Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sexta-feira, fevereiro 24, 2017

Conmebol começa a investir no Futebol Feminino – Programa de Evolução!

fifaconbeol
A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), após apresentar o novo regulamento do pacote de licenciamento, de acordo com a FIFA e a CBF, vem modificando a realidade da modalidade. Após proibir os Clubes que não tiverem equipes femininas competindo em campeonatos nacionais de participar da Copa Libertadores de 2019, vários clubes começaram a abrir os olhos para a modalidade, começando a abrir equipes, peneiras…
Veja o trecho do regulamento a seguir:
  • “O solicitante (a disputar a competição) deverá ter uma equipe feminina ou associar-se a um clube que possua a mesma. Ademais, deverá ter ao menos uma categoria juvenil feminina, ou associar-se a um clube que possua a mesma”
  • “Em ambos os casos, o solicitante deverá prover suporte técnico e todo o equipamento e infraestrutura (campo de jogo para disputa das partidas e de treino) necessários para o desenvolvimento de ambas as equipes em condições adequadas”, acrescenta.
  • “Finalmente, exige-se que ambas as equipes participem de competições nacionais ou regionais autorizadas pela respectiva associação membra”, explica o documento.
O Coordenador de Futebol Feminino da CBF, Marco Aurélio, comentou sob o cenário brasileiro:
“Peço que os clubes brasileiros com o licenciamento se organizem para fazer crescer a modalidade. A CBF já subsidia as competições e paga os custos operacionais e logísticos. O clube só precisa montar uma equipe e comissão técnica e manter seus salários. Não é difícil. Dá para fazer. No futuro dará muito retorno. Hoje, estamos quebrando o preconceito. Pais querem ver suas filhas jogando futebol. A maior dificuldade é vocês acreditarem que é preciso ter um time feminino. Não tenham medo de ter um time feminino”
A partir disso, a Conmebol, irá destinar aproximadamente um milhão de dólares por ano para cada Federação do continente, a partir do  Programa Evolução, que significará “a maior distribuição de fundos da história” para os associados, potencializando e trabalhando  em prol do crescimento da modalidade, visando a superação das barreiras que ainda impedem que o Futebol Feminino se torne tão popular quanto o Masculino.
Montevidéu, 22 de fevereiro de 2016. Créditos: Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL)
Montevidéu, 22 de fevereiro de 2016. Créditos: Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL)
O programa tem planejamento para ocorrer durante 2017 até 2018, com o objetivo de capacitar profissionais, clubes e técnicos de todas as categorias, construção de campo, entre outros, tendo como base: Capacitação, Infraestrutura, Competências, Boa Administração, pois não basta apenas montar uma equipe, tem que dar uma estrutura digna para que o trabalho possa ser realizado pelos profissionais da modalidade da melhor forma possível!
Além disso  destacam-se: a organização de 22 competências, o desenvolvimento de 15 cursos de arbitragem no eixo de capacitações e, no que diz respeito a infraestrutura, está prevista a construção de um Centro Tecnológico Arbitral, para estar na vanguarda da arbitragem e fazer um esporte cada vez mais justo, tendo o jogo limpo como bandeira.
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quinta-feira, fevereiro 23, 2017

