Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Bundesliga revela prejuízo recorde na temporada 2009/2010

Elite do futebol alemão já soma 77,8 milhões de euros em dívidas, mais que o dobro da temporada anterior

Equipe Universidade do Futebol

“Quando o sinal vermelho acende para a elite do futebol alemão que é modelo mundial, já se pode pensar em colocar as nossas barbas de molho.”       (Benê Lima)

O futebol alemão está em crise. A Liga Alemã de Futebol (DFL, na sigla em alemão) divulgou nesta semana os resultados financeiros da temporada 2009/2010 da competição. E com um recorde histórico de prejuízo, os clubes locais já somam 644,6 milhões de euros em dívidas.

“Obviamente, não são números que satisfaçam. Não são bons para a liga e nem para os clubes. Essa não é uma situação positiva”, admitiu Christian Seifert, presidente da DFL, em entrevista coletiva posterior ao anúncio da demonstração financeira.

O prejuízo somado dos times da elite alemã na temporada 2009/2010 foi de 77,8 milhões de euros. Esse valor é o maior da história da competição – no ano anterior, o déficit total das equipes ficou em torno de 30,9 milhões de euros.

Na temporada 2009/2010, apenas sete dos 18 clubes da primeira divisão alemã registraram lucro. A competição ainda atingiu volume de negócios recorde, de 1,77 bilhão de euros, 3,2% superior ao ano anterior.

A principal fonte de receita dos clubes da elite alemã é o patrocínio (28,9%). Os direitos de transmissão respondem por 28,5% da receita, e a bilheteria representa 21,4%. O principal motivo para despesas é a contratação de atletas (40,49% do que é gasto).

Fonte: Máquina do Esporte

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O futebol é contemplado com a difusão do saber

De 31 de janeiro a 4 de fevereiro de 2011 

Ciclo de palestras de futebol 

Em parceria com a Federação Paulista de Futebol e com o Complexo Jurídico Damásio de Jesus (CJDJ), a Universidade do Futebol realizará, entre os dias 31 de janeiro e 4 de fevereiro, na região da Grande São Paulo, um ciclo palestras para quem admira, trabalha, ou pretende trabalhar com o futebol.

Com a expectativa para a realização da Copa do Mundo em território brasileiro e os ‘olhos’ do mundo voltados para o país do futebol, uma gama de oportunidades promete surgir no concorrido meio esportivo. Visando a capacitação de trabalhadores para este cenário, o Ciclo de Palestras de Futebol traz para o público, de maneira gratuita, nomes consagrados do ramo futebolístico, que abordarão diversos conceitos focados na estratégia do futebol, dentro e fora de campo.



 

Confira a programação do evento:

31/01 (segunda-feira):

Breve História do Futebol – Marco Aurelio Klein – 19h
Gestão Estratégica no Futebol – Marco Aurelio Klein – 19h55


01/02 (terça-feira): 

Marketing no Futebol – Amir Somoggi – 19h
Inovação e Criatividade no Futebol – Eduardo Conde Tega – 19h55


02/02 (quarta-feira):

Legislação Esportiva Brasileira e Normas da Fifa – Luiz Felipe Santoro – 19h
Contratos no Futebol – Luiz Felipe Santoro – 19h55


03/02 (quinta-feira):

Novos Conceitos em Treinamento no Futebol – Rodrigo leitão – 19h
Liderança e Motivação no Futebol – Estevam Soares – 19h55


04/02 (sexta-feira): 

Futebol e Carreira: Desafios & Possibilidades – João Paulo Medina – 19h
Tática no Futebol através do Tempos – Oswaldo Alvarez (Vadão) – 19h55

Inscrições

Unidade sede em São Paulo: na secretaria, pelo telefone: (11) 3164-6600

Unidades franqueadas: clique aqui e confira a mais perto de você


Local: Complexo Jurídico Damásio de Jesus (Unidade Sede em São Paulo) - Rua da Glória, 195 – Liberdade
Para maiores informações, visite o website do evento:
http://www.damasio.com.br/curso/curso_detalhe/cid/08660/eid/434.aspx

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domingo, janeiro 30, 2011

Segundo estudo, 50% dos jogadores terminam a carreira com dificuldades financeiras

Apesar do alto índice de remuneração, atletas ainda passam por problemas econômicos antes mesmo do início do período de aposentadoria

Equipe Universidade do Futebol

Invejados por seus salários milionários e pelo luxo de suas carreiras, os jogadores de futebol, na verdade, ainda sofrem grandes dificuldades no que tange a gestão financeira de seu patrimônio. A afirmação é do gerente da empresa de consultoria alemã Schips Finanz, que recentemente realizou uma pesquisa sobre o assunto.

Em entrevista à revista alemã Sport Bild, Hans Schips revelou detalhes impressionantes de seu estudo sobre a condição financeira dos jogadores de futebol na atualidade. Ele afirma que metade dos atletas finalizam suas trajetórias no futebol com dívidas nos bancos.

"Cerca de 30% dos jogadores em atividade estão perto da ruína financeira, e 50% deles estão quebrados quando terminam a carreira", disse o especialista, também em matéria publicada pela revista brasileira Exame.

Ao longo da história, alguns casos de falência de jogadores ganharam destaque nas páginas dos jornais. No Brasil, o mais famoso deles foi do craque do Botafogo e da seleção brasileira Mané Garrincha. O Anjo das Pernas Tortas, como também era chamado, sofria com o alcoolismo e dificuldades financeiras antes de falecer, vítima de um edema pulmonar.

Pouco tempo atrás, surgiram especulações de que um dos maiores jogadores da história do futebol, o ex-meia argentino Maradona, ainda teria US$ 37 milhões em dívidas com o Fisco da Itália, país onde virou ídolo vestindo a camisa do Napoli.

“A quantia que Maradona deve ao Fisco é dinheiro que deve a todos os italianos", revelou em nota a empresa responsável pela arrecadação de impostos no país, no final do ano passado quando o também ex-treinador da Argentina cogitou um possível retorno à Itália.

Assim como o envolvimento com álcool e drogas pode acarretar na decadência econômica dos atletas, uma assessoria inadequada também pode levar colapso da conta bancária de um jogador. Em declaração à Exame, Wilhelm Baumgarten, representante de jogadores e diretor da agência de consultoria Stars&Friens, expôs as dificuldades do atleta na gestão de seu patrimônio.

"Um jogador veterano conta aos mais jovens quão bom é seu assessor financeiro e, no fim, este acaba vendendo imóveis desvalorizados e fundos de ações altamente especulativos, dos quais os jogadores não precisam. Dessa forma, eles ficam com um armário cheio de contratos que só tornam ricos aqueles que os venderam", disse.

Outro caso mais recente é o do centroavante brasileiro Aílton. Com passagens por Internacional e Werder Bremen, o futebolista faz parte da lista de jogadores à beira da falência, segundo a Sport Bild. Atualmente o paraibano, que entrou em decadência após ser artilheiro da Bundesliga na temporada 2003/2004, atua em um clube da quarta divisão da Alemanha.

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Jogador de futebol: a detecção e o desenvolvimento do talento

.Rodrigo Azevedo Leitão

Graduado em Educação Física (Ciências do Treinamento Desportivo) pela Faculdade de Educação Física da Unicamp, em 2001; mestre em Ciências do Desporto pela UNICAMP, em 2004; doutor em Ciências do Desporto também pela UNICAMP, em 2009. É especialista em Bioquímica e Fisiologia no Exercício.
Especializou-se como técnico de Futebol com três cursos de extensão em Técnicas e Táticas na modalidade.
É um dos maiores conhecedores no Brasil da Teoria do Jogo, Teoria Sistêmica e Teoria do Caos, aplicadas ao jogo de Futebol.
Dentre os trabalhos mais recentes foi Coordenador Científico do Projeto de Futebol Feminino na cidade de Jaguariúna (2005 e 2006); técnico de Futebol feminino (2005 e 2006); técnico de Futsal masculino (1997 a 2007); “espião” e observador de análises técnico-táticas para técnicos de Futebol. Foi técnico da equipe SUB-17 do Paulista FC da cidade de Jundiaí até o início de 2009. Depois disso, tornou-se assitente técnico da equipe profissional de futebol do Luverdense E.C. do Mato Grosso (equipe que foi campeã matogrossense em 2009).
É professor de pós-graduação dos cursos de Futebol e Futsal da Universidade Gama Filho (UGF) e idealizador da disciplina de graduação da Faculdade de Educação Física da UNICAMP "Tópicos Especiais em Táticas no Futebol".
Defensor de novos paradigmas e na busca de um Futebol Integral e Integrado tem se dedicado nos últimos anos a levar Ciência ao Futebol.

