Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, setembro 29, 2016

Clubes jogarão Sul-Americana e Copa do Brasil, e Brasileirão poderá ter G-5

Diretor de competições da CBF, Manoel Flores, anuncia adequações no calendário com mudanças na Libertadores, mas ainda não confirma vaga a mais para brasileiros


Por Rio de Janeiro
Como esperado, as mudanças na Libertadores e Copa Sul-Americana também atingiram o calendário do futebol brasileiro. Nesta quinta-feira, o diretor de competições da CBF, Manoel Flores, explicou as alterações propostas pela Conmebol e quais os impactos no Brasil. O principal deles recai sobre a Copa do Brasil e o Brasileirão. A promessa é que, a partir de 2017, clubes que disputem as oitavas de final do torneio também possam estar na competição continental. E mais. Caso seja confirmada as vagas a mais na Libertadores - que seriam para a fase prévia -, o Brasileirão pode ter um G-5 ainda neste ano. As datas para estaduais e regionais não devem ser alteradas. Todas as adequações no calendário brasileiro devem ser divulgadas na semana que vem.
– É muito importante ressaltar que não há possibilidade de convite. A vaga virá da principal competição do país. Se houver vaga para o Brasil, naturalmente essa vaga viria do Campeonato Brasileiro. E seria para a fase prévia, sim – declarou Manoel.
Manoel Flores, diretor de competições da CBF (Foto: Daniel Mundim)Manoel Flores, diretor de competições da CBF: "Não há possibilidade de convite" (Foto: Daniel Mundim)
A CBF ainda não soube precisar como seria a distribuição das vagas para a Sul-Americana, que também foi ampliada, mas terá 10 equipes que forem eliminadas na fase prévia e de grupos da Libertadores. A maior competição do continente passaria a ter 42 clubes. As quatro vagas a mais virão dos 10 filiados da Conmebol - mais o o México. Segundo o diretor de competições da CBF, a final única para a Libertadores ainda divide opiniões e é a alteração proposta pela Conmebol mais incerta. No plano da entidade sul-americana, ela seria disputada no dia 25 de novembro do ano que vem. Manoel Flores também confirmou que, a partir do ano que vem, os clubes brasileiros poderão disputar Sul-Americana e Copa do Brasil ao mesmo tempo.
Principais mudanças:

- Se confirmada vaga a mais na Libertadores, Brasileirão terá G-5
- Copa do Brasil deve ser antecipada
- Clubes poderão disputar Copa do Brasil e Sul-Americana ao mesmo tempo
– A Copa do Brasil passa, independente do que ocorre na Libertadores, por discussão de renovação contratual. Uma reclamação constante era que um clube teria que optar por Sul-Americana ou Copa do Brasil. Isso deixa de existir. A Copa do Brasil será adequada dentro do que estamos trabalhando. A Copa do Brasil é competição consolidada. Muito atraente para a gente e fazemos questão de não mexer na estrutura dela. Nossa ideia é que clubes possam disputar Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Sul-Americana e Libertadores.   
As decisões sobre a nova distribuição das vagas e confirmação da final única serão feitas apenas na reunião do Comitê Executivo da Conmebol no próximo domingo, em Bogotá. O presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, estará no encontro. Reinaldo é também diretor de coordenações da CBF e membro do comitê da entidade sul-americana. Apesar de ainda não ser oficial, as vagas a mais na Libertadores são dadas como certas. O Brasil teria um sexto representante na competição, que viria do Brasileirão. E a vaga iria para a fase prévia.
COPA DO BRASIL DEVE SER ANTECIPADA

A CBF planeja divulgar o novo calendário – que já havia sido anunciado em julho – até a semana que vem, quando as mudanças na Libertadores forem confirmadas. Manoel Flores já adiantou que a ideia é que a Copa do Brasil tenha o mesmo número de datas e siga com o atual formato, mas seja antecipada. Entretanto, a entidade ainda estudará se o torneio voltará a ser disputado apenas no primeiro semestre. O diretor também reforçou que as duas paralisações no Brasileirão para as eliminatórias, setembro e outubro, não serão retiradas.   
– A busca é para manter equilíbrio do calendário que soltamos em julho. Queremos mexer o menos possível nas premissas básicas que tivemos no Comitê de Reformas. Os dois períodos de eliminatórias que conquistamos, vamos buscar manter. A estrutura central vai se manter. A gente vai encurtar o período da Copa do Brasil. O sucesso dela se passa pelo formato dela. Esse problema da Sul-Americana, com relação à escolha por qual torneio disputar, será superado. 
A Libertadores passará a ser disputada entre fevereiro e novembro e pode ter final única em campo neutro. A Sul-Americana continuará de junho a dezembro, mas ganhará 10 equipes que foram desclassificadas na primeira fase da Libertadores. Com isso, o maior torneio continental da América do Sul terá 42 semanas e não mais 27, como era até agora. Os vencedores das duas competições ganharão vagas na fase de grupos da Libertadores do ano seguinte.
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MUDA, CALENDÁRIO: 'Fim dos estaduais se faz necessário'

