Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quarta-feira, agosto 31, 2011

Conceito do fair play pode ser aplicado no ambiente de trabalho

Segundo especialistas, o conceito conhecido no meio esportivo deve ser seguido tanto pelas empresas como pelos profissionais

www.administradores.com.br

No ambiente esportivo, a expressão fair play é conhecida tanto pelos atletas, como pelos fãs de esportes. O fair play pode ser entendido como espírito esportivo, que abrange, além da ética, o respeito às regras, ao adversário, ao colega, entre outros. Mas, fora dos campos, o conceito pode ser aplicado no ambiente de trabalho?

Para a professora de Inovação e Competitividade Empresarial da Veris Faculdades e consultora na área de ética profissional e empresarial, Vera Lúcia Baroni, é possível aplicar o fair play dentro das empresas. “O fair play pode ser entendido em dois níveis: o formal e o informal. O primeiro está relacionado ao cumprimento das regras e o segundo aos valores morais”, explica.

Segundo a especialista, em ambos os níveis, ele deve ser aplicado tanto no ambiente empresarial como no de trabalho. Ela acredita que tanto as empresas como os colaboradores devem seguir normas. As empresas devem agir conforme as regras estabelecidas pela sociedade, enquanto os trabalhadores devem agir orientados pelos empregadores.

O fair play inclui ainda valores éticos e morais. “O fair play também é ética e respeito. É possível ser aplicado pelo fortalecimento do espírito de equipe, pelo respeito ao próximo”, diz.

Metas e pressão
Muitas vezes, dentro das organizações, o fair play pode ser quebrado pela pressão em atingir metas e resultados positivos. “É a mesma pressão que existe no esporte. A pressão por resultado, a qualquer custo, pode levar ao desrespeito e à falta de ética”, acrescenta Vera.

iStockPhoto

 

A mesma opinião é compartilhada pelo Master Coach e autor do livro “A Reinvenção do Profissional - Tendências Comportamentais do Profissional do Futuro”, Alexandre Prates. Para o especialista, muitas vezes, isso ocorre porque as pessoas, em vez de pensar no resultado da empresa, pensam somente no resultado pessoal.

Prates acredita que a competição dentro das empresas é saudável, já que estimula o crescimento tanto dos profissionais, como da organização. Mas para que a competição seja positiva, é necessário que as empresas tenham o que ele chama de cooperação sustentável.

“A competição deve ser regida por valores. Sem determinação dos valores, da ética, o que prevalece é uma competição desonesta. Com a cooperação, o profissional pensa nos outros, compartilha as estratégias. Você ganha, mas o outro não pode perder. Se a empresa não ganhar, o resultado não vale absolutamente nada”.

Crítica
O especialista acrescenta ainda que quando os atletas não seguem o conceito de fair play no esporte, eles são altamente criticados, já nas empresas, quando isso ocorre, muitas vezes não tem consequência. Isso acontece porque, no esporte, o conceito está amplamente divulgado e é conhecido por todos, enquanto nas empresas, a situação é oposta.

“Nós vemos reuniões para discutir resultados e metas, mas não sobre valores. Muitos líderes preferem manter um profissional que não coopera, mas atinge resultado. Isso é bom em curto prazo, mas a longo prazo pode acabar com uma equipe”, ressalta.

Como implantar o fair play
Para Prates, é possível implantar o fair play de algumas maneiras dentro das organizações. A primeira é conceituando os valores por meio de palestras e treinamentos A segunda é por meio de conversas individuais, nas quais o líder trabalha o conceito diretamente com o profissional.

Já a terceira é por estratégias de remuneração, em que o colaborador só é premiado se o grupo conseguiu atingir a meta. Ele afirma ainda que o gestor exerce papel fundamental, já que ele é o modelo. "Não adianta falar e agir de maneira anti-ética com os pares, com os outros líderes”, finaliza.

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Gestão do Esporte é tema de Congresso Internacional

O ambiente esportivo exige maior qualificação profissional e competência gerencial. Discutir essas questões é a proposta do Congresso Internacional com o tema: "Gestão Profissional do Esporte, Qualificação Profissional e Copa do Mundo de 2014".

 

 

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Futebol da (dá) televisão: moldurações audiovisuais

Proposta é investigar a consolidação de práticas que viriam a se constituir na atual linguagem das transmissões televisivas do futebol, desvendando, no processo, a construção da ethicidade televisiva
Marcio Telles da Silveira

Introdução

Há quem argumente que assistir a um jogo de futebol na televisão não tem a mesma graça de assisti-lo no estádio. Na perspectiva desse trabalho, tal comparação é injusta: trata-se de duas coisas distintas. A fruição no estádio é uma experiência mais informativa para quem entende de futebol, mas a televisão não parece se preocupar com isso: ela empurra a experiência de uma partida ao extraordinário.

Nesta pesquisa, estudaremos como ocorre a reconstrução televisiva desse esporte. Nosso objeto mostrou-se escorregadio: como apontamos no título, a identidade televisiva do futebol não é criação da televisão, mas já existia virtualmente desde sempre. Esse jogo que é “maior do que a vida” (como certa vez disse um treinador britânico) é dramático como uma novela, possui uma legião de fanáticos espectadores e vai ao ar ao menos uma vez por semana – além disso, há neles marcas que o distinguem de outros esportes que seriam facilmente assimiladas pela televisão. Ou seja, o futebol sempre deu televisão, mesmo antes de ela existir – seus agentes é que demoraram a perceber isso.