A revolução no futebol brasileiro não será televisionada

AMIR SOMOGGI
O futebol brasileiro parou no tempo. CBF, federações estaduais e clubes vivem um subdesenvolvimento no campo das ideias, que afasta nosso mercado de qualquer possibilidade real de evolução.
No último domingo tivemos mais uma prova desse mundo arcaico do nosso futebol. O clássico paranaense Atletiba, sem transmissão pela TV aberta e fechada, seria transmitido apenas no Youtube.
Entretanto por uma artimanha da Federação Paranaense de Futebol (FPF) esse passo importante para o futebol nacional não ocorreu. Mas de 20 mil pessoas na arena do Atlético-PR foram impedidas de assistir à partida.
Milhares estavam aguardando ansiosas na internet.
Com a desculpa que a equipe que faria a captação das imagens e a transmissão online não estava credenciada, a FPF proibiu que pela primeira vez um jogo de futebol no Brasil fosse somente disponibilizado no Youtube.
De forma corajosa Atlético-PR e Coritiba se recursaram a realizar a partida. A Federação, mesmo sem ter direito sobre esse conteúdo, de forma autoritária proibiu sua transmissão.
Se os clubes não aceitaram os valores ofertados pela RPC, tinham sim o direito de transmitir via streaming sua partida, o mais importante componente atual da industria do esporte global. O streaming, com a transmissão online atinge bilhões de pessoas ao mesmo tempo em todo o mundo, nada se compara a esse potencial.
A dupla paranaense pode ser considerada precursora de uma revolução que está em curso, a transmissão online de jogos de futebol no Brasil. E essa revolução não será televisionada!
A partir do momento que os times se derem conta da força da internet, e do streaming, sem dúvida chacoalharão as estruturas do futebol brasileiro.
O Youtube, de propriedade do Google, uma das mais importantes empresas do planeta e tem a marca mais valiosa.
Obteve faturamento em 2016 de US$ 90 bilhões e lucro líquido de US$ 20 bilhões, é um player imbatível.
Em 2013 faturava US$ 56 bilhões e cresce junto com o avanço da internet.

Google

Domina há anos as receitas publicitarias online, além de utilizar ferramentas modernas antenadas com o que de mais avançado se pratica atualmente.
É mais rico que qualquer emissora de TV, e também muito mais inteligente.
Assim, a partir do momento que o futebol brasileiro tiver o aparato tecnológico do Google, ficará muito mais complicado de se manter essa visão arcaica e antiquada da gestão de conteúdos de futebol no Brasil.
Os jovens não assistem mais TV como seus pais e avós faziam. No Brasil de hoje, há mais audiência em vídeos na internet, do que na TV aberta.
Isso significa que a revolução já começou, menos no nosso futebol.
E o Google já se enveredou para o futebol. A Copa do Rei da Espanha está sendo transmitida pelo Youtube, com um custo por partida de aproximadamente € 4,99. Uma verdadeira revolução!
Por meio do streaming, o Youtube tem um alcance muito maior que a TV aberta e fechada. É incomparável! Sem falar que permite que mais torcedores tenham acesso ao conteúdo.
Os ganhos são globais e não mais nacionais e em muitos casos regionais.
A revolução do futebol brasileiro passa por essa nova era, das transmissões online.
NBA já mostrou o caminho.
A NBA dos EUA foi uma das pioneiras em investir em transmissão online de seus jogos e os resultados foram muito positivos. Em 2012, as receitas de transmissão da liga estavam estagnadas em US$ 930 milhões por ano.
Com a criação do NBA League Pass, os torcedores ao redor do planeta podem pagar diretamente para a NBA e acompanhar os jogos por streaming.

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Essa decisão foi tão acertada que os valores com os direitos de transmissão já superaram US$ 2,6 bilhões por ano.
Em 2017, a expectativa da NBA é que salte para US$ 3,6 bilhões anuais.

Análise conceitual do jogo no futebol

Análise conceitual

Os gols da partida entre Paris Saint Germain vs Barcelona

Olá a todos! A análise de desempenho vem tendo um crescimento muito importante e sendo indispensável para qualquer clube em busca de seus objetivos (formativo – estratégico). O suporte dado por imagens e dados estatísticos são imprescindíveis para todo o staff técnico na programação de qualquer ciclo de treinamentos.
Iremos analisar lances e gols da Champions League 2016/2017 com base em conceitos e princípios. Por meio das definições de alguns termos podemos identificar padrões e comportamentos táticos individuais, de setor e coletivos. Seguem abaixo as definições que servirão de base para nossa análise:
Tática Coletiva: Movimento pré-determinado e organizado de dois ou mais jogadores de um setor ou de toda a equipe com objetivo ofensivo ou defensivo.

