Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sexta-feira, setembro 30, 2011

'Foi mais um gol de placa', diz Secretário após visita da Fifa

Por Diego Morais, Fortaleza –CE
 

Visita técnica da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL) anima Secopa, que acredita em Fortaleza como uma das sedes da Copa das Confederações

Comitiva da Fifa e do COL visitam o Castelão (Foto: Diego Morais / GLOBOESPORTE.COM)Os técnicos chegaram ao Castelão pela manhã
(Foto: Diego Morais / GLOBOESPORTE.COM)

Trinta e cinco técnicos da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL) visitaram as obras da Arena Castelão nesta quarta-feira. A passagem da comitiva por Fortaleza faz parte de uma nova etapa de monitoramento dos estádios para a Copa do Mundo 2014. Os técnicos tiveram a oportunidade de conferir de perto os detalhes do andamento das obras referentes ao novo estádio. O Secretário Especial da Copa, Ferruccio Feitosa, se mostrou bastante animado com a visitação.

- Quando a gente tem o que mostrar, como é o nosso caso, a gente fica chamando, convidando as pessoas para verem o que a gente tem feito. E o que eles (Fifa e COL) deixaram transparecer é que estão positivamente impressionados com o ritmo das obras e como a obra é limpa - propagandeia Ferruccio.

O Castelão deve fechar setembro com 43% de obras executadas, segundo a Secopa. Iniciadas em dezembro do ano passado, as obras seguem em ritmo acelerado e devem encerrar o ano com metade delas concluídas, de acordo com as projeções da Secopa. Pela manhã, os técnicos assistiram a apresentações dos projetos e checaram as informações sobre o estádio. À tarde, fizeram um passeio pelas obras.

As pretensões cearenses são ambiciosas. Fortaleza é candidata a receber jogos da Copa das Confederações, em 2013. Como único palco do Nordeste com capacidade superior a 60 mil pessoas, - o Castelão comportará 67.037 espectadores - o novo estádio espera ainda receber uma partida de semifinal da Copa do Mundo. Além disso, a Secopa já tinha enviado pedido oficial à Fifa para ser a sede da festa de abertura do evento. Com Fortaleza entre as seis cidades que receberam primeiro a comitiva de técnicos, a Secopa se mostrou mais otimista em alcançar, pelo menos, parte destes objetivos.

Visita dos membros da Fifa/COL às obras do Estádio Castelão (Foto: Divulgação/Secopa)Técnicos foram ao canteiro de obras do Estádio
Castelão (Foto: Divulgação/Secopa)

- É um trabalho que a gente vem construindo ao longo do tempo. Posso dizer que hoje foi mais um gol de placa. É muito bom saber que estamos mostrando trabalho para quem tem poder de decisão. Eu, particularmente, me sinto muito feliz e contemplado com essa visita. Espero agora que a gente possa comemorar em outubro - afirmou o secretário especial da Copa.

Outubro é o mês decisivo para as cidades-sedes. A Fifa, que anunciaria as cidades responsáveis por abrigar os jogos da Copa das Confederações em julho, adiou esta decisão para o dia 21 do próximo mês. Entre cinco e sete cidades devem ser escolhidas. A comitiva de técnicos visitou seis cidades neste primeiro monitoramento: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e, por último, Fortaleza. Segundo o Gerente de Relações com a Imprensa do Comitê Organizador da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014, Saint-Clair Milesi, todas as cidades serão visitadas duas vezes por ano e a escolha destas primeiras foi apenas por uma 'questão logística'.

Obras no estádio Castelão (Foto: Diego Morais / GLOBOESPORTE.COM)Obras do Castelão chegam aos 50% concluídas no fim de 2011 (Foto: Diego Morais / GLOBOESPORTE.COM)

Secopa garante obras do VLT até o início de 2012

Além da reforma, ampliação e modernização do Castelão, o Governo do Estado do Ceará também está diretamente responsável pela construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que interligará o Terminal de ônibus da Parangaba ao Porto do Mucuripe. Segundo a Secopa, todas as licenças foram liberadas e a licitação deve ser lançada na Procuradoria Geral do Estado (PGE) no dia 3 de novembro.