Ainda assim, é inegável que a televisão alterou a dinâmica do futebol praticado em campo. Esperamos que, ao final da leitura, o leitor perceba que o jogo hoje atuado dentro de campo é construído visando sua reatualização como produto televisivo. O futebol sempre deu televisão (sua macroestrutura virtualmente comportava isso), mas o futebol da televisão está em via de tornar-se outro esporte, mais uma entre as dezenas de variantes de futebol atualmente jogadas no mundo.


Futebol da televisão

A era do futebol da televisão tem seu marco zero a 16 de setembro de 1937, quando a estatal inglesa BBC transmitiu para alguns poucos televisores o amistoso entre o clube londrino Arsenal e seus reservas, em jogo especialmente preparado para a ocasião. No ano seguinte, ocorreria a primeira partida internacional televisionada, entre Inglaterra x Escócia, a 9 de abril de 1938, mesmo ano em que aconteceram as primeiras  transmissões de corrida de barco (2 de abril) e críquete (24 de junho). Porém, coube aos Jogos Olímpicos de 1936, realizados em Berlim, a “honra” de ter sido o primeiro megaevento esportivo a ter transmissão televisiva – prevendo o imbricamento entre esporte, televisão e política que caracterizaria as teletransmissões esportivas ao longo do século XX.

Registros audiovisuais do futebol existem desde os primeiros anos do século passado, inclusive no Brasil. Segundo ORICCHIO (2006), a primeira filmagem brasileira de um jogo é Match Internacional de Futebol entre Brasileiros e Argentinos, de 1908, produzido por Antonio Leal, dono da maior produtora carioca da época, a Fotocinematografia Brasileira. O
mesmo autor contabiliza algo em torno de 60 filmes sobre futebol produzidos no Brasil até 1920, o que, segundo ele, é “muita coisa, mesmo se considerarmos a existência de uma ou outra repetição, ou seja, o mesmo filme apresentado com títulos diferentes” (p.54).

Nos mais de setenta anos entre a primeira transmissão e as atuais, não só a televisão mudou como também o futebol. Esse relacionamento muitas vezes conturbado entre futebol e televisão constituiu uma linguagem própria, criada através de um longo processo de experimentação, onde novos procedimentos – possibilitados por inovações tecnológicas – constantemente reorganizaram a dinâmica dessa linguagem audiovisual e do próprio futebol. 

Dentro da televisão, o futebol tornou-se outra coisa, aculturado pela cultura televisa – que, afinal, transforma tudo aquilo que com sua tela toca. Mesmo inconscientemente, os atores do futebol indicam a existência dessa nova identidade do futebol, que chamamos de sua ethicidade televisiva. É ela que está implícita, por exemplo, no comentário do jornalista Rodrigo Bueno sobre a partida entre Manchester United e West Bromwich, transmitida por
um canal por assinatura especializado em esportes:

Nossa, é como aqueles filmes de Hollywood. Até parece que alguém escreveu um roteiro: o time vencia com facilidade por 2x0, daí o outro empata. Então chama do banco dos reservas logo o jogador [Wayne Rooney] que está brigado com a torcida e o treinador. Só falta ele entrar e fazer o gol da vitória (transmissão da ESPN Brasil, grifo nosso).

Os jogadores também percebem a nova natureza do jogo. Em entrevista a uma revista esportiva, o português Cristiano Ronaldo, ex-Manchester United e hoje atuando no CF Real Madrid, argumenta:

Não devemos nos esquecer de que o futebol é entretenimento, e estou dedicado à arte de entreter. Nesse sentido, sou um showman, alguém que se preocupa em divertir quem paga um ingresso (RONALDO, 2010, p.63, grifos nossos).

Em livro sobre os bastidores do futebol europeu, o jornalista britânico David CONN (1997) olha desolado para o novo panorama do esporte em seu país. Impressionado com a higienização dos estádios ingleses, que baniu os tradicionais torcedores de classes operárias, trocou arquibancadas por poltronas e escancarou as portas das modernas arenas (outro termo significativo) à classe média e às elites financeiras, comenta: 

Algumas poucas pessoas aplaudiam [no estádio]. Então você pensa, se o [Manchester] United quer domesticar o futebol dentro da ‘indústria do entretenimento’ da classe média, porque a atmosfera [de um estádio de futebol] deveria ser diferente de outros lugares (...) como a ópera e o teatro? Por que deveria ter qualquer barulho durante a apresentação? Por acaso se aplaude no cinema? (CONN, 1997, p.50, tradução nossa).

É justamente o Manchester United o clube de futebol considerado mais valioso do mundo, em relatório montado pela revista de negócios Forbes: seu valor estimado é de 1,38 bilhão de euros, com receita anual de 327 milhões. É o resultado de uma política adotada desde o início da década de 1990, quando este e outros 21 clubes romperam com a federação local e venderam seus recém-criados direitos televisivos para a emissora a cabo de um australiano fã de críquete, para quem “futebol é jogo de favelado”.

Da noite para o dia, torcedores britânicos descobriram que precisavam pagar para ver (pay per view) o mesmo conteúdo que assistiram de graça por 40 anos na televisão aberta. Ao mesmo tempo, a mudança do futebol dentro do panorama televisivo alterou também seu status na sociedade inglesa, o que levou à escalada do preço dos ingressos – obrigando os velhos fãs de classes assalariadas a torcerem por seus times das poltronas de suas casas.

O slogan escolhido para lançar a Premier League na televisão a cabo não poderia ser mais propício: “Um jogo de bola completamente novo” (a whole new ball game), ressaltando não só a emergência de uma nova forma de competição, mas também de transmissão. Para CONN (1997), a propaganda da Sky parecia ressaltar que eles “haviam inventado o futebol”. De certa maneira, eles o reinventaram. 