Princípios em fase de posse de bola
Distribuição: número de jogadores como possíveis linhas de passe em diferentes posições; dois ou mais jogadores na mesma linha horizontal do campo diminuem a possibilidade de linhas de passe e conquista do espaço do campo.
Verticalização: procura da profundidade através de um passe, um lançamento, condução
Amplitude: utilização dos espaços horizontais de campo em qualquer zona e fase de jogo, para conquistar espaço e aumentar distância entre jogadores adversários.
Mobilidade: movimento dos jogadores dentro de um sistema dinâmico conceitual ou combinado para não dar referência ao adversário
Imprevisibilidade: capacidade de criar desequilíbrio na equipe adversária com diversas soluções ofensivas. Não entende- se imprevisibilidade como improvisação.

Princípios em fase de não posse de bola
Distribuição: ocupação dos espaços dos jogadores nos setores (diagonal, triangular, horizontal) de acordo com a zona de campo, adversário e proteção do próprio gol para não permitir a conquista do espaço.
Retardamento: ação com intuito de retardar a progressão adversária visando a reorganização e maior equilíbrio da equipe ou setor.
Densidade: maior concentração possível de jogadores em zona da bola para maior cobertura dos espaços e raio de ação
Equilíbrio: manutenção da condição numérica nos setores com superioridade ou igualdade através da distância entre os jogadores do setor e entre setores (compactação)
Controle: capacidade de escolha em definir se/como intervir (retardamento, pressing, marcação, cobertura).
Técnica – Tática individual
A execução de um gesto ou movimento se encaixa no contexto técnico. A escolha de um gesto ao invés de outro, para uma determinada finalidade ou efeito, se encaixa no contexto tático.
A partir destas definições vamos analisar dois gols que a equipe do Barcelona sofreu contra o PSG, pelas oitavas de final da UEFA Champions League.
Video Player
Análise Gol – Draxler (a partir 2’:52’’ do vídeo)
Barcelona:
Posse de Bola
Início da ação com comando e verticalização (condução) de Piquet. Busquets entra na linha defensiva para dar cobertura (equilíbrio) enquanto os laterais sobem em amplitude; Piquet passa para Messi, que na zona central do campo, perde um duelo 1vs1 dando a possibilidade de uma transição ofensiva adversária.
Não posse de bola
Transição negativa em inferioridade numérica (não em equilíbrio); realizam uma ação de retardamento até cerca dos 20-22 metros de distância do gol para que possam se reorganizar em linha com a entrada dos laterais.
Enquanto Sergi Roberto tenta velozmente entrar na linha no lado oposto, Jordi Alba começa sua ação de transição negativa atrasado (tática individual); quando a ação de retardamento chega ao ponto de intervenção, Jordi Alba não conseguiu chegar a posição necessária para intervir em tempo deixando o jogador adversário em uma situação de 1vs1 con o goleiro.
Análise Gol – Cavani (a partir 5’:57’’ do vídeo)

Barcelona
Não posse de bola
Marcação com pressão ofensiva (distribuição) na saída de bola adversária com seis jogadores; superioridade numérica do setor defensivo em sua linha 4×3 (equilíbrio); grande distância entre setores defensivos – meio campo e ataque; Neymar mantém alta distância com seu adversário de referência; sai em pressão ao adversário com ligeiro atraso e escolhe afrontar 1vs1 e vem superado; jogador adversário conduz verticalmente a bola criando igualdade numérica com a linha defensiva; ação retardamento da linha que vai até cerca de 30 mt do gol para diminuir distância entre jogadores na linha em proteção ao gol (equilíbrio);  Jordi Alba ao se reorganizar em linha com o setor, mantém uma distância maior em relação aos demais jogadores (tática individual); Piquet acompanha acertadamente o movimento de Cavani nas costas de Umtiti não conseguindo a intervenção ; passe que passa exatamente entre Umtiti e Jordi Alba que não consegue intervir na trajetória devido sua distância inicial.

