Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sábado, abril 30, 2011

Fifa aceita regras brasileiras, e lei para Copa terá 42 artigos

Lei que permite o uso de até 3% das imagens de eventos esportivos em coberturas jornalísticas é garantida

A Fifa, o comitê organizador local (COL) e um grupo de autoridades nacionais definiram nesta sexta-feira um pacote de leis específicas para a Copa do Mundo de 2014. O conjunto de propostas será enviado ao congresso até maio deste ano, e contém um total de 42 propostas de regulamentações para o torneio.

O pacote foi definido em reunião realizada em Brasília. A Fifa admitiu adaptações a algumas peculiaridades nacionais, como a lei que permite o uso de até 3% das imagens de eventos esportivos em coberturas jornalísticas. No entanto, exigiu mudanças em outros procedimentos comuns à realidade local.

A Fifa pretendia restringir o uso de imagens da Copa do Mundo, relacionadas a jogos ou eventos oficiais, aos detentores de direitos de mídia. A entidade foi convencida, contudo, que isso contrariaria a legislação nacional.

Outro ponto que infringiria as leis locais e que a Fifa precisou adaptar foi o veto à comercialização de produtos de marcas que não são patrocinadoras da Copa do Mundo. A entidade exigia um embargo no entorno dos estádios, mesmo nos arredores do bolsão que será criado para a competição. Conseguiu no máximo uma promessa de um pacote de benefícios para os vendedores trabalharem somente com marcas oficiais do evento.

Ainda não há um cronograma oficial para que o pacote de alterações seja enviado ao congresso, mas a ideia é que a aprovação aconteça antes do dia 30 de junho, quando o Brasil sediará o sorteio dos grupos das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014.

Por: Equipe Universidade do Futebol / Fonte: Máquina do Esporte

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sexta-feira, abril 29, 2011

Federação francesa é acusada de criar cotas étnicas na base; Blanc sinaliza apenas ‘critérios técnicos’

Número de negros e árabes na seleção principal incomodaria dirigentes do país europeu

Equipe Universidade do Futebol

A Federação Francesa de Futebol (FFF) foi acusada, e o treinador da equipe principal, Laurent Blanc, rebateu. O comandante dos Bleus rechaçou qualquer possibilidade de a entidade, na figura dos responsáveis pela coordenação técnica das categorias de base, estarem envolvidos em atos discriminatórios.

Relatos na mídia européia indicaram que a FFF estaria criar cotas étnicas, a fim de limitar negros e árabes nos times menores. Blanc e dirigentes da federação, então, teriam se reunido e aprovado a medida.

“Nunca ouvi nenhuma menção a esse rumor. Desde cerca de 15 anos, a política de seleção é discriminatória para um certo número de jogadores, os critérios atlético e físico sendo essenciais”, rebateu o ex-capitão francês.

“Atualmente, os jogadores menores são penalizados, isso é discriminação”, continuou Blanc em sua argumentação, referindo-se aos jogadores jovens que vêm de centros de treinamentos de futebol.

O número de negros e árabes, de acordo com os jornais, incomodaria dirigentes. Blanc, entretanto, disse se incomodar com o fato de colocar o termo “raça” nesse debate.

“Quando alguém me acusa desse tipo de discriminação, isso me irrita. Diversidade existe, nas ruas e no futebol”, finalizou.

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Política] Repensando o peso dos clubes de futebol

Escalada dos emergentes
Lógica de equilibrar balança entre pequenos e grandes deveria fazer parte do debate de dirigentes esportivos
Geraldo Campestrini

Estamos assistindo a uma dinâmica econômica mundial de crescimento de pequenas economias (ou os chamados países emergentes) que, com algum esforço, têm operado bem seu mercado interno, ampliando divisas e fazendo com que a economia mundial cresça efetivamente. Se dependesse das grandes potências mundiais, o planeta cairia em uma lógica de estagnação, já que boa parte do mercado de consumo e desenvolvimento está centrado nestes famigerados emergentes.

No Brasil, o que tem impulsionado o seu crescimento econômico são as classes sociais da base da pirâmide, contribuindo sobremaneira para a diminuição do abismo social e aumento do consumo por todas essas classes sociais. Tais princípios são igualmente praticados na Índica, Rússia e China que, juntamente com o Brasil, formam os BRIC, conjunto de países emergentes que estão liderando as esperanças de um crescimento global sustentável.

E por uma reflexão bem incipiente, provoco: “não seria esse um caminho a trilhar pela indústria do esporte?”. A lógica de equilibrar a balança entre pequenos e grandes não deveria fazer parte da pauta de discussões de dirigentes esportivos, cultivando sobretudo o crescimento da indústria do esporte e até potencializando as receitas dos grandes?

Muito se fala que mais de 90% dos jogadores de futebol no Brasil ganham menos do que dois salários mínimos como forma de justificar e evidenciar esse abismo entre grandes e pequenos, tratando o fato como um problema de governança por parte das entidades de administração e prática do esporte. Por isso, pergunto, traçando um paralelo: a negociação dos direitos de transmissão, privilegiando o pensamento individual em detrimento do coletivo, não estaria na contramão da lógica econômica mundial, conforme comentado anteriormente?