No plano televisivo, o modelo de negócios e de transmissão do campeonato inglês tornar-se-ia ao longo da década no ideal a ser copiado em outros países (inclusive no Brasil).

As diferenças entre as transmissões da Copa de 1990 e a de 1994 só são comparáveis às mudanças entre 1962 e 1966, quando o intervalo deu origem ao Match of the Day da BBC, programa semanal que praticamente ergueu as pilastras da linguagem televisiva do futebol.

Todavia, as novidades de 1994 são muito mais extraordinárias: dollys laterais, gruas atrás dos gols, múltiplas câmeras – tudo feito para mostrar ao assinante aquilo que ele é “incapaz de ver de dentro do estádio”, mas que pouco importa informativamente: a whole new ball game.

Para ler a monografia na íntegra, clique 
aqui.

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Ambev leva especialista holandês para ver gramado do Engenhão

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP

Gramado do Engenhão encontra-se em condição precária

Responsável pela gestão do gramado do Engenhão, a Ambev deu um passo importante nesta semana para amenizar as críticas que o solo tem recebido. A companhia levou ao Rio de Janeiro o holandês Nico van Vuuren, da empresa System Grow Lighting (SGL), para avaliar o estado e as possibilidades para o local.

Van Vuuren foi acompanhado por Artur Melo, engenheiro agrônomo do Botafogo, e Rafael Pulcinelli, gerente de negócios do esporte da Ambev. Todos os custos de viagem e contratações do holandês foram bancados pela companhia de bebidas.

Em outubro, o holandês deve enviar um relatório à Ambev e ao Botafogo sobre a situação e as possibilidades do gramado. A reforma será realizada somente depois do término do Campeonato Brasileiro de 2011.

A SGL é responsável pela gestão dos gramados dos estádios Wembley e Camp Nou. Esse trabalho é a principal propriedade da parceria entre Botafogo e Ambev, assinada neste ano, que tem validade de quatro temporadas.

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Giants exibem tweets de fãs em telão durante partida

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP

Ficheiro:Giants Stadium.jpg

Os New York Giants, membros da liga de futebol americano dos Estados Unidos (NFL, na sigla em inglês), estão integrando partidas e Twitter. A ideia é permitir que as mensagens postadas por torcedores presentes no estádio apareçam no telão durante o jogo.

"Com mais de 6,4 milhões de fãs e uma das maiores bases de torcedores da NFL, nós temos de aproveitar a vantagem de ter um estádio como o nosso, que nos permite fazer coisas maravilhosas, para compartilhar conteúdo com as pessoas que estão na arquibancada, bem como com telespectadores", disse Mike Stevens, chefe do marketing do clube, em nota.

O textos serão analisados em tempo real por um funcionário do clube, e o Twitter continuará a ser usado durante a temporada para engajar torcedores nas ações realizadas.

A equipe pretende permitir que fãs escolham o melhor jogador da partida enviando mensagens com hashtags, nas quais estarão os nomes dos jogadores, por exemplo.

Ainda está nos planos dar a torcedores que usarem essa mídia social durante os jogos determinados benefícios, como descontos em produtos associados ao jogador escolhido na partida.

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Torcida “exige”, e Botafogo faz ações no Engenhão

EDUARDO LOPES
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP

O Botafogo anunciou nesta terça-feira que a partida contra o Palmeiras, na quarta-feira, terá uma série de ações de pré-jogo para os torcedores. A ideia é chamar mais público para o Engenhão, mas a diretoria de marketing já admite que acostumou os botafoguenses com atrativos semelhantes. E, quando não há, ouve reclamações.

Segundo o diretor de marketing do clube, Marcelo Guimarães, o torcedor botafoguense tem visto ações da diretoria com frequência. O dirigente comemora o que escuta quando o jogo não há iniciativas como essas. “O torcedor reclama, nas ruas, nas redes sociais”, afirmou.

O objetivo, segundo o dirigente, é fazer com que o jogo seja apenas mais uma das atrações de um estádio. Com restaurantes e ações na arena, esse torcedor chegaria mais cedo, sairia mais tarde, compareceria mais e gastaria mais.

Esse plano já tem mais de um ano de duração e, por isso, o torcedor já se acostumou com a presença dele. Guimarães entende que o principal desafio é afastar o que era comum no Maracanã. “Eu costumo falar que, nesse sentido, o Maracanã prestou um desserviço. Lá não havia um restaurante panorâmico como no Engenhão, por exemplo. Não estimulava as pessoas a chegarem antes com antecedência”, afirmou.

Para a próxima quarta-feira, o Botafogo apresentará cinco atrações. A primeira está nas “musas do Brasileirão”. As duas candidatas ao título desfilarão no Engenhão. A segunda é a mascote voadora, que sobrevoará o estádio e fará imagens da torcida. No telão, serão exibidas frase de incentivos colocadas em uma promoção online do clube. Quem for ao clube, também receberá a revista de pré-jogo da partida.

A atração mais inédita está na presença de um DJ, algo que acontecerá pela primeira vez no estádio antes de uma partida do Botafogo. O DJ Zé Otávio irá tocar músicas selecionadas para o duelo, com o repertório sendo exibido antes do jogo e durante o intervalo.

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terça-feira, agosto 30, 2011

Brasileiro vê bilheterias estagnadas entre 2010 e 2011

RODRIGO CAPELO
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP

O primeiro turno do Campeonato Brasileiro terminou no último fim de semana, com Corinthians e Flamengo nas duas primeiras posições, respectivamente. Mas, embora os dois clubes de maior torcida do país estejam à frente na tabela, diferentemente do ano passado, as bilheterias de 2011 apontam números quase idênticos aos de 2010.

