Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sexta-feira, maio 18, 2018

G7 do Nordeste chega a 100 mil sócios em dia e receita deve superar R$ 50 mi

Seja pela emoção, pelo embalo de uma conquista ou pelo humor, as campanhas de sócios vêm ganhando peso dentro das administrações dos clubes do Nordeste.
Considerando os sete maiores no futebol da região, as mensalidades de 2017 geraram R$ 40,46 milhões em receitas, fora ingressos e produtos licenciados comprados com descontos pelos associados. Em maio de 2018, o G7 ultrapassou a barreira de 100 mil associados titulares adimplentes. Tomando como base uma média de R$ 40 por plano, este quadro (105.210) poderá gerar R$ 50 mi nesta temporada, ou 4,2 milhões de reais por mês – mas com disparidade na arrecadação, já a partir do cenário recifense, como indica o ranking abaixo.
Como não poderia deixar de ser, as redes sociais funcionam como força motriz neste processo, com a ativação de vídeos de convocação, descontos, feirões de adesão etc. Abaixo, alguns deles, nos mais variados formatos. Tem a hilária participação do volante Derley no Fortaleza, a resenha de Jotinha no Bahia, o acesso do Vozão, a marca atingida pelo Vitória, a apresentação do Santa sobre o Tricolor de Coração, a campanha Ilha Lotada do Sport e a volta alvirrubra aos Aflitos.

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Total de sócios titulares adimplentes (entre parênteses, a última atualização)
32.000 – Sport (17/05)
19.086 – Fortaleza (17/05)
18.912 – Ceará (14/05)
16.000 – Bahia (15/05)
10.000 – Vitória (03/04)
4.730 – Santa Cruz (30/04)
4.482 – Náutico (17/05)
Receita com mensalidades em 2017 (entre parênteses, o percentual sobre a receita total)*
R$ 12,91 milhões – Sport (11,8%)
R$ 6,52 milhões – Bahia (6,2%)
R$ 5,77 milhões – Fortaleza (24,2%)
R$ 5,55 milhões – Vitória (6,3%)
R$ 4,22 milhões – Náutico (21,2%)
R$ 3,48 milhões – Santa Cruz (21,9%)
R$ 2,01 milhões – Ceará (6,3%)
* Dados obtidos através dos respectivos balanços financeiros

Fonte: Cassio Ziporli

quarta-feira, maio 16, 2018

CBF inaugura novo espaço na Granja Comary na sexta



Site Oficial da CBF


Perto de iniciar a preparação para a Copa do Mundo Rússia 2018 na Granja Comary, a Seleção Brasileira poderá contar com um novo espaço a partir desta sexta-feira (18). A CBF inaugurará o Centro de Excelência do Futebol Brasileiro, uma estrutura moderna e pensada para atender a três pilares - Treinamento, Ensino e Pesquisa.

Os profissionais de mídia credenciados para a cobertura dos treinos da Seleção Brasileira na semana seguinte estão convidados para conhecer o Centro de Excelência nesta sexta-feira. Com início às 11 horas, será realizado um tour com os jornalistas pela Granja Comary, local que servirá de concentração para a delegação nesta semana de trabalhos em Teresópolis. Edu Gaspar, coordenador de Seleções, e Fabio Mahseredjian, preparador físico, serão os guias.

Além do Centro de Excelência, a imprensa terá a oportunidade de conhecer toda a estrutura de hospedagem do CT da Seleção Brasileira, a recém construída sala do Centro de Pesquisa e Análise, a nova área do Departamento Médico e tudo o mais que estará a serviço da equipe nesta preparação para a Copa do Mundo.

Para participar desta pauta, os credenciados para os treinos na Granja Comary devem confirmar presença até a quinta-feira (17), às 13 horas, através do e-mail imprensa@cbf.com.br
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O gesto de solidariedade do Grêmio que emocionou os venezuelanos

Integrantes da delegação fizeram doação aos funcionários do hotel em Maturín

Eduardo Gabardo / Agência RBS
Grêmio deixou doações aos funcionários do hotel em que ficou hospedado

Durante a passagem por Maturín para o jogo contra o Monagas, pela Libertadores, os integrantes da delegação do Grêmio ficaram sensibilizados com a crise econômica da Venezuela. Os atletas não tiveram a oportunidade de circular muito pela cidade e ver de perto o drama das prateleiras vazias nos supermercados nem as madrugadas dos venezuelanos nas filas para conseguir sacar apenas o equivalente a R$ 5 pela manhã.