A expectativa da Secopa é finalizar o processo de licitação do VLT até dezembro. Desta forma, as obras iniciarão até janeiro de 2012 e seguirão até junho de 2013. É o que garante o secretário Ferruccio Feitosa. A desapropriação dos imóveis para a execução das obras do VLT também ainda não começou, pois, segundo a Secopa, faltam detalhes legais a serem finalizados antes do início deste procedimento. As famílias que tiverem imóveis desapropriados, no entanto, já têm destino certo e valores de indenizações garantidos.

- A gente tem que cumprir ainda alguns procedimentos legais, mas a nossa intenção é indenizar essas famílias. Se o imóvel tem valor de até 40 mil reais, a gente paga a indenização e ainda dá um imóvel quitado no bairro do José Walter, com toda a infraestrutura social. Acima de 40 mil, a gente vai pagar a indenização e dá a preferência do imóvel, onde ele vai assumir uma prestação a partir de 50 reais (nos moldes do programa de habitação federal Minha Casa, Minha Vida). As indenizações até 16 mil, nós daremos um aluguel social - adiantou Ferrruccio ao GLOBOESPORTE.COM/CE.

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Fifa pediu para governo brasileiro suspender Código de Defesa do Consumidor, diz ministro

Do UOL Esporte
Em São Paulo

A Fifa pediu ao governo brasileiro que, durante o período de realização da Copa do Mundo no país, em 2014, suspendesse o Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto do Idoso e o Estatuto do Torcedor. A ideia da entidade que organiza o Mundial de futebol era ter liberdade absoluta para decidir o preço dos ingressos, não disponibilizar meias entradas para idosos e estudantes e não ter que eventualmente indenizar consumidores por eventos cancelados ou adiados.

A informação é do ministro do Esporte, Orlando Silva, que participou na tarde desta sexta do programa televisivo Arena SporTV e disse, com todas as letras: "a Fifa solicitou que suspendêssemos o Estatuto do Idoso, o Estatuto do Torcedor e o Código de Defesa do Consumidor". O pedido aconteceu dentro do contexto de debate para a formatação do projeto da Lei Geral da Copa.

O projeto da norma, que tramita na Câmara dos Deputados, atendeu a parte dos pedidos da Fifa no que diz respeito à meia entrada para estudantes e direitos do consumidor, mas não suspendeu nenhum diploma legal brasileiro, embora, segundo o ministro, o Brasil venha mantendo uma relação salutar com a Fifa, sempre em busca do entendimento. "Temos confiança de que o diálogo vai encontrar uma saída. Não é questão de soberania, é discussão de direitos sociais", afirmou Silva. "O diálogo do Brasil com a Fifa é melhor do que muitos imaginam", completou.

Orlando Silva revelou que o ponto que está gerando mais conflito é a questão da meia entrada para idosos e estudantes. O direito aos primeiros é garantido pelo Estatuto do Idoso, lei federal, enquanto o segundo é resultado de legislações estaduais. "Há uma decisão do governo brasileiro de não suspender o Estatuto do Idoso. Deverá haver um acordo com a Fifa. A divergência existe, mas não é tão grave. Podemos chegar a um acordo sem suspender o Estatuto do Idoso", disse a autoridade brasileira, acrescentando que a questão dos ingressos para estudantes deve ser tratada em "câmaras estaduais".

O ministro falou ainda a respeito da venda de ingresso para o jogos. Segundo ele, será disponível ofertar três milhões de entradas, das quais mais da metade serão adquiridas por turistas estrangeiros. "Não vou me surpreender se a venda de ingressos para brasileiros chegar a um milhão. Isso não está definido, mas é minha expectativa. É normal que seja assim. São 32 seleções participando do evento".