Conclusão
Sabemos que o gol é um episódio muito raro dentro de todos os eventos que acontecem durante uma partida. Para que ocorra, tem que haver algum tipo de “erro” da equipe que o sofre. Será sempre uma sucessão de eventos coletivos e individuais dentro da mesma situação para que aconteça um gol.
Um dos intuitos da análise é conseguir compreender determinados comportamentos das equipes em posse e não posse de bola, para que sejam apresentados, discutidos, corrigidos ou reforçados com toda a equipe para auxiliar na programação de treinamentos.
Quais questões podemos refletir após estas análises? Devemos acrescentar ou retirar algo? A troca de informações e opiniões são essenciais para o crescimento do conhecimento.
Abraço!

sábado, fevereiro 18, 2017

A escolha inicial pesa na continuidade



Portal Futebol Cearense
Ceará e Fortaleza protagonizaram um episódio inédito nestes últimos dias. Após serem derrotados na Copa do Brasil e a consequentemente eliminados precocemente na competição mais democrática do país, a dupla acabou demitindo suas respectivas comissões (o alvinegro trocou Gilmar Dal Pozzo pelo experiente e vitorioso Givanildo Oliveira; o tricolor bancou o retorno de Marquinhos Santos, campeão cearense em 2016 pelo próprio tricolor), apontando um problema recorrente no nosso futebol: o erro na hora de escolher o treinador para iniciar uma temporada.
Algo que prejudica – e muito – a continuidade e o planejamento para todo o ano. Fizemos um levantamento acerca dessa situação nesta década (de 2010 pra cá). E assusta!
2010 – CSC: O Vovô, recém-promovido à Série A do Brasileiro, não conseguiu manter (acordo financeiro) o técnico PC Gusmão e apostou em René Simões. O resultados e o desempenho pífio no início da temporada culminaram na demissão e posteriormente retorno do seu antecessor.
FEC: Já o tricolor, que havia acabado de passar pelo fatídico rebaixamento à Série C, apostou em Luiz Muller (que acabara de ser auxiliar de Roberto Fernandes, técnico em parte de 2009). O tricolor permaneceu até Abril, quando acabou eliminado na Copa do Brasil e acertou a saída em comum acordo. Em seu lugar, Zé Teodoro assumiu e sagrou-se campeão (tetracampeonato) estadual pouco tempo depois.
2011- CSC: O interminável Dimas Filgueiras iniciou a temporada, após encerrar 2010 no comando do alvinegro na Série A. Foi substituído pelo técnico Vágner Mancini em março.
Foto: Lucas de Menezes/Agência Diário
FEC: Flávio Araújo (guarde este nome, falaremos deste mesmo treinador daqui a pouco) iniciou a temporada, todavia, em abril acabou demitido e deu lugar ao técnico Ferdinando Teixeira, que retornaria para sua terceira passagem no Pici.

2012- CSC: Dimas, novamente, era o técnico do Ceará. Após a demissão de Vágner Mancini na Série A do ano anterior e o retorno(que também havia trabalhado no Ceará em 2010) de Estevam Soares, Dimas terminou o Brasileiro com o objetivo – frustrado – de livrar o Ceará do rebaixamento. Mesmo com o descenso, permaneceu. Até fevereiro, quando foi trocado por Lula Pereira. Este, por sua vez, durou pouquíssimo tempo e foi substituído pelo repetente PC Gusmão (2009, 2010, 2012 e ainda retornou no final da Série B em 2014).
FEC: Ponto fora da curva! O tricolor iniciou a temporada com Nedo Xavier, que permaneceu até julho, mesmo sendo vice-campeão cearense. Foi substituído por Vica.
2013 – CSC: O Ceará apostou no “emergente” Ricardinho, que foi substituído por Leandro Campos (mais tarde, sagrou-se tricampeão cearense). Na temporada, o Vovô ainda teve Sérgio Guedes e Sérgio Soares – sem contar com Dimas que acabou como interino em algumas ocasiões.
FEC: Vica foi mantido, mesmo após fracassar no mata-mata da Série C no ano anterior. Após ser eliminado nas semifinais da Copa do Nordeste (pelo Campinense), o treinador foi demitido e deu lugar ao retorno de Hélio dos Anjos.
2014 – um ano diferente Ceará e Fortaleza iniciaram a temporada com Sérgio Soares e Marcelo Chamusca, respectivamente. Sérgio durou quase toda temporada (contabilizando o início da passagem em 2013, ficou 14 meses no comando) e Chamusca terminou a temporada no tricolor.
2015 – CSC: Dado Cavalcanti inicia a temporada, foi demitido com 9 jogos e deu lugar a Silas Pereira, posteriormente campeão da Copa do Nordeste. Na temporada, Vovô ainda teve mais três técnicos.
FEC: Nedo Xavier iniciou o ano no Fortaleza (já havia sido assim em 2012), mas foi demitido e Marcelo Chamusca retornou ao tricolor após a passagem frustradas no Sampaio Corrêa.