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A necessidade de uma implantação organizada e estruturada do processo de formação de atletas

Todos podem aprender a jogar futebol.

Todos podem aprender a jogar futebol bem.

Alguns de nós podemos, potencialmente, jogar futebol melhor do que outros de nós.

Uma série de fatores ambientais, associada a uma série de expressões e características naturais dos indivíduos, pode fazer com que alguns jogadores alcancem um nível de jogo mais elevado do que o de outros.

Dentro de um processo de formação de jogadores para o alto nível competitivo, conseguir evoluir ao máximo as potencialidades de cada um é, ao mesmo tempo, resultado de um trabalho de excelência e necessidade primeira deste trabalho.

Quanto maiores forem os potenciais dos indivíduos que serão estimulados dentro de um processo de treinamento de base (bem organizado e estruturado), melhores serão os resultados finais da formação do jogador.

Isso quer dizer que é necessário, além do ótimo e adequado conjunto de estímulos de treino, respeitando processualmente o desenvolvimento potencial dos jogadores, uma detecção pontual, qualificada e bem norteada dos indivíduos com as maiores chances de chegarem ao final do processo, aptos a jogarem em altíssimo nível competitivo.

Obviamente que isso não é simples como pode parecer.

Existe um enorme número de cientistas, dissertações de mestrado e teses de doutorado Brasil afora, tentando entender, de acordo com diferentes modalidades desportivas, que parâmetros usar para conceber um método de análise que permita, com erro mínimo, detectar talentos em potencial.

No caso, especificamente do futebol, o grande problema é que, em um sem número de vezes, busca-se identificar o talento por meio de parâmetros que estão ou descontextualizados do próprio jogo, ou ainda da cultura de jogo da própria equipe.

Em outras palavras, o que quero dizer, é que ou se fragmenta o jogador em pedaços, para que esses (os pedaços) sejam analisados e qualificados em partes específicas, ou tentando avaliar o jogador como todo, descuida-se do “jogar” integrado à cultura e ao modelo de jogo da própria equipe.

Para minimizar erros dentro do processo de formação e de captação de jogadores, grandes clubes ingleses, por exemplo, a partir de um conjunto de informações pautadas em construtos científicos, qualificam observadores de jogadores, que espalhados pelo mundo, tentam identificar aqueles com perfil (de jogo, de conduta, etc.) condizente com o desejado para, ao final do processo, fazer parte de seus primeiros times.

Outra questão importante é que dentro de um processo em que se sabe exatamente o caminho a ser seguido, onde se está e onde se quer chegar (e como fazer isso!), ele próprio (o processo) dá conta de excluir, ao longo da “caminhada”, aqueles que de certa forma demonstram se guiar por outros nortes.

Será que estamos perto disso no Brasil?

Será que as grandes equipes formadoras sabem exatamente que jogador estão procurando para fazer parte do processo?

Será que os processos de formação estão bem organizados e estruturados, com conteúdos bem definidos para serem desenvolvidos?

Será que as equipes têm claros os objetivos finais do processo de formação?

Será que ao final do processo, rumo ao 1º time, estará clara qual a cultura e o modelo de jogo deste 1º time (não circunstancialmente, mas de forma bem determinada, ao ponto de ser identidade da equipe)?

São muitas as questões a serem respondidas. São muitas as reflexões necessárias.

Por hora, paro por aqui (“paro, sem ficar parado”), na esperança (e na ação) de que as coisas entrem no rumo e contribuam para a transformação do nosso futebol.

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Clubes não aprendem nem com os erros e nem com os acertos

Clubes persistem com um modelo de gestão sem padrões e critérios bem definidos; sucesso deve ser relativizado

Geraldo Campestrini

Fazendo uma análise rápida e pontual de alguns casos que suscitaram debates e exposição midiática neste primeiro mês de 2011, é possível chegar a uma conclusão simples e direta: definitivamente, os clubes brasileiros têm dificuldades em pesquisar, analisar e tomar decisões com coerência com base no histórico de seus concorrentes e, pasmem, de seu próprio passado recente.

A começar pelo Flamengo, tão debatido e exposto em todos os meios de comunicação social em razão da contratação de Ronaldinho Gaúcho e outros pseudo craques, faz lembrar o seu centenário, quando montou o ataque dos sonhos em 1995, liderado por Romário. Na época, negligenciou completamente a coletividade, o que resultou em um desastre dentro de campo (e o endividamento do clube, que paga a conta até hoje).

Onze anos mais tarde, a cena se repete e, aparentemente, pouco se discutiu sobre a inserção de craques dentro de um elenco que se mostrou deficitário no último Campeonato Brasileiro. Novamente, a sorte é lançada sobre um jogador que deverá resolver boa parte das partidas sozinho em um esporte que preza pela relação entre 11 jogadores diante de seus adversários, ou seja, o conjunto.

No outro lado da moeda aparece o São Paulo Futebol Clube, que tomou conta dos noticiários esportivos na última semana ao contratar o ex-jogador em atividade e presidente do Mogi Mirim, Rivaldo. O clube tricolor paulista repete uma estratégia de pouco sucesso na maioria dos clubes que a tentou, que é apostar em atletas que praticamente já encerraram a carreira. Nem o mote do marketing, tão utilizado no caso do Ronaldo, parece que terá algum efeito significativo.

Somado a isso, o alicerce que sustentou as vitórias do São Paulo na última década, formada por uma base de profissionais qualificados em matéria de conhecimento técnico e científico, foi desmantelado. Os casos do fisiologista Turíbio Leite de Barros, do preparador físico Carlinhos Neves e do superintendente de futebol Dr. Marco Aurélio Cunha, cada qual, aparentemente, com saída do clube por razões distintas, devem enfraquecer toda a estrutura que dava suporte para o rendimento da equipe dentro de campo.

Com esses dois casos, poderíamos até entoar um “até tu São Paulo”, pelo histórico de “clube-modelo” que o acompanhou nos últimos tempos. Percebe-se que a cabeça dos dirigentes transcende qualquer tentativa de análise mais lógica que possamos fazer.

Por falar nisso, como muitos prognósticos são susceptíveis a erros (apesar de calcados em um senso de lógica), encerro janeiro fazendo duas previsões de fracasso futebolístico nos casos ora narrados. E se o sucesso vier? Serão apenas exceções dentro de um universo de clubes que persiste com um modelo de gestão sem padrões e critérios bem definidos.

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Programa de Assistência Financeira da Fifa concede bônus para federações

Cada país receberá 300 mil dólares, além de um adicional para as seis confederações

Equipe Universidade do Futebol

Em nota, em seu site oficial, a Fifa anunciou que enviará uma contribuição financeira às federações e confederações filiadas. A iniciativa ocorreu após o sucesso da realização da Copa do Mundo na África do Sul, que alavancou as arrecadações da entidade no ano passado.

A injeção financeira foi estipulada em 300 mil dólares (50 mil a mais do que em 2010) para cada uma das 207 federações e mais 2,5 milhões para as seis confederações. Segundo os regulamentos do Programa de Assistência Financeira (FAP), o bônus deverá ser investido no desenvolvimento do futebol, nas viagens das equipes para as competições da Fifa ou como um financiamento adicional para projetos de caráter social do Goal.

