Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, maio 31, 2012

Vasco lança lingerie para Dia dos Namorados

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

Atriz e torcedora Desirée Oliveira aceitou divulgar lingeries do Vasco - Fonte: Divulgação

 

O Vasco apresentou nesta quinta-feira novo produto licenciado, voltado para o público feminino, que vem ganhando espaço em ações de marketing de times de futebol. Para aproveitar o Dia dos Namorados, o clube fez parceria com a Sapeka para lançar linha de lingerie para vascaínas composta por nove produtos diferentes.

 

"Quando decidimos lançar uma linha de lingerie, procuramos a Sapeka porque sabíamos que a empresa faria peças de bom gosto, sensuais, que valorizam a mulher, como era nossa intenção. Queremos que as vascaínas se sintam bonitas ao usar produtos", comentou Flávia Mayring, gerente de licenciamento do clube, em nota.

 

Quem divulga a coleção é a atriz e torcedora cruzmaltina Desirée Oliveira, do programa humorístico "Zorra Total", que foi capa da revista "Playboy" em outubro do ano passado. "Para a Sapeka foi uma grande honra poder lançar essa nova linha de produtos", acrescentou Vasco Loureiro, dono da fabricante de peças femininas.

 

A novidade incrementa a oferta de produtos do Vasco, cuja receita com licenciamentos tem sido expandida nos últimos anos. Em 2008, por exemplo, essa fonte gerou R$ 350 mil aos cofres vascaínos, valor ampliado para R$ 7,9 milhões em 2011. A estruturação de rede de franquias, a "Gigante da Colina", contribuiu para esse resultado.

.

terça-feira, maio 29, 2012

Faça o que eu digo, mas não o que eu faço: as piores atitudes de um gestor

Líderes se esquecem do time e mostram que podem até ser bons de discurso, mas que na prática ainda precisam melhorar

O dia de trabalho começa e seu gestor já chega com a corda toda: pede urgência na entrega dos relatórios e impõe prazos um tanto quanto absurdos para a execução de suas tarefas. E por mais chatas ou estressantes que tais solicitações possam parecer, nenhuma delas seria um problema, se não fosse por um pequeno detalhe: após delegar as atividades, seu supervisor tranquilamente toma um café, perde alguns minutos batendo um papo sobre amenidades com outro líder e se distrai na internet.

De enfurecer, não?

“A maioria não percebe quando faz isso e acha que está trabalhando de forma correta, pois não entende que as próprias atitudes costumam ser avaliadas de uma forma diferente pelos contratados”, alerta a consultora associada da Muttare, Roberta Yono Ebina.

Identifique

O gestor “folgado” como é popularmente conhecido, é o líder que adota o “faça o que eu falo, mas não o que eu faço” em seu dia a dia. Para ele, tudo pode. Já para os outros, não.

É dele, inclusive, a astúcia de sair do trabalho no meio da tarde de uma véspera de um feriado, por exemplo. “Existem gestores que, em feriados, já começam a emendar a folga com um dia de antecedência para evitar o trânsito”, comenta Roberta.

Imagem: Thinkstock

 

E acredite, esse tipo de comportamento não favorece nenhum pouco a reputação do líder. “Ao tomar essa atitude, ele entra em descrédito com a própria equipe que passa a não enxergá-lo com admiração”, diz a especialista em Soluções de RH da De Bernt Entschev Human Capital, Rosanne Martins, que afirma ainda que esse tipo de comportamento costuma resultar em uma insatisfação geral e até em uma insubordinação.

Comportamentos trágicos

E engana-se quem imaginar que apenas essa atitude costuma se mostrar inadequada à um gestor. Outros exemplos, como a falta de cuidado com o dinheiro da empresa e a humilhação de alguns colaboradores, também são inaceitáveis.

“Existem gestores que afirmam o tempo todo que os colaboradores são peça-chave para o desenvolvimento da empresa, mas não perdem a oportunidade de humilhá-los quando é possível”, exemplifica.

Outro caso também comum costuma ser a falta de comedimento com os gastos da empresa, afinal, muitos pensam apenas no bem-estar próprio e não poupam um centavo da organização.

"Na compra de passagens aéreas é possível observar esse pensamento, já que muitos líderes não se preocupam em economizar nada e querem mesmo é viajar na melhor companhia", diz Roberta, que lembra que este comportamento também prevalece na reserva de hotéis.