Obras para a Copa de 2014

Foto 1 de 166 - Operários trabalham no canteiro de obras do Itaquerão (28/09/2011) Almeida Rocha/Folhapress

Medley/Campinas testa parceria com emissora de rádio

EDUARDO LOPES
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

 

 

 

O Medley/Campinas anunciou nesta quarta-feira uma parceria com a rádio Mix de Campinas. Trata-se de um acordo pontual para a partida da próxima sexta-feira, contra o São Caetano pelo Campeonato Paulista de vôlei masculino. O contrato envolve ações de divulgação da emissora, que dará espaço de destaque para o jogo em sua programação.

 

Segundo o supervisor da equipe, Fernando Maroni, esse pode ser o primeiro passo de uma parceria mais longa. “Nós vamos fazer um teste, vamos ver como isso vai funcionar. Se ambas as partes ficarem satisfeitas, a ideia é fazer um acordo mais longo”, afirmou.

 

 

 

 

 

Um acordo envolvendo um veículo de mídia, nesse formato, nunca havia sido feito pelo Medley/Campinas, por isso o acerto para sexta-feira é tratado como teste. Caso a parceria seja entendida como satisfatória, o plano do clube é fazer um contrato que esteja presente no restante do Campeonato Paulista.

 

O acordo firmado entre Medley/Campinas e Mix foi intermediado pela ESM, empresa de marketing esportivo ligada ao clube paulista. Em troca do anúncio na rádio sobre a partida, a emissora irá distribuir brindes para o público que for ao ginásio, com ações envolvendo a marca da empresa.

 

Além da divulgação, outro aspecto que o Medley/Campinas comemora com o acordo é o público envolvido pela rádio. “É uma rádio jovem, com bastante público. Vai deixar o time mais conhecido na cidade”, afirmou Maroni.

 

Uma maior presença de público no ginásio não é sentida diretamente, já que não são cobrados os ingressos dos presentes. No entanto, o clube costuma fazer ações com parceiros, além de a ação ser benéfica para a Medley, interessada em associar sua marca ao esporte em Campinas.

 

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Lei de Incentivo ao Esporte: panorama da aprovação e captação de recursos entre os anos de 2006 a 2010

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Educação Física Bacharelado - Universidade De Pernambuco - como parte dos requisitos para a conclusão do curso
Renan José Guedes Alcoforado Pereira

Resumo

O objetivo do presente estudo foi verificar o panorama da aprovação e captação de recursos dos projetos esportivos aprovados pela Lei de incentivo ao esporte. Esta verificação foi realizada através do site do Ministério do Esporte, no qual, por lei, obrigatoriamente terá que informar sobre todos os projetos aprovados. Foram avaliados 1096 projetos esportivos a partir do ano em que a lei foi aprovada, 2006, até o ano de 2010. Os projetos foram divididos de acordo com seu referido Estado e posteriormente dividido por manifestação esportiva.

Também foi analisado o valor médio dos valores captados e valor médio dos projetos aprovados, ou seja, sendo dividido o valor bruto dos valores aprovados pela quantidade de projetos e em seguida o valor bruto captado pela quantidade de projetos.

O resultado apresentado é que há uma disparidade muito grande entre os estados Brasileiros, tendo como prova desta disparidade o Estado de São Paulo com 422 projetos, ou seja, 38,5% de todos os projetos Brasileiros, enquanto 14 estados produziram menos de 10 projetos cada um.

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Uma outra resposta interessante tem relação com as manifestações esportivas, sendo percebida através desta pesquisa que o percentual captado por cada manifestação foram bastante próximas, apesar da manifestação esportiva de rendimento ter mais da metade dos projetos aprovados.

Conclui-se que, apesar da Lei de incentivo ao esporte ter sido criada para difusão do esporte nos seus diversos viés por todo o território Brasileiro, isto não vem acontecendo como previsto.

