Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, abril 30, 2009

CBF publica balanço com triplo de lucro


REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, em São Paulo


A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) publicou, nesta quinta-feira, o seu balanço financeiro de 2008 no jornal "Monitor Mercantil", de pequena circulação no Rio de Janeiro. Segundo a coluna "Radar Online", da "Veja", a entidade passou de um lucro de R$ 10,4 milhões em 2007 para R$ 32 milhões no ano seguinte.

O número elevado, praticamente o triplo, se deve a adiantamentos e novas receitas de patrocínio. Segundo o balanço, apenas a Nike destinou R$ 10 milhões, além de R$ 4,6 milhões da Globo.

As receitas de patrocínio, por sua vez, pularam de R$ 65 milhões para R$ 104 milhões. A diferença gritante pode ser explicada pelas entradas de Itaú e Hugo Boss e a renovação da Vivo, além de uma série de outros parceiros em torneios como a Copa do Brasil.

O lucro da CBF torna-se ainda mais impressionante na comparação com o balanço de 2006. Naquela oportunidade, a entidade-mor do futebol brasileiro apresentou um prejuízo de R$ 22 milhões.

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segunda-feira, abril 27, 2009

Lógica para quem acredita nela

O jogo de futebol tem lógica?

"A lógica do jogo tem de ser construída mentalmente, porque ela não é um dado, como o são o tabuleiro e as peças". (Rubem Alves)

Todo jogo, seja ele qual for, tem uma lógica. Inexorável, soberana. O jogo de futebol não escapa a isso.

Todo jogo, por ser jogo, traz como característica inerente, a imprevisibilidade.

No futebol, é comum que tanto lógica quanto imprevisibilidade levem “especialistas”, treinadores e torcedores à distorção da percepção dos fenômenos da complexidade do jogo.

Poucos são os esportes em que o “melhor” perde para o “pior” com tanta freqüência. Quando esse fato é misturado com reflexões rasas sobre o que significa lógica do jogo, fica pronto o “pacote” e se reforça o discurso: “futebol não tem lógica, quando a gente acha que o time grande vai ganhar fácil, ele perde”.

Para entender melhor o que quero dizer é preciso primeiramente entender que a “lógica do jogo” está no âmago do jogo; não vai fugir, escapar, desaparecer, etc. e tal. Sua existência independe do adversário “A” ou “B”, independe se quem vai vencer é a equipe “X” ou a equipe “Y”, independe da minha vontade, da vossa ou de quem quer que seja.

O entendimento disso não é trivial, mas acreditar que o jogo de futebol não possui lógica é o mesmo que criar uma “sombra” capaz de ocultar o brilho da complexidade do jogo real e se distanciar cada vez maior do seu cumprimento.

Vencerá o jogo aquela equipe que resolver melhor os problemas do jogo, aproximando-se do cumprimento de sua lógica.

A lógica do resultado então não é aquela criada no imaginário coletivo a favor dessa ou daquela equipe e sim a aproximação ao cumprimento da lógica do jogo por uma equipe, mais do que pela outra.

A lógica do jogo não veste camisa, veste o jogo, e como o jogo é JOGO, lá sempre estará a imprevisibilidade; e é aí que mora outro perigo de interpretação e entendimento.

Nenhuma partida de futebol é igual a outra. Situações trazem a cada fração de segundo uma nova circunstância. Cada circunstância, novos problemas, e por aí vai. Nunca se sabe exatamente o que vai acontecer.

Então cumprir a lógica do jogo é também saber que não se pode tornar o imprevisível previsível, mas que entendendo a imprevisibilidade, é possível torná-la menos imprevisível.

Todo pensamento começa com um problema. Quem não é capaz de perceber e formular problemas com clareza não pode fazer ciência[futebol é arte, ciência, os dois?].(...) Não é curioso que os nossos processos de ensino de ciência se concentrem mais na capacidade do aluno para responder? Você já viu alguma prova ou exame em que o professor pedisse que o aluno formulasse o problema? O que se testa nos vestibulares, e o que os cursinhos ensinam, não é simplesmente a capacidade para dar respostas? Frequentemente, fracassamos no ensino da ciência porque apresentamos soluções perfeitas para problemas que nunca chegaram a ser formulados e compreendidos pelo aluno”. (Rubem Alves)

Qual é o problema do jogo de futebol? Qual é o problema para se alcançar a lógica do jogo de futebol?