Puderam, no entanto, conversar com os funcionários do Hotel San Miguel Golf Club, local da concentração, e ouviram deles as histórias de sofrimento da vida na Venezuela. Todos ficaram extremamente sensibilizados com a situação. Imediatamente se tomou uma decisão, e os integrantes da delegação concordaram em reunir uma quantia em dinheiro para doação aos funcionários do hotel.

Quando começou o recolhimento da verba, todos fizeram questão de participar. Atletas, comissão técnica, dirigentes, seguranças, funcionários da logística, entre outros. O valor arrecadado não foi divulgado, mas se sabe que foi uma quantia significativa para os padrões locais.

E mais do que isso: também foi decidido entregar todos os itens de higiene pessoal levados, além de toda a alimentação que estava com a delegação. Em alguns momentos, a equipe que servia o Grêmio também foi convidada a participar das refeições. Todos que tiverem oportunidade de participar destes momentos relataram a emoção com o gesto do clube.

Mais do que a vitória, o Grêmio deixou na Venezuela um belo exemplo de solidariedade.
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quarta-feira, maio 09, 2018

Times caloteiros terão mais dificuldade em manter elenco, segundo a FIFA


Mazzuia

Times caloteiros tem marcado uma grande presença no futebol mundial. Enquanto na Europa, as medidas variam entre punição de pontos, rebaixamento e impossibilidade de comprar atletas em um determinado período, no Brasil nada acontece.

Nas transferências internacionais, o Guarani já chegou a perder 3 pontos na Série B do Brasileiro em 2006, quando começou a negociação do lateral esquerdo, Gilson, para o Samsunspor Külübu, da Turquia ainda no ano 2004, mas desistiu da continuidade. Os turcos, exigiram ainda ressarcimento de tudo que gastaram entre passagens aéreas e exames médicos e o Bugre tomou multa de 9 mil dólares.

As leis para combater times caloteiros feita pela FIFA, deve entrar em vigor ainda em 2018, inicialmente para transferências entre países, sendo que o atraso de pelo menos dois meses de salário, já da direito ao jogador de obter rescisão.

Encostado

Jogadores que forem colocados para treinar em separado de forma humilhante ou lesiva, também terão direito a rescisão.

Leis Nacionais

A entidade máxima do futebol, não pode mudar leis internas de cada país, portanto a vigência é a caráter internacional.

Nesse caso, se um atleta registrado em um clube brasileiro quiser pedir rescisão, ele deverá esperar os três meses, mencionado na Lei Pelé dentro do próprio país, mas apenas dois meses, se o convite for do exterior.

Punição

Os juízes de primeira instância, também terão mais poder, segundo a FIFA, agora caso os times caloteiros não eliminem sua dívida em até 45 dias, o acordo não pode ser protelado. A equipe pode ficar até três janelas de transferências sem comprar atletas.

Credibilidade

Os 11 pontos buscados nessa nova reforma, alguns ainda a serem discutidos em futuros compromissos, sem data pré-estabelecida, gera resistência nos clubes.

Infantino, presidente da FIFA, quer limitar o número de compras e empréstimo de jogadores, para evitar um monopólio de mercado das agremiações com poderes financeiros exorbitantes.

Aqueles times pontes, que contratam um jogador, para repassá-lo em sequência e a comissão para agentes ou empresários, devem sofrer investigações. Quem realiza negociação, deve receber no máximo 3%, contudo, o valor tem girado entre 5 a 15%.

Salário "limpo"?

Preocupada com a disparidade entre "grandes e pequenos", a FIFA estuda limitar o teto salarial, baseado no percentual dos ordenados, relacionado a receita do clube.

Brasil

Exceto a Lei Pelé, que permite até três meses de atraso salarial, as demais leis não falam sobre os demais assuntos profundamente, logo, o Brasil poderá se sujeitar as novas medidas, sendo que a parte do teto salarial, indiretamente, não é tão distante daquilo que a Lei Profut, tenta implantar!