Introdução

A lei de Incentivo ao Esporte foi criada em Dezembro de 2006, com o intuito de favorecer o crescimento desportivo Brasileiro, atrave´s da deducação do Imposto de Renda.(Rezende, 2010)

Ainda segundo Rezende (2010), a deducação fiscal é a forma na qual o Governo permite que o contribuinte destine uma parcela do imposto de Renda “diretamente” em benefício de projetos de interesse público (apoio direto), ou seja, não há diminuição da carga tributária, no qual representaria renuncia fiscal, mas somente a autorização para seu recolhimento de forma destacada, que inclusive deverá ser informado perante o Fisco, quando da Declaração do Imposto de Renda pelas pessoas físicas e jurídicas.

Segundo a própria Lei de Incentivo ao Esporte, em seu Dec. 6.180/07, art.3o, define projeto desportivo como o conjunto de ações organizadas e sistematizadas por entidades de natureza esportiva, destinado à implementação, à prática, ao ensino, ao estudo, à pesquisa e ao desenvolvimento do esporte, atendendo pelo menos uma das manifestações desportivas previstas (BRASIL, Lei no 11.438, de dezembro de 2006). Estas manifestações desportivas citadas no artigo são classificadas como esporte educacional, de participação e de rendimento (não profissional).

Esta pesquisa expõe no referencial teórico o embasamento de ordem legal, sendo por vezes transcrito trechos da lei para melhor detalhar o tema.

Segundo a Constituição Brasileira, é dever do Estado oferecer oportunidades aos cidadãos de praticar esportes nos seus três níveis: educacional, participação e rendimento.

A partir deste princípio, Júnior e Frasson (2010) acreditam que todos os governos, isto é Federal, Estadual e Municipal teriam que atuar, oferecendo a todos formas de acesso a políticas esportivas, quer seja através de financiamento, patrocínios ou implantação de projetos.

Para ler o material na íntegra, clique 
aqui.

Tags: lei de incentivo ao esporte, educação física, Política, investimento, negócios,formação,

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O esporte é vida; vida com ética e moral

Pra reflexão
O que temos visto são pessoas terem mais respeito ao dinheiro, ao invés de à vida humana, ética e moral
Josué Brito D'Almeida*

O ditado popular de se matar um leão por dia é real em nosso meio. O seu significado é que não pode ser confundido, entendendo equivocadamente que, para se conseguir aquilo que se quer, tenha que ocorrer o extermínio uns dos outros, pois entre a razão e a prática pode estabelecer-se uma distância muito pequena, correndo-se o risco de concretizar o que se conceitua, pensar e agir entendendo que vale tudo para se conseguir algo – para o esporte como para outra profissão é procedimento intolerável e inaceitável. Isso não é questão de querer viver na “terra dos bonzinhos”, mas basta não precisarmos nos comportar como perversos.

O futebol é esporte e vida, mas não é arena.

A ideia de se “matar um leão por dia” significa não dar espaço para os pontos negativos pessoais que impedem desenvolver-se, como a preguiça, o comodismo, a inveja, a falta de vontade e objetivo, pois estes e outros obstáculos é que devem ser aniquilados, enfrentando-os com coragem, sensatez, firmeza e responsabilidade.

Deve-se lutar constantemente para conseguir algo, acreditando cada um na capacidade dada por Deus, seja ela física, técnica, psicológica, intelectual, de personalidade, no equilíbrio, emocional, relacionamento, etc.

A competitividade existe e sempre existirá; isso inclusive torna o esporte saudável, progressivo e dinâmico. Quando se tem competência, embora estreitos os caminhos, nestes mesmos é possível passar. O que temos visto são pessoas terem mais respeito ao dinheiro, ao invés de à vida humana, ética e moral.

Quem somos, o que queremos, onde chegaremos? Nós passamos, o futebol fica.

A tática para se conseguir a vitória é firmar a ideia que cada um tem o seu espaço; já na técnica, independentemente de quem seja o adversário, para conquistar um lugar tem que se demonstrar a competência que cada um possui, e nisso está ganhar o jogo.

É o princípio do "fair-play", condutas e comportamentos respeitáveis e responsáveis.

Ter dificuldades não significa ser um derrotado, ao contrário: na dificuldade é que surgem os verdadeiros campeões. Na derrota se aprende e se ensina, e na vitória se aperfeiçoa.