“O sábio começa do fim; o tolo termina no começo”. (Polya)
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Rodrigo Azevedo Leitão

Entendendo a complexidade do jogo

Auto-organização, a tática, a estratégia e a lógica do jogo

Decisões estratégicas estão sendo subordinadas ao cumprimento de princípios do jogo, e não da lógica do jogo

Tenho ultimamente dedicado uma boa parte do meu tempo em estudar e tentar desvendar os “mistérios” e “segredos” do fenômeno da auto-organização no jogo de futebol. Problemas novos e desafios grandiosos têm surgido por conta disso.

Percebo e me aproximo cada vez mais de um sem número de pensamentos sobre o jogo de futebol que rodeiam algo comum: “o distanciamento da lógica do jogo”.

Quanto mais me aprofundo nas questões que orientam a auto-organização de jogadores e equipes durante os jogos, maiores e mais claras as evidências de que têm se privilegiado o cumprimento de princípios (táticos, de ação, etc.) inerentes ao jogo em detrimento da lógica inexorável que ele apresenta.

Em outras palavras, decisões estratégicas estão sendo subordinadas ao cumprimento de princípios do jogo, e não da lógica do jogo.

Então resolvi compartilhar hoje um trecho de minha tese de doutorado na pretensa intenção de que esse texto possa se tornar um grande diálogo entre escritor e leitor:

Trecho retirado de Leitão (2009), p.183:

Durante um jogo de futebol muitos conflitos internos à lógica do jogo surgem continuamente. A cada ação com ou sem bola novos desequilíbrios são causados e o jogo se torna um sistema de permanente ordem e desordem.

Para cada situação-problema, decisões individuais e coletivas garantem ajustes (e por vezes desajustes) que se não observados pelas lentes da complexidade podem fazer do jogo, e nesse caso do jogo de futebol, um enigma difícil de ser desvendado.

Como um jogo típico de estratégias simultâneas, toda ação de um jogador no futebol desencadeia uma reavaliação situacional-posicional complexa, coletiva e individual, de companheiros e adversários no sentido de uma busca permanente a organização da equipe.

A configuração inicial dos jogadores no campo de jogo se modifica a todo o tempo no sentido de buscar um equilíbrio coletivo, e permanentemente se reajusta conforme necessidades individuais e coletivas vão surgindo. Essas modificações são reflexo inevitável da auto-organização da equipe no jogo e se manifestam intencionalmente nas ações para a ocupação do espaço do campo em que ele se desenvolve.

A ocupação do espaço de jogo pelos jogadores não é obra do acaso e está carregada de significados. Esses significados orientam e justificam a movimentação de companheiros e adversários simultaneamente a todo tempo e em qualquer que seja o contexto do jogo.

Diversos podem ser os “sistemas norteadores” para servirem de referência e compor significado à movimentação dos jogadores. Quanto mais bem estabelecidos esses sistemas mais eficazes podem ser as auto-organizações.

A plataforma tática (termo mais adequado do que “esquema tático”) é uma referência espacial importante. No “senso-comum” e para “pseudo-especialistas” serve por vezes para justificar o “defensivismo” ou “ofensividade” exagerada de treinadores e equipes; e por outras tantas é tida nada mais nada menos como uma imagem estática, uma fotografia de um momento que não existe no jogo. Se a ocupação inteligente do espaço no campo pode de alguma forma colaborar para a auto-organização de jogadores e equipes pode ser a plataforma tática um elemento de grande valia na estruturação do espaço de jogo.

Isso não quer dizer que esta ou aquela plataforma pode ser melhor ou pior para a organização espacial da equipe. Claro, a geometria da ocupação do espaço no campo pode acentuar desequilíbrios maiores ou menores quando em confronto com outra geometria específica. Claro também que tais desequilíbrios podem ser atenuados ou resolvidos a partir de outras referências (como melhor delineamento de um princípio estrutural ou alteração de um princípio operacional).

Fato é que a plataforma tática pode definir uma geometria orientadora para uma auto-organização mais adequada, especialmente e principalmente se as interações entre ela, os princípios operacionais, os princípios estruturais e outras referências inerentes a um modelo de jogo possibilitarem um desenvolvimento inteligente de jogo. Isso quer dizer em outras palavras que na perspectiva da complexidade a construção sistêmica do jogar é fractal, e portanto o delineamento de plataformas, princípios ou outras referências orientadoras em conjunto só faz sentido se as suas interações forem bem compreendidas.