'Os estaduais seriam convertidos em divisões menores anuais do Campeonato Brasileiro'  (Leo Correa / MoWA Press)
Por Amir Somoggi*
No meu entender, a mudança radical que deveríamos tomar é a adequação ao calendário europeu e todas as alterações que visem adaptar o Brasil ao que o ocorre na Europa.
Mas como sei que será muito difícil, tenho uma proposta para o futebol brasileiro considerando o Calendário Gregoriano, entre janeiro e dezembro. O mais importante é dar férias de 30 dias para os jogadores e pré-temporada de 30 dias para os times.
Assim, ao invés da temporada começar com os estaduais, se iniciaria com o Campeonato Brasileiro, não apenas das séries A, B, C e D mas muitas mais. Os estaduais seriam convertidos em divisões menores anuais do Campeonato Brasileiro. 
Ao final da pré-temporada os times começam o Campeonato Brasileiro, sempre com jogos aos finais de semana, deixando o meio de semana para Libertadores, Sul Americana, Copa do Brasil, Primeira Liga e Copa do Nordeste. Com a mudança na Libertadores os times grandes poderão jogar bem as duas competições.
O fim dos estaduais se faz necessário pois infelizmente estão limitando o desenvolvimento do futebol brasileiro. Os times menores vivem desses quatro meses e ficam muitas vezes parados o resto do ano.
Para resolver isso um Campeonato Brasileiro regionalizado o ano inteiro para esses clubes e uma fase final nacionalizada em todas as divisões menores resolveria todos os problemas dos clubes brasileiros que atualmente não tem calendário.
Seriam quantas divisões fossem necessárias e assim os clubes teriam atividade o ano todo.
Nesse modelo gera-se emprego, renda e principalmente a possibilidade aos clubes pequenos, médios e grandes desenvolverem seu negócio de forma planejada e com um mínimo de previsibilidade, graças às mudanças no calendário.
Como pagar tudo isso?
As divisões maiores se transformam em ligas e serão autossustentáveis. E as menores além da busca de viabilidade serão bancadas pelos R$ 227 milhões que estão no caixa da CBF atualmente. A entidade lucrou R$ 421 milhões nos últimos 12 anos. Gasta mais de R$ 190 milhões somente em despesas administrativas e pessoal.
Dinheiro não falta para fazer essa revolução.
*Amir Somoggi é consultor de marketing e gestão esportiva e Especialista em Análise Financeira da Academia LANCE!
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quarta-feira, setembro 28, 2016

Categorias de base exige uma coordenação técnica e motodológica

“A coordenação técnico-metodológica no trabalho das categorias de base: importância e contribuições”

Universidade do Futebol

O desempenho no futebol apresenta característica multifatorial, orientado pela interação de componentes de ordem técnica, tática, física e psicológica (Aguiar, Botelho, Lago, Maças, & Sampaio, 2012) em um contexto de elevada imprevisibilidade, aleatoriedade e complexidade das ações (Garganta, 1997). Neste cenário, o processo de formação de jogador de futebol precisa, necessariamente, passar pela estruturação de metodologias e multidisciplinares equipes técnicas, as quais devem gerenciar recursos materiais e humanos de forma a garantir a melhor condição possível para o desenvolvimento dos componentes inerentes à performance inicialmente apresentados.
Neste contexto, a gestão das equipes de futebol já não pode representar um espaço exclusivo da tradicional dupla treinador-preparador físico. Funções de suporte ao trabalho de campo garantem melhores condições de desenvolvimento aos atletas e permitem a sistematização longitudinal do processo de formação esportiva pensado pelo clube. Diante disto, apresenta-se comum na atualidade a contratação de coordenadores técnicos e/ou metodológicos pelos clubes formadores com o intuito de melhor permitir a gestão ao longo do processo de formação. É sobre esta função que esta resenha incidirá.
COORDENADOR TÉCNICO-METODOLÓGICO 
Tradicionalmente, o processo de ensino-aprendizagem-treinamento do futebol, bem como dos demais Jogos Esportivos Coletivos, pautou-se essencialmente pela maximização do desempenho técnico – isolado do contexto de jogo – entendendo que repousaria na técnica o sucesso esportivo dos praticantes (Greco, 1998; Teoldo, Guilherme, & Garganta, 2015). A primazia técnica sempre se apresentou como fator diferenciador do futebol brasileiro em relação ao resto do mundo, sendo apontada como responsável por inúmeras conquistas internacionais de clubes e seleções.
Contudo, a evolução dos processos de treino observada em todo o mundo associada à radical redução na experiência motora das crianças e adolescentes na atualidade – justificada pela expansão das metrópoles e redução dos espaços públicos para a prática esportiva, a exemplo dos campos de várzea – resultou em profundas modificações na concepção do processo de E-A-T no futebol. O ambiente de aprendizagem, outrora dominado pelo ensino dos “fundamentos”, passou a compreender conteúdos tático-estratégicos inerentes à nova dinâmica do jogo, conferindo maior espaço aos princípios táticos (Silva, 2008; Tamarit, 2007) e à modelação tática e estratégica das equipes (Garganta, 1997).
Para ler o artigo na íntegra, basta clicar aqui.
Sobre o autor:
  • Graduado em Educação Física
  • Pós-Graduado em Ciência do Treinamento em Futebol e Futsal
  • MBA em Gestão de Pessoas