“Os eventos para diretores acontecem em centros de convenções caríssimos, enquanto que os dos coordenadores e gerentes são programados para locais de qualidade inferior”, conta a consultora da Muttare.

Impactos

Hoje, os impactos de atitudes como as descritas anteriormente são diversos e não só contribuem para a piora do clima organizacional, mas também desmotivam a equipe e afetam os resultados da empresa.

“O colaborador passa a não se esforçar em suas tarefas, pois percebe que quem deveria ser o seu exemplo [o gestor] não faz o mesmo”, explica a consultora da Muttare.

Hora da vingança

Como consolo, saiba que essa política costuma prevalecer na empresa por muito tempo, afinal, os colaboradores sempre estão de olho em seus superiores e, não raro, têm a chance de dar o troco.

“Eles sempre se vingam dos chefes na avaliação de clima da empresa. Para identificar os gestores com esse perfil, basta avaliar os que estão bem abaixo da média. Quem pratica os valores da companhia, costuma ter um resultado positivo”, conta Roberta.

Fonte: Administradores.com.br

Em cartilha que engloba jogadores de futebol, Itamaraty orienta quem vai trabalhar no exterior

Proposta é voltada, também, a modelos e outros profissionais que podem encontrar dificuldades em território estrangeiro

Na última terça-feira, o Ministério das Relações Exteriores lançou, em Brasília, uma cartilha de Orientações para o Trabalho no Exterior. O objetivo do documento é alertar profissionais sobre os riscos da emigração e as dificuldades que podem ser encontradas em terras estrangeiras. Dentro do público-alvo, um capítulo especial para jogadores de futebol foi produzido.

A exposição da proposta foi feita pelo subsecretário-Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, embaixador Eduardo Ricardo Gradilone Neto, e pela Chefe do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, Ministra Luiza Ribeiro Lopes da Silva.

De acordo com o documento, a CBF sinaliza a existência de aproximadamente 6 mil jogadores atuando no exterior, sendo que a maioria deixou o Brasil praticamente desconhecida no futebol local.

Para ler a cartilha na íntegra, clique aqui.

 

Confira o trecho do capítulo destinado aos futebolistas:

“A tradição e excelência do futebol brasileiro fazem com que muitos jogadores nacionais sejam convidados para trabalhar no exterior. Segundo estimativa da CBF (2012), há cerca de 6 mil brasileiros contratados por times estrangeiros, com cerca de mil transferências regulares por ano. Os jogadores mais conhecidos costumam ser convidados, naturalmente, para posição de destaque em times estrangeiros de renome, credenciados junto à FIFA e zelosos no cumprimento dos contratos.

As dificuldades ocorrem com os jogadores muito jovens e ainda pouco conhecidos, muitas vezes originários de cidades pequenas, convidados muitas vezes por clubes menores, nem sempre ciosos do cumprimento dos compromissos assumidos com jogadores estrangeiros. Sua descoberta costuma dar-se por meio dos chamados “olheiros”, enviados ao Brasil por clubes estrangeiros, com a missão de arregimentar jovens jogadores, acenando-lhes com ofertas atraentes de emprego e salários. Sabem os clubes estrangeiros que há no Brasil um grande número de jovens talentosos e promissores, cuja habilidade se revela desde cedo, em campinhos e quadras, competições amadoras e clubes de vizinhança.

Os convites para jogar no exterior costumam mostrar-se irresistíveis. Sabe-se, contudo, que o sucesso e a fama não chegam para todos, que nem todas as propostas atraentes para jogar em clubes no exterior conduzem a carreira na direção certa e que muitas propostas de trabalho em outros países não são o que parecem.

De modo geral, os governos estrangeiros estão atentos para os problemas e prestam à rede consular brasileira amplo apoio na solução de casos específicos. Muitos vêm buscando regulamentar as atividades de atletas estrangeiros e proteger seus direitos. Isso não impede, no entanto, a atuação de agentes inescrupulosos, intermediários de propostas tentadoras que escondem armadilhas para o jogador. Para evitar que o atleta tenha tempo de se informar melhor sobre o próprio agente e sobre o clube que representa, o intermediário de má fé costuma dar um prazo bastante curto para a decisão, às vezes, umas poucas horas, alegando qualquer pretexto.

Alguns jovens, entusiasmados com a oportunidade, aceitam viajar para o exterior sem uma pesquisa cuidadosa sobre o clube e o agente que os convidam, sem assinar contrato e sem solicitar visto de trabalho ou negócios. Chegando ao exterior, são induzidos a iniciar as atividades profissionais sem visto de trabalho e a assinar contratos injustos.