Campeões, são aquelas pessoas que lutam e não desistem de seus objetivos, buscam a excelência no que fazem, em cada obstáculo veem sempre uma possibilidade de ultrapassá-lo, da disciplina conseguem produzir virtudes, com humildade sabem respeitar o seu próximo. Um vencedor não busca somente o seu limite, mas alcança a superação. Uma das melhores formas de driblar as dificuldades é cada um acreditar no que é capaz, buscando fazer e ser a diferença.

Todos têm potencial, deficiências, importância e valor. Ninguém pode impedir de alguém desejar algo na vida, pois o nosso maior concorrente somos nós mesmos.

A sustentabilidade do esporte é a consciência de preservar a vida.

"Como Ensinar Futebol": conheça o novo curso on-line oferecido pela Universidade do Futebol


*Ex-jogador de futebol profissional, palestrante, atuou ao lado de grandes atletas e técnicos e escreveu o livro Futebol: um espelho de aço.

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CBF e STJD condenados a pagar um milhão de reais

Ação movida pela Associação Mineira de Cronistas Esportivos se baseou no Estatuto do Torcedor; determinação teria ofendido direito dos associados, bem como violado o Regulamento Geral de Competições
Gustavo Lopes Pires de Souza*

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Em ação movida pela Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE), o Juiz da 6ª Vara Cível de Belo Horizonte/MG, Dr. Wauner Batista Ferreira Machado, confirmou liminar concedida e declarou ilegal ato do STJD e da CBF que obrigou o Clube Atlético Mineiro a disputar partida contra o Criciúma fora do Estado de Minas Gerais. Como a CBF e o STJD teriam descumprido a decisão, foram condenadas ao pagamento da multa de um milhão de reais. Trata-se de decisão em 1ª instância e ainda cabe recurso.

Em 25/10/2004, a 4ª Comissão Disciplinar do STJD puniu o Clube Atlético Mineiro com a perda de mando de campo por três partidas e determinou que o Departamento Técnico da CBF indicasse o local das partidas que deveriam se realizar a pelo menos 150 km de distância da capital. O Departamento Técnico da CBF indicou o estádio do Morumbi, em São Paulo.

Em razão disso, a AMCE, com base no Estatuto do Torcedor, propôs ação aduzindo que a determinação da CBF teria ofendido direito dos associados, bem como violado o Regulamento Geral de Competições que estabelece que a pena de perda de campo obriga o clube a mandar seus jogos nos estádios distantes 150 km de sua sede.

A liminar foi deferida em 27/10/2004 sob pena de multa de um milhão de reais. Entretanto, a partida entre Atlético e Criciúma acabou sendo realizada em 30/10/2004, no estádio do Morumbi.

O STJD não apresentou defesa e a CBF, em sua contestação, alegou que foi intimada da decisão somente em 03/11/2004 e que as demais partidas foram realizadas em Minas Gerais, uma vez que o STJD acolheu recurso do Clube Atlético Mineiro.

Em sua sentença, o julgador afirmou sua competência para decidir, eis que a ação não fora proposta por entidade desportiva e declarou a revelia do STJD. Sobre a alegação da ausência de intimação, o sentenciante entendeu ter havido ocultação com a finalidade de não receber a ordem judicial e declarou ter sido presumida a intimação.

Assim, foi confirmada a liminar e a conseqüente aplicação da multa de um milhão de reais, além das perdas e danos que, segundo a decisão, deverão ser objeto de ação própria.

Processo n. 0024.04.496.749-5

*Coordenador do Curso de Capacitação em Direito Desportivo da SAT Educacional, Mestrando de Direito Desportivo pela Universidade de Lérida (Espanha) e Procurador do TJD/MG de Futebol Society

Revisão: Benê Lima

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Após Hypermarcas, Ceará busca máster para 2012

RODRIGO CAPELO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

 

NeoQuímica voltou ao peito da camisa, mas só até fim desta temporada

 

A cota máster do Ceará, sem nenhuma marca entre julho e setembro deste ano, voltou a ser preenchida com o logotipo da NeoQuímica, laboratório pertencente ao grupo Hypermarcas. A empresa selou novo acordo com o time alvinegro, até o fim desta temporada. A meta, agora, é conseguir patrocinadora para a cota no ano que vem.