Mais um curso promovido pela Universidade do Futebol


Princípios para ensinar bem o Esporte, uma nova proposta que visa utilizar o esporte com o propósito de educar e garantir um ambiente seguro e inclusivo

by Universidade do Futebol
Em parceria com o UNICEF, nessa quarta feira, 28/09, lançamos o curso Princípios para ensinar bem o Esporte. Em um formato online e gratuito, com duração de 20 horas, voltado para professores de Educação Física, escolinhas de esporte, iniciação esportiva e treinadores infanto-juvenis.
Baseando-se em uma concepção humanista do ensino do esporte, entendido como fenômeno social importante na formação e desenvolvimento pessoal e social de crianças, jovens e adultos, o curso se utiliza dos princípios pedagógicos: ensinar esporte a todos; Ensinar bem esporte a todos e Ensinar mais do que esporte a todos.
Princípios para ensinar bem esporte patrocinadores
Tem como principal objetivo orientar professores e profissionais de educação física sobre como ensinar bem o esporte a todos, ao garantir condições essenciais para o desenvolvimento pleno de cada criança e adolescente, promovendo o direito ao esporte.
O curso Princípios para ensinar bem o Esporte busca desenvolver grupos distintos de modalidades esportivas como: esportes de combate e luta, de rede e rebatidas, atividades rítmicas, jogos de invasão, atletismo, entre outros, através de uma forma bastante didática, contextualizada à prática, intuitiva e muito bem fundamentada em uma proposta que visa utilizar o esporte com o propósito de educar e garantir que o processo de ensino seja realizado em um ambiente seguro e inclusivo.
O conteúdo do curso é dividido em 3 princípios, abordando os seguintes temas: “Entendendo o Esporte e seu contexto”; “Sabendo para quem, como e que ensinar” e “Aplicando os conhecimentos em aulas e treinos”.
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terça-feira, setembro 27, 2016

Associação gaúcha lança plano de ações para fomentar futebol feminino

Por Porto Alegre 
Carlos Alberto de Souza Professor Neco presidente Associação Gaúcha de Futebol Feminino (Foto: Beto Azambuja / GloboEsporte.com)Professor Neco anunciou propostas para incentivar modalidade (Beto Azambuja / GloboEsporte.com)
A Associação Gaúcha de Futebol Feminino (AGFF) lançou, em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, um plano com quatro ações que visam a qualificar a modalidade no Rio Grande do Sul entre 2017 e 2018. Além da formação de uma seleção gaúcha, as diretrizes contemplam qualificação de categorias de base e adulto e implantação de 10 Centros de Treinamento específicos pelo Estado.
Com a chancela da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), a AGFF pretende ainda criar a Copa Cone Sul de Seleções em novembro do ano que vem em Santo Ângelo, na região das Missões, com a participação da países vizinhos. Para dar o pontapé às iniciativas, a entidade conta com o apoio de um grupo de investidores formado por 32 empresas – não reveladas –, mas admite que o caminho é longo comparado ao futebol masculino.
– O empresário vai buscar apoio quando ele ver que vai ter retorno. O produto está pronto. Resta descobrir uma forma de fomentar isso. As pessoas não conseguem se colocar à disposição de ir atrás para se dedicar à atividade. O futebol feminino tem que ter espaço para as pessoas trabalharem como formação profissional – comenta o presidente da AGFF, Carlos Alberto de Souza, o Professor Neco.
A seleção gaúcha participará do Campeonato Brasileiro de 2017, que deve ocorrer entre os meses de fevereiro e julho, e contará com as melhores atletas do Campeonato Gaúcho de Futebol Feminino deste ano, que está na fase semifinal. Antes do período de treinamentos, previsto para começar em outubro, as jogadoras passarão por uma avaliação técnica com membros da associação, além da treinadora Patrícia Gusmão, todos professores de Educação Física e com lastro histórico na modalidade.
– A seleção representará o que de melhor temos tecnicamente no Rio Grande do Sul – acrescenta Souza.
Para fomentar o esporte desde a base, a AGFF buscou em empresas privadas um convênio para a criação de 10 Centros de Treinamento exclusivos para o futebol feminino em cidades polo do interior do Estado que não tenham times. O projeto atenderá crianças de sete a 13 anos. A associação gaúcha promete fornecer suporte técnico, supervisão e material esportivo para as entidades por meio da parceria privada. 
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quinta-feira, setembro 22, 2016

Juventude tenta se reerguer com gestão profissional


Rival do São Paulo, Juventude tenta se reerguer com gestão profissional

Arthur Dallegrave/EC Juventude
Antônio Carlos Zago orienta jogadores do Juventude durante treino
Antônio Carlos Zago orienta jogadores do Juventude durante treino

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"Gosto muito de futebol, mas não entendo de esquema tático e nem participo da montagem da equipe".
A declaração de Roberto Tonietto, 50, pode soar estranha, já que vem de um presidente de clube de futebol, mas é com esse pensamento de gestão profissional que o Juventude tenta recuperar o prestígio no cenário nacional após anos no ostracismo.