“O objetivo do FAP é motivar e capacitar as federações e confederações a organizarem programas de desenvolvimento conforme as suas necessidades, fortalecendo o futebol e a administração do mesmo a longo prazo”, apontou o comunicado.

O FAP foi fundado em 1998 com a intenção de auxiliar as federações de acordo com a carência específica de cada uma. O programa tem concedido apoio para o desenvolvimento de diversos setores como infraestrutura, categorias de base, organização de torneios juvenis, promoção do futebol feminino e desenvolvimento técnico.

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Violência entre torcidas: respeito é a solução

Estatuto do Torcedor preocupa-se demasiadamente com a violência, sem ater-se à qualidade no trato com o torcedor, o verdadeiro destinatário do espetáculo esportivo
Gustavo Lopes Pires de Souza*

No dia 27 de novembro de 2010, os amantes de futebol foram surpreendidos com um fato bárbaro: o assassinato de um torcedor do Cruzeiro Esporte Clube, em Belo Horizonte. Responsáveis foram identificados e indiciados, mas a pergunta que sobe à garganta é: “até quando?”.

Segundo pesquisa realizada pela professora Heloísa Reis, da Unicamp, o ponto de partida da violência em Minas Gerais teria sido a morte de um torcedor atleticano, que entrou em confronto direto com um cruzeirense, em Belo Horizonte, em 1967, após o Atlético perder para o Uberaba e ser eliminado da disputa pelo seu primeiro título mineiro na “era Mineirão”.

Desde então, foram vários incidentes entre atleticanos e cruzeirenses que nos últimos quinze anos contabilizam dez mortes e centenas de feridos.

Em julho de 2010, por meio da Lei 12.299, o Estatuto do Torcedor foi alterado passando a prever punição às torcidas organizadas e criminalização de atos violentos dos torcedores.

Sem embargo, o Estatuto do Torcedor fora criado em 2003 para assegurar os direitos do torcedor, e não para puni-lo. Causa estranheza haver alterações que não cuidem de algumas das principais necessidades dos torcedores, como o preço dos ingressos e o horário dos jogos.

O Estatuto do Torcedor preocupa-se demasiadamente com a violência, sem ater-se à qualidade no trato com o torcedor, o verdadeiro destinatário do espetáculo esportivo.

De fato, os responsáveis devem ser punidos exemplarmente, mas a punição após a tragédia não é capaz de trazer de volta a vida de inocentes. Aliás, o italiano Beccaria, no século XVIII, já defendia a intervenção mínima, em sua obra “Dos Delitos e das Penas”.

Para a tão almejada paz nos estádios é necessário planejamento, respeito e organização. É preciso que a sociedade civil reivindique os direitos insculpidos no Estatuto do Torcedor, que o Poder Público atenda aos anseios e que os clubes e entidades organizadoras de eventos esportivos passem a tratar os torcedores com respeito, atentando-se ao fato de que fazem parte do patrimônio do clube.

Medidas como venda organizada de ingressos, conforto nos estádios, trariam efeitos positivos na luta contra a violência, tal como comprova a eficiente experiência inglesa que em uma década retirou o futebol local do ostracismo e transformou a Premier League em exemplo de organização e lucratividade.

Portanto, a cada ato de violência torna-se mais necessária a aplicação do Estatuto do Torcedor em sua plenitude, pois somente a lhanheza no trato com os torcedores oportunizará a queda do índice de violência nos estádios. E não se trata de inovar, mas tão somente de espelhar experiências de sucesso.

Referências

Jornal “Hoje em Dia”, Belo Horizonte, Minas Gerais, dos dias 20, 21, 23 e 24 de agosto de 2010.

SOUZA, Gustavo Lopes Pires de. O respeito ao torcedor como investimento com retorno esportivo e financeiro. Derecho Deportivo em Linea, Madrid. Disponível em Acesso em 27 jul. 2010

SOUZA, Gustavo Lopes Pires de. Os Direitos do Torcedor Brasileiro. Cidade do Futebol, São Paulo. Disponível em . Acesso em 27 jul. 2010

SOUZA, Gustavo Lopes Pires de. Estatuto do Torcedor: a evolução dos direitos do consumidor do esporte (Lei 10.671/2003), Alfstudio: Belo Horizonte, 2009.


*Coordenador do Curso de Capacitação em Direito Desportivo da SATeducacional. Professor de Organização Jurídica do Esporte no MBA de Gestão em Eventos Esportivos das Faculdades Del Rey. Autor do livro: “Estatuto do Torcedor: A Evolução dos Direitos do Consumidor do Esporte” (Lei 10.671/2003) Formado em Direito pela PUC/MG, Pós Graduado em Direito Civil e Processual Civil pela Unipac, Membro e colunista do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo, Membro do Instituto Mineiro de Direito Desportivo e da Associação Portuguesa de Adepstos Colunista do Instituto de Direito Desportivo da Bahia e do portal “Papo de Bola”. 

Agraciado com a medalha “ Dom Serafim Fernandes de Araújo” pela eficiência na atuação jurídica. Jurista, Articulista, Advogado licenciado em razão de função pública no TJMG. Professor de matérias Jurídicas no MEGA CONCURSOS, FAMINAS e Arnaldo Jansen. 

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Escalação de ‘reservas’ em rodada do Campeonato Inglês rende punição a equipe

Treinador do Blackpool, Ian Holloway, contesta atitude da direção da Liga e pede autonomia

A Premier League, principal divisão do Campeonato Inglês, tem como um de seus princípios o valor à disputa. Quando uma equipe entra em campo para um duelo oficial de maneira enfraquecida, sem atletas considerados “titulares”, o espetáculo perde um pouco do brilho e geralmente são aplicadas sanções. Foi o caso do Blackpool.

Caçula da competição nesta temporada, a equipe foi multado em R$ 66,5 mil por conta de sua escalação “secundária” em jogo válido pela 12ª rodada, contra o Aston Villa. Os comandados por Ian Holloway sofreram um gol nos instantes finais e acabaram derrotados por 3 a 2.

À ocasião, o treinador escalou 10 jogadores que não haviam iniciado a formação inicial na partida anterior, empate por 2 a 2 com o Everton. A infração das regras da Premier League, entretanto, foram duramente criticadas por Holloway, que pôs em questão o valor subjetivo de suas escolhas e as preferências do clube, de acordo com seu grupo principal de atletas.

“Eu sou o treinador e escalo os jogadores como eu quiser”, bradou o técnico, cujo clube tem duas semanas para recorrer da decisão.

Equipe Universidade do Futebol

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sábado, janeiro 29, 2011

Patrocínio: Saída de Rivaldo decepciona patrocinador do Mogi

RODRIGO CAPELO
Da Máquina do Esporte, Franca – SP

"São coisas variáveis e incontroláveis", afirma diretora de marketing

“Como presidente, o craque    decepcionou”  , diz patrocinador

Após sete anos afastado do futebol brasileiro, Rivaldo está de volta. Um dos ídolos da seleção que conquistou o pentacampeonato mundial com a camisa do Brasil, em 2002, irá vestir a camisa do São Paulo em 2011. Antes disso, havia se comprometido a jogar pelo Mogi Mirim, no qual é presidente, motivo de decepção a patrocinador.

A escola de idiomas Alps, pertencente ao Grupo Multi, dona também de marcas como Skill, Wizard, Yázigi, entre outras, decidiu patrocinar a equipe do interior de São Paulo justamente pela presença de Rivaldo. A visibilidade que o clube teria com o presidente em campo agradou a empresa, que agora tem de aceitar a situação.

“Existem coisas que, na hora em que estamos fechando negócio, são variáveis e incontroláveis”, lamenta Sílvia Andrade, diretora de marketing do Multi, à Máquina do Esporte. “Fizemos a aposta justamente por causa do Rivaldo, porque ele é conhecido e reconhecido, mas são coisas que acontecem, e não tem muito o que fazer”.

