos que mais foram destacados pela petista, contudo, foi o efeito que tal MP promete ter no futebol feminino. Isto porque uma das contrapartidas da medida assinada nesta quinta é a de que os clubes, obrigatoriamente, invistam nas categorias de base e no esporte praticado pelas mulheres para terem seus débitos renegociados até 2021.

Presidente assinou MP e
Presidente assinou MP e "cornetou" o nível do futebol brasileiro
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR / Divulgação

 

“Eu assumi com a Marta e com todas as jogadoras o compromisso de apoiar o futebol feminino, para romper com a precariedade que reina atualmente. Promessa esta que espero estar cumprindo. Todos nós temos de nos esforçar na medida em que o futebol feminino está na agenda internacional e também deve estar na agenda nacional”, disse Dilma, antes de ser bastante aplaudida.

Atualmente, o Ministério do Esporte contabiliza cerca de R$ 4 bilhões em dívidas dos clubes com a União. Para sanar os débitos, cada time deverá se comprometer a cumprir uma série de obrigações. Se não cumprí-las, poderá até ser rebaixado à divisão nacional inferior à que dispute na ocasião. Assinada pela presidente, a medida provisória agora é submetida para ser aprovada no Congresso.

Pouco depois de assinar o documento, Dilma lembrou o vexame da Seleção Brasileira na Copa do Mundo e até "cornetou" o nível do futebol praticado em solo verde e amarelo atualmente. "Nos últimos tempos, isto (posto de País do futebol) tem sido colocado em xeque. Não só pelo placar da semifinal contra a Alemanha, que ficará para sempre gravado em nossa memória. Mas principalmente pela administração de nosso futebol, que resulta em alto nível de endividamento", discursou.

"Nós continuamos gerando grandes jogadores, mas não conseguimos mantê-los no nosso País. Continuamos sendo um berço de craques, mas também de um futebol cujo nível está aquém do nosso potencial e do gosto dos torcedores mais exigentes. O Brasil hoje exporta os artistas, diferente da maioria dos outros países, que exporta o espetáculo", acrescentou. "O futuro do nosso futebol depende da aprovação desta legislação. Tenho certeza de que, juntos, iremos construir as bases para recuperar a grandeza do futebol brasileiro", decretou.

Antes do discurso de Dilma, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, e o ministro do Esporte, George Hilton, também falaram. Isto sem falar no goleiro Dida, um dos líderes do Bom Senso F.C. Como principal representante do grupo de jogadores, o pentacampeão mundial agradeceu os esforços da petista para a elaboração e assinatura da MP e voltou a atacar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

"Eu, que estive em duas reuniões com a presidente, reconheço o seu comprometimento e importante postura para defender estas medidas fundamentais para a melhoria do futebol brasileiro", declarou Dida, que disse que o Bom Senso "foi rejeitado pela CBF" e ressaltou que "atletas foram ameaçados, retaliados e até perderam seus empregos, mas continuaram firmes em suas posturas".

Para o ministro do Esporte, não há divergência entre a CBF e a medida do governo. "A CBF está muito afeta em participar e colaborar com esse novo momento do futebol que a gente acredita que o futebol passa a ter a partir de hoje”, disse.

Apesar da ausência de dirigentes da CBF, o evento contou com a participação de deputados da bancada da bola, como Vicente Cândido (PT-SP), vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, e Jovair Arantes (PTB-GO), presidente do Atlético Goianiense.

Dilma lança MP do Futebol e cobra responsabilidade de clubes

Principais pontos da MP assinada por Dilma, que será encaminhada ao Congresso:

I) Condições para clubes e entidades aderirem ao programa:

1 -Publicação de demonstrações contábeis padronizadas, separadas por atividade econômica e por modalidade esportiva, após terem sido submetidas a auditoria independente.

2 - Regularidade de pagamento das obrigações tributárias, previdenciárias, trabalhistas e contratuais com atletas e demais funcionários, inclusive quanto ao direito de imagem.

3 - Limite máximo de gastos com a folha de futebol profissional – 70% da receita bruta anual.

4 - Manutenção de investimento mínimo em categorias de base e no futebol feminino – a ser regulamentado, confirme o porte e as condições dos clubes.