A plataforma de jogo é apenas uma das variáveis da ocupação do espaço. Não adianta a plataforma de jogo, como estrutura básica para a construção das estratégias e táticas do jogo, prever uma distribuição harmoniosa e equilibrada dentro do campo se o entendimento da lógica que a norteia não der conta de mantê-la (a distribuição) harmoniosa e equilibrada na dinâmica das ações do jogo.

A orientação das dinâmicas de uma partida de futebol a partir de uma plataforma de jogo é norteada por uma estrutura sistêmica maior; a lógica do jogo”.


Rodrigo Azevedo Leitão

domingo, abril 26, 2009

I SEMINÁRIO CEARENSE DE FUTEBOL FEMININO



25/04/2009 (16:44)
EXTRA: "VEM AÍ O MAIOR EVENTO CORPORATIVO DO FUTEBOL AMADOR"
Será lançada a idéia de interação sistêmica entre o futebol amador e o profissional
O futebol precisa ser encarado na sua totalidade, e não só pelo aspecto fenomênico da globalização. Pelo menos é esse o entendimento do Coordenador Técnico da Liga Cearense de Futebol Feminino (LCFF) e membro da Federação de Futebol Amador do Estado do Ceará (FAEC), o radialista Benê Lima, que também é versado na aplicação do conceito de transdisciplinaridade ao futebol, já que é 'graduado' em filosofia mística, como membro da Ordem Rosacruz há mais de trinta anos.

Benê anuncia com entusiasmo a promoção do que ele considera como o maior evento corporativo e de base educacional que o futebol amador já viu. Trata-se do I Seminário Cearense de Futebol Feminino, iniciativa ousada da LCFF, que já tem como parceiros a Federação Cearense de Futebol (FCF), a TVC - Canal 5, através do Programa Bola Cinco, e o Instituto do Esporte Wanderley Luxemburgo (IWL).

O evento será realizado na Faculdade Católica do Ceará, em um de seus auditórios, nos dias 28, 29 e 30 de maio, e dele constará uma extensa programação. O endereço é av. Duque de Caxias nº 101, região central de Fortaleza.

A coordenação geral do seminário está a cargo do Professor da UFC, João Airton da Ponte, sendo que a palestra inaugural será do Professor e Doutor em Filosofia, Francelino Alves, que falará sobre a importância prática da ética no cotidiano das pessoas.

A programação do seminário vem sendo criteriosamente roteirizada pelo Coordenador Técnico do evento, Benê Lima, pelo Presidente da LCFF, Prof. Sérgio Ricardo, e pelo Coordenador Geral, Prof. João Airton.

O IWL submete proposta à sua direção, em São Paulo, para que possa ampliar sua participação no evento, trazendo inclusive um ou dois profissionais de remone nacional para dele participarem. José Carlos Brunoro, homem-forte da vitoriosa parceria Palmeiras-Parmalat está entre os nomes cotados.

Ademais, o IWL, através do executivo Marcelo Marinho, já ofertou 100 (cem) credenciais para os representantes da LCFF, a fim de que igual número de interessados possam beneficiar-se de uma semana de aulas grátis naquele conceituado instituto (IWL).

Os interessados participarão de sorteio dentro da programação esportiva da Rádio Metropolitana AM930, através do programa Metro nos Esportes, que vai ao ar diariamente, de segunda a sexta, das 10 às 11 da manhã, com apresentação e coordenação do radialista Benê Lima.

Os telefones da emissora são: (85) 3342-3677 e 3342-4005; já o Coordenador Benê Lima pode ser contatado através do 8898-5106

Equipe Artilheiro

segunda-feira, abril 20, 2009

MANUTENÇÃO X PRODUÇÃO


Modelo de gestão dos clubes do futebol nacional deve ser repensado; fortes defensivamente, São Paulo e Sport se destacam

Rafael Faéco Pinto
Observamos poucas vezes no Brasil os times manterem uma base importante do elenco de uma temporada para outra. Essa cultura do futebol nacional de contratar praticamente um time todo a cada temporada se reflete diretamente na produção dentro de campo.
Cito como exemplo o São Paulo e o Sport Clube do Recife, duas agremiações que mantêm seus jogadores com o passar dos anos principalmente em um setor do campo: a defesa

Fatos que ninguém pode contestar, pois um é candidato ao título do Campeonato Paulista de 2009 e atual tri-campeão Brasileiro, e o outro invicto no Pernambucano e atual campeão da Copa do Brasil. Os dois detêm os maiores títulos nos campeonatos realizados no Brasil no ano e estão representando o país na Copa Libertadores da América.