Em um raciocínio bem simplório, a ascensão de pequenos e médios clubes, tornando-se economicamente mais equilibrados, poderia resultar em:

a) Melhor qualificação dos recursos humanos, como os jogadores;

b) Haver material humano melhor e mais acessível para os grandes clubes;

c) Relações comerciais mais confiáveis entre grandes e pequenos – na permuta de jogadores, por exemplo, com menos riscos para ambas as partes;

d) Ampliação do faturamento de toda a indústria de maneira equilibrada e em escala conjunta, inclusive para os grandes clubes, já que estes dificilmente perderão seu status de players do mercado por terem grandes marcas – e grandes marcas não se constroem do dia para a noite. Pequenos e médios clubes poderiam se aproximar a um patamar aceitável, que só faria bem para a indústria como um todo;

e) Segmentação por interesses e acesso ao lazer, uma vez que temos um país de dimensões continentais – seria a lógica do supermercado: as grandes redes se sobressaem em relação aos pequenos mercados por competitividade, lastro para oferecer melhores preços, melhor localização, marca etc., mas os pequenos vivem muito bem pois as pessoas continuam a comprar lá eventualmente ou com uma frequência aceitável, por suas particularidades e outras facilidades regionais que explicam seu consumo.

Enfim, a exposição da ideia tem mais um interesse provocativo, uma vez que parece utópica no universo de clubes, ligas, federações e confederação em que vivemos. 

O fato é que não podemos negar a força dos grandes – e não é isso que pretende o texto. Mas privilegiá-los de forma quase que canibalesca em relação aos demais me parece um tiro no pé. Ninguém joga um campeonato sozinho. A competitividade (equilíbrio competitivo), juntamente com a figura dos ídolos do esporte, tem se mostrado o melhor produto desta indústria.

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Copa 2014: o Brasil esquece da infraestrutura humana

Como mudar o país, para que esteja apto a receber tal evento sem capacitação e investimento em educação?
Eduardo Fantato

O Brasil vive a discussão sobre os projetos da Copa de 2014. Ainda bem incipientes, é verdade. Acredito que a cobrança deveria se maior para que a transparência pudesse ser um direito de todos nós brasileiros.

Não sou contra a realização da Copa no Brasil, mas muito me preocupa a questão da infraestrutura que se planeja – ou que não se planeja para ela. Sabemos que um evento dessa magnitude exige processos e recursos tecnológicos de ultima geração para comportar e atender bem a demanda oriunda tanto do turismo interno, como do turismo externo.

O Brasil tem se consolidado no mundo como um importante pólo de tecnologia, seja com os profissionais brasileiros tomando destaque nas empresas estrangeiras ou mesmo algumas pesquisas e inovações nacionais se projetando internacionalmente. Mas e em relação ao futebol e à infraestrutura para atender a Copa do Mundo?

De nada adianta termos recursos magníficos aplicado no Brasil se não tivermos uma cultura voltada para a sua utilização. Nesse ponto a crítica vem tanto para os brasileiros enquanto população, que aceita as condições e não busca se opor , se posicionar e reivindicar seus direitos, quiçá reivindicar melhorias que vão para além dos simples direitos de cidadão, como também à instituição Brasil, como aquela que herda ou que foi construída com base na população que sempre dá um jeitinho.

Sabemos o quanto é infantil o pensamento “no fim tudo dá certo... se não deu certo é porque não chegou o fim ainda... basta esperar”. E esse me parece o cenário.

Estamos praticamente no meio de 2011. Uma mudança de infraestrutura do ponto de vista de cimento e construção civil já está atrasada, mas sabemos que o dinheiro, seja ele público ou disfarçadamente privado, vai conseguir dar o seu jeitinho, porém, o que me preocupa são as pessoas. Como fazer uma mudança cultural para que o Brasil esteja apto a receber tal evento com os recursos tecnológicos que exigem, sem uma capacitação e investimento em educação da população nacional, se já não é praxe no nosso país investir em educação?

Será que conseguiremos em tão pouco espaço de tempo mudar? Engano daqueles que acham que sim, que de uma hora para outro o Brasil mudará a cultura de seu povo, e esses saberão operar recursos novos, falar diferentes línguas, ter ciência de suas responsabilidades moral e ética para, por exemplo, não precisarmos de catracas e vigilâncias nos metros, como hoje são, e fazer algo como em Atenas, onde o próprio cidadão valida seu ticket, sem catracas e sem fiscalização direta.

Engano maior aqueles que acham que o tempo é suficiente, pois até 2014 dá para se fazer um “intensivão”. Opa! Aí está o grande erro. A Copa de 2014 já começou. Quem planeja vir para esse evento já esta de olho no Brasil. Já buscam informações e já começam a pensar no evento e nas sedes. Porém, nem o Brasil sabe ao certo isso. E quando digo Brasil me refiro à população como um todo, e nesse aspecto, a população estando alheia e cada vez mais incerta sobre o evento, como pode se preparar para receber a magnitude do evento seja enquanto mão de obra especializada, seja enquanto serviços indiretos que pode prestar?

Saberemos operar sistemas modernos de transportes públicos como dizem que serão os projetos de aeroportos, trem bala e metros? Ou será que não teremos essas novas estruturas e os “gringos” que se acostumem ao nosso jeito de ser?

Se o Brasil quiser passar uma imagem de país bem consolidado no setor tecnológico, reconhecimento que alguns profissionais canarinhos já o têm enquanto pessoas físicas, temos que pensar não só na infraestrutura de concreto, tijolo e cimento, mas sim na infraestrutura humana. Caso contrário, a Copa passará e o Brasil continuará sendo samba e futebol (no campo), porque na organização...