Proprietário da maior rede de distribuição de combustível do sul do país, ele decidiu implementar as mesmas estratégias de gestão adotadas em suas empresas no clube de Caxias do Sul (RS), que nesta quinta-feira (22), às 21h30 (com SporTV), pega o São Paulo no jogo de volta das oitavas de final daCopa do Brasil –já venceu a primeira partida por 2 a 1.

"Coloquei um profissional em cada setor e dei autonomia. Gosto de futebol, mas não dou palpite. Temos gente especializada na função. Se os resultados não aparecem, faço uma cobrança, mas uma cobrança profissional", disse Roberto Tonietto, que foi vice-presidente do clube durante quatro anos.

Em menos de dez meses na presidência, o dirigente viu a equipe campeã da Copa do Brasil em 1999 ser vice-campeã gaúcha, o que não acontecia desde 2008, e chegar às quartas de final da Série C, fase que define os quatro clubes que vão subir para a Série B do Brasileiro. Agora, tenta retomar o patamar de destaque no principal torneio em formato mata-mata.

Para conseguir a classificação diante do São Paulo, o time pode perder por até 1 a 0 no estádio Alfredo Jaconi.

"Traçamos como principal objetivo para este ano o acesso para a Série B do Brasileiro, que vai ajudar muito na nossa reestruturação e reorganização. O vice -campeonato gaúcho foi uma surpresa e agora a classificação na Copa do Brasil ficou bem plausível após o jogo de ida. Vamos passo a passo".

De acordo com o presidente, a folha salarial do clube é de R$ 350 mil –quinze vezes menor que o rival desta noite. Dos 34 jogadores que compõem o elenco, 18 foram revelados na base.

"É o que o nosso orçamento permite. Esse é um dos segredos para o momento que atravessamos. Salários em dia", completou Tonietto.

Arthur Dallegrave/EC Juventude
Antônio Carlos conversa com os jogadores do Juventude durante treino
Antônio Carlos conversa com os jogadores do Juventude durante treino

CONTINUIDADE

A folha salarial em dia não é o único trunfo do time de Caxias do Sul. A manutenção da comissão técnica também é citada como um dos diferenciais para a boa fase.

Desde agosto de 2015, a equipe é dirigida pelo ex-zagueiro Antonio Carlos Zago. Ele assumiu o clube após passar quase três anos na Europa, onde trabalhou como assistente técnico na Roma e no Shakhtar Donetsk (UCR).

"O trabalho a longo prazo é a saída para qualquer clube. Fizemos uma boa pré-temporada e contratamos jogadores a dedo. Montei praticamente o time inteiro e está dando resultado", disse o técnico, que recebeu proposta de equipes como o Figueirense, que disputa a Série A, mas optou pela permanência.

"Eu tinha dado a minha palavra para o presidente. Sempre sonhei em retornar ao Brasil e fazer esse trabalho e estou tendo a oportunidade".

EM 2015, SÃO PAULO ESTAVA EM SITUAÇÃO PARECIDA

Com campanha irregular no Brasileiro –ocupa apenas o 12º lugar–, o São Paulo aposta na conquista da Copa do Brasil para disputar a próxima edição da Libertadores.

Derrotado no jogo de ida por 2 a 1, no Morumbi, o time precisa vencer o Juventude por dois gols de diferença para avançar às quartas de final do torneio.
Em 2015, a equipe viveu situação parecida. Depois de perder para o Ceará por 2 a 1 em casa, o São Paulo venceu no campo adversário por 3 a 0
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segunda-feira, setembro 19, 2016