O acordo firmado entre clube e empresa, segundo a executiva, permanece intacto. Não havia nenhuma cláusula em contrato que garantisse a presença de Rivaldo em campo para que o aporte fosse concretizado, tampouco há algo que o Multi possa fazer para compensar a perda em exposição. Como presidente, o craque decepcionou.

Leia mais:

Com Skill e Yázigi, Multi "rouba" clubes de concorrentes

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Mídia: Clube dos13 cria fórmula matemática para definir TV

GUILHERME COSTA
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

A concorrência que o Clube dos 13 vai fazer pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de futebol entre 2012 e 2014 passará por um processo de pré-seleção antes do início da licitação entre os concorrentes. A decisão, tomada pela comissão que negocia os direitos de transmissão do campeonato, tem por objetivo fazer que a escolha das emissoras que farão a cobertura do torneio não seja definida exclusivamente pelo potencial técnico de cada proponente.

Com essa decisão, o caminho está aberto para que a licitação leve em conta principalmente a oferta financeira, sem distinção entre a capacidade de cobertura, abrangência ou qualidade do trabalho entre os concorrentes. Para chegar a isso, porém, o C13 desenvolveu, em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), uma fórmula matemática para determinar o potencial de cada emissora em fazer uma entrega mais valioza da competição.

A preocupação da entidade é entender qual é o real valor de cada proposta. Em TV aberta, por exemplo, o montante oferecido pelas emissoras será relativizado a partir de uma equação. A fórmula escolhida para isso levará em conta as seguintes variáveis: o horário em que o canal vencedor pretende exibir os jogos, a quantidade de espaço que ele oferecerá ao Campeonato Brasileiro dentro de sua programação e o valor pago para a veiculação da publicidade dentro da emissora nessa faixa horária proposta.

O valor oferecido pelas concorrentes será confrontado com esses dados para calcular qual é a melhor proposta financeira para os clubes. Existe uma preocupação entre algumas agremiações sobre uma possível perda de receita de patrocínio em caso de uma exposição menor na TV – seja ela provocada por uma mudança de canal, ou por uma alteração no horário de transmissão dos jogos.

Com a definição dos critérios, o Clube dos 13 pretende enviar até o dia 10 de fevereiro uma carta-convite para a licitação. Antes disso, porém, a entidade vai analisar questões técnicas, abrangência da cobertura e potencial da equipe de transmissão. A entrada na licitação depende de aprovação nessas questões, mas possivelmente não deverá ser excludente para a participação de empresas.

A licitação será feita com envelopes fechados, sem que uma empresa de mídia saiba quanto a outra ofereceu. Esse modelo foi oficializado depois que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu parecer favorável a um pedido da entidade, no ano passado, e acabou com o direito de preferência da Globo.

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quinta-feira, janeiro 27, 2011

O futebol feminino não precisa de ajuda!

Por Erich Beting

“O futebol feminino não precisa de ajuda, mas de projeto.”

A ladainha continua a mesma desde 2004. A cada bom resultado da seleção brasileira, ou a cada eleição de Marta como melhor jogadora de futebol do mundo, uma reunião entre a nossa melhor representante da bola com o presidente da República, o pedido para que o futebol feminino tenha mais atenção do governo, da mídia e dos patrocinadores e por aí vai.

Este ano, com uma presidente da República, então, o cenário voltou a ser de promessas e de pedidos para resolução de problemas.

Afinal, como podemos nos conformar com a Marta atuando apenas dois ou três meses por aqui e o restante do ano nos EUA? Ou, pior, como é que só ela é capaz de ganhar dinheiro com o futebol feminino, enquanto nossas outras atletas praticamente pagam para jogar? E a mídia, que assiste a tudo isso e não dá a menor bola, não transmite jogos, não se interessa em mostrar o esporte?

Com tudo isso, fica impossível, obviamente, um patrocinador se interessar pela modalidade, e aí temos o círculo vicioso que tanto atrapalha o crescimento do futebol feminino no Brasil.

O discurso, porém, já virou mais choradeira do que, de fato, algo prático e efetivo para melhorar a situação do futebol das mulheres no Brasil.

O futebol feminino não precisa de ajuda, mas de projeto. Enquanto não se trabalhar para sairmos do discurso e irmos para a formatação de um plano de melhora do esporte no Brasil, nada vai mudar.

E isso passa, necessariamente, pela revisão da alta gerência do esporte, que faz com que a modalidade seja gerenciada pela CBF, a Confederação Brasileira de Futebol, entidade que já cuida da seleção masculina, das categorias de base e, ainda, do Campeonato Brasileiro das Séries A, B, C e D e da Copa Kia do Brasil.

Esse é o cenário que prejudica, e muito, o desenvolvimento do futebol feminino. A CBF está ocupada demais com outros projetos mais consolidados e rentáveis do que se esforçar em crescer a modalidade.

Não é por acaso que a situação falimentar das mulheres é muito diferente daquela vivida no futsal e no futebol de areia, que têm seus campeonatos mundiais controlados pela Fifa, mas que possuem, aqui no Brasil, entidades que funcionam sem depender da CBF.

O primeiro passo que o futebol feminino precisa dar no Brasil é de independência. Só assim as mulheres conseguirão deixar de depender da boa vontade alheia para desenvolver suas competições.

O potencial de crescimento existe. A mídia adora falar sobre o tema, os patrocinadores gostam daquilo que tem exposição na mídia, jogadoras de qualidade surgem em bom número por aqui. O que precisa, agora, é arregaçar as mangas e, em vez de buscar toda hora o microfone para reclamar, trabalhar para mudar a realidade. Esse é, sem dúvida, o passo mais difícil de ser dado.

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quarta-feira, janeiro 26, 2011

Boca monta arena na praia para aproveitar férias

Clube argentino planejou estrutura em Mar del Plata neste ano para oferecer atividades, promoções e produtos aos turistas
Equipe Universidade do Futebol

O Boca Juniors foi à praia. Disposto a aproveitar o período de férias para fortalecer sua imagem, o clube argentino montou uma arena em Mar del Plata neste ano para oferecer atividades, promoções e produtos aos turistas.

A arena tem um extenso roteiro de atividades, com destaque para clínicas de futebol comandadas por ex-jogadores do Boca Juniors. Além disso, o local tem decoração alusiva a momentos históricos e símbolos da equipe.

O Boca Arena 11 ainda tem um plano especial de descontos para produtos oficiais. Sócios do clube que forem a Mar del Plata terão condições exclusivas para o período de férias.



 

Fonte: Máquina do Esporte

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Gestão: Paraná busca garantir continuidade de projetos

RODRIGO CAPELO
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP

Nova diretoria quer que planejamento seja seguido por sucessores

“Temos denunciado a descontinuidade administrativa nos clubes de futebol no etado do Ceará, sobretudo no Ceará e no Fortaleza, e a alteração de seus estatutos poderia representar impedimento, contribuindo para um planejamento a longo prazo.”   ---   Benê Lima

A história é quase sempre a mesma em locais bastante diferentes. Seja em governos e prefeituras, seja em clubes de futebol, quando nova gestão assume o comando, trata de alterar ou até eliminar projetos que vinham sendo executados pela direção anterior. O Paraná, com diretoria reformulada, está cansado dessa prática.

O clube paranaense nomeou em janeiro 15 nomes para comandar vice-presidências das mais variadas naturezas, desde futebol e patrimônio até assuntos internacionais. O departamento de marketing, especificamente, será liderado por Vladimir Carvalho, publicitário, integrante do grupo que está no Paraná há cerca de três anos.

"A missão desse grupo é fazer trabalho de médio e longo prazos, olhando para 2012", explica o vice-presidente à Máquina do Esporte. Para que esses projetos não sejam quebrados por eventuais novas gestões, pretende-se alterar o estatuto do clube. Uma vez criado, esse "dispositivo" garantiria a continuidade de ações.