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TV por Assinatura registra 650 mil novos assinantes no primeiro trimestre

Com 242.680 novos assinantes em março, o Brasil encerrou o terceiro mês de 2011 com 10.418.829 domicílios atendidos com TV por Assinatura

No primeiro trimestre de 2011, 650 mil novos assinantes aderiram aos serviços de TV por Assinatura.

O crescimento observado em março representa uma evolução de 2,4% em relação à base de assinantes do mês de fevereiro. Considerando-se o número médio de pessoas por domicílio divulgado pelo IBGE (3,3 pessoas)¹, os Serviços de TV por Assinatura alcançaram mais de 34,4 milhões de brasileiros. As tabelas abaixo demonstram, respectivamente, as adições líquidas no primeiro trimestre e no mês de março:

Nº de assinantes acumulados no 1º trimestre de 2011
TV a Cabo Adição Líquida 121.361
Variação (%) 2,44%
DTH Adição Líquida 547.625
Variação (%) 12,24%
MMDS Adição Líquida -19.149
Variação (%) -6,13%
TOTAL Adição Líquida 649.836
Variação (%) 6,65%

Ano Total de Assinantes De janeiro a dezembro Crescimento Anual (%) Crescimento
absoluto no mês de março (mil acessos)
Crescimento percentual no mês de março
2006 4.583.125 406.767 9,70% 7,4 1,2%
2007 5.348.571 765.446 16,70% 73,5 3,6%
2008 6.320.852 972.281 18,18% 91,1 3,1%
2009 7.473.476 1.152.624 18,24% 89,7 3,7%
2010 9.768.993 2.295.517 30,72% 194,2 6,0%
Março de 2011 10.418.829 - - 242,7 2,4%

Os serviços de TV por Assinatura são prestados através de sinais codificados por diferentes tecnologias: por meios físicos (Cabo - TVC), por microondas (Distribuição de Sinais Multiponto Multicanais - MMDS) e por satélite (Distribuição de Sinais de Televisão e de Áudio por Assinatura via Satélite - DTH).

Em março de 2011, os serviços prestados via satélite cresceram 4,4% ante uma evolução de 4,3% no mês anterior. O número de assinantes que recebe os serviços via cabo cresceu 0,8% em março, desempenho inferior ao crescimento de 1,1% registrado em fevereiro. As prestadoras de MMDS, por sua vez, perderam 2,7% de sua base de assinantes no mesmo período.²

Crescimento percentual, por tecnologia, nos meses de fevereiro e março de 2011.png

Como consequência da contínua expansão dos serviços de DTH, em fevereiro houve nova ampliação da participação dos serviços prestados via satélite no mercado de TV por Assinatura: em março deste ano, a participação do DTH atingiu 48,2% da base e os serviços a cabo passaram a atender 49% dos assinantes. No final de 2010, no mês de dezembro, os serviços DTH representavam 45,8% do mercado nacional e os serviços prestados via cabo possuíam 51% de market share, conforme divulgado naquele mês.

Confira no gráfico a seguir a a evoluçãoda participação de cada tecnologia na base de assinantes no último trimestre e ao longo de 2010 e 2011:

 

Evolução da Participação de cada tecnologia no setor de TV por Assinatura - dezembro de 2010 a março de 2011

Participação de cada tecnologia no setor de TV por Assinatura (1º Trimestre 2010-2011)

 

Penetração dos Serviços de TV por Assinatura

Em março de 2011, os serviços de TV por Assinatura estavam presentes em 17,4 de cada 100 domicílios no país, de acordo com estimativas desta Agência, a partir das informações de número de domicílios divulgadas pelo IBGE ³. A Região Sudeste apresentou densidade de 25% de domicílios com TV por Assinatura.

Densidade dos serviços de TV por Assinatura, por região, Março de 2011 (assinantes por 100 domicílios)

Entre as Unidades da Federação, destacam-se o Distrito Federal e os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Amazonas, por terem registrado desempenho acima da média nacional, quanto à densidade dos serviços.

Densidade dos serviços de TV por Assinatura, por Unidade da Federação, Março de 2011 (assinantes por 100 domicílios)

Seguindo a tendência observada ao longo de 2010, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste cresceram acima da média nacional nos últimos 12 meses. O menor crescimento, em igual período, foi observado na região Sul, acompanhada pela região Sudeste, com percentuais de crescimento anual abaixo da média nacional.

Região março de 2010 março de 2011 Crescimento percentual
Norte 248.743 375.045 50,8%
Nordeste 683.000 1.073.811 57,2%
Centro-Oeste 468.333 626.918 33,9%
Sudeste 5.269.839 6.792.174 28,9%
Sul 1.249.465 1.550.881 24,1%
Brasil 7.919.380 10.418.829 31,6%

Consequentemente, nove das dez Unidades da Federação que apresentaram maior crescimento percentual nos últimos 12 meses pertencem às regiões Norte, Nordeste.

UF março de 2010 março de 2011 Crescimento percentual
Bahia 176.920 316.742 79,0%
Piauí 17.624 31.076 76,3%
Pará 64.235 110.123 71,4%
Maranhão 51.174 87.079 70,2%
Tocantins 9.925 16.857 69,8%
Ceará 107.815 175.481 62,8%
Roraima 10.461 16.871 61,3%
Acre 8.648 13.598 57,2%
Amapá 15.690 24.165 54,0%
Mato Grosso 48.679 74.763 53,6%

A consolidação dos números mensais dos serviços de TV por Assinatura está disponível no portal da Anatel, na visão "Informações Técnicas", item "TV por Assinatura", "Consolidação dos Serviços de TV por Assinatura no Brasil". O "Panorama dos Serviços de TV por Assinatura" - com a relação de prestadoras, áreas de prestação e municípios cobertos - também está disponível no mesmo caminho e é atualizado trimestralmente.