segunda-feira, maio 07, 2018

'Compliance' no Futebol: um novo caminho a ser trilhado

Compliance Review / Fernando Monfardini 

Futebol

Os clubes brasileiros de futebol vivem, historicamente, uma realidade de irresponsabilidade em sua gestão corporativa. O esporte e a cultura de administração se desenvolveram de forma contrária aos preceitos de uma administração transparente e saudável, mantendo, desde a origem, o amadorismo típico da Associação Esportiva.
Seus Estatutos permitem que dirigentes incapacitados sejam eleitos, gerando diversos problemas, como: (i) amadorismo da gestão e dos mecanismos de controle e fiscalização do Clube, inviável diante da complexidade que envolve o dia-a-dia do futebol, com inúmeros contratos, regulações específicas de diversos entes e grande movimentação financeira; (ii) pouca democratização no processo de eleição aos cargos diretivos: a não remuneração de dirigentes estatutários é regra, que, concentra o poder na mão de grupos políticos formados por pessoas abastadas que podem abrir mão de salários, em vez de trazer pessoas que possam, de fato, contribuir de forma profissional. Não raramente, esse fator enseja conflitos de interesse entre os dirigentes e os clubes.
Dessa forma, apesar de movimentar bilhões no país, a realidade dos grandes clubes brasileiros é de endividamento.
Quando essa bolha do endividamento dos clubes estava prestes a estourar e tornar os grandes clubes do país inviáveis, fora sancionada a Lei 13.155/15, conhecida como PROFUT (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro), criada com o intuito de parcelamento do endividamento dos Clubes em até 240 vezes.
O PROFUT estabeleceu princípios e práticas de responsabilidade fiscal e financeira e de gestão transparente para entidades esportivas como contrapartida para o pagamento dos parcelamentos especiais das dívidas pela União, dispondo também sobre gestão temerária.
Com esse novo cenário legislativo para os clubes, a criação da Autoridade Pública de Governança de Futebol (APFUT) e a previsão de sanções administrativas no futebol, os Clubes que não se adequarem, além de perderem o parcelamento e as certidões positivas com efeito de negativas, podem perder pontos nos campeonatos ou ser rebaixados automaticamente.
Sendo assim, com as novas exigências trazidas pelo PROFUT, que vão ao encontro de modelo de regulamentação que visa moralizar e profissionalizar o futebol, criar um novo cenário no combate à corrupção e na promoção do Compliance e Gestão Corporativa no âmbito da Lei Federal nº 12.846/13 (a Lei da Empresa Limpa ou Lei Anticorrupção), faz-se necessária uma mudança no paradigma da administração dos clubes, que deve ser pautada por uma gestão transparente e profissional.
Esse novo cenário exige dos clubes uma mudança em sua governança corporativa, que pouco evoluiu ao longo dos anos, tendo, praticamente, as mesmas características amadoras dos primórdios das práticas do esporte, ignorando o grande salto dado pelo esporte em todos os outros aspectos. O esporte cresceu em complexidade e volume financeiro de forma astronômica, mas ainda continua sendo gerido praticamente como era quando concebido enquanto associação esportiva amadora, sendo que grande parte do problema é o modelo dos Órgãos Diretivos destes Clubes, que permite que a gestão seja feita por profissionais, em regra, amadores.
Essa estrutura associativa tradicional dos clubes condiciona-os à manutenção de uma forma de administração inviável para sua sustentação saudável, podendo ser a base para a análise de riscos da estruturação de um sistema de Compliance.
Sendo assim, o Compliance nos clubes de futebol é uma ferramenta para ajudar a sanar vários problemas de governança corporativa, funcionando como um mecanismo de controle interno nos clubes, com viés de proteger a instituição e moralizá-la.
A forma como são feitas as eleições e mudanças nos estatutos e a forma como é estruturada a Diretoria destes clubes são fatores primordiais para se formar uma base na qual se sustenta a formação de um Sistema de Compliance específico para o futebol, principalmente no Brasil. Dessa forma, é necessário que se faça um estudo da estrutura dos Clubes.
Seguindo esse raciocínio, foi promovido pelo Coritiba Football Club o primeiro sistema de Compliance em um clube de futebol da América Latina, lançado com o nome de Conduta Coxa Branca, liderado pelo Diretor Jurídico do Clube, Gustavo Nadalin.
Há muito que se produzir em termos de Compliance no futebol e, com as novas exigências trazidas pelo PROFUT e o recente licenciamento dos clubes promovido pela CBF, que entrará em vigor em 2018, e que cobra diversas mudanças na gestão dos Clubes, o uso de sistemas de controle interno será um caminho necessário para a sobrevivência dos Clubes.

Fernando Monfardini é advogado formado na Faculdade Brasileira-MULTIVIX no ano de 2015. Atualmente cursa especialização em Compliance, Lei anticorrupção e Controle da administração Pública na Faculdade de Direito de Vitória-FDV.