Amir Somoggi fala sobre o Torcedor na era digital

O torcedor brasileiro ao longo dos anos foi muito maltratado por seus clubes, sem grandes inovações em suas abordagens de marketing e comunicação.
Mesmo com o crescimento da internet e o desenvolvimento do sócio torcedor as ofertas e campanhas sempre estiveram restritas a compra de ingressos ou ações especificas e sem grande criatividade.
A tecnologia atual, na era do Netflix, Airbnb, Uber permite fazer uma revolução na relação do torcedor com seu clube de coração. A paixão do torcedor é um combustível fantástico para projetos no mundo digital.
No Brasil, 86 milhões de pessoas estão nas redes sociais, 80% dos brasileiros assistem a vídeos na Internet, de preferência em smartphones e tablets. Apenas como comparação a TV aberta é vista por 70% das pessoas.
Recentemente uma notícia me chamou a atenção, o lançamento de um novo produto para o torcedor brasileiro. A empresa brasileira Stayfilm, que cria filmes de alta qualidade em apenas 2 minutos, é agora licenciada global do Chelsea.
stayphilm 
O torcedor carrega suas fotos e vídeos e rapidamente cria um videoclipe profissional para ser compartilhado nas redes sociais. A questão para reflexão é que esse serviço foi criado para torcedores brasileiros que gostam do Chelsea. Sem dúvida o time londrino percebeu o potencial do mercado brasileiro para sua marca.
A empresa conta com canais como da Disney, Marvel e Pixar. Entre os times brasileiros o Corinthians já está na plataforma.
sccp-stayfil 
São mais de 800 mil usuários e com mais de 2 milhões de filmes produzidos. Uma marca e tanto. Segundo estudo da empresa ComScore um dos pontos chave do digital no mundo será de vídeos de alta qualidade nas mídias sociais.
E somado a isso um mercado de publicidade digital no Brasil de R$ 10 bilhões por ano.
Se nossos clubes focassem em inovação de marketing, literalmente saíssem da caixa, poderíamos aproveitar ao máximo o que a tecnologia pode fazer de bom para um torcedor de futebol.
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Quem é o Juventude, adversário do Fortaleza no mata-mata da Série C


Por: Fernando Graziani 
Durante três semanas o Fortaleza e sua torcida não pensarão em outra coisa a não ser no time de Caxias do Sul, quarto colocado do grupo B com 30 pontos, exatamente a mesma pontuação do Fortaleza, líder do grupo A.
Mais uma vez, como foi no ano passado, será um adversário gaúcho que o tricolor terá pela frente para tentar voltar para a Série B. E, mais uma vez, fazendo o segundo jogo no Castelão, situação que nunca foi vantagem neste atual regulamento para o Fortaleza.
O Juventude tem muito valor e não só pela história de anos na Série A ou pelo momento de recuperação que está em andamento. Na atual Série C, o time comandado pelo ex-zagueiro Antonio Carlos conseguiu garantir a vaga só na rodada final no melhor estilo “não está morto quem peleia”. No final de agosto, pouca gente apostava, inclusive.
No total da campanha foram 28 gols marcados (em apenas quatro jogos o Juventude saiu sem balançar a rede adversária), o melhor ataque do seu grupo e de toda a competição, ao lado do Botafogo-SP e do Boa Esporte. O sistema defensivo, entretanto, tem problemas e provocou a instabilidade na campanha. A equipe sofreu 18 gols, é a pior defesa entre os oito classificados para o mata-mata.
Como mandante o time teve 55% de aproveitamento, apenas o quinto do grupo. Foram quatro vitórias, três empates e duas derrotas. Como visitante exatamente a mesma campanha de 15 pontos conquistados em 27 disputados, ou seja, a equipe foi mais forte quando atuou longe de seus domínios nesta Série C, tanto que terminou com a melhor campanha de toda a competição fora de casa. Outro detalhe: tanto em casa como fora de casa o Juventude marcou 14 gols.
Em nove jogos em Caxias pela Série C, o time verde e branco levou 22633 torcedores no total, média pequena de 2515 por partida.
Hugo (6 gols), Roberson (5 gols), Wallacer (4 gols) e Felipe (3 gols) são os jogadores que o torcedores jaconeros mais viram marcar na terceira divisão.
Na Copa do Brasil, o Juventude venceu o São Paulo no primeiro jogo das oitavas de final. O placar de 2 a 1 no Morumbi foi construído, apesar da fragilidade do adversário, com um futebol organizado para marcar, saídas rápidas para os contra-ataques, ausência de covardia mesmo atuando como visitante e muito treinamento de jogadas partindo de bolas paradas. O jogo de volta será na quinta-feira desta semana, no Alfredo Jaconi, estádio com capacidade atual para cerca de 19 mil pessoas.
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sábado, setembro 17, 2016

Festa, pipoca, reza e adeus: a situação dos clubes na última rodada da Série C

Globo Esporte

Fase classificatória da Terceirona chega ao fim com emoção de sobra para 20 times. GE lista os motivos para o torcedor ficar ligado antes do começo do mata-mata


Série C do Brasileirão  0 (Foto: Infoesporte)