Mapa de TV por Assinatura

Em complemento às informações setoriais de TV por Assinatura divulgadas mensalmente, a Anatel disponibiliza na internet o Mapa de TV por Assinatura, uma ferramenta do Sistema de Acompanhamento das Obrigações das Prestadoras de TV por Assinatura (Satva). Para acessar o Mapa, basta navegar pelo portal da Anatel, dentro da aba "Informações Técnicas", "TV por Assinatura", "Mapa de TV por Assinatura".

¹ O número médio de 3,3 pessoas por domicílio no Brasil é informado pelo IBGE na Síntese de Indicadores Sociais - 2010 - Tabela 3.1, disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf
² Não foram considerados o Serviço Especial de Televisão por Assinatura (TVA - UHF).
³ O indicador "Densidade dos serviços de TV por Assinatura" é a relação percentual entre o número de assinantes e o número de domicílios estimado a partir dos dados publicados pelo IBGE, em sua Síntese de Indicadores Sociais.

Fonte: Anatel
Autor: Imprensa 
Revisão e Edição: de responsabilidade da fonte

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Real Madrid e Barcelona, os clubes com maior receita do desporto global

O ano de 2011 será marcado por um número grande de confrontos entre os arqui rivais Real Madrid e Barcelona, graças aos jogos da Liga Espanhola, Copa do Rei e Champions League. Os dois times são os que mais geram receitas no esporte global, mesmo quando comparado com os times dos EUA.

A BDO utilizou para realizar a análise, as demonstrações financeiras históricas publicadas pelos clubes. O futebol espanhol é um mercado com características bastante particulares, já que em poucos mercados do futebol global há tamanha concentração de receitas geradas nas mãos de apenas 2 clubes. As receitas de Real Madrid e Barcelona, principais clubes do país representam cerca de 52% da receita gerada pela Liga Espanhola, um dos maiores índices do futebol mundial.

Os dois clubes além de serem os maiores representantes do futebol espanhol e europeu em geração de receitas, apresentaram uma evolução contundente em seus recursos gerados, especialmente com o desenvolvimento comercial de suas marcas. Os clubes em 2010 apresentaram receitas consolidadas de 829,7 milhões de euros. Nesse valor estão incluídos os recursos gerados com marketing, sócios, exploração do estádio, direitos de transmissão e jogos amistosos.

Evolução das receitas de Real Madrid e Barcelona (em milhões de Euros e participação sobre o PIB de Espanha)

Atualmente a receita consolidade não é apenas representativa para a Liga Espanhola, mas também para a economia do país. A receita gerada pela dupla representou 0,079% do PIB da Espanha em 2010. Em 2001 esse valor era de 0,038%, e segundo a projecção da BDO RSC a expectativa é que até a temporada de 2012/13, as receitas da dupla representem 0,10% do PIB do país. Isso significa que para cada 1.000 Euros produzidos em Espanha, 1 Euro será gerado directamente por Real Madrid e Barcelona.

Amir Somoggi / Futebol Finance

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quinta-feira, abril 28, 2011

Atlético-PR refaz marketing e vê falta de executivos

Clube contará com dois profissionais específicos: um responsável por ações de marketing e comunicação, e outro regendo negociações de patrocínio

O Atlético Paranaense definiu como será o funcionamento do departamento de marketing até o fim da temporada. Sem diretor desde a saída de Paulo César Verardi, que aceitou proposta do Grêmio, o clube não encontrou profissional no mercado para preencher o cargo.

"Realmente, a falta de executivos como um todo foi uma das razões para não seguirmos com diretor de marketing", conta Jackson Matos, coordenador de marketing do Atlético-PR. "Outro ponto é que essa gestão se encerra em dezembro, então não daria tempo de engrenar".

A decisão do presidente Marcos Malucelli, então, é manter dois coordenadores: Matos, no marketing, e Péricles Souza, na área comercial. O primeiro é responsável por ações de marketing e comunicação, e o segundo rege negociações de patrocínio.

Ambos estão sob as ordens de Renato Requião, superintendente, e Henrique Gaede, conselheiro com atuação voltada para o marketing. Ainda há planos de contratar assessoria no eixo Rio-São Paulo, para expandir a marca do clube, e agência de propaganda em Curitiba.

Equipe Universidade do Futebol Fonte: Máquina do Esporte

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CBF cria duas novas cotas de patrocínio, diz colunista

Entidade já possui patrocínios de Nike, Seara, Ambev, Itaú, Vivo, Gillette, Nestlé, Extra, TAM e Volkswagen

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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) terá mais duas cotas de patrocínio disponíveis para a seleção brasileira. As propriedades serão negociadas pela entidade máxima do futebol brasileiro até 2015, segundo Lauro Jardim, colunista da revista "Veja".

A CBF possui patrocínios de Nike, Seara, Ambev, Itaú, Vivo, Gillette, Nestlé, Extra, TAM e Volkswagen. O intuito é apresentar as duas novas patrocinadoras em maio. Procurada pela Máquina do Esporte, a instituição não atendeu à reportagem até o fechamento desse texto.