Foto: CearáSC/Divulgação
2016 – CSC: Lisca iniciou a temporada, mas foi demitido e deu lugar ao também repetente Sérgio Soares, que retornou para as disputas da Série B.
FEC: Flávio Araújo – de novo – deu o pontapé inicial na temporada, dando lugar ao emergente Marquinhos Santos.
2017- Neste ano, a dupla apostou em técnicos que conseguiram sucesso no futebol catarinense. Gilmar Dal Pozzo (Ceará) e Hemerson Maria (Fortaleza) foram demitidos ontem e deram lugar a Givanildo Oliveira e Marquinhos Santos, respectivamente, para a continuidade da temporada.
É possível observar, diante deste levantamento, a falta de convicção por parte dos dirigentes na hora de escolher um treinador para iniciar um planejamento. Os maus resultados ou até mesmo o mau desempenho mesmo acompanhado de vitórias, acaba acarretando na demissão de treinadores logo no início da temporada. De forma justa ou injusta (não vamos nem entrar no mérito da questão), os clubes desmontam o planejamento, isto porque, as peças que vêm por indicação dos técnicos acabam permanecendo, gerando assim um prejuízo técnico, tático e, sobretudo, financeiro aos clubes.
Outro ponto de fácil percepção é o fato de tanto Ceará, quanto Fortaleza, acabarem insistindo em um ciclo vicioso de procurar, quase sempre, os mesmos profissionais. É fácil vê na lista idas e vindas de determinados nomes, o que mostra uma visão de mercado muito resumida do futebol cearense. Precisamos de critério e convicção nas escolhas de pré-temporada, pois são essas escolhas – na maioria das vezes, equivocada – que acabam pesando muito no restante do ano.

terça-feira, fevereiro 14, 2017

O que está acontecendo com o esporte mais amado dos brasileiros?

Luigi Bispo é Tecnólogo, Especialista em Gestão Esportiva, Pós-Graduando em Liderança Estratégica e Atleta.
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O que está acontecendo com o esporte mais amado dos brasileiros?

Prometi a mim mesmo que não iria mais tocar no assunto futebol nacional, mas os recentes questionamentos de Benê Lima, importante ativista do Futebol feminino no Ceará, me fará abrir uma exceção.
Os dirigentes, em suma, não valorizam o conhecimento científico. O que vale na prática é a articulação de cunho, quase que exclusivamente, político.


Agora os clubes precisam de intervenção externa. Foi assim com o PROFUT, iniciativa do governo federal para equacionar as dívidas dos clubes. Foi assim com a Conmebol que obrigará os clubes participantes da libertadores investir no futebol feminino.

De quantas outras intervenções externas serão necessárias?

Os conselhos deliberativos, viraram em suma, parlamentos. A ordem da pauta, quase sempre, tem cunho político. Assim como no parlamento político nacional, um vazio de ideias dando asas a velha disputa do poder pelo poder.