No Sport, parte do elenco atua junto há pelo menos três anos. Jogadores como Magrão e Cléber (goleiros), Durval, Igor e César (zagueiros), Dutra (lateral-esquerdo), Daniel Paulista, Andrade e Sandro Goiano (volantes) e Fumagalli (meia).

Na equipe do São Paulo também com grande parte do elenco atuando junto pelo mesmo período. Temos Rogério Ceni e Bosco (goleiros), Miranda e André Dias (zagueiros), Richarlyson e Jorge Wagner (laterais-volantes), Hernanes (volante- meia) e alguns que saíram há pouco, como Junior (lateral-esquerdo), Souza (lateral-meia), e Aloysio (atacante).

Como podemos observar, a manutenção dos jogadores é evidente na defesa e na região de primeira marcação no meio-campo. Por isso fazem times competitivos e que tomam poucos gols.

Sempre lembro de uma frase que o professor Muricy Ramalho (atual treinador do São Paulo), com o qual tive o prazer de trabalhar junto quando atuava pelo Náutico, nos falou no início de um campeonato: “Time que não toma gol sempre chega”.

E pude constatar que é a pura verdade, pois dificilmente goleávamos, mas acabamos campeões naquele ano. Tínhamos uma defesa muito forte e entrosada com Lima, Sílvio e Sangaletti, que vinham há dois anos atuando juntos.

O futebol considerado modelo no mundo, em organização e competitividade, é o Europeu, e não vemos Manchester United, Barcelona, Chelsea, Arsenal e Lyon, por exemplo, mudando seus times ano após ano. Ao contrário: sabemos até a escalação dessas equipes, anos-luz à frente dos times brasileiros em questão de gestão, organização, marketing, divulgação de marca e exploração de imagens de seus atletas e do próprio clube.

O que questiono muito e sempre ouvi desculpas dos dirigentes dos clubes é sobre a manutenção do elenco. É nítido que se o clube mantiver uma base boa certamente irá colher bons frutos no futuro, mas infelizmente essa não é a cultura nacional.

Há clubes que disputam a Série B e até a Série A do Campeonato Brasileiro que disputam o Estadual e, ao fim dele, mandam 70% do elenco embora e contratam jogadores novos, tendo praticamente dez dias para o início da competição.

Isso é um absurdo, pois acabam acontecendo vários problemas em cadeia. Dentre eles, a falta de entrosamento dos atletas remanescentes com os que estão chegando, a dificuldade dos preparadores físicos e fisiologistas que têm de deixar os atletas em igualdade de condições, pois cada atleta chega em um nível diferente de preparo físico, além dos que chegam muito mal fisicamente e são colocados para jogar sob o risco de lesões.

Além da cobrança por bons resultados pela imprensa e torcida, a comissão técnica muitas vezes não tem nem tempo de implantar seu trabalho, pois após alguns resultados negativos já está vulnerável a passar por uma troca de comando e de alguns jogadores. Isso é normal no Brasil e uma coisa que já deveria estar mudando, mas não vejo muitas perspectivas de isso ocorrer.

Grande parcela de culpa têm os dirigentes de futebol que, muitas vezes, não querem assimilar nenhum tipo de pressão, ouvem demais opiniões da imprensa e torcida e jogam tudo nas costas dos jogadores e da comissão técnica.

Lembrando que não estou generalizado – claro que existem bons dirigentes e que entendem de gestão de futebol, mas num contexto geral, temos muito o que aprender e melhorar para sermos realmente o país do futebol, profissional, organizado, planejado e, principalmente, com respeito aos profissionais da área.
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A FORÇA DO MICROFONE


Decisões estaduais mostram a força da mídia no cotidiano do esporte; e ressalta o que há de pior nos veículos

Qual o poder de influência da mídia no dia-a-dia do esporte? Talvez a melhor resposta para essa pergunta seja a análise da cobertura da imprensa nos finais de semana após as decisões de títulos e vaga nas finais dos campeonatos estaduais pelo Brasil.

Começamos com a polêmica Leco-Ronaldo em São Paulo. Passamos pelo duelo verbal entre Palmeiras e Sport nas “decisões” da Copa Libertadores. E encerramos nas provocações baratas entre Cuca e a torcida do Botafogo no Rio de Janeiro.

O fato é que a mídia é a principal causadora de tanta polêmica. Em busca da “notícia”, muitas vezes um veículo exagera na dose e cria uma animosidade inexistente. Foi assim, por exemplo, quando deu-se grande cartaz para os 10% a que o Corinthians teria direito como visitante do primeiro jogo contra o São Paulo no ano.