"Anteriormente, como presidente e diretoria trocam a cada dois anos, alguns projetos eram deixados de lado e outros eram começados, de acordo com o perfil de quem assumisse", detalha Carvalho. "Isso fragmenta, dificulta, então estamos fazendo planejamento com metas, objetivos, e os próximos terão de seguir para não ficar lacunas".

Por ora, ainda não se sabe exatamente o que será alterado no estatuto do clube. Como novos vice-presidentes assumiram há pouco mais de uma semana, o discurso se restringe às tentativas de profissionalizar a gestão do Paraná, cortar custos e captar recursos. A maneira como esse processo se dará, porém, permanece incógnita.

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Federação Piauiense insere o futebol feminino em seu calendário

Confirmado o I Campeonato Piauiense de Futebol

A confirmação do I Campeonato Piauiense de Futebol Feminino foi a grande novidade apresentada pelo Diretor de Futebol Amador da FFP, Coronel Ferreira Filho, por ocasião do pré-Arbitral realizado na noite desta terça-feira (25), na sede da Federação de Futebol do Piauí. Além do certame feminino, o V Campeonato Piauiense de Futebol Sub-18 também será jogado neste primeiro semestre.

A reunião foi bastante concorrida, e, de forma relativamente informal, tratou das competições femininas e das categorias de base. Estiveram presentes representantes do Tiradentes (Coronel José Pereira), Fluminense (Adalberto Rolim), Piauí (Reinaldo Ferreira), José de Freitas (Fernando Freitas), Auto Esporte (Durval Martins), SEP (Ilza Amorim e Auricleide Maria), 4 de Julho (Tonhão), River (Evaldo Carvalho), Flamengo (Valter Maranhão), 7 Cidades (Dílson Trindade), Krac (Biro Biro), Barras (Reinaldo Barros) e Caiçara (Antônio das Neves). 

Todos os representantes falaram sobre os temas em pauta, bem como Ferreira Filho, que conduziu a reunião, e o vice-presidente da FFP, Sergil Araújo. Ferreira Filho confirmou que já está no calendário de eventos do 1° semestre o Campeonato Piauiense de Futebol Feminino e o Campeonato Piauiense Sub-18. Este último, sempre jogado no segundo semestre, será antecipado para proporcionar ao representante do Estado na Copa SP de Futebol Júnior maior tempo para preparação. 

 

Dirigentes compareceram em massa à primeira reunião que começou a traçar o planejamento do futebol amador piauiense para 2011 (Foto: Severino Filho). 

O segundo semestre também será recheado de competições, dentre elas dois interestaduais – a Copa Teresina de Futebol Feminino e a Copa Teresina de Futebol Sub-18. Ainda nesta semana a FFP irá confirmar as datas do Conselho Arbitral que irá tratar, em horários diferentes, do futebol feminino e do certame sub-18. 

O novo diretor de futebol amador da FFP, ao final da reunião, afirmou ainda que não vai medir esforços para tentar fazer o melhor pelo futebol amador piauiense. 

Fonte: acessepiaui.com.br

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Jornal O Estado repercute decisão de Evandro Leitão contra cronista esportivo

Caso Hibernon>>

Apcdec e Sindicato representam contra Leitão

Jornal O Estado

A Associação Profissional dos Cronista Desportivos do Estado do Ceará (Apcdec) e o Sindicato dos Radialistas e Publicitários do Ceará ingressaram. ontem na Procuradoria Regional do Trabalho com uma representação contra o presidente do Ceará, Evandro Leitão. As entidades reivindicam o livre acesso de repórter da Rádio Verdes Mares AM (810 Verdinha), Hibernon da Paz Monteiro, na sede do time em Porangabuçu e nos estádios onde o Ceará joga. O radialista esportivo está proibido de trabalhar no Ceará há mais de dois meses devido uma divergência política entre Evandro Leitão e o deputado estadual Gomes Farias (PSDC), chefe da equipe esportiva da Verdes Mares AM.

Segundo o presidente da Apcdec, Edilson Alves, Evandro Leitão não pode impedir um profissional de trabalhar. “A Constituição é clara. Não se pode impedir ninguém de trabalhar. O artigo cinco da Constituição em seus Direitos Fundamentais garante o livre trabalho e o direito de imprensa”, afirmou Edilson Alves.

Edilson Alves cita que é contraditório “um secretário estadual do Trabalho e Desenvolvimento Social que impede alguém de trabalhar”. Segundo o presidente da Apcdec foram feitas várias tentativas para liberar o trabalho de Hibernon, “mas ele não cedeu dizendo que o Ceará é uma entidade particular. Quando na verdade é uma entidade mista uma vez que recebe verbas do Município, do Estado e da União”.

Tentaram ainda intermediar a negociação para que o setorista voltasse a trabalhar o presidente do Sindicato dos Radialistas e presidente da Associação Brasileira dos Cronistas Esportivos (Abrace), Aderson Maia; e o conselheiro do Ceará, André Figueiredo, mas Evandro não voltou atrás.

Hoje, Hibernon não pode entrar no Ceará nem entrevistar os jogadores, comissão técnica nem os dirigentes. Segundo O Estado apurou Evandro Leitão não permitiu que Hiberson trabalhasse porque teria feito severas críticas a sua administração no Ceará.

Gomes Farias falou ao Estado que “o poder subiu a cabeça de Evandro”. Farias inclusive está tentando contratar mais um repórter para o Ceará, enquanto a Justiça se pronucia sobre o caso. Procurado pela reportagem de O Estado ontem, Evandro Leitão não foi encontrado.

Jornal O Estado

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Discriminação institucional no futebol é tema de debate entre Uefa, federações e organização anti-racismo

Relatório indica presença reduzida de mulheres no comando técnico de equipes, bem como na gestão de clubes

Equipe Universidade do Futebol

Na última semana, Uefa, Federação Holandesa de Futebol (KNVB), Federação Inglesa de Futebol (FA) e Rede Pan-europeia Contra o Racismo no Futebol (Fare) organizaram um seminário com um objetivo: o combate à discriminação institucional no futebol.

“É a primeira vez que a Uefa, ou outro qualquer organismo responsável pelo futebol, destaca um problema que até agora tinha passado despercebido”, afirmou o vice-presidente da entidade que comanda a modalidade no Velho Continente, Senes Erzik.

“É preciso alguma coragem para fazer algo que nunca tinha sido tentado. A exclusão em alguns setores do nosso desporto é uma questão importante, especialmente nos setores administrativos e de gestão”, completou.

O encontro contou com a presença de Steven Bradbury, investigador associado do Instituto do Desporto para Jovens, da Faculdade de Desporto, Exercício e Ciências da Saúde da Universidade de Loughborough. Ele apresentou um relatório de uma investigação realizada sobre a representação das minorias no futebol europeu.

Em um dos pontos mais relevantes do documento, o pesquisador mostrou que a discriminação institucional, entre outras coisas, é um fracasso coletivo de uma organização a todos os níveis, quer seja intencional ou não, na prestação de serviços adequados às pessoas devido à sua origem étnica, cultural ou religiosa ou sexual.

Além disso, Bradbury relatou que a discriminação institucional está refletida na presença reduzida de treinadoras no futebol, profissional e amador, na Europa, bem como o pequeno número de mulheres envolvidas na gestão do futebol e no desempenho de cargos administrativos em clubes que se dedicam ao futebol profissional masculino.

Alguns exemplos positivos, entretanto, foram enumerados. Na Noruega, tem sido aplicado um sistema de quotas desde 1985 que obriga a presença de pelo menos uma mulher em cada um dos comitês centrais. Isso levou a uma representação de 40% de mulheres, com Karen Espelund tendo se tornado em 1996 a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-presidente da Federação Norueguesa de Noruega (NFF), sendo posteriormente secretária-geral.

“Se não existisse um sistema de quotas, eu nunca teria tido oportunidade de mostrar as minhas capacidades. É claro que depois temos de mostrar que somos capazes, mas as quotas são muito importantes no início de carreira”, argumentou Espelund.