Quando não, são os atletas dos grandes clubes que ganham fortunas cada vez maiores, dando péssimos exemplos dentro e fora de campo. Indisciplina, noitadas e outras distrações. A vaidade vai no céu e o futebol sucumbiu nos gramados.

Fico surpreso quando iniciativas como as minhas e de Abilio Diniz, no que tange a implantação de boas práticas de governança corporativa, custem a ser realizadas, devido ao embaraço político que corrói as agremiações.

O futebol não deve ter mais espaço para amadores, por isso, nosso maior Case (Exemplo de sucesso) é de um clube dos Estados Unidos, o Orlando City, que tem Marcos Peres como Diretor de Comunicação, a quem estendo minha admiração.

O clube da terra do Tio San, adotou as boas práticas de governança e hoje triplicou seu valor de mercado, saiu de uma discreta participação regional para figurar entre os 10 maiores do país, conseguiu atrair investidores para construir o estádio próprio, entre outras ações.

Alex Bourgeois, ex-CEO do São Paulo, talvez saiba mais que eu, não existe espaço para a profissionalização da gestão num olhar 360 graus.

Quando vejo o Professor Amir Somoggi, Consultor em Marketing Esportivo, talvez o único que circunda na grande mídia, fazendo críticas aos dirigentes de clubes brasileiros, me faz ter esperança por mudanças.
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segunda-feira, fevereiro 13, 2017

Ashoka Brasil cria iniciativa para impulsionar negócios sociais

São Paulo. São Paulo --( DINO - 10 fev, 2017) - Na próxima quarta-feira (15/2), sete organizações sociais irão apresentar em São Paulo modelos inovadores de negócios sociais. A iniciativa faz parte do evento final do programa Grow2Impact, realizado pela Ashoka Brasil, instituição pioneira na área de empreendedorismo social. Essa será uma oportunidade para investidores e interessados no setor conhecerem novas soluções para questões sociais, que gera impacto positivo sistêmico.

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Em sua terceira edição, o Grow2Impact reuniu ao longo de um ano empreendedores sociais, empresas, investidores e mentores para criarem em colaboração estratégia, produtos e serviços para alavancar o impacto social de diferentes iniciativas. De soluções para a questão da água no sertão da Paraíba, à promoção do microcrédito para jovens mulheres empreendedoras, o programa traz resultados concretos de modelagem de negócios 2.5.

"O Grow2Impact é uma metodologia inovadora que representa um mecanismo de colaboração entre setor social e privado para impulsionar soluções de impacto social. Ele atende uma tendência do segmento que é o interesse pelo modelo de negócio social, partindo da necessidade de unir expertise. A colaboração entre os setores é a chave para uma mudança da sociedade", afirma Deise Hajpek, coordenadora de redes de empreendedores sociais e parcerias institucionais na Ashoka Brasil.

O Grow2Impact é uma metodologia que abriga diferentes estratégias que abordam do desenvolvimento individual ao organizacional, utilizando conteúdos como design thinking, formação continuada em estratégia, cultura organizacional e desenvolvimento de liderança para o alcance de resultados concretos. O objetivo é alavancar impacto de forma sustentável financeira e organizacional.

"Participar do programa foi uma grande oportunidade de pensarmos como nos tornar um negócio social no que temos de mais valioso: nossa metodologia de inclusão social", avalia Vera Cordeiro, do "Saúde Criança", organização que trabalha no Rio de Janeiro com famílias de crianças em risco social, provenientes de unidades públicas de saúde.

Para Lilian Prado, da ONG "Acreditar", que atua com microcrédito em Pernambuco, o programa foi importante para ressaltar a importância das pessoas na implementação das iniciativas. "Aprendi que a melhor forma de definir novos produtos e serviços é usando a empatia e ouvido o público-alvo antes de tudo. Por meio da metodologia do design thinking ampliamos o olhar e compreendemos que nosso trabalho em educação financeira não é apenas um novo serviço, mas uma mudança real na vida as pessoas", afirma.