Dentre as 190 partidas que deveriam ter sido realizadas na primeira etapa da competição, uma foi adiada para outubro e 13 não possuem boletim financeiro publicado no site oficial da CBF, apesar de a legislação obrigar a entidade a tal tarefa. Com base nos registros de 176 jogos, portanto, o cenário praticamente não mudou.

A receita bruta acumulada de todos esses confrontos aponta R$ 48,4 milhões arrecadados, segundo levantamento feito pela Máquina do Esporte. Caso os 13 boletins financeiros faltantes estivessem disponíveis, esse indicador estaria muito próximo do que foi levantado no primeiro turno de 2010, em torno de R$ 55,9 milhões em 190 jogos.

Em termos de despesas com manutenção dos estádios e taxas impostas por árbitros e federações, a edição de 2011 do Nacional também é levemente inferior à de 2010. Ao todo, nesta temporada, foram gastos R$ 21,9 milhões, ante R$ 23,9 milhões do ano anterior. Novamente, os registros ausentes equilibrariam a conta.

Como ambos os indicadores acima estiveram muito perto dos que foram registrados no ano passado, a receita líquida obtida pelos mandantes - isto é, o dinheiro que de fato foi depositado nos cofres de cada um deles - não apresenta nenhuma incongruência. Foram R$ 22 milhões lucrados em 2011, contra R$ 24,9 milhões, em 2010.

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Ceará deixa de ser sensação e despenca nos ingressos

RODRIGO CAPELO
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP

ceará e coritiba

Quando o Ceará chegou ao Campeonato Brasileiro em 2010, impressionou. Até pouco antes da parada do torneio nacional para a realização da Copa do Mundo da África do Sul, em meados do ano passado, o clube ocupava a liderança da elite brasileira. Em termos de bilheterias, deixou adversários para trás. Mas a boa fase se foi.

Após o fim do primeiro turno do campeonato no último fim de semana, o clube alvinegro está na metade de baixo da tabela. Embora tenha alguns pontos de distância em relação ao grupo de futuros rebaixados, está ainda mais distante da zona da Copa Santander Libertadores.

Com a queda no desempenho esportivo, a performance financeira na comercialização de entradas se esvaiu. O Ceará encerrou a primeira etapa do Nacional com R$ 956 mil arrecadados, enquanto a edição do ano anterior havia registrado receita bruta de R$ 3,4 milhões.

Em termos de receita líquida, quando são descontadas da arrecadação as despesas com taxas e manutenção de estádio, a equipe cearense lucrou R$ 259 mil no torneio de 2011. Em 2010, esse número esteve em R$ 1,9 milhão no fim do primeiro turno. 

Ainda piora a situação do clube alvinegro o fato de que, nesta temporada, a equipe passou a jogar em arena com capacidade superior ao do ano passado. A abertura do estádio Presidente Vargas, no primeiro semestre, foi comemorada pela direção alvinegra.

O levantamento feito pela Máquina do Esporte considerou 176 partidas das 190 que deveriam ter sido disputadas na primeira etapa do Nacional. Entre as restantes, uma foi adiada para outubro, e 13 não tiveram seus respectivos boletins financeiros publicados no site oficial da CBF, diferentemente do que manda a legislação.

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Pacaembu é estádio mais dispendioso do Brasileiro

RODRIGO CAPELO
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP

Ao trocar o Pacaembu pelo Canindé, estádio pertencente à Portuguesa, o Palmeiras foge da manutenção mais cara do país. O estádio da prefeitura municipal de São Paulo, principal território do Corinthians, clube que mais arrecadou e lucrou com bilheterias no primeiro turno do Campeonato Brasileiro, é o que mais gera gastos.

Durante a primeira etapa do torneio, a arena paulistana demandou de Corinthians, Palmeiras e Santos, as três equipes que a usaram, em média, R$ 307 mil por jogo. A despesa, composta por custos para manutenção do local e taxas, é bastante superior à do Engenhão, segundo mais dispendioso, de R$ 199 mil por partida.

O Palmeiras, sob a justificativa de queria se afastar dos gastos gerados pelo Pacaembu, encontrou no Canindé despesas em torno de R$ 139 mil por confronto, em média. Em todo o primeiro turno do Nacional, optou pela arena "corintiana" apenas contra Flamengo e Santos, nos quais compensou os custos com altas receitas.

O Santos até tentou jogar no Pacaembu e deixar a Vila Belmiro, cuja despesa média na primeira fase foi de R$ 104 mil por jogo. Enfrentou o América-MG, sob os olhares de 5,9 mil pagantes, e voltou para a praia com prejuízo de R$ 40 mil. Um mês depois, contra o Ceará, lucrou R$ 78 mil, mas ainda muito abaixo dos rivais.

A favor da arena da prefeitura paulistana, pesa o fato de que, como ela recebe os maiores índices de público do Brasileiro, a manutenção necessária naturalmente sobe, bem como despesas relativas à segurança dos torcedores e taxas pagas à federação.

Outro extremo

Enquanto o Pacaembu é o estádio que mais demanda gastos por parte dos clubes mandantes, no outro extremo estão as arenas catarinenses. Avaí e Figueirense, com Ressacada e Orlando Scarpelli, respectivamente, têm os números mais baixos nesse quesito.

A casa avaiana exige investimentos de aproximadamente R$ 28 mil por partida, e o estádio alvinegro, R$ 37 mil por confronto. Os valores inferiores aos pagos por todos os outros adversários de liga, ainda, pouco estão relacionados à quantidade de público.