A repercussão imediata da imprensa gerou um clima que, após a classificação alvinegra do último domingo, chega a beirar o insuportável. Porque a mídia inteira foi saber de Ronaldo o que o motivou tanto na decisão. E depois foi rebater com Leco, o dirigente são-paulino, a resposta atravessada na garganta do Fenômeno.

No caso de Palmeiras e Sport, a mesma história. Se não há conflito dentro de campo, vamos tratar de inventá-lo fora dele. Será que tudo correu bem na recepção ao Palmeiras? E o Sport, foi bem tratado no jogo em São Paulo? Sem novidades? Ok, então agora vamos nos preocupar em descobrir porque o Sport vence em Pernambuco e o Palmeiras patina em São Paulo...

O fato é que o microfone é gerador constante de polêmica. E o jornalista não consegue entender que, a cada vez que ele alimenta essa discussão, cria um clima beligerante para alguns duelos que acontecem sistematicamente no futebol.

São Paulo e Corinthians voltarão a se enfrentar. Como a imprensa vai se comportar às vésperas da partida? Qual o clima que ela vai criar para os atletas, dirigentes e torcedores que lá estarão?

Palmeiras e Sport têm, pelo menos, mais dois duelos agendados pelo Campeonato Brasileiro. Da mesma forma, Botafogo e Flamengo decidem nos próximos finais de semana o título estadual e posteriormente medirão forças no Nacional.

E, ao que tudo indica, a imprensa continuará a alimentar a discórdia. Para depois apontar o dedo atrás de culpados pela selvageria que se torna uma partida de futebol... O bom senso deveria ser matéria obrigatória nas faculdades de jornalismo e, mais do que isso, dentro das redações, ávidas por audiência e/ou vendas.
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Erich Beting
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COM PÉ E CABEÇA - ANO IV - Nº148

“Estudo de forma multidisciplinar; ajo de modo interdisciplinar e penso pela ótica transdisciplinar.” (Benê Lima)


Opinião
NEM MIRANDINHA IMPEDIU A CONQUISTA

Apesar dos erros e do discurso pontuado pela arrogância, o técnico Mirandinha ajuda o Fortaleza a ganhar o segundo turno.

Poucas vezes se viu tamanha margem de erros cometidos por um treinador tido como ganhador.

A pouca comemoração da torcida tricolor revela o nível de sua frustração em face dos sucessivos equívocos cometidos pelo técnico Mirandinha. Ecoaram pelo Castelão com maior ressonância os gritos de ‘burro’, do que o grito de ‘é campeão’.

Não me recordo de ter visto uma decisão de turno tão insossa quanto essa. E as desculpas sequer são renovadas. Enquanto isso, o Fortaleza virou um time de meio-jogo, meia-partida apenas.

E tudo é passível de justificativa convincente, ao menos da ótica dos advogados do diabo. Tentou-se explicar a ausência do torcedor tricolor pelo grande número de jogos, colocando-o – parece-me – como o maior poupador entre todos os torcedores. Ele não comparece e poupa. Ou então podemos compará-lo ao ‘lombardi’, que existe mas ninguém o vê.

O pior foi ouvir o Mirandinha dizer que “burro é o torcedor, que não entende nada”. Ele entende sim, 'seu' Miranda. As capacidades que o torcedor não as tem, meu caro Mirandinha, é a de adivinhar e a de detectar mentiras. Mas nós também não as temos, por isso somos vítimas.

No exemplo do atleta Luis Carlos, o torcedor não contava que a comissão técnica do clube colocasse no banco de suplentes um atleta que não tivesse condição de ir para o jogo. Foi notória a irritação do atleta.

De outra parte, Rodrigo Mendes foi exposto ao escárnio do torcedor leonino, tudo porque foi mantido em campo sem mais reunir condição para tal. E já pensaram se a partida tivesse ido para a prorrogação? O que seria do time e do atleta? O Fortaleza foi salvo pelo gongo, em um jogo que se mostrava um ‘pão-de-queijo’.

Precisa falar das opções passadas e das presentes? Ou vale a pena lembrar Jô, Igor, Bismarck de lateral, Gilmak como o coringa que não é? E a substituição de Bambam por Sidney: foi técnica, tática ou mística? Sem contar que Bambam acabara de fazer uma belíssima jogada, em que pareceu ter sofrido falta máxima.

Se é difícil a vida de treinador com ele se ajudando, imagina quando ele cria embaraços para si mesmo.