Dez jogos vão fechar neste domingo a 18ª rodada da Série C do Campeonato Brasileiro. O dia promete aflição e um misto de sensações para os torcedores de todos os cantos do país. Para o bem, a festa por uma classificação às quartas de final e a expectativa de estar mais perto da Segundona. Para o mal, o temível rebaixamento. 
Dois times foram rebaixados para a Série D de 2017 antes mesmo do fim da fase classificatória. River-PI e Guará farão sua despedida. Há outras duas vagas, uma em cada grupo, indicando o caminho da Quarta Divisão. Cinco clubes entram pressionados para não cair. 
Quatro times estão nas quartas, mas há possibilidade para outras sete equipes de alcançar à próxima fase. Todos os jogos do Grupo A acontecem às 19h. O do Grupo B, às 16h. O GloboEsporte.com fez a lista para o torcedor não perder a última rodada. Ao fim das partidas, vamos conhecer os rebaixados e definir os confrontos das quartas.   
Série C do Brasileirão  1 (Foto: Infoesporte)
CARDS SÉRIE C 2 (Foto: Infoesporte)
Série C do Brasileirão  3 (Foto: Infoesporte)
Série C do Brasileirão  4 (Foto: Infoesporte)
CARDS SÉRIE C 5 (Foto: Infoesporte)
Série C do Brasileirão  6 (Foto: Infoesporte)
Série C do Brasileirão  7 (Foto: Infoesporte)
CARDS SÉRIE C 8 (Foto: Infoesporte)
CARDS SÉRIE C 9 (Foto: Infoesporte)
Série C do Brasileirão 10 (Foto: Infoesporte)
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Entrevista] Tite destaca responsabilidade social da Seleção


'A seleção brasileira tem uma responsabilidade social', afirma Tite



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Tite, 55, acredita que a seleção tem uma função social. Depois de estrear com duas vitórias no cargo de treinador do time nacional, ele diz que a equipe "pode passar imagens sendo melhor, mais contundente, mais agressiva, mas de forma leal, jogando melhor futebol".

Em entrevista à Folha, o gaúcho afirmou que o esquema vencedor armado nos dois jogos foi "legado" de Dunga, seu antecessor, e disse que deu um beijo no presidente da CBF, Marco Polo del Nero, na sua apresentação, como um gesto de "agradecimento ao carinho dado à minha mãe". O cartola dera uma camisa à mãe do treinador.

Antes de assumir o cargo, Tite havia pedido a saída de Del Nero, acusado de corrupção pelo FBI.
Paulo Whitaker/Reuters
Tite comanda treino da seleção brasileira em Manaus
Tite comanda treino da seleção brasileira em Manaus

Folha - Depois das duas vitórias no início do trabalho, o que você pode prometer aos torcedores?

Tite - Estamos no trabalho de construção de uma equipe, que vai passar por um trabalho de consolidação. Esse time vai oscilar, passar por um desafio de maturidade ao sair perdendo e ter que reverter o placar. Esses bons resultados não nos credenciam a absolutamente nada para o jogo com a Bolívia. Não sei quem vai ser no meio de campo, quem vai jogar na frente. Daqui a pouco, o Willian e o Philippe Coutinho vão começar a brigar lealmente por uma vaga. O Giuliano e o Oscar por outra posição. O time está se construindo.

Qual é a diferença de trabalhar na seleção e no clube?

Tenho mais tempo para ficar com a minha esposa. Não tenho tantas viagens. Mas também tenho agora que me reinventar. Tenho que ver o futebol agora com os olhos de outros técnicos. Preciso saber a posição em que o atleta dele joga, como conversar com eles. Preciso constantemente me municiar. Vou sempre ver jogos ao vivo ou pela televisão.

Qual das conversas com técnicos foi a melhor [Tite falou com dezenas de técnicos sobre os convocados]?

Tem uma série de componentes importantes. O Vanderlei Luxemburgo disse para não me preocupar em formar time durante as eliminatórias. Tem que preparar o time para vencer. Ele me passou a experiência dele na seleção. Sobre posicionamento, sou grato à conversa com o Dorival Júnior e o Muricy [Ramalho]. Eles me falaram como o Neymar se sente confortável no campo. Jogando na esquerda flutuando pela direita. O Zidane me falou sobre o Casemiro. Ele é o meu ponto de equilíbrio para ajudar nos avanços do Marcelo e dos meias.
Eu quero saber posição, função e como eu posso falar como o Lucas Lima, por exemplo. Como ele reage se eu for mais duro com ele? Qual é o tom? Ontem eu liguei para o Antonio Conte, do Chelsea, para saber do Oscar. Ele me disse que ele está bem, está jogando um pouco mais atrás na linha 4-1-4-1, tal qual a forma como jogamos. Ele está fazendo a função do Paulinho. E como é o tom para orientá-lo? "Tem que ser mais educativo, mais brando, Tite. É um bom menino. Não precisa de uma paulada para que ele possa render". É importante ter uma referência para trabalhar com o atleta.

Depois desses toques, você começa a pensar. O 4-1-4-1 não fui eu que implantei. O Dunga fez isso. Os dois melhores jogos foram nesse esquema. Não estou falando porque ele saiu da seleção. Fui crítico da contratação do Dunga em 2014, fui contra. Mas o legado foi dele.

Por que você não ligou para o Dunga?

Não liguei por respeito profissional. Sempre que saí de um clube eu carreguei a marca de querer continuar. Isso é humano, e eu tenho que compreender para não o colocar em uma saia justa. Quem não gostaria [de treinar a seleção]? Dói, cara. Imagina uma pessoa falar. Tive a grandeza de não falar.