A Ressacada possui média de 5,8 mil pagantes por embate no Nacional, muito próxima da Arena do Jacaré, cujo público de 6,9 mil torcedores por jogo gera gastos de R$ 45 mil, e da Vila Belmiro, que demanda R$ 104 mil com média de 6,8 mil pessoas.

O Orlando Scarpelli tem média superior, de 11 mil fãs. O número é próximo ao registrado pelo estádio Presidente Vargas, que causa custos de R$ 67 mil por partida para abrigar 11,4 mil torcedores. Arenas, em Santa Catarina, são menos dispensiosas.

O levantamento feito pela Máquina do Esporte considerou 176 partidas das 190 que deveriam ter sido disputadas na primeira etapa do Nacional. Entre as restantes, uma foi adiada para outubro, e 13 não tiveram seus respectivos boletins financeiros publicados no site oficial da CBF, diferentemente do que manda a legislação.

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segunda-feira, agosto 29, 2011

Segunda edição de seminário do Grêmio propõe quebra de paradigmas no futebol em vários aspectos

Evento contou a participação de profissionais ligados ao Barcelona e à Inter de Milão; Universidade do Futebol esteve representada
Equipe Universidade do Futebol

O Grêmio, com o apoio da Escola Superior de Educação Física (ESEF) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), realizou entre os dias 25 e 27 de agosto de 2011, no estádio Olímpico de Porto Alegre, a segunda edição do seu Seminário de Futebol. “Construindo os Alicerces da Formação nas Categorias de Base” foi o tema que serviu de pano de fundo para as apresentações teóricas e práticas, debates e questionamentos.

As 200 vagas oferecidas foram totalmente preenchidas por um público participativo, formado por treinadores, professores e estudantes de educação física, jornalistas, entre outros profissionais, todos interessados em atualizar e aprofundar seus conhecimentos nos diferentes aspectos abordados relacionados ao desenvolvimento do futebol de base.

Cinco profissionais foram convidados para apresentar conteúdos relacionados ao tema central, porém sob diferentes perspectivas.

Jordi Melero Busquets, ex-jogador do FC Barcelona e atual Gerente de Prospecção da Secretaria Técnica de Futebol, deu uma mostra da razão pela qual o clube catalão é hoje considerado uma referência mundial.

Entre os muitos aspectos abordados sobre o trabalho realizado nas categorias de base, Jordi destacou o perfil de atleta que o Barça cultiva, procurando-se sedimentar uma mesma “linguagem” futebolística entre suas equipes profissionais (principal e B) e suas equipes formativas. 

O clube procura através de sua filosofia de jogo selecionar e desenvolver atletas que não precisam ser necessária e simplesmente altos e fortes, mas fundamentalmente tenham boa técnica individual, com destaque para o fundamento do passe, inteligência e pensamento rápido, velocidade de bola e dinamismo em campo para todas as posições, sentido coletivo de marcação (incluindo-se os atacantes); além de requisitos comportamentais, em que ser discreto deve ser uma das suas características.

 

"Como Ensinar Futebol": conheça o novo curso on-line oferecido pela Universidade do Futebol

 

Antoni Lima Sola (Toni), também ex-jogador do Barça (antigo companheiro de quarto do treinador Guardiola nos tempos em que jogavam na base) e que atualmente é responsável pela prospecção de atletas da Inter de Milão, discorreu sobre algumas diretrizes aplicadas na formação de atletas, destacando peculiaridades da antiga La Macia, residencial que serviu de alojamento para inúmeros craques formados pelo Barcelona e da moderníssima estrutura de trabalho que o clube inaugurou recentemente.

Nuno Amieiro, ex-treinador adjunto do FC Porto e especialista de Alto Rendimento da Universidade do Porto, apresentou ideias e propostas práticas sobre a ainda polêmica metodologia, sistematizada pelo português Prof. Dr. Victor Frade, e conhecida como Periodização Tática.

Citando Frade, o Prof. Nuno lembrou que “o tático não é físico, não é técnico, não é psicológico, mas precisa deles para se manifestar”. A Periodização Tática tem como referência o Modelo de Jogo que se pretende desenvolver para determinada equipe. 

A abordagem essencial desta proposta metodológica – e uma das questões que mais causa polêmica – é a negação de treinamentos físicos e técnicos realizados de forma isolada ou dissociados das situações de jogo em si. A ideia básica é que todas as capacidades necessárias ao jogador de futebol podem ser adquiridas através de treinamentos que simulem de diferentes maneiras as situações concretas de jogo.



 

Coube ao Prof. João Paulo Medina, Diretor Executivo da Universidade do Futebol, discorrer sobre os desafios da capacitação profissional no futebol nestes dias em que os fenômenos da globalização tendem a alterar drasticamente as relações entre as pessoas, com reflexos também sobre as nossas relações sociais e de trabalho. 

Por outro lado, nos próximos anos, haverá cada vez menos espaço para aqueles que insistirem em enxergar o atleta apenas pelas suas dimensões biológicas ou técnicas, sem procurar entender melhor o ser humano em sua totalidade ou complexidade.



 

Por fim, Alberto Monteiro, destacado professor da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e doutor em Educação Física pela Universidade do Minho (Braga-Portugal), brindou a todos os presentes falando sobre “A excelência no desempenho desportivo: uma proposta baseada em valores”.

Valores como coragem, confiança, honra, vigor, disciplina, perseverança e determinação são fundamentais para a superação no esporte. Porém, uma superação que não seja focada no oponente, mas em si mesmo. Em outras palavras, "mais importante do que vencer o adversário é que a cada dia sejamos melhores do que fomos ontem".