O Grow2Impact é uma iniciativa precursora da Ashoka no mundo. A organização, presente no Brasil há mais de 30 anos, e em outros 90 países, é a pioneira global no campo do empreendedorismo social. A Ashoka trabalha em rede com mais de três mil empreendedores sociais no mundo, sendo 379 deles no Brasil.

O Programa já contou com a participação de 22 organizações sociais de 11 estados brasileiros, capacitou diretamente 75 líderes e gestores e indiretamente 140 membros dessas organizações. O evento final do Grow2Impact poderá ser acompanhado pelohttps://www.facebook.com/ashokabrasil/?fref=ts a partir das 19h30, do dia 15/2.
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sexta-feira, fevereiro 10, 2017

Comentários prontos sobre futebol costumam encobrir boas explicações

GLYN KIRK/AFP
Gabriel Jesus comemora após fazer gol em jogo do Manchester City
Gabriel Jesus comemora após fazer gol em jogo do Manchester City
Tostão

Os Estaduais começaram com os mesmos problemas de outros anos: gramados e estádios ruins, pouca qualidade técnica, públicos pequenos, violência na arquibancada no jogo do Inter e muitos erros dos árbitros e auxiliares. Atlético-MG, Cruzeiro e Corinthians foram beneficiados em suas vitórias.

Os mesmos que criticam a longa duração dos Estaduais e o enorme número de partidas no ano das grandes equipes são os mesmos que aplaudem a realização da Primeira Liga. A justificativa inicial de que ela seria um embrião de uma forte liga nacional foi mais uma conversa para boi dormir.

Uma característica do futebol é o comentário pronto, uma mesma explicação para situações diferentes. Mesmo se for correto, encobre outros motivos, às vezes, mais importantes. É mais fácil ter um comentário pronto.

Se o Palmeiras não for bem nos primeiros jogos, já está pronto o comentário de que Eduardo Baptista é um técnico pequeno para um elenco tão forte, como se o Palmeiras tivesse um timaço.

Se Felipe Melo for expulso, já existe o comentário pronto: "Eu já sabia". Ele é muito bom para o nível do futebol brasileiro, mas, nas grandes equipes em que jogou, foi sempre um coadjuvante. No Palmeiras, se sente o grande craque, o grande líder. Daí, sua excessiva agitação em campo e nas entrevistas, querendo mandar em tudo, até na opinião dos jornalistas.

Se Gabriel Jesus não tivesse jogado bem os primeiros jogos no Manchester City, já estava pronto o comentário de que seria preciso tempo de adaptação. Como brilhou, tiraram da manga outro comentário pronto: o de que craque não precisa de tempo. O futebol é muito maior e mais complexo que nossas explicações.
Guardiola, antes da estreia de Gabriel Jesus, já sabia que o melhor lugar do atacante seria pelo centro e próximo à área para aproveitar a velocidade de raciocínio e de movimentos, além de ser um bom finalizador. Tite também já sabia disso.

Outro comentário pronto é o de que o bom e equilibrado Campeonato Inglês é o melhor do mundo, tem um número maior de grandes times, e que o Espanhol é pior e mais fácil de jogar. Já disseram até que Messi e Cristiano Ronaldo fazem tantos gols porque os adversários são muito fracos. As equipes espanholas vão sempre melhor que as inglesas na Liga dos Campeões e na Liga Europa. Real Madrid e Barcelona são superiores, e Atlético de Madrid e Sevilla estão no nível dos grandes times ingleses.

Os gramados da Inglaterra são tão perfeitos, o público é tão grande, o ambiente é tão espetacular, os jogos têm tanta intensidade, e o campeonato é tão organizado, que até parece que a maioria das equipes é de alto nível técnico.

Se o São Paulo perder mais alguns jogos, já está pronto o comentário de que Rogério Ceni deveria começar pelas categorias de base. O clube, em vez de ajudar seu ídolo com bons reforços, o prejudica, já que o time é fraco. No jogo contra o Audax, não vi nada novo nem interessante. Se Rodrigo Caio é o melhor zagueiro que atua hoje no Brasil, não deveria jogar de volante, onde é mais um.

