Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

terça-feira, fevereiro 09, 2016

Opinião] 'É preciso mais zelo com o que se diz', por Benê Lima

Benê Lima

É preciso mais zelo com o que se diz

“A desimportância do futebol cearense guarda uma estreita relação com o modus faciendi e com o modus vivendi sob os quais elegemos para fazermos e para vivermos.” – Benê Lima  

__________________________
Pode parecer que eu tenha pouco apreço para com os colegas cronistas esportivos, além de um baixo nível de respeito pelos mesmos. Se isto estiver sido incutido em suas mentes, asseguro-lhes que não passa de uma ideia errônea a qual deve ser afastada, haja vista que não corresponde à realidade. E ninguém melhor do que eu para desfazer este equívoco, fruto – muito provavelmente – de ideias preconcebidas e que de fato não condizem com aquilo que sinto. 
Talvez minha visão séria das coisas, pessoas e fatos, meu reconhecimento da complexidade da multidisciplina futebol e estilo reformista e neo progressista tenha influenciado as pessoas a confundirem minha seriedade e profissionalismo com o culto a um proto estilo antipático, arrogante até e pouco ético. No entanto, volto a afirmar que difiro da imagem que de mim alguns erigiram, embora o apenas dizer isto ainda seja pouco para desfazer o que algumas mentes preconceberam.

Mas também há aspectos da minha imagem que não tenho interesse algum em interferir na ótica das pessoas, porque eles serão mantidos até como afirmação da minha personalidade e do meu caráter. Entre eles os aspectos críticos e analíticos que caracterizam tanto minha vida pessoal quanto a profissional. Isto deve ser mantido também como pré-requisito de quem faz do exercício jornalístico um dos vieses da comunicação. 
Outra coisa que é mister esclarecer, refere-se à questão ética. Esta me pode cobrada mais que aos demais, só não demonstrem obscurantismo quanto ao domínio do termo. Portanto, o tal do corporativismo canhestro não faz parte de minha prática. Colega de profissão em contraposição da moralidade ou com comportamento apoiado em um código de ética questionável, não conte com nenhum apoio de minha parte. Em contrapartida, tenho, em todas as ocasiões que se me apresentam tentado elevar a minha categoria, e o próprio presidente da Apcdec e também representante do Sindicato dos Radialistas, Edílson Alves, pode dar esse testemunho. 
Além de ser necessário se ter mais zelo com o que se diz, é preciso se ter mais cuidado com o que pensamos. A desimportância do futebol cearense guarda uma estreita relação com o modus faciendi e com o modus vivendi sob os quais elegemos para fazermos e para vivermos. É inadmissível uma imprensa que extrapola sua atitude crítica e analítica para desmerecer e ‘detonar’ a tudo e a todos em um ambiente como o do futebol, que por sua própria natureza não deve ser considerado como repositório de ética, moral e bons costumes. Portanto, precisamos infundir ânimo nesse ambiente, precisamos encorajar as pessoas a serem agentes da revolução que o meio tem requerido, precisamos participar destes processos agregadores de valoração e qualificação, sem o quê não haverá reconstrução possível. Como disse a um torcedor que nos segue nas redes sociais, com visão extremamente negativa: 
"Talvez, Fulano, seja muito mais verdade dizer que o futebol cearense tem o tamanho das mentalidades que o permeiam , entre as quais você também se inclui. Embora você não queira, mas você é parte integrante e muito ativa desse "futebolzinho" ridículo. Você já parou para se perguntar o que você já fez ou faz para melhorá-lo? Porque nos espaços de discussões dos quais participo não tenho visto você dar contribuição positiva nenhuma. Tenho visto - isto sim - muitas críticas, algumas das quais infundadas, desarrazoadas, agressivas e até desrespeitosas” com o quê findei meu recado. 
De outra parte, assistimos profissionais renomados da nossa crônica esportiva, dispararem em meio a erros grosseiros de português, injunções típicas de um caráter com sérias deformações em sua constituição. Eles parecem, contraditoriamente, pretenderem nos fazer crer que futebol não é coisa séria, e que somente eles têm uma função austera a cumprir. Na verdade, embora essas pessoas possuam um bom capital simbólico, o que lhes permite manterem boas fontes de informação, jamais admitem dar crédito a quem não pertença ao seu fechado círculo de inter favorecimento. E desse grupo pretensamente ‘seleto’ participam jovens jornalistas que detestam radialistas, porque não podem admitir que quem não tenha diploma possa lhes fazer frente. Em razão de tamanha arrogância, elas expressam com petulância e desfaçatez falsas informações, sem um mínimo de preocupação com o estrago que isso possa causar à vida das pessoas envolvidas. 
É triste ouvir de uma pessoa pública que ela perde o amigo, mas não perde a piada. Isso denota que, primeiro ela não sabe o verdadeiro sentido do que é amizade; segundo, que uma tal pessoa possui deformações de caráter temerárias. É por isso que digo que a depuração da nossa crônica passa, necessariamente, pelos portais dos cemitérios. E não tem problema que eu me vá primeiro, pois tenho a mais absoluta convicção que, ao passar por qualquer que seja o portal, minha destinação será bem outra. 
Ao limbo essas mentes doentias.