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O que deve ser aperfeiçoado para evolução do jogar da seleção brasileira sub-20?

De acordo com comportamentos apresentados no Mundial, confira algumas reflexões táticas da equipe

Eduardo Barros

A seleção brasileira de futebol sub-20 conquistou o pentacampeonato mundial da categoria vencendo a equipe de Portugal, na prorrogação, por 3 a 2. Mesmo com as ausências de Lucas e Neymar, que serviram a equipe principal na Copa América, os atletas comandados pelo técnico Ney Franco fizeram uma excelente campanha com cinco vitórias, dois empates, 18 gols marcados e cinco sofridos nos sete jogos que disputaram.

Diferentemente do ocorrido na Copa América, as críticas que foram amplamente distribuídas pela mídia ao treinador Mano Menezes, foram poupadas ao Ney Franco (e, consequentemente, à sua comissão técnica), devido à conquista do primeiro lugar. Porém, se quando se perde não significa que exatamente tudo está equivocado, quando se ganha, não significa que tudo está perfeito. Após as merecidas comemorações, é momento de reflexões do que precisa ser aperfeiçoado, ajustado, mantido e, até mesmo, modificado. Reflexões necessárias para que o potencial de supremacia da seleção brasileira seja confirmado não só como foi no Mundial, mas também, no Panamericano que acontecerá em outubro, nos Jogos Olímpicos de Londres no ano que vem e a fim de que em cada competição que as categorias inferiores estejam envolvidas, comecem a ser observados os jogadores que, futuramente, poderão integrar a equipe principal (como já aconteceu com Danilo).

Individualmente, a seleção brasileira contou com peças-chave em diferentes jogos, tanto em ações defensivas como em ofensivas. O goleiro Gabriel falhou (e não foi sozinho) em um único lance frente à equipe portuguesa. Nos demais jogos, mostrou-se muito eficaz na ação de proteção do alvo e praticamente imbatível no 1x1. Bruno Uvini foi muito seguro na manutenção do posicionamento zonal, nas coberturas defensivas e combates, além de ter sido a grande referência de liderança da equipe. Casemiro, de volante pelo lado direito, zagueiro da sobra ou central, poupou diversas substituições de Ney Franco para posições mais defensivas de modo que Dudu e Negueba pudessem entrar em todos os jogos.

Oscar, desta vez utilizado em setores do campo em que melhor pensa o jogo (se você ler o artigo sobre o Modelo de Jogo da seleção brasileira no sul-americano sub-20, poderá observar que algumas regras de ação de Oscar eram de atacante, o que lhe custou a titularidade), fechava muito bem linhas de passe, posicionava-se rapidamente atrás da linha da bola na ação defensiva e tinha a componente tomada de decisão-ação para o passe acima da média. Um belo organizador.

Henrique, com finalizações de média distância, linhas de passe abertas na zona de risco ou ataque à bola, mostrou recursos ofensivos suficientes para a premiação de bola de ouro do Mundial. Defensivamente, pressionou alto, retardou, recompôs e nas transições atacou a bola como poucos no Brasil geralmente fazem.

Dudu e Negueba precisam evoluir tática, defensiva e coletivamente, porém, com a bola nos pés, a imprevisibilidade da ação ofensiva deles aumenta exponencialmente. Desconcertam, driblam, fintam, cruzam e, o primeiro, ainda faz gols.

Coletivamente, a plataforma de jogo mais utilizada foi a 1-4-3-1-2 que, no segundo tempo, variava preferencialmente para a 1-4-3-3. A 1-3-4-3 contra a Espanha e 1-3-5-2 contra o México, também foram observadas. As variações estruturais do sistema aconteciam visando um melhor aproveitamento das características de Dudu e Negueba que têm melhores desempenhos pelas faixas laterais. Para utilizar três zagueiros, a solução encontrada por Ney Franco era recuar Casemiro entre Juan e Bruno Uvini.

Resumidamente, na fase defensiva, a organização zonal era mais bem executada na plataforma que a equipe utilizava no primeiro tempo. Com bom equilíbrio defensivo, boa compactação, retardamento e flutuação, a superioridade numérica e a cobertura defensiva eram constantes. Na transição ofensiva, a ação vertical era a mais procurada. Na fase ofensiva, as ultrapassagens dos laterais eram constantes; com dois atacantes, um recuava entre linhas adversárias para procurar tabelas, pivô e finalizações; Philippe Coutinho buscava diagonais para as faixas laterais e Oscar procurava a melhor linha de passe. Já com três atacantes, a amplitude gerada tendia a abrir a linha defensiva dos adversários e a bola nas faixas implicava em jogada individual para cruzamentos. Nas transições defensivas, ocorria principalmente a tentativa de recuperação imediata da posse com devida recomposição dos demais jogadores.

As breves linhas apresentadas até aqui indicam muitos comportamentos que foram eficazes ao longo do Mundial, no entanto, algumas ações individuais e coletivas necessitarão aperfeiçoamentos para evolução do jogar da seleção brasileira. Como, por exemplo, as reposições de bola do goleiro Gabriel que, por muitas vezes, resultaram em perda da posse e que remetem a um comportamento coletivo que não está bem internalizado.

As falhas de posicionamento da dupla William e Henrique, nas quais o primeiro apresentava dificuldade de movimentação entre linhas quando Henrique buscava profundidade na zona de risco. A maior circulação da posse no campo ofensivo para desorganizar as organizações defensivas adversárias e a amplitude de Danilo que diminuía o campo efetivo de jogo em setores muito distantes do alvo. Sobre as transições defensivas, executá-las em maior velocidade poderá dificultar as transições ofensivas de seleções de qualidade.