Outra questão importante é que, embora 32,7% dos jogadores de topo sejam imigrantes de outros países da Europa, África e América do Sul, menos de 1% dos administradores de clubes profissionais e dos membros dos comitês executivos das federações nacionais e associações regionais são elementos de minorias étnicas.

“Não é um problema apenas do futebol, mas sim de toda a sociedade. Fui o primeiro presidente de origem africana de um clube em França e espero que não tenha sido o último”, discursou o senegalês Pape Diouf, ex-presidente do Olympique de Marselha, durante o seminário em Amsterdã.

Já Bryan Roy, ex-atleta profissional, com passagens por Ajax e Nottingham Forest, e que atualmente é treinador das categorias de base do clube holandês, enalteceu a importância da educação. “O Johan Cruyff criou a sua academia, para que os jovens desportistas tenham também oportunidade de estudar e, desta forma, tenham mais hipóteses de continuar ligados ao desporto depois de terminarem as carreiras. Considero que a educação é fundamental”.

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Mkt: América-AM faz camisa preta para protestar contra o STJD

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

O América-AM se classificou para a decisão da Série D do Campeonato Brasileiro de 2010. No entanto, foi punido por ter escalado um jogador sem condições de entrar em campo e acabou alijado da competição. Meses depois, o episódio ainda repercute no clube. Prova disso é que essa situação inspirou a diretoria a criar uma terceira camisa – o lançamento oficial dos uniformes foi marcado para esta quarta-feira.

A principal novidade que o América-AM mostrará nesta quarta é uma terceira camisa preta. A diretoria ainda não definiu se o uniforme será comercializado ou servirá apenas para exibição, mas ele foi criado para servir como protesto.

Além disso, o América-AM trabalha para reunir informações e lançar neste ano um dossiê sobre comportamentos escusos do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), usando como base a decisão do ano passado.

Naquela época, o América-AM foi enquadrado no artigo 254 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que fala sobre escalar atleta sem condições de jogo. O time recebeu punição por ter colocado no banco o jogador Fofão, que deveria ter cumprido suspensão pelo terceiro cartão amarelo, e por isso perdeu os pontos do duelo contra o Madureira.

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Ministério libera R$ 90 milhões para projetos esportivos

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

O Ministério do Esporte anunciou na última segunda-feira a liberação de um repasse de R$ 90,1 milhões para projetos de desenvolvimento do esporte de alto rendimento no país. O montante liberado pela pasta envolve confederações, prefeituras, universidades e entidades esportivas com projetos voltados para os Jogos Olímpicos e os Paraolímpicos de 2016, que acontecem no Rio de Janeiro.

Mais uma vez os grandes beneficiados são os Comitês Paraolímpico e Olímpico e a Confederação Brasileira de Vôlei, que ficarão com cerca de 30% de toda a verba liberada. Segundo o ministério, são 55 projetos aprovados para receber o dinheiro, que faz parte da verba excedente do orçamento da pasta para 2010.

Ao todo, 14 confederações foram agraciadas com R$ 40,2 milhões para seus projetos. A CBV receberá R$ 9,2 milhões para custear treinamento de equipes de base do vôlei de quadra e competições internacionais para atletas do vôlei de praia, além de algumas obras no CT de Saquarema. Em segundo lugar no ranking ficou a CBG, de Ginástica, que aprovou orçamento de R$ 5,2 milhões para aquisição de aparelhos para a preparação de ginastas. As demais modalidades contempladas foram as de badminton (R$, 2,8 milhões), handebol, basquete, ciclismo, lutas, tênis de mesa, tiro esportivo, boxe, canoagem, desportos aquáticos, ginástica, hóquei no gelo, hóquei sobre grama, judô e pentatlo.

O Ministério do Esporte liberou, ainda, R$ 11,8 milhões para o COB e outros R$ 12,1 milhões para o CPB. Na lista, apenas duas cidades foram contempladas com o recebimento de verba para a construção de centros de treinamento.

Caxias do Sul (RS), construirá um CT de canoagem e velocidade. Já São Bernardo do Campo (SP) recebeu aporte para preparar um Centro de Desenvolvimento do handebol. Ambos os valores repassados pelo ministério não foram revelados.

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Marketing: Ações do Atlético-PR geram rejeição em Ponta Grossa

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

Torcedores do Operário hostilizaram ações do clube paranaense

O intuito do Atlético Paranaense em Ponta Grossa é captar novos torcedores, consumidores em potencial de produtos licenciados ou planos de associação. A campanha "Atlético, Paranaense igual a você", entretanto, tem gerado rejeição entre moradores da cidade.

O principal problema é a existência de razoável número de torcedores do Operário no local. "Acho o fim da picada", relatou Carlos Iurk, presidente do clube, ao site "ParanáOnline". "Onde tem time, não deveriam ir, porque ninguém gosta que invadam sua área".

O movimento contrário às investidas do Atlético-PR também já aconteceram com o Coritiba, que também busca novos torcedores no interior do Estado do Paraná. O mascote Vô Coxa, enquanto tentava agradar crianças e adolescentes, era hostilizado pela torcida local.

"A leitura do torcedor é que, à medida em que essas campanhas são feitas, existe uma tentativa de retirar torcedores do time local", explica André Capraro, doutor em história do futebol. "Ocorreria o mesmo se Corinthians ou Flamengo fizessem campanha em Curitiba".

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Por credibilidade, dirigente quer Blatter fora da Fifa

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo

A permanência de Joseph Blatter à frente da Fifa ganhou mais um adversário público nesta semana. Dessa vez, Mohamed bin Hammam, presidente da Confederação Asiática de Futebol, disse à "Associated Press" que o atual mandatário não deve continuar no cargo.

"Todo mundo está nos acusando de corrupção hoje em dia, talvez, porque as pessoas veem que o senhor Blatter está há muito tempo na Fifa", afirmou o dirigente de 74 anos, que não confirmou, entretanto, se está interessado em se candidatar ao posto.

"Não interessa o quão limpo, honesto ou correto você é, as pessoas ainda vão te atacar, porque 35 anos em uma organização é tempo demais", completou bin Hammam. "Você estará indefensável, e é por isso que eu creio que a mudança é o melhor".

As acusações de corrupção citadas pelo dirigente estão ligadas à expulsão de dois executivos da Fifa no fim de 2010, quando foram flagrados pela imprensa internacional tentando vender os votos para decisão das sedes das edições de 2018 e 2022 da Copa do Mundo.

Blatter é presidente da Fifa desde o término da Copa do Mundo de 1998, na França. Antes disso, o dirigente foi secretário geral da entidade e braço direito de João Havelange durante quase todo o período do brasileiro à frente da Fifa (entre 1974 e 1998).

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terça-feira, janeiro 25, 2011

Novo ministro das Comunicações quer passar a limpo as rádios comunitárias

RÁDIOS COMUNITÁRIAS
O que o ministro pode fazer

Por Dioclécio Luz em 25/1/2011

O novo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, declarou que está disposto a colaborar com as rádios comunitárias (RCs), criando uma secretaria especial para tratar do assunto. A proposta é certamente bem-vinda. E se soma à nossa esperança de que ele não faça como os seus antecessores, que enrolaram, prometeram e nada fizeram pelas RCs.

Reconheçamos, porém, que, em alguns casos, a enrolação se deu com o apoio de "entidades da sociedade civil". Por exemplo, durante a I Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada em 2009, a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) divulgou um pretenso "acordo" assinado com representantes do governo Lula, com possíveis conquistas para as RCs. Na verdade foi um grande blefe, uma fraude, desmascarada aqui mesmo no Observatório (ver "Um acordo ou um blefe?"). Essa mesma Abraço teria (ela nunca desmentiu isso) sido cúmplice do governo no envio ao Congresso Nacional do Projeto de Lei (PL) nº 4573/08, que criminaliza mais ainda a operação de rádios comunitárias sem concessão e descarta a anistia aos que foram punidos por operar rádios sem autorização.