Você também não telefonou para o Felipão, que é técnico do Paulinho na China.

Não liguei por problemas que tivemos no passado [a amizade entre os dois se encerrou em 2010, após entrevista de Felipão, então técnico do Palmeiras, sobre partida contra o Fluminense que poderia beneficiar o Corinthians, que brigava pela liderança]. Mas são problemas superados. Com o tempo ele vai estar [na lista de consultados]. Adversidades são superadas. Neste momento, não. Eu já tinha acompanhamento do Paulinho, não precisava.

Você foi um crítico do presidente Del Nero antes de assumir o cargo. Você já está há quase três meses trabalhando aqui. Como você vê a CBF agora?

Esse é um assunto polêmico e, por vezes, constrangedor para mim. Não mudei em nenhum momento minha postura de excelência, transparência e de crescimento. Essa é minha a parcela de contribuição. Acho que é isso que tem que passar para a seleção, para CBF e para todos. Fui criado assim. A minha formação universitária foi feita para pensar e não para reproduzir. A melhor forma de levar para a seleção é esse processo todo. Aqui tem um grupo extremamente comprometido para fazer o melhor. Estou contente com o ambiente da seleção. Não transito pelo outro lado. Não posso falar sobre lá [onde o presidente trabalha]. Se falasse de lá, estava vendendo "bala juquinha" para você.

Como é o seu relacionamento com o Del Nero?

Almoço com ele aqui [na sede da CBF, no Rio]. Hoje levei a lista para ele ver.

Ele interfere na convocação?

Não. É a minha autonomia, mas falo sobre os convocados.

Você foi criticado por dar um beijo no Del Nero logo ao assumir.

Quando aceito ser leal, sou leal. Vou trabalhar pela seleção. Ali estava a figura que representava a seleção brasileira na pessoa dele. Assim como me posicionei sobre transparência aqui em relação a ele, fiz isso publicamente na frente dele. Ele me fez um gesto de carinho. Deu uma camisa para a minha mãe. Tive que morder o lábio para não me emocionar. Não estou pré-julgando. Não vou julgar ninguém. O beijo foi de agradecimento ao carinho dado à minha mãe, que segura a camisa e ora por mim.
Você tem a chance de colocar o Brasil em primeiro lugar nos dois próximos jogos das eliminatórias.

Não boto o time em lugar nenhum. A maior hierarquia técnica foi quando o Neymar roubou a bola e fizemos lá na frente o segundo gol contra a Colômbia. Como o [jogador da NBA] LeBron James fez. O maior ator roubou a bola e deu para o [Kyrie] Irving fazer a cesta decisiva na final da NBA. Estou me tocando disso agora e vou falar para eles. É o mesmo lance do Neymar. Futebol como esporte coletivo é uma coisa fascinante.

Você se diz um admirador da seleção brasileira que jogou a Copa de 1982. O que faria para ela ganhar?

Nada. Eu assisti todo o teipe. O Telê [Santana] fez exatamente o que eu faria. Deu 2 a 2 ele tirou o Serginho, colocou o Paulo Izidoro do lado direito e deu liberdade para o Sócrates jogar mais avançado. A Itália não chutou uma bola em gol. Há um cruzamento e o Junior colocou para escanteio. A bola te dá sinais. A Itália estava morta. Se fosse basquete, o Brasil estava 12 pontos à frente da Itália. Se fosse vôlei, estaria sete pontos à frente.

Você reviu todos os jogos da seleção brasileira dos últimos anos. Qual foi o pecado dos últimos treinadores?

Não posso te responder, ainda que a pergunta seja boa. Tenho toda a Copa aqui de 2010 [aponta para um bloco cheio de anotações], com as minhas anotações. Olha todo o time da França aqui Tenho de 2006 também, assim como de 2014. Os jogos que não consegui assistir, eu peguei os melhores momentos para fazer um "briefing" do sistema tático. Não por trabalho, mas por prazer. Eu gosto.

O que você está achando do Brasil atualmente, com o governo Temer?

Entendo que a gente está em um momento de transição. Se a palavra "transparência" é uma que usei, eu gostaria de acrescentar "educação". A gente só vai melhorar a sociedade se tiver uma educação melhor, princípios melhores. Sem ser malandro. Eu posso ganhar sendo competente, ético, melhor. Como governante, posso ser competente e correto. Futebol, esporte e o professor de educação física educam. Passam princípios.

Você vê potencial de transparência no presidente Michel Temer e seu governo?

Não tenho condição de avaliar. Não tenho profundo conhecimento dele nem das pessoas próximas a ele. Eu seria leviano se dissesse tanto a favor como contra. Não estou fugindo da pergunta. Se tivesse [condição], eu colocaria.

O que você acha do país?

Está sedento ao bem, à transparência, à correção. Ele vibra com punição, com educação. Os meios de comunicação estão conseguindo passar algumas coisas que dizem: "olha, reflete". Isso está sendo bom. Estamos em um momento que se tornou fértil.