A entidade deve ampliar ainda mais os resultados financeiros obtidos com aportes. O lucro líquido da confederação em 2010, em comparação a 2009, subiu 14,72%. A receita líquida, por sua vez, esteve em R$ 263 milhões, sendo R$ 193,5 milhões oriundos de patrocínios.

Os gastos da CBF em 2010 estiveram em R$ 43 milhões com futebol profissoinal e R$ 44 milhões com Imposto de Renda e contribuição social. O balanço completo, contudo, ainda não foi divulgado, algo que deve acontecer até a próxima quinta-feira (28).

Por: Universidade do Futebol / Fonte: Máquina do Esporte

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Grupo da USP realiza seminário de estudos sobre futebol

Evento será realizado na próxima quinta-feira, com abordagem histórica e social sobre a modalidade

“Iniciativas como esta correspondem à do laboratório de gestão esportiva [o LAB-GE] do qual participamos, realizado tem alguns meses, na uece, em Fortaleza.”   (Benê Lima)

O LUDENS (Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol e Modalidades Lúdicas), vinculado ao Departamento de História da Universidade de São Paulo, vai realizar na próxima quinta-feira (28), às 18h, na Sala 12, um seminário de estudos sobre futebol.

A coordenação do evento será dos professores doutores Flavio de Campos e José Geraldo Vinci de Morais, especialistas em abordagens teórico-conceituais sobre a modalidade.

O primeiro tema de debate será “A produção das ciências humanas sobre futebol no Brasil: um panorama (1990-2009)”, tratado pro Sérgio Settani Giglio (EEFE – USP) e Enrico Spaggiari (FFLCH – USP).

Na sequência, Marcel Diego Tonini (FFLCH – USP) discorre sobre o conceito de cor: “Além dos gramados: história oral de vida de negros do futebol brasileiro (1970-2010)”. Os comentários ficarão por conta da Prof. Dra. Fátima Antunes (DPH).

No segundo semestre de 2005, no departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, foi ministrada, no curso de Pós-Graduação em História Social, a disciplina "História Sociocultural do Futebol". Naquela ocasião, reuniram-se alunos de diversas áreas do conhecimento, com diferentes abordagens teórico-conceituais sobre o futebol.

Na avaliação final do curso, surgiu a ideia de constituir um Grupo Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol (GIEF), para que pesquisadores, estudantes e interessados continuassem a debater e descobrir novas perspectivas analíticas para estudar o futebol. Eles apoiam o evento, ao lado do site Ludopédio.

Equipe Universidade do Futebol

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CRB, adversário do Fortaleza na Série C, pede patrocínio para a prefeitura de Maceió

Ideia é estabelecer um contrato de cinco meses, válido a partir de julho – clube estreia na Série C do Campeonato Brasileiro no dia 16

O CRB pediu um patrocínio à prefeitura de Maceió para a disputa da Série C do Campeonato Brasileiro. A equipe alagoana pretende estampar o nome da capital do Estado em seu uniforme, e pede R$ 50 mil mensais por isso.

A ideia é estabelecer um contrato de cinco meses, válido a partir de julho – o CRB estreia na Série C do Campeonato Brasileiro no dia 16. Além disso, o clube pediu apoio ao governo de Alagoas.

“Ao governo, nossa proposta de apoio é de R$ 60 mil, uma vez que no ano passado foi de R$ 30 mil. Então, vamos agora esperar a sensibilidade das autoridades”, disse Marcos Barbosa, presidente do CRB, à “Gazeta de Alagoas”.

O clube ainda não divulgou quais foram os espaços do uniforme oferecidos ao governo e à prefeitura. Também não há prazo para a equipe obter respostas sobre essas propostas.

Por: Universidade do Futenol / Fonte: Máquina do Esporte

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Gestão de imagem vira desafio para atletas no Brasil

Empresas como a Havas, a 9ine e a MVP Sports buscam se firmar no cenário esportivo, oferecendo gerência de diversos quesitos da carreira

Na última semana, a 9ine, empresa de marketing esportivo criada pelo ex-atacante Ronaldo, fechou uma parceria com o empresário de atletas Wagner Ribeiro, que agencia a carreira de jogadores como Neymar e Lucas. Agora, a agência poderá fazer uma consultoria de imagem desses atletas, em um processo cada vez mais comum no Brasil. Antes, esse trabalho sempre foi destinado a clubes e empresários e, por isso mesmo, a função da 9ine e de seus concorrentes permanece pouco conhecida pelo público em geral.

Mesmo entre pessoas do meio, a confusão ainda tem tido seu espaço cativo. Quando a 9ine fechou com o atacante Adriano, Gilmar Rinaldi, então empresário do centroavante corintiano, chegou a chamar Ronaldo de “irresponsável e inconsequente”, insinuando que o ex-atacante havia passado de seu limite e atuado como um empresário de jogador. O episódio forçou a empresa a soltar um comunicado oficial, esclarecendo sua posição:

“A negociação dos direitos federativos de jogadores – trabalho normalmente feito pelos empresários dos atletas – não faz parte do escopo da 9ine, que atua somente com o gerenciamento de imagem (captação de patrocínio, assessoria de imprensa).”