Mas uma coisa eu digo: se existir essa história de estrela, esse Mirandinha tem uma enorme.

Mas quando Mirandinha conseguir ter abalada sua convicção de que os erros não lhe pertencem, aí, quem sabe, ele estará pronto para errar menos.

Aliás, Mirandinha conquistou o direito de acertar mais para poder ganhar o campeonato em cima do maior rival tricolor. Porém, vale lembrar, a ‘família Teodoro’ não é a ‘família Torquato’.

Se ganhar o campeonato sobre Zé Teodoro e seus pupilos, Mirandinha terá concluído o ensino fundamental, habilitando-se, pois, ao pré-vestibular.

Prestemos atenção!

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sábado, abril 11, 2009

Há vitórias em que os erros abundam, há derrotas em que excedem os acertos


Os acertos de pouca monta têm sido a regra na passagem de Mirandinha, no comando técnico do time do Fortaleza. Até aí tudo normal, não poderia mesmo ser diferente. No entanto, creio que pouco representa fazer o óbvio. O técnico tricolor teria mesmo que pontuar no varejo, mas também se sair airosamente nos quesitos de maior relevância.


Ao assistirmos a vitória do Tricolor do Pici diante do Boa Viagem no jogo de “ida” das semifinais, verificamos que a grande contribuição para ela veio do banco de suplentes. Em razão disto, vemo-nos no direito de questionarmos, senão a titularidade de alguns jogadores, ao menos as suas produções. E os casos de Rodrigo Mendes, de Claisson e de Bambam são emblemáticos.


De outra parte, é difícil aceitarmos a escalação de Gilmak na lateral-direita, embora, com extrema boa-vontade, possamos considerar o fato hipotético de Mirandinha tê-lo tentado transformar em um ‘híbrido’ de lateral e zagueiro. Porém, Gilmak acabou não sendo nem uma coisa nem outra.


O que presenciamos foi que a zona de maior fragilidade defensiva do Tricolor esteve no setor central, e nos sub-setores central à direita e central à esquerda, onde atuam os dois zagueiros tradicionais e os dois volantes. Portanto, era ali que Gilmak poderia ter acrescentado algo. Esta explicação, contudo, não significa nossa concordância com a escala de três zagueiros naquelas circunstâncias. Não, não concordaríamos.


A linha de três zagueiros não é a ideal para enfrentar um ataque de Paloma e Nilsinho. Trata-se de um desperdício, além de configurar um grave erro estratégico de posicionamento.


Abrir mão do lateral, sobretudo nas condições daquela partida, significou diminuir a amplitude da jogada ofensiva pelo lado direito. Por isso, a nosso juízo, Nerylon teria sido a opção mais simples e lógica.


Outro aspecto que vale ressaltar é que, quando não se utiliza duas linhas de quatro, pode-se criar um sub-sistema tático a partir de configurações próximas de um 1-2-2-2-2-2, ou ainda, de um 1-3-1-2-2-2.


(...)

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quarta-feira, abril 01, 2009

CBF rompe com a FBA e assume a série B


Segundo nota no site da CBF, mesmo o contrato tendo vigência até 2010, a entidade findou a relação com a FBA, após reunião com os clubes da série B 2009

Na noite da última segunda-feira (30), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou que rompeu o contrato que possuía com a Futebol Brasil Associados (FBA), o qual garantia a gestão da série B do Campeonato Brasileiro à associação.

Com isso, a própria confederação responsável pelo futebol brasileiro tornou-se a responsável pela segunda divisão da competição. A CBF ainda não divulgou oficialmente os motivos da ruptura.

"Eu não sei a razão e não vi nenhum motivo [para a ruptura], pois a FBA vinha em uma crescente. Estou aguardando algum comunicado para tomar uma providência, pois temos contrato com a CBF até 2010", informou José Neves Filho, presidente da FBA, em entrevista à reportagem do Uol Esporte.

Além da questão contratual com a entidade responsável pelo futebol brasileiro, o dirigente da FBA afirmou que existem contratos de patrocínio com outras empresas como a Nova Schin e a Penalty, por exemplo.

Segundo comunicado emitido pela CBF, por meio do seu site oficial, a ruptura com a FBA aconteceu após uma reunião nesta segunda-feira entre dirigentes dos 20 clubes participantes da Série B deste ano, além do presidente da entidade, Ricardo Teixeira, do diretor técnico Virgílio Elísio e ainda do diretor da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto


Equipe Universidade do Futebol