Essas decisões precipitadas têm com frequência resultados desastrosos. Há casos em que, uma vez no exterior, o jogador descobre que se comprometeu com clube em situação financeira precária. Ou então se dá conta de que as condições de vida e de trabalho são ruins, que os novos treinadores os tratam com brutalidade e que o contrato de trabalho não é respeitado. Com frequência, o jogador é submetido a uma carga de treino excessiva, instalado em alojamento precário e vê seu salário ser descontado diariamente – sem que isso tenha sido explicitamente acordado – com alimentação, acessórios esportivos e outros itens.

Convencidos a viajar ao exterior para testes sem assinatura prévia de contrato, às vezes são rejeitados pelo clube e abandonados em um país estranho, sem dinheiro ou assistência do agente ou do clube”.

Fifa testará ‘olho de falcão’ em amistoso. Será que agora vai?

Proposta é voltada, também, a modelos e outros profissionais que podem encontrar dificuldades em território estrangeiro

Equipe Universidade do Futebol / Eduardo Fantato

Olá, amigos!

Embora seja um tema recorrente em nossas discussões, é importante salientar os passos e rumos que estão dando sequência à entrada – ou, pelo menos, iminente entrada – da tecnologia como ferramenta de auxílio à arbitragem no futebol.

A Fifa anunciou que a tecnologia de câmeras para verificar se a bola ultrapassou a linha do gol, denominada de HawkEye (Olho de Falcão, em tradução livre), será utilizada num amistoso no estádio de Wembley entre Inglaterra e Bélgica no próximo dia 2 de junho. Tal tecnologia já foi testada na própria Inglaterra em um jogo de uma divisão inferior.

A entidade ainda realizou nesta semana testes na liga da Dinamarca, com outra tecnologia, através de um chip na bola, denominada GoalRef.

Nela, o relógio do arbitro indica se a bola ultrapassou a linha de gol ou não, combinada com uma estrutura nas traves e um chip na bola.

São testes que estão sendo preparados desde o ano passado, quando foi feita a abertura de um edital para empresas desenvolverem tecnologias que pudessem acrescentar.

Esses testes ainda não estão sendo realizados com interferência direta no jogo, isto é, os efeitos e informações obtidos pelo uso dos recursos estão apenas em observação.

Já é um avanço, e todos nós esperamos que isso se transforme em boa notícia no congresso da entidade que acontecerá em julho e no qual se espera o anuncio da adoção de recursos como ferramentas auxiliares à arbitragem

Será que agora vai? Torçamos!

 

GoalRef

Tags: Tecnologia, Fifa, negócios, investimento, indústria do futebol, gestão de futebol

segunda-feira, maio 28, 2012

As dívidas com impostos dos clubes brasileiros

Processo de crescimento das dívidas de impostos continua ocorrendo mesmo após a renegociação das mesmas ocorridas com a Timemania em 2007
Fernando Pinto Ferreira* / Universidade do Futebol

Os 14 clubes com maior receita do Brasil devem cerca de R$ 1,9 bilhão em impostos e contribuições, de acordo com os números publicados em seus balanços de 2011.