 

Com a Hypermarcas, ainda não houve nenhuma negociação ou conversa envolvendo a propriedade máster a partir de janeiro de 2012. A companhia era a dona do espaço até junho, quando decidiu que não iria mais manter o aporte aos cearenses. Em meados de setembro, entretanto, voltou atrás e firmou novo acordo, até dezembro.

 

"Nós negociamos com eles para fechar esse período, mas não ficou nada conversado sobre o ano que vem", conta Sérgio Costa, diretor administrativo do Ceará, à Máquina do Esporte. Para evitar que a principal cota fique novamente sem nenhum patrocinador, o clube segue procurando empresas interessadas em ocupá-la em 2012.

 

A procura por parceiros, na verdade, é um problema que o clube alvinegro já vinha lidando desde a então saída da NeoQuímica. Durante o período que ficou sem marca estampada no peito da camisa, a equipe visitou o mercado, mas não conseguiu fechar negócio e já havia admitido que buscaria aportes pontuais até o fim deste ano.

 

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Tabela Heurística do Treinador de Futebol: um olhar distinto e respeitoso para essa função profissional

Projeto idealizado por Luís Peazê faz mapeamento e apreciação de habilidades e competências, contribuindo para a reflexão crítica, compreensão e desenvolvimento da carreira
Equipe Universidade do Futebol

A função de “treinador de futebol” tende à aparente incoerência. Somente aquele gestor de pessoas, sentado no banco de reservas durante boa parte dos 90 minutos de uma partida, conhece detalhadamente o que permeia o seu grupo e como alcançar tal objetivo ao fim de uma disputa. Com base nesse princípio intuitivo da periodização, muitas vezes tal profissional causa espanto aos olhos menos atentos, porém tão críticos quanto: “por que ele não escalou fulano para jogar? E o ciclano, que entrou só nos minutos finais?”.

As respostas – ou, pelo menos, o entendimento de tais justificativas – estão contextualizadas em um ambiente muito complexo e que geralmente não é tratado com a devida consideração. Por conta disso, e diante de um cenário em que a bibliografia sobre treinadores é muito dispersa, incompleta e fragmentada, Luís Peazê, escritor, jornalista, tradutor com 30 anos de experiência e que conviveu no mundo da bola com referências do patamar de Falcão, Batista e Carpegiani, resolveu criar.

Neste ano, ele lançou de modo oficial e mundial a Tabela Heurística do Treinador de Futebol – THTF, uma ferramenta inovadora de avaliação desses profissionais. Produzida em Charleston, SC (EUA), a obra se trata de um conjunto amplo de características e atributos disponíveis ao treinador de futebol, organizados em uma tabela de fácil e rápida apreensão, com manual de utilização e conteúdo inédito.

“Durante todo o processo de levantamento de dados e tomada de decisão por um caminho ou outro, li sobre o método de proeminentes treinadores, brasileiros e estrangeiros, e a biografia de praticamente todos os considerados lendários, ‘treinadores clássicos’, como quer a Fifa. Conversei com alguns, ouvi e li incontáveis entrevistas, e é por isso que resolvi homenagear Gusztav Sebes e listar um time de onze, mais um, treinadores clássicos, ao final da THTF”, explicou Peazê, que já foi programador de computador e analista de sistemas nas décadas de 1970/80, educador, gerente de marketing e publicitário e realizou uma aventura dos sonhos: construiu um veleiro de madeira com as próprias mãos e velejou com sua mulher Helga Leal, cientista social, em torno da Austrália.

São várias as áreas do conhecimento humano que o treinador deve conhecer, entende Peazê. Inspirado no significado da palavra “Heurística”, idealizou uma forma de criar uma paisagem mental para que este comandante não perdesse de vista os “vários lugares focais” – era importante que esta mesma paisagem fosse útil tanto para a sua autoavaliação, quanto para outros públicos, incluindo executivos de clubes, imprensa e os torcedores.