Wagner Ribeiro, que já teve em seu portfólio outros nomes de alto apelo para a mídia, como Kaká e Robinho, sabe que não pode nadar contra a chegada de novas agências. Pouco antes de fechar com a 9ine, após uma reunião com Ronaldo, Ribeiro admitiu para a Máquina do Esporte que a concorrência é difícil. “Eu não saio por aí oferecendo meus atletas para as empresas, eu só recebo propostas”, afirmou.

Ainda sem a 9ine, o empresário zelava como podia pela imagem de seus jogadores, com profissionais contratados para dar assessoria de imprensa e com conselhos sobre quais empresas fechar patrocínios. Prezava por marcas “tops” e fugia de possíveis polêmicas. Na primeira passagem de Robinho pelo Santos, por exemplo, pediu para o jogador não aceitar a proposta da Lacta para ser o garoto-propaganda do Diamante Negro. A campanha faria um jogador branco ser o rosto da Laka, o que fez Ribeiro temer uma possível interpretação racista dos anúncios. Hoje, essa responsabilidade deixa de ser sua para ser da 9ine.

O cenário esportivo brasileiro nesse segmento é tão otimista que agências internacionais têm mostrado um interesse constante no gerenciamento de imagem de jogadores do país. Esse foi o caso da americana IMG, que chegou ao território nacional após investimento do empresário Eike Batista, que ajudou a formar a IMGX. Outro exemplo é o da francesa Havas. Com amplo mercado no exterior, ambas as empresas miram novas possibilidades de negócio no Brasil, a exemplo da própria 9ine.

O diretor da Havas no Brasil, Eduardo Corch, sabe que o negócio no país ainda está “um pouco confuso”, ao ver que ainda há um abismo na gestão de carreira ao focar os países desenvolvidos em detrimento dos países em desenvolvimento. “Gestão de carreira está ligado à imagem, ao media training, às atividades marginais de um atleta, à busca do seu core business. É um mercado milionário com pouca gente profissional”, afirmou.

Corch vê, entre atletas brasileiros, uma despreocupação no cuidado da imagem. Cita como exceção, atletas como o Kaká. O brasileiro, hoje no Real Madrid, contratou recentemente um estilista pessoal para cuidar de suas vestimentas. Yan Acioli foi encarregado de dar ao jogador um visual mais despojado. “Mas ele é um jogador diferenciado”, admitiu o diretor da Havas Brasil.

Nem só de grandes agências internacionais vivem os atletas no Brasil. Empresas menores, administradas por brasileiros, já têm feito esse serviço há alguns poucos anos. É o caso da MVP Sports, uma empreitada feita pelo ex-atleta Alexandre Folhas, um dos grandes nomes do handebol brasileiro.

“A ideia da agência é trabalhar o atleta como produto, com dados, números de retorno de mídia. Temos que criar novos canais, sites, redes sociais. Criar novas ferramentas e novas propriedades para que esse atleta seja um produto mais atraente”, afirmou Folhas, ressaltando a “pró-atividade” da empresa para apresentar os atletas às empresas.

O primeiro passo da MVP é sentar com o atleta interessado e ouvir seus anseios e suas expectativas, para, desse modo, criar um perfil. É o caso da jogadora de vôlei Paula Pequeno, que afirmou no primeiro encontro da empresa que gostaria de se associar à Asics, por preferência pessoal. Após criar um portfólio que ressaltava a sua associação à moda e à beleza e potencializar a sua capacidade de mídia, o grupo conseguiu finalmente fechar o patrocínio com a empresa.

A agência cria uma série de possibilidades para o atleta, que paga à MVP uma mensalidade. Repassa ao interessado assessorias imobiliária, financeira, psicológica. Passa um preparo para lidar com imprensa e patrocinadores e cria possibilidades de captação de recursos. Com os patrocínios, a agência fica com 15% a 20% da verba. Com essa assistência, a empresa tem colhido o sucesso entre os atletas. “Em 2009, quando MVP surgiu, nós não esperávamos o número de atletas que temos hoje (a agência tem 13 atletas). Mas há uma carência enorme no mercado brasileiro”, complementou Alexandre Folhas.

Por: Universisdade do Futebol / Fonte: Máquina do Esporte.

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Mkt] Quadra em SP une planos de marca de Adidas e UCL

Adidas e Uefa trabalharão marcas em conjunto em São Paulo

GUILHERME COSTA
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP

“O Nacional é dos clubes tradicionais e longevos de São Paulo, do qual já fui associado na décda de 80.” Benê Lima

Em Madri, Real Madrid e Barcelona fizeram nesta quarta-feira um dos duelos mais cercados de expectativa na atual edição da Liga dos Campeões da Uefa. Horas antes e bem longe dali, porém, a entidade que gerencia o futebol europeu lançava uma de suas principais iniciativas de marketing para esta temporada. Em conjunto com a Adidas, a instituição associará seu nome a uma quadra de futebol society em São Paulo.

Adidas e Uefa darão nome a um complexo de quadras inaugurado nesta quarta-feira no clube Nacional, na frente dos centros de treinamentos de Palmeiras e São Paulo. O aparato deve começar a funcionar na próxima semana, e será aberto a aluguel do público.

No material de divulgação, o espaço é descrito como um campo de grama sintética “com o mesmo formato dos gramados da Uefa Champions League”. O nome da principal competição de clubes do Velho Continente também aparece em toda a identidade visual do complexo.