Poço sem Fundo
Do total da dívida tributária dos clubes, 65% se referem a débitos da Timemania, enquanto os 35% restantea referem-se a outros impostos e contribuições a recolher. Isso indica que o processo de crescimento das dívidas de impostos dos clubes continua ocorrendo mesmo após a renegociação das mesmas ocorridas com a Timemania em 2007. 
Três clubes cariocas lideram o ranking de dívidas com impostos: Botafogo, com R$ 318 milhões, seguido por Flamengo (R$ 258 milhões) e Fluminense (R$ 220 milhões).
Vale a ressalva de que o Botafogo corrigiu suas dívidas tributárias monetariamente, no balanço de 2011, medida que ainda não foi adotada pelos demais clubes; 
As menores dívidas com impostos são de Atlético-PR (R$ 6 millhões), Coritiba (R$ 56 millhões) e Cruzeiro (R$ 57 millhões);  
Os quatro clubes cariocas devem R$ 966 milhões em impostos e respondem por 52% do total entre os 14 analisados, seguido pelos paulistas (R$ 364 millhões, 20%) e mineiros (R$ 244 milhões, 13%);
Em média, cada clube do Rio de Janeiro deve R$ 242 milhões em impostos, seguidos por mineiros (R$ 122 milhões em média) e pelos gaúchos (R$ 109 milhões em média);
Em se considerando somente os débitos referentes à Timemania, novamente a liderança é do Botafogo (com a ressalva descrita acima), com R$ 198 milhões, seguido por Flamengo (R$ 162 milhões), Atlético-MG (R$ 139 milhões) e Fluminense (R$ 138 milhões);
As menores dívidas com a Timemania são do Atlético-PR (R$ 5 milhões), Cruzeiro (R$ 15 millhões) e Coritiba (R$ 21 millhões);
Os quatro clubes cariocas devem R$ 571 milhões à Timemania, 48% do total entre os 14 analisados, seguidos pelos quatro paulistas (R$ 239 milhões, 20%) e pelos dois gaúchos (R$ 211 milhões, 14%);
Em média, cada clube do Rio de Janeiro deve R$ 143 milhões para a Timemania; eles são seguidos pelos gaúchos (R$ 105 milhões em média) e pelos mineiros (R$ 72 milhões em média);  
Em se considerando as dívidas de impostos fora do âmbito da Timemania, os maiores devedores são: Botafogo (R$ 120 milhões), Vasco (R$ 97 milhões) e Flamengo (R$ 96 milhões);
Pelo mesmo critério, as menores dívidas são de Atlético-PR (R$ 1 milhão), Grêmio (R$ 3 milhões) e Internacional (R$ 4 milhões);
O total de dívidas com impostos dos 14 clubes analisados (R$ 1,853 bilhão) equivale a 94% do total de suas receitas anuais, que totalizam R$ 1,98 bilhão); 
No Botafogo, as dívidas com impostos representam quase seis vezes o valor da receita anual (540%), o maior índice da lista.
Em seguida vem o Fluminense (275% da receita anual) e o Atlético-MG (188% da receita anual); 
Por outro lado, as dívidas com impostos do Atlético-PR representam apenas 14% de suas receitas anuais, o menor índice da lista, seguido pelo São Paulo (28%) e Palmeiras (41%);  
As dívidas com impostos dos clubes representam 52% de seu endividamento total, que é de R$ 3,57 bilhões;
O Corinthians tem dívidas com impostos equivalentes a 74% de sua dívida total, o maior índice entre os clubes analisados (excetuando-se o Atlético-PR, cujo baixo endividamento distorce o resultado). Em seguida vem o Flamengo com 73% e o Botafogo, com 56%;
Os clubes com menor percentual de dívida com impostos em relação ao endividamento total são Palmeiras (25%), São Paulo (39%) e Vasco (44%).

Confira as tabelas e os gráficos completos a seguir:

 

*Economista, Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Pesquisa de Mercado.

Tags: marketing, negócios, administração, gestão de futebol, planejamento estratégico, indústria do futebol, dívidas, clubes, dirigentes esportivos

.

domingo, maio 27, 2012

Estudo aponta Bundesliga como líder em eficiência de estádios

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP
Entre as 20 maiores ligas nacionais de futebol da Europa, a Bundesliga, competição da Alemanha, é a que mais ocupa estádios. O certame lidera uma pesquisa divulgada nesta semana pelo Ipam, escola de marketing de Portugal.

Segundo a pesquisa, a Bundesliga tem taxa de 96,1% de ocupação de estádios. O resultado é o melhor entre as 20 maiores ligas da Europa, superando Inglaterra (95,5%) e Holanda (91%).

 

A Bundesliga também é recordista europeia na média de pagantes por jogo (45.114). O estudo considerou desempenhos de 332 times do Velho Continente.

 

Entre as duas últimas temporadas, as ligas que tiveram maior ascensão no número de espectadores foram as competições de Ucrânia, Suécia e Portugal. Em compensação, Grécia, Áustria e Itália registraram quedas mais acentuadas.

 

Além do desempenho em estádios, o levantamento aferiu o rendimento dos times europeus na internet. O Manchester United tem o site mais visto entre equipes do continente, mas o Barcelona é o líder em redes sociais.

 

.

A Complicada Linguagem que Atrasa o Futebol

A forma como contar uma história, conceito ou explicação pode contribuir na manutenção do abismo entre a teoria e a prática.
Seja claro!

por Eduardo Barros, via Universidade do Futebol

O jogo de futebol é um confronto entre sistemas caóticos determinísticos com organização fractal. Esta frase, que bem caracteriza a modalidade, é inadequada para ser utilizada em muitos ambientes em que se discute o futebol!