“Fui ao Footecon em 2010 para colher informação, sentir o ambiente e aferir o que eu já estava dando forma. Daí, ao assistir a palestra de Mano Menezes, o relato de seu plano de trabalho, em que o último item, 8, deixava em aberto a necessidade do técnico da seleção brasileira de conversar com outros colegas, dos clubes, e também de sistematizar a terminologia dos treinadores no Brasil (se falam muitas línguas no futebol brasileiro e isso, mais tarde eu mesmo teorizei, cria problemas e atrasos inclusive de adaptação de jogadores e de treinadores que se deslocam de uma região para outra), achei que a minha Tabela Heurística se encaixava num projeto que atenderia àquele ponto”. 

 

Ao lado de João Paulo Medina, com a aula "Dinâmica sobre Perfil do Treinador de Futebol", Luís Peazê é um dos professores do Curso Master em Técnica de Campo!

 

Peazê teve duas reuniões com Mano e a comissão técnica do time principal. O projeto de sistematização de terminologias apresentado foi aprovado, mas acabou não havendo uma viabilizado por parte da CBF. Um pouco mais longe, na Universidade do Porto, entretanto, a validação de peso se concretizou.

O professor Julio Garganta, Doutor em Ciências do Desporto e docente daquela instituição de ensino, realizou uma série de críticas e recomendações pontuais. Na sequencia, o aval foi dado por João Paulo Medina, Diretor Executivo da Universidade do Futebol.

A Tabela Heurística do Treinador de Futebol inclui a tabela propriamente dita, o manual de utilização, o gráfico de bolhas (bubble chart) do universo do treinador de futebol, a gangorra baseada na teoria do ímpeto (Buridan) e na teoria da inércia rotacional (Newton), uma folha de exercício, e uma homenagem aos lendários treinadores, através da biografia de Gusztav Sebes e o time de 11 treinadores clássicos.

No total, são 22 “características” e 61 “atributos” para autoavaliação do treinador de futebol por intermédio de um método prático. Para chegar ao mesmo, o autor utilizou peneiras de várias “grades” ao longo do processo.

“Eu tinha em mente que tudo deveria se enquadrar num triângulo, que é fácil de memorizar, e inspira dinamismo. É latente nessa figura o ímpeto pelo movimento, ou queda; foi então que busquei na teoria do ímpeto (Buridan) e o amparo para defender que as características do treinador de futebol lhe impõem uma oscilação permanente, ou latente”, justificou Peazê.

De acordo com ele, foi inevitável visualizar a teoria da inércia rotacional pela figura da gangorra, isto é, alterar as variáveis, os pesos extremos ou as dimensões do eixo e da base resultando na mudança de toda a dinâmica (i.e. velocidade, arco, etc). Havia, porém, um problema gráfico visual, que ele solucionou com três colunas básicas, permanecendo a base do raciocínio. “Afinal, o treinador está sempre oscilando para cima e para baixo, não está?”, questionou.

Acidentalmente, Peazê descobriu que há, de fato, apenas três características básicas do treinador de futebol: as que são “assimiláveis” ou espontâneas, aprendidas, desenvolvidas e adquiridas pela capacitação formal ou informal; as “temporais”, que ele acumula durante o tempo; e as “técnicas”, inerentes à prática de treinar propriamente dita.



 

“O passo seguinte foi simplificar, pois a esta altura eu já tinha uma massa de informação muito grande, e como o ‘chão de fábrica’ do treinador de futebol é o campo, os seus operários são os jogadores, e todo o comando para a produção funcionar deve ser objetivo, claro, direto, preciso, me dediquei a simplificar ao máximo, a ponto de a Tabela Heurística do Treinador de Futebol, apesar do nome feio, parece, à primeira vista, muito simplória, e é, de propósito”, afirmou.