“A ideia aqui foi entrar em uma oportunidade de longo prazo, já pensando em 2016. A iniciativa tem certeza de um ano, com extensão para mais um, mas a ideia é trabalharmos isso por mais tempo. É o primeiro passo de um grande projeto”, avaliou Rodrigo Messias, diretor de marketing da Adidas no Brasil.

Além do aluguel das quadras ao público em geral, o complexo abrigará projetos sociais e treinos das categorias de base do Nacional. Até o time profissional do clube paulista pode realizar algumas atividades no espaço.

“Nós queremos estar mais próximos do Brasil. Isso é muito importante para nós. Sabemos o quanto as pessoas daqui gostam de futebol e da Uefa Champions League. É algo importante, que nós precisamos aproveitar”, disse Eric Vlieg, gerente sênior da Uefa ∕ Adidas.

Em 2010, a Adidas já havia participado de projeto semelhante em Xangai (China). A companhia ainda não definiu o local, mas já existe uma ideia para dar sequência ao plano com um aparato na América do Norte.

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quarta-feira, abril 27, 2011

Patrocínio] Em crise, Fortaleza emperra na venda da cota máster

Fortaleza_ Eliminado pelo Ceará no primeiro turno do Campeonato Cearense, o Fortaleza não conseguiu a classificação para a segunda fase do segundo turno e se despediu do Estadual. Em crise, demitiu 20 atletas e terá problemas para conseguir patrocinador máster.

O clube já negociou a principal cota com Traxx, BMG e Cruzeiro do Sul, mas nenhuma dessas empresas se dispôs a desembolsar R$ 50 mil mensais pela principal cota da equipe. Com outras companhias, também pelos valores, as negociações nem chegaram a avançar.

"Nós temos de encontrar um valor que não desvalorize outras marcas", explica Demetrius Coelho, diretor de marketing do Fortaleza, à Máquina do Esporte. O valor da cota máster, segundo o dirigente, precisa ser proporcionalmente superior às outras propriedades.

A Nacionalgás, por exemplo, é uma das patrocinadoras que o clube não pretende desmerecer na negociação do peito do uniforme. A empresa, que também apoia o rival Ceará até o fim do Estadual, patrocina o Fortaleza até o fim da temporada.

Enquanto nenhuma companhia fecha negócio para ocupar o espaço, por fim, a equipe tem negociado aportes pontuais para levantar recursos. A Pepsi, por exemplo, é adepta dessa estratégia. De acordo com a partida, é possível arrecadar entre R$ 10 mil e R$ 15 mil.

RODRIGO CAPELO
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP

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terça-feira, abril 26, 2011

Dica de leitura] Ludopédio: texto sobre futebol, jornalismo e ciências sociais

Futebol, Jornalismo e Ciências Sociais: breve história da consolidação do campo acadêmico – Parte 1

Ronaldo Helal

A literatura acadêmica sobre o futebol brasileiro começou a se constituir alguns anos após a publicação, em 1982, do livro Universo do Futebol: esporte e sociedade brasileira, organizado por Roberto DaMatta. Até este momento, os estudos eram escassos e havia uma tendência a se utilizar de uma perspectiva “apocalíptica”, nos termos de Umberto Eco em Apocalípticos e Integrados, que considerava o futebol uma poderosa força de alienação dos dominados. O trabalho de Roberto Ramos Futebol: Ideologia do Poder seria o exemplo mais emblemático desta perspectiva.

Mais adiante, esta perspectiva deu lugar a outra quepretendeu entender o fenômeno esportivo sob a perspectiva dos que sentem paixão pelo esporte, conforme colocou Hugo Lovisolo em “Sociologia do Esporte: viradas argumentativas” nos Anais do XXVI Encontro Anual da Anpocs. Caxambu, 2002. E, nesta virada, o livro organizado por DaMatta foi preponderante. Hoje, podemos dizer que o descaso inexiste e que proliferam estudos e grupos de trabalhos em congressos científicos que tratam do tema.

Quando o campo já se reconhecia e era reconhecido por outras áreas como “campo” surge um debate crítico sobre a validade de testemunho histórico do livro do jornalista Mário Filho, O Negro no Futebol Brasileiro. Debate este que está estreitamente relacionado à questão futebol e identidade nacional. O ponto de partida para a discussão foi o fato de que os pesquisadores da década de 1980 até meados da década de 1990 sempre que tratavam de estudar o futebol brasileiro sob o ponto de vista histórico iam buscar no livro de Mario Filho, as fontes para suas análises.

Esta perspectiva sofreu críticas de Antonio Jorge Soares em Futebol, raça e nacionalidade no Brasil: releitura da história oficial, sua tese de doutorado defendia no Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Gama Filho em 1998 e em seu artigo “História e a invenção de tradições no campo de futebol”. Soares, em uma análise sobre os trabalhos acadêmicos que se nutriam de forma acrítica do livro de Mario Filho, iniciou uma polêmica que fez o campo avançar nas formas de se estudar os processos de construção do “nacional” por meio do futebol.