Mas, vamos considerar que estamos inaugurando um novo tempo e que o ministro Paulo Bernardo tenha chegado com boas intenções e disposto a fazer algo pelas rádios comunitárias. É possível, Paulo Bernardo tem uma história política decente. Diante disso, trazemos algumas sugestões ao novo ministro das Comunicações no que se refere às rádios comunitárias.

Relações promíscuas com padres e pastores

Eis o que o ministro pode fazer:

1. Mudar urgentemente o primeiro e segundo escalão do Ministério. Esse grupo tem demonstrado um comprometimento histórico com as grandes redes e irá boicotar todo avanço que o ministro propuser nessa área.

2. Revisar os processos das quase 4 mil rádios outorgadas. Nossa estimativa é de que somente 10% do que foi outorgado é rádio comunitária de verdade. Considere-se que o Minicom está ciente dessa irregularidade; pior, ele é cúmplice do que está acontecendo.

3. Estabelecer norma que permita a cassação das outorgas das rádios pseudo-comunitárias, por receberem as concessões de forma espúria, ilegal, imoral. Cito como exemplo: a "rádio comunitária" da igreja católica em Copacabana (RJ), Rua Hilário Gomes, 36; a "rádio comunitária" da Casa da Benção, em Taguatinga (DF); a "rádio comunitária" Paullus FM, no município de Diamante (PB). Essas igrejas deveriam ter vergonha por se apossar – de forma ilegal! – de bens públicos. Existem centenas de rádios assim. O vergonhoso é que o Minicom seja cúmplice dessa ilegalidade e a Anatel seja omissa diante desses casos.

4. Promover inquérito administrativo para apurar e punir os envolvidos na outorga de RCs às igrejas e políticos, resultado de interferências políticas e religiosas dentro do Minicom. Tornar público o resultado desses inquéritos, revelando os nomes dos servidores públicos que mantiveram essas relações promíscuas com padres e pastores para outorgar RCs. Sobre o assunto ler o estudo publicado neste Observatório, de autoria de Venício A. Lima e Cristiano Lopes, intitulado"Coronelismo eletrônico de novo tipo (1999-2004): as autorizações de emissoras como moeda de barganha política".

Moedas de troca na bodega da política

5. Elaborar um novo Decreto regulamentando a Lei 9.612/98, das rádios comunitárias. O Decreto em vigor, nº 2.615/98, contém irregularidades e cria mais restrições do que a lei já prevê. Por exemplo, ele limita o alcance a 1 Km, estabelece uma burocracia kafkiana, cria uma dezenas de punições, não define o que é apoio cultural...

6. Promover cursos e oficinas para as rádios comunitárias, conforme prevê o artigo 20 da Lei 9.612/98. Doze anos depois de promulgada a lei consta que o Minicom não fez nada neste sentido. Isto é, o Minicom não cumpre a lei.

7. Impedir que o Minicom e a Anatel continuem com a política de exclusão para quem faz rádio comunitária. Essa é uma postura histórica. Como exemplo, podem ser citadas as Resoluções da Anatel (60/98 e 356/04) que determinam canais de operação para as RCs fora do dial. Isto é, propõe-se um gueto, um campo de concentração: se o dial de FM vai de 88 a 108 MHz, a Anatel determina que a RCs irão operar na faixa de 87,5 a 87,9 MHz.

8. Encaminhar ao Congresso Nacional uma nova proposta de lei para as RCs. Mas isso não é o suficiente; o governo tem que fazer a sua defesa. Revogar a lei em vigor – nº 9.612/98 – é uma necessidade. Ela é tão restritiva, excludente, que bem poderia ter sido assinada por Benito Mussolini.

9. Elaborar Medida Provisória (MP) anistiando as milhares de pessoas acusadas de "operar emissora sem autorização". Esta MP recuperaria o substitutivo do deputado Walter Pinheiro (PT-BA), detonado pelo governo ao encaminhar PL com o mesmo objetivo, mas com intenções nada decentes. A MP deve tocar em três pontos: 1) anistiar os que foram punidos; 2) propor nova redação ao artigo 183 da lei 9.472/97, que estabelece cadeia (2 a 4 anos) para este tipo de crime, substituindo por punição administrativa; 3) revogar o artigo 70 da lei 4.117/62, criado pelo Decreto 236/67, obra da ditadura militar que está sendo utilizada até hoje.

10. Extinguir o "banco de negócios" instalado no Palácio Planalto. Funciona do seguinte modo: processos de rádios autorizadas pelo Minicom são negociadas com parlamentares e religiões antes de serem enviadas ao Congresso Nacional; são moedas de troca na bodega da política. Claro, só andam as RCs que têm padrinhos poderosos.

Coragem será percebida quando moralizar o sistema

11. Nomear um interlocutor do Minicom para o setor. Salvo exceções, os indicados pelo Executivo até são ignorantes no tema e enrolões – prometiam o que não podiam cumprir e nunca aprenderam sobre o que é rádio comunitária. Tá na hora de se indicar alguém com o mínimo de conhecimento no assunto e o mínimo de respeito ao movimento.

Estas medidas certamente irão atrair a ira daqueles que querem manter as RCs em guetos, como os nazistas fizeram aos judeus. Eles irão procurar Paulo Bernardo e Dilma Rousseff e se posicionar contra qualquer reforma legal ou administrativa que beneficie as rádios comunitárias. O que incomoda a esses poderosos se traduz como uma questão de classe: os senhores da Casa Grande não admitem que a senzala tenha acesso a um meio de comunicação que lhe permita pensar, crescer, desenvolver, decidir sobre o seu destino. Os da Casa Grande e os da catedral querem continuar manipulando as pessoas, impedindo seu acesso aos bens e serviços que o Estado fornece ou deveria fornecer.

Os inimigos das RCs estão dentro e fora do Estado. No Estado, temos historicamente o Minicom, mas a Anatel ganha de todos no capítulo ferocidade contra as rádios comunitárias. Fora do Estado, há as grandes redes de comunicação (Globo, SBT, RBS, etc.) e as igrejas cristãs. As igrejas estão disputando quem constrói o maior latifúndio da comunicação, incluindo rádios comunitárias. A ganância, a ambição dessas religiões – católicas e protestantes – é do tamanho do deus em que acreditam.

A batalha é imensa. Paulo Bernardo está chegando agora, mas os padres e bispos estão acostumados a transitar nos palácios desde quando eles inventaram um deus e uma religião. É o ambiente do poder. Quem vai dizer não para as sete famílias da comunicação ou para o Vaticano? Padre de direita ou de esquerda, sempre teve as portas abertas, incluindo aquela onde se guardam os tesouros. A coragem de Paulo Bernardo será percebida quando ele moralizar o sistema, limpar a sujeira denunciada, e dizer não aos padres, pastores e falsos líderes sociais.

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segunda-feira, janeiro 24, 2011

Futebol Feminino: A melhor do mundo pede apoio para a modalidade à presidente Dilma

Marta pede apoio e faz convite a Dilma

Eleita a melhor jogadora do mundo por cinco vezes, Marta pediu à presidente atenção ao futebol feminino e a convidou para o Mundial da Alemanha

Marta e a presidente Dilma Rousseff: pedido de incentivo ao futebol feminino

Marta e a presidente Dilma Rousseff: pedido de incentivo ao futebol feminino (Antonio Cruz/Agência Brasil)

A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta segunda-feira, em seu gabinete, no Planalto, a jogadora Marta, eleita cinco vezes melhor no mundo, que lhe deu de presente uma camiseta do Santos. Marta pediu a Dilma "maior apoio" e "mais atenção" ao futebol feminino no País e convidou a presidente para ir, em junho, na Alemanha, assistir à Copa do Mundo de Futebol Feminino.
 
A presidente não confirmou se irá à Alemanha, mas prometeu estudar a possibilidade, depois de explicar que estará nessa data na Rússia.
 