Apesar de ser uma expressão equivocada para determinadas ocasiões, muitos fazem questão de pronunciá-la (ou então outras frases com semelhante grau de dificuldade) para evidenciarem seus conhecimentos acerca do jogo e também para se sentirem superiores.

No cenário atual, milhares de profissionais que atuam neste esporte não têm acesso ao conhecimento científico. Se nem os princípios básicos do treinamento, mais especificamente, do futebol estão sistematizados para estes profissionais, o que dirá da compreensão das tendências, como as leituras da teoria da complexidade, que são pouco discutidas inclusive em ambientes acadêmicos representativos?

Sabemos que os motivos que fazem com que dirigentes (ex-jogadores ou não) e ex-jogadores (que ingressam no corpo técnico) não adquiram conhecimento científico atualizado são diversos, mas não é tema da coluna discuti-los. O fato é que, mesmo sem o referido conhecimento, estes profissionais possuem algumas competências que os credenciam para trabalhar com futebol.

Compreendido este cenário, as pessoas que detêm o conhecimento atualizado sobre o futebol têm a missão de conseguirem transmitir as informações aprendidas de maneira simplificada, mas não menos complexa e, citando o colunista especial Cézar Tegon, se fazerem entender.

Hoje, não faltam oportunidades para a aproximação das pessoas. Seja num relacionamento real ou num virtual, inúmeras são as situações que podem aproximar os diferentes perfis de profissionais do futebol.

Se um dia, leitor (que, se está lendo este portal, tem grande possibilidade de estar interessado em adquirir conhecimento científico atualizado), você tiver oportunidade de discutir a modalidade e todos os seus desdobramentos (treinamento, jogo, análise de jogo, jogadores, planejamento, categorias de base, negociações, contratações, etc.) com algum profissional sem a competência do conhecimento científico recente, não tente querer mostrar que sabe mais do que ele sobre o tema através de uma linguagem rebuscada e, de certa forma, difícil.

Esforce-se para acessá-lo e fazer com que fique instigado em entender mais sobre o jogo (e seus desdobramentos), nem que para isso seja necessário facilitar a comunicação.

E não confunda a facilitação da comunicação com a “boleiragem”. Tentar ser ouvido com uma linguagem simples e eficiente que represente bem a importância do assunto é bem diferente de exercer um comportamento marrento, com os trejeitos característicos de muitos que trabalham com este esporte.

Numa conversa, é perfeitamente possível falar de complexidade, sistemas, modelo de jogo, fractais, lógica do jogo, princípios, referências e momentos do jogo sem utilizar estas palavras e expressões.

Já pensou o quanto o nosso futebol pode ganhar se, pouco a pouco, os ex-jogadores (que treinaram de maneira fragmentada ao longo de toda a carreira) forem convencidos de que ao invés de treinar o físico, depois o técnico e por último o tático, é possível treinar todas as vertentes ao mesmo tempo?

O quanto conseguiremos equipes mais organizadas se todos compreenderem que para tentar manter a ordem no grande ambiente de desordem que é o jogo de futebol, orientações coletivas precisam ser estabelecidas e previamente treinadas?

Quantos atletas mais criativos e autônomos teremos, uma vez que no ambiente de treino predominará situações imprevisíveis semelhantes ao jogo?

Se os dirigentes ampliarem sua visão sobre o treinamento em futebol, será que permitirão treinos ultrapassados realizados pela sua comissão técnica?

Enfim, a aproximação entre os profissionais que dominam a teoria e os que têm maior espaço no mercado de trabalho do futebol de alto rendimento pode ser uma das maneiras de acelerar o processo de mudança do futebol brasileiro. Para isso é certo que os dirigentes e ex-jogadores devem perder o medo do novo e estarem abertos às novas aprendizagens.

Para que o novo não gere espanto, é fundamental que a teoria seja facilitada. Deixem as expressões difíceis para os ambientes em que forem convenientes (e eles são muitos).

Se as ações estiverem direcionadas para a lamentação da falta de espaço para pessoas que dominam o conhecimento teórico, mas têm pouca experiência prática, dificilmente observaremos mudanças. Portanto, não se queixe diante do cenário e aproveite sua oportunidade!

quinta-feira, maio 24, 2012

Cidade-sede: Fortaleza - e sua Arena Castelão

Fachada do Novo Castelão garante aproveitamento maior de ventilação e iluminação natural; entenda

De patinho feio a um dos estádios mais organizados e bem elaborados da Copa 2014. O Castelão, desde sua divulgação inicial, desenvolveu-se muito em qualidade, mostrando grande evolução arquitetônica. 