Para Soares, o livro de Mario Filho não deveria ser considerado uma fonte fidedigna da história, mas um romance jornalístico. Tendo como referência teórica o trabalho de Wladimir Propp em Morfologia do Conto Maravilhoso , Soares demonstra que na obra de Mario Filho, “constrói-se” uma narrativa mítica em torno do “herói negro” que, com seu estilo, teria marcado nosso futebol. Soares observa ainda que Mario Filho introduziria modificações na segunda edição de 1964, apesar de escrever no prefácio que teria mantido o texto na íntegra, apenas incluindo dois novos capítulos, atualizando a narrativa. Soares mostra que trechos sobre o “poder democrático do futebol e o fim do racismo foram suprimidos na segunda edição (…)” e que “as supressões dos textos, que indicam a realização da democracia racial na primeira edição (de 1947), poderiam ser interpretadas como uma releitura de Mario Filho sobre o racismo brasileiro”. A partir de uma análise de O Negro no Futebol Brasileiro, nas suas duas edições, Soares conclui que o mesmo deve ser apreendido pelas ciências sociais como um “romance de tipo realista que pode fornecer o clima ou certa visão da sociedade traduzida em termos de arte”, insistindo na necessidade de os pesquisadores acadêmicos buscarem outros documentos e fontes primárias, para se evitar a promoção de um “discurso romântico de construção de nação”.

Ronaldo Helal e Cesar Gordon em “Sociologia, História e Romance na Construção da Identidade Nacional Através do Futebol” questionam a “dureza” no tratamento dado por Soares ao valor de “testemunho histórico” da obra. Além disso, Helal e Gordon partem do princípio de que as dramatizações de um fato são, do ponto de vista sociológico ou da teoria da comunicação, frequentemente mais relevantes do que o “fato em si”, na compreensão da produção de sentidos oriundos das narrativas jornalísticas.

O debate foi publicado originalmente na revista Estudos Históricos, número 23, da Fundação Getúlio Vargas, em 1999 e, mais adiante, no livro A Invenção do País do Futebol: mídia raça e idolatria, organizado justamente por Helal, Soares e Lovisolo, pela Editora Mauad em 2001, com segunda reimpressão em 2007. A discussão repercutiu nos estudos acadêmicos que lidavam com a historiografia do futebol brasileiro. Inclusive, na quarta edição do livro de Mário Filho, editada pela Mauad em 2003, o cientista político Luis Fernandes, quem assina o prefácio, faz uma menção à uma das criticas de Soares publicada no livro A Invenção do País do Futebol.

Resumidamente, o debate tratava, em última instância, das formas de se entender os mecanismos utilizados por agentes sociais (da imprensa, do meio acadêmico, da política) para integrar o país utilizando-se da força aglutinadora do futebol, principalmente da seleção brasileira em períodos de Copas do Mundo.

Ronaldo é doutor em Sociologia pela New York University. É pós-doutor em Ciências Sociais pela Universidad de Buenos Aires. Atualmente é chefe do Departamento de Teoria da Comunicação da FCS/Uerj e professor do Programa de Pós Graduação da Faculdade de Comunicação Social (FCS/Uerj).

Os 100 maiores salários de jogadores de futebol 2011

Pelo 4º ano consecutivo o Futebol Finance publica a lista revista e actualizada com os maiores salários dos jogadores de futebol. Este ano decidimos aumentar para o dobro o número de entradas na lista, de forma a englobar mais jogadores de relevância para futebol mundial.

Foram revistos alguns salários em relação a 2010 devido à melhoria registada em termos das fontes de informação a que temos acesso, no entanto em termos gerais permanece o domínio de jogadores das liga Inglesa e Espanhola, principalmente de clubes como o Real Madrid, FC Barcelona, Manchester City, Chelsea e Manchester United.

OS 100 MAIORES SAlÁRIOS DE JOGADORES DE FUTEBOL 2011

  Jogador Clube Mensal Anual
1 Cristiano Ronaldo Real Madrid 1.000.000 € 12.000.000 €
2 Lionel Messi FC Barcelona 875.000 € 10.500.000 €
3 Fernando Torres Chelsea 833.000 € 10.000.000 €
4 Yaya Touré Manchester City 833.000 € 10.000.000 €
5 Wayne Rooney Manchester United 791.000 € 9.500.000 €
6 Ricardo Kaká Real Madrid 833.000 € 9.000.000 €
7 Zlatan Ibrahimovic AC Milan 833.000 € 9.000.000 €
8 Emmanuel Adebayor Real Madrid 708.000 € 8.500.000 €
9 Carlos Tevez Manchester City 666.000 € 8.000.000 €
10 Samuel Eto´o Internazionale 666.000 € 8.000.000 €
11 Frank Ribery Bayern Munique 666.000 € 8.000.000 €
12 John Terry Chelsea 625.000 € 7.500.000 €
13 Frank Lampard Chelsea 625.000 € 7.500.000 €
14 Steven Gerrard Liverpool 625.000 € 7.500.000 €
15 Xavi FC Barcelona 625.000 € 7.500.000 €
16 Anders Iniesta FC Barcelona 583.000 € 7.000.000 €
17 David Villa FC Barcelona 583.000 € 7.000.000 €
18 Daniel Alves FC Barcelona 583.000 € 7.000.000 €
19 Edin Dzeko Manchester City 541.000 € 6.500.000 €
20 Rio Ferdinand Manchester United 541.000 € 6.500.000 €

Notas:
(1) Os valores são oficiosos e aproximados, estando dependentes de novas contratações, ou renovações de cada contrato.
(2) Os valores dizem respeito aos salários brutos dos jogadores (antes de impostos), que naturalmente não incluem contratos de publicidade, prémios de jogo, prémios de assinatura, ou outros tipos de remunerações extra.
(3) Podem existir ao longo do tempo diferenças em relação aos valores apresentados, devido a variações cambiais, em relação a jogadores não auferem os seus salários em Euros.

Futebol Finance

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