5 - Proibição de antecipação ou comprometimento de receitas referentes aos próximos mandatos, salvo até 30% das receitas referentes ao primeiro ano do mandato seguinte ou em substituição a passivos onerosos, desde que isso implique a redução do nível de endividamento.

6 - Redução progressiva do déficit: a) para até 10% da receita bruta apurada, a partir de 01/01/2017; b) para até 5% da receita bruta apurada, a partir de 01/01/2019; c) déficit zerado a partir de 01/01/2021

Exceções: O Comitê Executivo do Programa estabelecerá critérios para que os investimentos em infraestrutura permanente (estádios, cetros de treinamento, etc) não sejam contabilizados para fins do cálculo do déficit do clube e da limitação antecipada de receita.

II) Os clubes de futebol somente poderão disputar competições organizadas por entidade de administração do desporto ou liga que:

7) Publique na internet suas prestações de contas e demonstrações contábeis padronizadas, após terem sido submetidas a auditoria independente.

8) Garanta a representação dos atletas no âmbito dos órgãos e conselhos técnicos incumbidos da aprovação de regulamentos de competições.

9) Assegure a existência e a autonomia do Conselho Fiscal.

10) Estabeleça em seu estatuto mandato de até 4 anos para seus dirigentes, permitida uma recondução, e a participação dos atletas nos colegiados de direção e na eleição para os cargos de entidade.

11) Preveja em seu regulamento geral de competições a exigência, como condição de inscrição, de que todos os participantes observem as práticas previstas acima e que tenham regularidade fiscal atestada por meio de CND.

12) Preveja, a partir de 2016, em seu regulamento geral de competições, no mínimo, as seguintes sanções para o descumprimento dos itens 1 a 6 acima:

1 - Advertência;
2 - Proibição de registros de novos atletas;
3 - Descenso para divisão inferior.

II) Refinanciamento oferecido aos clubes e entidades que aderirem ao programa

- 36 meses de período de transição, onde o pagamento será vinculado a um percentual da receita dos clubes ou entidades
- O restante poderá ser pago em: (a) 120 meses; ou (b) 204 meses, à escolha do clube ou entidade.

III) Aplicação e Fiscalização da Lei

- Prioridade para penalidade desportiva e aplicação gradativa das penas: a aplicação tempestiva de penalidades desportivas (item 12) pelas entidades de administração substitui a necessidade de exclusão do parcelamento. Além disso, a proposta prevê aplicação gradativa das penas mais graves – objetivo é fazer com que os clubes cumpram as novas regras. O clube pode ser rebaixado, caso não o faça.

IV) Gestão Temerária

Os dirigentes respondem solidariamente pelos atos ilícitos praticados e pelos atos de gestão irregular ou temerária.

Consideram-se atos de gestão irregular ou temerária:

- Aplicar créditos ou bens em proveito próprio ou de terceiros;
- Obter para si ou para outrem vantagem que não faz jus e que resulte em prejuízo para a entidade desportiva;
- Celebrar contrato com empresa que tenha como dirigente seu parente, até 3º grau;
- Antecipar receitas de mandatos futuros, salvo nas exceções contempladas na lei;
- Elevar o nível de endividamento da entidade durante o seu mandato, salvo as exceções previstas na lei;
- Provocar déficit anual maior de 20% da receita bruta;

MP do Futebol: Bom Senso critica CBF e cobra melhorias

A palavra final? "Hoje pode ser um marco para o futebol e para o esporte brasileiro".

 

Com informações da Gazeta Esportiva

  • Fernando Diniz Fernando Diniz / Direto de Brasília (DF)

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sexta-feira, março 13, 2015

"A capacidade de gerar mudança pode ser treinada, melhorada, como qualquer habilidade"

Ashoka significa, em sânscrito, "ausência de sofrimento". Ashoka também foi o nome de um imperador que governou a Índia durante o século III a.C e que é lembrado como um dos maiores inovadores sociais da história. Mas qual a relação dessa palavra com Empreendedorismo Social?

 

A Ashoka, organização mundial sem fins lucrativos presente em mais de 60 paises, é pioneira no campo da inovação social, trabalho e apoio aos empreendedores sociais. Trabalha com diferentes públicos comprometidos com a mudança do mundo, promovendo protagonismo, transformação e empatia em diversas esferas na sociedade.