Marta tem contrato com o Santos até fevereiro e disse que poderá jogar, depois dessa data, por times da Suécia ou dos Estados Unidos, embora ressalve que "é o sonho de toda jogadora jogar no seu país". O presidente do Santos, Luiz Álvaro, que acompanhava Marta, disse que o clube está tentando manter a jogadora na equipe, pelo menos, até junho.
 
(Com Agência Estado)

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Os dois lados do acordo entre Rivaldo e São Paulo

“A Lei Pelé tem a procupação de vedar a concorrência de interesses como no caso Rivaldo,  embora seu  texto não tenha feito a devida previsão legal mais diretamente.  No entanto, por paralelismo, é perceptível que a presente situação fere a ética que se pretende.”    --   Benê Lima

O acerto entre o meia Rivaldo e o São Paulo pode ser visto sob dois prismas. Um, o do jogador. O outro, o do dirigente. Desde dezembro do ano passado, Rivaldo tem desempenhado a função de presidente e de principal jogador do time do Mogi Mirim, que tem nele seu mais famoso atleta e, hoje, único dono.

O acordo com o São Paulo, da parte do Rivaldo jogador, está corretíssimo. Ele volta a jogar num grande clube brasileiro, completa a passagem pelo “Trio-de-ferro” paulista (já defendeu, nos anos 90, Corinthians e Palmeiras) e vê a perspectiva de encerrar a carreira disputando títulos num time de massa.

Por Erich Beting

Mas o acerto, do ponto de vista do Rivaldo presidente de clube, é catastrófico. Ao abandonar o seu clube em meio à disputa do Campeonato Paulista, o jogador rompe com a confiança de seus jogadores e, também, abre uma séria discussão ética. Afinal, como o próprio jogador disse no seu perfil no Twitter, ele deixa o Mogi Mirim como atleta, mas segue como presidente do clube e, agora, numa parceria com o São Paulo.

O que pode acontecer caso os dois clubes venham se enfrentar numa fase de oitavas-de-final? Como seria o comportamento do jogador Rivaldo contra o clube que ele preside? Como será que foi a rescisão do contrato do jogador Rivaldo do Mogi para defender o São Paulo? Ele tinha contrato com o clube do interior por um ano, assinado em dezembro passado. Houve pagamento de multa para que ele deixasse o clube e defendesse o time da capital? Se isso não aconteceu, o Rivaldo jogador lesou o clube que é presidido por ele mesmo. Ou será que ele não recebia salários pelos dois cargos que acumulava no Mogi Mirim?

Obviamente tudo tem os seus dois lados. Nesse caso de Mogi-Rivaldo-São Paulo, o triângulo amoroso levanta uma série de dúvidas sobre os conflitos éticos que acontecem quando um jogador é também o presidente de um clube. A própria decisão de fechar com o São Paulo envolve os dois lados (o do jogador e o do presidente ao firmar acordo com um clube grande).

Uma pena que o debate da ética no esporte seja tão ínfimo. Porque surgiu uma baita oportunidade para discutirmos até onde vai o limite do correto nesse caso.

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sábado, janeiro 22, 2011

Patrocínio: Estudo põe Brasil em 3º em patrocínios de camisas

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

O futebol brasileiro é o terceiro que mais arrecada no planeta em patrocínios de camisa. Essa é a principal conclusão de um estudo realizado pela consultoria Sport+Markt, cujos resultados foram divulgados nesta sexta-feira.

Segundo o levantamento, os clubes de futebol do Brasil arrecadam 104,6 milhões de euros por ano com a exposição de marcas em seus uniformes. Esse valor é superado apenas por Inglaterra (128 milhões de euros) e Alemanha (118 milhões de euros).

Dados sobre a metodologia do estudo não foram revelados. A pesquisa coloca o Corinthians, com lucro de 22 milhões de euros por ano, como o quarto maior patrocínio de camisa do planeta – o clube paulista perde apenas para Manchester United, Liverpool e Real Madrid.

“O mercado brasileiro já é uma plataforma efetiva para patrocinadores, e as previsões são ainda mais positivas. Com a volta de algumas grandes estrelas internacionais do futebol para o país e com o crescimento de jovens talentos nacionais, a Série A estará, em breve, ainda mais próxima da Premier League e da Bundesliga”, projetou César Gualdani, da Sport+Markt.

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Futebol feminino nos Estados Unidos: a qualidade que vem da quantidade

Período entre fim e início de ano marca profusão de torneios de recrutamento de jogadoras; técnicos universitários realizam várias observações e contatos

Helio D'Anna

A época de fim de ano nos Estados Unidos traz os feriados, férias, e muito futebol feminino. Pelo menos nos estados de clima mais quente. Por exemplo, nas duas ultimas semanas de dezembro e primeira semana de janeiro, o Estado da Florida se torna a capital do recrutamento do futebol feminino no país.

A se começar por Sanford, próximo a Orlando, técnicos universitários de todas as partes dos EUA vêem assistir jovens garotas que disputam o torneio de clubes de elite do futebol feminino. A ECNL (Elite Clubs National League - http://www.eliteclubsnationalleague.com/) é uma liga nova criada há dois anos e possui clubes para garotas das idades de 14 a 19 anos de todas as partes dos EUA e também do Canadá.

O nível é altíssimo, e jovens garotas com futuro promissor junto à seleção norte-americana disputam esse evento. A iniciativa “showcase” de inverno acontece de 27 a 29 de dezembro. Quase mil jogadoras de elite disputam esse torneio anualmente, dando oportunidade a centenas de técnicos universitários efetuarem o recrutamento para as suas respectivas equipes.

Quase ao mesmo tempo, há também um torneio de tradição internacional que acontece em Weston, próximo a Miami. O Orange Classic (http://theorangeclassic.com/) existe há nove anos e reúne mais de 300 clubes e mais de quatro mil e quinhentas meninas de 9 a 19 anos. Por volta de 250 técnicos universitários assistem a esse torneio que vai de 27 a 30 de dezembro e é disputado em vários complexos próximos uns aos outros e com dezenas de campos cada.

Os técnicos recebem um “livro” com informações das meninas e vão assistindo aos jogos, deslocando-se de campo a campo e fazendo anotações sobre as meninas que impressionam. Em 2010, houve clubes dos EUA, Canadá e Noruega que participaram no Orange Classic.

É muito comum ver técnicos universitários que se deslocam do torneio ECNL ao Orange durante esses dias, tentando cobrir o maior número de jogos.

Para quem acha que estamos de férias nesses dias, logo na data seguinte do término do Orange Classic, começa o Disney Showcase, em Orlando (http://espnwwos.disney.go.com/events/soccer/soccer-showcase-girls/). Este evento tambem é de âmbito internacional e de elite, e vai do dia 31 de dezembro ao dia 3 de janeiro. Na edição mais recente, mais de 250 times com meninas de 15 a 19 anos foram inscritos.

Novamente, times dos EUA inteiro, Canadá e até do Japão participaram. O evento é patrocinado pelo Chelsea Football Club, em parceria com a Adidas. No ano passado, foram mais de 500 técnicos universitários que se desdobraram para cobrir os mais de 30 campos do complexo principal. Aliás, o complexo principal que baseia o evento é o ESPN Wide World of Sports (http://espnwwos.disney.go.com/sports/soccer/), que é de dar inveja a qualquer clube de elite do mundo (não é a toa que o Chelsea escolheu esse complexo).

Posso dizer ao leitor que eu passei todos esses dias assistindo às meninas por volta de oito a 10 horas por dia e não consegui cobrir todos os jogos que eu quis. O interessante desses torneios é que as jogadoras recebem a lista dos técnicos que estarão presentes, e elas já mandam e-mails demonstrando interesse pelas respectivas universidades. Assim, podemos ter pelo menos um início de plano de quem assistir.

Mas a conclusão final é que é fácil compreender como os EUA têm uma seleção tão forte: de tanta quantidade de meninas jogando, fica fácil se tirar a qualidade.

Novo Secretário da Sesporte fala ao O Povo de suas pretensões

Gony Arruda da Sesporte 1

Gony Arruda da Sesporte .