Em relação à organização defensiva, um melhor equilíbrio quando em três zagueiros, um melhor posicionamento de Juan, que tende a esquecer de proteger o alvo, sai para combates desnecessários nas faixas laterais e expõe significativamente seu setor, além de maior participação de Philippe Coutinho fechando as linhas de passe e limitando o tempo de ação dos jogadores próximos ao seu setor. Uma observação sobre Casemiro: resolveu o problema da seleção sub-20 como zagueiro, mas dificilmente exercerá esta função na seleção principal. Para finalizar, nas transições ofensivas, melhorar o passe vertical, especialmente de Fernando e Juan.

Gostaria de postar vídeos, como geralmente faço, para identificar os comportamentos da seleção brasileira, acertos e erros acima descritos, porém, nesta semana, o tempo que tenho para produzir a coluna ficou ainda mais reduzido devido a uma viagem a Porto Alegre para participar do II Seminário de Futebol – Construindo os alicerces da formação nas categorias de base. Esta semana, o tempo que levo para editar os vídeos será dedicado para o meu aperfeiçoamento profissional.

Aguardem que compartilharei o conhecimento. Abraços e até a próxima semana!

Tags: seleção brasileira, categorias de base, Formação de atletas, análise do jogo, Sistema defensivo, sistema ofensivo, Transição, talento, Tática, Setor Técnico

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Primeiro turno expõe superioridade de Brasileiro no Ibope

EDUARDO LOPES
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

Santos e São Paulo encerraram no último domingo o primeiro turno do Campeonato Brasileiro de 2011. E a Globo pôde comemorar o período que, mesmo sem as grandes decisões do torneio, conseguiu subir o Ibope da emissora com o futebol. A comparação é centrada no campeonato anterior, o Paulista.

O Campeonato Paulista deste ano teve 19 rodadas e mais quatro jogos decisivos. Ou seja, na grade da Globo, ele é o torneio que mais teve datas até aqui. Já o Campeonato Brasileiro teve 19 rodadas, com 21 datas para a emissora carioca. Mesmo sem uma decisão ou uma disputa direta de título, a audiência do Nacional foi superior.

Precisamente, a diferença foi de 2,5 pontos de média. A média do Campeonato Paulista, incluindo as quatro decisões, foi de 18,7 pontos. Já o primeiro turno do Campeonato Brasileiro deste ano teve 21,2 pontos de média.

Santos e São Paulo, o jogo que fechou essa primeira fase, tiveram audiência superior à média no último domingo. A partida teve 22 pontos na Globo e oito pontos de média na Bandeirantes.

O duelo de maior audiência do Campeonato Brasileiro no primeiro turno na Globo foi Bahia e Corinthians, com 28 pontos de média. Já no Paulista, a última decisão entre Santos e Corinthians chegou a 30 pontos de média.

A rede Bandeirantes, por outro lado, não teve mais sucesso com o Campeonato Brasileiro. A sua média foi de 6,15, exatamente o mesmo número apresentado na primeira fase do Campeonato Paulista. No entanto, as decisões do torneio estadual deram alto Ibope a emissora, o que elevou a média final do torneio para 6,6.

Fórmula 1

Após três semanas de folga, a Fórmula 1 voltou a ser disputada no último fim de semana, mas continuou sem empolgar a audiência brasileira, mesmo com a volta do brasileiro Bruno Senna às pistas. Com mais uma vitória de Sebastial Vettel, o evento conseguiu 13 pontos de média na Globo, na manhã do domingo.

Cada ponto no Ibope é equivalente a 58.300 domicílios sintonizados. Os dados da medição consideram apenas a audiência de São Paulo, região de referência para o mercado publicitário.

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Equipe de futebol australiano fecha patrocínio recorde

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP

O Melbourne Football Club assinou um contrato de US$ 6 milhões por três anos com a EnergyWatch, empresa de eletricidade e gás da Austrália. A companhia entra para preencher a cota de co-patrocinador da equipe.

Trata-se do maior copatrocínio da história da equipe e um dos maiores da modalidade. O Melbourne é um time de futebol australiano, uma variação do rúgbi criada no país da Oceania. Pouco praticado no resto do mundo, ele é um dos esportes mais populares na Austrália.

No acordo, a marca poderá ser exposta no uniforme, além de ter placas no Melbourne Cricket Ground, o estádio da equipe com capacidade para 100 mil pessoas. Além disso, a empresa fará uma campanha pelo país usando o jogador Jack Watts, um dos principais astros do Melbourne.

Em comunicado, a EnergyWatch declarou estar honrada por patrocinar um time histórico, sendo uma empresa nova. E assimilou o crescimento da companhia com a capacidade de alcançar multidões com suas atividades no marketing.

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Pausa para comerciais: o “World Football Challenge” nos Estados Unidos

Repercussão dos times convidados tem sido ótima, e país deve se tornar parada obrigatória para clubes europeus em pré-temporada
Helio D'Anna

 

A temporada da primeira divisão profissional nos Estados Unidos, a MLS, tem uma paralisação anual que já começa a virar tradição: no meio do campeonato, os clubes fazem amistosos internacionais, tanto dentro do país, quanto no exterior.

A ideia principal é conciliar a pré-temporada dos times da Europa com as férias escolares nos EUA. Assim, grandes espetáculos de equipes de expressão mundial são conduzidos em estádios cheios, gerando capital para a MLS, os clubes envolvidos, televisão, etc. Há também o objetivo de continuar a promover o esporte nos EUA, buscando aumento de público.