 

 

Aqui trazemos uma entrevista exclusiva com Isabela Carvalho, da Ashoka Brasil, que nos fala um pouco sobre aspectos conceituais e práticos do empreendedorismo social, as atividades da Ashoka e nos oferece dicas e preciosas reflexões sobre o tema. Confira!

 

Isabela, há uma grande confusão entre os termos empreendedorismo social, responsabilidade social corporativa e negócios sociais. Como a Ashoka compreende esses três conceitos e qual é a sua área de atuação?

 

De fato, são termos que tendem a confundir muita gente. O empreendedorismo social é um grande leque que abarca iniciativas – com ou sem fins lucrativos – que tenham como objetivo o impacto social. Então, os negócios sociais podem ser considerados empreendimentos sociais. E o que são os negócios sociais? São projetos que tem um braço lucrativo, mas cujo core business é impacto social.

 

Já a responsabilidade social corporativo é o conjunto de ações de uma empresa que, voluntariamente, promovem bem estar e impacto positivo para seus públicos interno e externo. Em geral, as ações estão relacionadas ao seu ambiente de negócios e aos seus funcionários, por exemplo. É importante, no entanto, entender que a  responsabilidade social deve ser visto como um processo contínuo, de melhoria da relação da empresa com seu meio, de forma que realmente entendam e coloquem em prática seus papeis no cenário social.

 

E como a Ashoka analisa o cenário de Empreendedorismo Social e Negócios Sociais no Brasil? Quais são as perspectivas para 2015?

 

O espírito empreendedor do brasileiro é inegável. Existe uma necessidade histórica de identificar soluções em momentos de crise e capacidade de se reinventar e inovar em situações que requerem criatividade e espírito de equipe. Diante disso, o empreendedorismo social é crescente. Não é à toa que hoje o Brasil é o país que mais selecionou empreendedores sociais para a rede da Ashoka (350 dos cerca de 3000 atualmente).

 

Claro que ainda temos algumas barreiras, como elementos legislativos e tributários, mas já existem muitos processos em andamento para de alguma forma amenizarem esses desafios e levarem mais fluidez no caminho de pessoas que querem se tornar empreendedores sociais. O Marco Civil, por exemplo, trará mudanças no cenário do setor social e possivelmente gerará ainda mais profissionalização a organização civis.

 

O meio acadêmico também está abraçando o empreendedorismo social de forma expressiva. Já existem disciplinas nas principais universidades​ do país exclusivamente focadas em empreendedorismo social. Isso tende a formar profissionais já conscientes da relevância do assunto e capazes de criar empreendimento de impacto sustentável.

 

A Ashoka possui diversos programas de incentivo à transformação e a ações de impacto social. Quais são aqueles mais procurados pelos brasileiros?

 

A Ashoka surgiu em 1980, quando seu fundador, o americano Bill Drayton, identificou indivíduos que tinham características muito semelhantes aos empreendedores (perseverança, capacidade de criar redes de suporte, visão de médio e longo prazo, atenção a riscos, planejamento estratégico etc), mas seus objetivos tinham fins sociais. Ou seja, tinham como objetivo amenizar ou pôr fim a um problema social. Foi então que ele cunhou o termo ‘empreendedorismo social’.

 

A busca e seleção de empreendedores sociais ainda é o coração da Ashoka, e foi nesse processo que fomos protagonista no desenvolvimento do ecossistema do empreendedorismo social. No entanto, hoje já temos diversos programas que têm como foco identificar e potencializar o que chamamos de ‘changemakers’ – agentes de transformação.

 

Posso citar alguns relevantes por aqui, como o programa Changemakers, que realiza parcerias com empresas e fundações para ativar redes através de desafios colaborativos e temáticos. Esses desafios mapeiam inovações sociais em todo o mundo.

 

Temos também o programa Escolas Transformadoras, que identifica centros de ensino que atuem com uma proposta de educação integral, com foco em 4 habilidades fundamentais: empatia, trabalho entre equipes, liderança colaborativa e atitude transformador.