É assim que você vê as manifestações, as pessoas indo para as ruas?
Sim. Desde que não sejam impregnadas de violência.

E o "Fora, Cunha"?

Tenho minha opinião a respeito dele [Eduardo Cunha], mas não gostaria de externar. Diferentemente de Temer, eu tenho.

E o impeachment de Dilma Rousseff?

Não tenho [subsídios para opinar]. É um contexto muito grande, há um conjunto muito grande a ser analisado há bastante tempo. Nem a favor nem contra. As situações que foram comprovadas são incontestes. Do Cunha eu tenho uma opinião muito clara, e seguramente não difere da de vocês.

Nesse contexto, a seleção brasileira tem responsabilidade política?

A seleção brasileira tem uma responsabilidade social, de educação e do futebol como paixão. Você pode passar imagens sendo melhor, mais contundente, mais agressivo, mas de forma leal, jogando melhor futebol.

Quem passou pela seleção que te inspirou nesse aspecto?

Acho que não foi a seleção, mas a minha educação, nos jogos no campinho cheio de pedras. Eu e meu irmão jogávamos em seis, dividíamos em dois times, três para cada lado. Aí alguém reclamava que um dos times estava mais forte e então mudávamos até equilibrar. O futebol me educou.

E você pensa em voltar para o Corinthians?

Não esperava voltar tão cedo. Em 2014 eu pensei: "você está maluco, cara? Vai voltar para um clube no qual você ganhou tudo, com o grau de expectativa extremamente alto?" Mas confiei nas pessoas que lá estavam. Mas achei que ia voltar para o Grêmio, primeiro clube grande onde conquistei muitas coisas. Não tem como se planejar a longo prazo no futebol.

Eu não imaginava que estaria na seleção brasileira hoje. Imaginei em 2014, mas agora não. Em 2014 eu passei uma semana pensando "pô, o que eu preciso fazer para ser escolhido?".
Danilo Verpa/Folhapress
GALERIA DA SEMANA - JUNHO 4 - SAO PAULO - SP - 19.06.2016 - O ex-tecnico do Corinthians, Tite, recebe homenagem do clube em sua despedida da torcida na Arena Corinthians antes da partida contra o Botafogo em jogo valido pelo Campeonato Brasileito 2016. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, ESPORTE)
Tite durante sua despedida do Corinthians

Quem leva o Brasileiro neste ano?

Tem quatro equipes: Santos, Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras. Acredito que até as últimas seis rodadas não estará definido.

Qual te agrada mais?

O Santos. Tem o futebol parecido Eu e o Dorival Júnior somos amigos, jogamos juntos no Guarani. Um futebol mais de posse, de triangulações.

O que você aprendeu em suas conversas com treinadores internacionais?

Eu não falei com o [Pep] Guardiola, mas aprendi ao ver as equipes dele: triangulações, posse de bola Como dizia o Muhammad Ali, flutuar como borboleta e picar como abelha. É isso que o Guardiola faz: trabalha a bola e "pum"!. É fascinante. O [José] Mourinho é reativo, do contra-ataque. O [Carlo] Ancellotti é o meio-termo, organizado sem abrir mão da posse ou de agredir. É um estilo de futebol que me agrada mais. E ele tem um estilo que eu gosto mais, mais sóbrio e mais discreto. O Guardiola e o Mourinho são midiáticos, estrelas.

Qual jogador da seleção mais te impressionou?

Não vou falar individualmente, mas o nível técnico e de compreensão me surpreenderam. A ponto de falar para a comissão técnica: "as orientações dadas aos atletas tem que ser de nível altíssimo, senão vocês vão passar vergonha". Você tem que dizer o que fazer e o motivo, porque eles contra-argumentam. "Flutua deste lado. Por que, professor? Porque deste lado você vai surpreender".

Caso tudo dê certo e a seleção se classifique para a Copa da Rússia, o que você projeta?

Depois de classificar, vou tomar uma caipira desse tamanho aqui, ó [mostra com as mãos]. Não dormir uns quatro, cinco dias, rapaz. Ganhamos do Equador depois de mais de trinta anos, estava com uma felicidade danada, olho para a tabela e vejo que estávamos na quinta colocação. Caramba!

O Neymar sempre se mostra chateado com a crítica, não quis dar entrevista durante a Olimpíada, além de levar muitos cartões amarelos. O que você tem feito para controlá-lo?

Vou relatar uma conversa que tive com todos os jogadores. Eles disseram que se sentem mais felizes, menos egoístas, em jogar pela seleção do que pelos clubes deles. O [lateral] Marcelo diz que está na seleção desde os 17 anos, que a família dele fica muito feliz quando ele é convocado. Existe uma imagem de que os atletas, por serem ricos e bem-sucedidos, não têm vontade de servir a seleção. Na verdade, é o inverso. Eu também ficava nisso de pensar na ostentação deles. Mas eles mostraram o outro lado. 
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