Com a ajuda de Garganta e Medina, o escritor estabeleceu que cada examinador pode escolher o seu ideal para cada característica e atributo, alguns óbvios, pois são graduados em excelente, razoável e defectivo, “e ninguém em sã consciência vai escolher ser defectivo, embora ele possa entender que aquele determinado atributo não seja algo com que deva se preocupar. Problema dele”.

O prefácio da Tabela Heurística, desenvolvido por Garganta, cita que não se trata de um instrumento definitivo. Mas como ela poderia ajudar a “divisar singularidades relevantes desses profissionais, ao invés de preceituar a estandardização ou padronização das suas habilidades, capacidades e competências”?

“ATHTF não induz ao ideal de treinador, mostra as “características” e “atributos” permeáveis à função do treinador e deixa que o examinador escolha quais, quando e como dar-lhes importância. É isso que o professor Garganta quer dizer ao avisar que não se trata de um instrumento definitivo”, indicou Peazê. “Da mesma forma que a dinâmica cognitiva se dá para o jogador de futebol, se dá para o treinador também”, continuou.



Se o atleta deve lembrar, fazer associações, tomar várias decisões, tudo em fração de nanossegundos ao dar um drible ou um afastar uma bola de seu gol em defesa, o treinador atua num campo temporal diferente, mas as variantes do seu trabalho são inumeráveis. E este fica sujeito também a esta equação cognitiva: saber, situação, desenvolvimento.

Ao “divisar” as variáveis relevantes dessa equação complexa, o treinador ou o examinador fará o cálculo de acordo com as variáveis que lhe forem circunstanciais. Tentar padronizar as habilidades, capacidades e competências desses profissionais, pois, seria um retrocesso.

“O futebol é lindo porque pouca coisa pode ser padronizada nele. Mesmo com suas 17 regras centenárias originais, é a atividade humana coletiva mais complexa e incerta da história da nossa civilização”, sintetizou Peazê, que usa o final do romance “Perfume”, de Patrick Suskind, para efeito de comparação:

“Jean-Baptiste Grenouille, que matara 27 virgens para macerar o perfume perfeito do amor, derrama sobre o corpo um frasco inteiro da essência e é devorado pelas pessoas (comem-lhe até roerem os ossos) ensandecidas pelo irresistível poder da sua criação. Meu desejo é debater sobre a THTF o máximo possível, e quem sabe num futuro próximo, em vez de ser devorado, não dar lugar a algo mais completo ainda, como se ressuscitasse aquelas virgens”, finalizou.


Infância construtiva

Para chegar a esse ponto, o autodidata que é cronista e como ceramista criou a coleção de réplicas dos 40 principais faróis da costa brasileira, agradece às primeiras trocas com o seu Adão. Quando era dente-de-leite do Lansul, na cidade de Esteio-RS, era ele quem deixava Peazê vestir a camisa 14, em uma tentativa temporal a imitar o holandês Cruijff.

Mais do que isso, seu Adão, que foi lateral esquerdo do Grêmio e não tinha muito estudo, fez com que ele assimilasse com mais propriedade muitas coisas básicas para a vida toda, como por exemplo a importância de mastigar bem os alimentos, beber água, dormir e principalmente praticar com constância, dedicação e paciência aqueles fundamentos que o jovem Peazê se achava bom o suficiente.

“Depois joguei uma bolinha por aí”, falou humildemente aquele que cresceu jogando pelada com atletas famosos, tais como Falcão e Batista, e atuou nas categorias de base do Internacional – além de uma passagem relâmpago pelo Flamengo, apresentado por seu amigo Paulo Cesar Carpegiani.

Afastado dos gramados por quase 30 anos, apesar das observações aos comportamentos dos treinadores, em especial, aproveitou o período em que o Brasil conquistou o privilégio de sediar a Copa do Mundo, a Copa das Confederações e as Olimpíadas para se dedicar inteiramente a contextualizar os trabalhos de sua “Clínica Literária”, uma agência de notícias e serviços com o futebol.

Tags: treinador, formação, cultura, integração, Literatura, sociabilização, motricidade humana, antropologia, Setor Técnico

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