Durante a pausa, há também o All Star Game (Jogo das Estrelas) que reúne os melhores jogadores da liga para atuar contra um clube convidado do exterior (este ano, o Manchester United venceu pelo segundo ano seguido os All Stars. O resultado final foi 4 a 0).

Um evento que começa a virar tradição nesse período de parada da MLS é o WFC, ou World Football Challenge (Desafio Mundial de Futebol). Ele começou em 2009 e envolve times da MLS, Europa e México, que formam uma tabela única em que cada time joga três vezes. O campeão é estabelecido pela soma de pontos tanto por vitória ou empate, quanto por número de gols marcados (havendo critério de desempate, já que nem todos times jogam contra si).

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Na realidade, os times da MLS que são convidados representam sua conferência na tabela (ou seja, conferência leste ou oeste da MLS). Sendo assim, os times da conferência leste jogam três jogos ao todo, assim como os times da oeste. Da mesma maneira, cada time do exterior também atua em três partidas. Em 2011, a tabela única ficou assim:

• Manchester City FC – Premier League da Inglaterra (três jogos)
• Manchester United FC – Premier League da Inglaterra (três jogos)
• FC Barcelona – La Liga da Espanha (três jogos)
• Real Madrid CF – La Liga da Espanha (três jogos)
• Juventus FC – Serie A da Italia (três jogos)
• Club America – Primera Division do México (três jogos)
• CD Guadalajara – Primera Division do México (três jogos)
• Sporting Clube de Portugal – Primeira Divisão de Portugal (um jogo apenas – não teve consideração quanto a ser campeão do torneio)
• MLS Conferência Leste - três jogos pelos times: Chicago Fire (um jogo), New England Revolution (um jogo), Philadelphia Union (um jogo)
• MLS Conferência Oeste - três jogos pelos times: Los Angeles Galaxy (dois jogos) e Vancouver Whitecaps FC (um jogo)

Os times se comprometeram a usar (dentro da medida do possível) seus maiores astros, e sendo assim, garantindo interesse do público. Pelo mesmo motivo, durante as partidas, não houve acúmulo de cartões, nem suspensões por expulsões.

O evento foi considerado um sucesso, com média de público alta, transmissão em cadeia nacional da maioria dos jogos, e com duelos muito interessantes. Destaque para: vitória do Manchester United sobre o Barcelona por 2 a 1; vitória do Real Madrid sobre o LA Galaxy por 4 a 1; e do Sporting sobre a Juventos, 2 a 1 (a tabela dos jogos e melhores momentos pode ser vista aqui).

Ao final, Real Madrid e Manchester United terminaram com 17 pontos cada, sendo que o clube merengue foi coroado campeão pelos critérios de desempate. A MLS leste e oeste não se deu bem, e ambas as conferências ficaram na parte de baixo da classificação.

Há interesse em se expandir o WFC ano que vem para mais clubes e jogos. E como a repercussão dos times convidados tem sido ótima, parece que os EUA serão parada obrigatória para clubes em pré-temporada na Europa.

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Os clubes devem pensar em formar também o cidadão

Diga não!
Brasil segue formando jogadores autômatos, acríticos; gestores devem criar as condições para essa evolução

Rodrigo Barp

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O ser humano reina na Terra.

Reina porque a evolução das espécies privilegiou-nos com a capacidade intelectual.

O cérebro é nosso maior signo distintivo perante os demais seres.

É verdade, existem outros atributos que nos tornam únicos e favoreceram nossa adaptação, como a oposição do polegar ante outros dedos da mão, que permitiram a manipulação de instrumentos, em especial de defesa e, posteriormente, de domínio da agricultura e de outros animais.

Na transição evolutiva de milhares de anos entre os primatas e o primeiro ser humano, muito se perdeu e muito se conservou em nosso DNA. Herança genética que também condiciona, até hoje, nossa parte instintiva.

Passados alguns milhares de anos, o homem, de fato, usou essa inteligência para gerar riquezas, melhorar as condições de vida de seus pares, inventar maravilhas tecnológicas.

Também fez uso dela para destruir, matar, subjugar, escravizar, dominar, excluir, aproveitar-se.

Vendo o filme O Planeta dos Macacos – A origem, entendemos que, tanto o primata quanto o homem, dispõem de uma carga genética, inata, bem como o condicionamento ao meio em que vivem.

E que ambos conseguem, à sua medida, dispor de inteligência para aprender e executar ações.

No filme, César, o chimpanzé inteligente, consegue, com treino e estímulo medicinal, realizar tarefas em número recorde de movimentos.

Mas o homem consegue também ensinar, principalmente pelo exemplo.

E o homem também possui a capacidade de dizer não. O livre arbítrio.

Os primatas são condicionados a um aprendizado que lhes é imposto, sem questionamentos.

O homem pode dizer não. Pode indignar-se.

Se continuarmos fazendo as mesmas coisas, atingiremos os mesmos resultados.

Se o futebol brasileiro continuar formando jogadores autômatos, e não questionadores, pensantes, críticos, que desafiem a lógica, embora a respeitem, seguirá como a boiada pro abate.

Declínio técnico, que se refletirá em declínio comercial, e, com isso, o sistema não se sustentará.

Muitos de nossos jogadores sabem realizar tarefas com precisão.

Uns poucos sabem seu papel, o por quê de sua função no meio social, que lhes permita transferir o conhecimento e experiência adquiridos, quando almejarem novos horizontes na carreira – como treinadores, por exemplo, ou diretores de futebol.

É dever dos gestores do futebol criar condições favoráveis para essa evolução.

Dizer não a uma série de coisas equivocadas que são feitas no futebol, e encontrar caminhos diferentes, é o ponto de partida.