Com torres de energia eólica, potencial do litoral nordestino, o projeto tem intuito de minimizar os gastos energéticos com o “Green Goal”, conforme pede o manual de recomendações da Fifa. Além disso, tem propostas básicas de reuso de água da chuva e escolha de materiais de baixo impacto ambiental e reaproveitamento, conforme diz o arquiteto Hector Vigliecca, grande profissional uruguaio com atuação há muitos anos no país.

O projeto original, que antes tinha uma cobertura mais bruta, provocava sombra irregular no gramado. Hoje a cobertura é mais leve e, embora na imagem mostre bastante sombra (talvez por uma simulação de fim de tarde), acredito que tenha uma interferência menor no gramado, maior transparência e uma estrutura mais esbelta. O material usado pretende refletir os raios solares amenizando a temperatura interna.

Felizmente, por ser mais próxima ao Equador comparada a outras cidades-sedes, a necessidade de diferentes graus de transparência na cobertura é menor e o gramado pode ter condições de manter-se em boa qualidade para jogo, desde que com os cuidados básicos.

Os ventos em Fortaleza provocariam diferentes situações/forças na cobertura, portanto o projeto garante segurança com ventos de até 110km/h.







O projeto é uma reforma, demolindo somente parte da arquibancada superior para colocação dos camarotes Vips e a arquibancada inferior, para o rebaixamento do campo em 4m, o que pode aproximar o público da partida. No entanto, passa a exigir alguns equipamentos de segurança e profissionais para garantir que ninguém invada o campo.

Há uma necessidade de se preocupar com a interferência das placas de publicidade à beira do campo, que, se não for colocado já no estudo de visibilidade com a altura real dos padrões da Fifa, interfere nos limites do campo, perdendo fileiras de arquibancada como aconteceu na Copa de 2010, na África do Sul.

Da mesma forma deve ser estudado o banco de reservas, que raramente está nos projetos de visibilidade, mas que neste já consta. Felizmente a Fifa prevê materiais adequados para minimizar alguns problemas. Geralmente eles devem ser rebaixados, que é a forma como aparece nas imagens deste projeto.

A plataforma de acesso criada para o estádio separa os torcedores comuns, acima dela, dos Vips, abaixo da mesma. Também sob a esplanada, estará a Secretaria de Esportes do Ceará, acesso da imprensa e estacionamento.

A reforma é característica interessante para adequação de um estádio em más condições ou desatualizados. Mantém-se o necessário, principalmente a estrutura das arquibancadas, e cria-se uma fachada e cobertura com estrutura independente. No caso do Castelão, a estrutura de aço carbono tubular da fachada é formada por 60 pilares treliçados, como podemos ver abaixo. 

A combinação da estrutura metálica, que se encaixa às arquibancadas de concreto antigas, complementa sua função a partir do momento em que amortece as oscilações estruturais, ajudando, assim, a minimizar as vibrações causadas pelas torcidas. Essa suavização acontece pela ligação com a arquibancada e com o solo. 



A fachada mostra revestimentos diferentes para orientações diferentes do estádio. Isso garante maior aproveitamento de ventilação e iluminação natural para que haja economia energética conforme a orientação solar e fachadas mais ou menos ensolaradas. 

O acesso às arquibancadas é feito de forma radial, portanto, o público se espalha melhor em momentos de aglomeração, como na saída de partidas, por exemplo. Outra questão importante neste projeto é que desde a plataforma externa de acesso, o torcedor pode alcançar através das rampas intercaladas, uma subindo e outra descendo, o anel superior ou inferior, conforme o ingresso indica, facilitando a acessibilidade ao lugar numerado. 

Para atingir o anel superior, no entanto, há uma escadaria até as aberturas das arquibancadas. A acessibilidade a portadores de deficiência, portanto, fica limitada ao anel inferior, o que é, de certa forma, comum. Tais características podem ser observadas pelas imagens abaixo.



Com a praticidade do projeto e tecnologias atuais, a obra se mantém como a mais avançada para a Copa e sediará a final da Copa das Confederações 2013, evento teste e classificatório para a Copa do Mundo 2014. 



Fonte:Universidade do Futebol / Lilian de Oliveira

.