 

Nosso objetivo com esses programas e com a seleção de empreendedores sociais líderes é construir um mundo em que todo e qualquer indivíduos se reconheça como um changemaker.

 

Percebemos que muitos jovens estão dispostos a melhorar a comunidade e sociedade que vivem, mas muitas vezes não sabem como fazer isso ou mesmo começar. Qual a orientação que a Ashoka daria para esses jovens?

 

O primeiro passo é ter a certeza de que todos têm capacidade e potencial para promover mudanças em seus entornos. Trabalhar essa mentalidade é fundamental.

Temos um programa global focado em juventude, que é liderado na  América Latina pela Cristiane Benvenuto. Sobre isso, ela diz:

 

“A capacidade de gerar mudança pode ser treinada, melhorada, como qualquer habilidade. Quanto mais cedo a pessoa começar a praticar, melhor. Eu digo: apenas comece, sem se preocupar em ser perfeito ou fazer algo muito grande. O primeiro projeto não não precisa ser perfeito, mas  precisa resolver um problema com o qual você se preocupe na sua escola, na sua casa, na sua comunidade ou em qualquer outro lugar. Para ter mais e mais impacto você vai precisar treinar formas de inspirar outras pessoas e trabalhar bem com elas. Mas tudo começa com algo que realmente te importa.

 

Em nossos Fellows, cerca de 80% começou algo novo durante a adolescência e isso deixou uma marca importante. A gente percebe que uma das maiores barreiras para os jovens começarem alguma coisas é o fato de ouvirem a vida inteira que não estão prontos, não devem ou simplesmente não podem mudar as coisas. A pessoa acaba não se permitindo dar o primeiro passo ou pensar grande, pensar diferente. Mas o ideal seria que nossa sociedade criasse um ambiente em que a coisa lógica a ser feita quando se tem um problema é criar uma solução, criar um time para resolver o problema, seja na escola, na igreja ou em casa. Sonhar e fazer!

 

Um jovem engajado e empreendedor incomoda muita gente que cresceu no paradigma passivo, onde nada pode, e essas pessoas costumam ser muito duras com ele. Por isso também explicamos ao jovem que é importante saber lidar de forma respeitosa com quem quer barrar seu esforço, mas seguir adiante. É importante ouvir, entender o ponto, mas não desistir".

 

E quais as principais dificuldades que o empreendedor social enfrenta? Elas são semelhantes em todo o mundo ou no Brasil existem questões especiais? Como se preparar para superar tais dificuldades?

 

Em todo o mundo, a questão da captação de recursos tende a ser uma das dificuldades mais frequentes. No Brasil, também percebemos que muitos empreendedores se sentem muito sozinhos durante suas empreitadas, já que é um universo relativamente novo, que ainda carece, por exemplo, de uma legislação suficientemente significativa e de uma profissionalização que dê conta das demandas que surgem.

 

Mas isso vem mudando, porque cada vez mais pessoas estão entendendo a importância de estarem envolvidas em processos de mudança social. Hoje, não é incomum vermos pessoas deixando seus empregos para trabalharem em algo que tenha significado e impacto social. Além disso, as empresas estão percebendo que elas têm um papel fundamental na construção de uma sociedade mais sustentável, e que mirar somente o lucro é um grande tiro no pé.

 

Por fim, gostaria de deixar esse último espaço livre para que a Ashoka mande uma mensagem aos leitores do blog.

 

Durante mais de 30 anos, a Ashoka vem identificando indivíduos que estão gerando verdadeiras mudanças sistêmicas em seus meios e no mundo. Hoje entendemos que esse ecossistema de empreendedorismo social está se solidificando de maneira crescente. No entanto, sabemos também que para que o mundo torne-se plenamente sustentável, é preciso que todos se vejam como agentes de transformação, empoderados e providos das competências e talentos que os permita promover mudanças positivias.

 

Na construção da atual visão da Ashoka – Everyone a Changemakers (que traduzimos como Todos Podemos Ser Agentes de Transformação), identificamos quatro habilidades que são fundamentais para isso: empatia, trabalho em e entre equipes, atitude transformadora e liderança colaborativa.

 

Atualmente, essas habilidades permeiam todo o trabalho da Ashoka, seus programas e suas parcerias.

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