Às vezes, o comentário pronto impede o aparecimento do fato. Antes de ser contratado, já está pronta a análise de que o técnico Fernando Diniz não daria certo em grandes times. Os clubes preferem o técnico que faz tudo igual aos outros e que não corre tantos riscos. 
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Com maioria das camisas, Caixa congela valores e irrita clubes

Daniel Augusto Jr. /Agência Corinthians
Durante o jogo entre Caldense/MG x Corinthians/SP, realizado esta noite no Estadio Dr. Ronaldo Junqueira, abertura da Copa do Brasil 2017. Juiz: Bruno Arleu de Araujo - Sao Paulo/Brasil - 08/02/2017. Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians
Rodriguinho comemora gol marcado na vitória sobre a Caldense
EDUARDO RODRIGUES
GUILHERME SETO
LUIZ COSENZO
DE SÃO PAULO

Patrocinadora de 17 dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, a Caixa Econômica Federal negocia a renovação dos contratos com a maioria das equipes sem reajuste para 2017. A inflação oficial do país (IPCA) em 2016 fechou em 6,29%.
Dirigentes dos clubes se queixaram à Folha da atual estratégia adotada pela estatal. Eles admitiram, porém, que com o mercado desaquecido a renovação com o banco deve ser feita.
Além de não reajustar os valores do contrato, o banco incluiu novas contrapartidas para os clubes. Uma delas, por exemplo, é exigência de exposição da marca nas campanhas em canais nas redes sociais das equipes.
Os clubes têm visto essa nova proposta da Caixa como a sinalização de uma tendência de desinvestimento de recursos da estatal no esporte. Eles acham que no médio prazo a participação dela será pequena no futebol.
Para esses dirigentes, a mudança no governo federal, com a entrada do presidente Michel Temer, implicou numa alteração de visão política sobre o tema. Se antes perseverava a participação estatal, a partir de agora os clubes terão que começar a se virar com patrocínios privados.
"Queríamos uma valorização maior, mas não será possível. O valor deste ano não terá correção. A Caixa deu uma segurada para todos os clubes. Ela está aproveitando o momento que atravessamos", afirmou Jorge Avancini, diretor de mercado do Bahia.
Os baianos ganharam R$ 2 milhões no ano passado por quatro meses de contrato (de setembro a dezembro) e deverão receber R$ 6 milhões ao ano em 2017.
Assim como o Bahia, todas as outras equipes esperam uma confirmação do acordo de renovação com a Caixa. A assessoria da estatal confirmou à reportagem que terá uma definição de todas as propostas até o final deste mês. O anúncio das renovações será divulgado no Diário Oficial da União.
Mesmo que os contratos já tenham vencidos no fim do ano passado, os clubes permanecem expondo a marca da empresa pública até as negociações para a próxima temporada serem encerradas. O valor pago de janeiro e fevereiro também será retroativo em caso de acordo entre as partes.
INVESTIMENTO
Em 2016, a Caixa Econômica Federal investiu R$ 132,5 milhões para expor sua marca em camisas de clubes no país. Além de 13 equipes que estavam na elite do Brasileiro em 2016, patrocinou sete times da que disputaram a Série B do torneio.
Como realizou cinco contratos mais curtos -de 3 a 4 meses- no segundo semestre do ano passado com Bahia, Fluminense, Botafogo, Avaí e Santos, o montante do investimento deve aumentar neste ano se todos os acordos que encerraram em 2016 forem renovados. Esses clubes negociam agora um contrato anual. O valor será o mesmo do ano passado, mas proporcional ao período de exposição da marca na camisa.
Procurada pela reportagem, a estatal afirmou que "está em negociação com os clubes de futebol, não sendo possível emitir qualquer manifestação sobre o assunto".
Lúcio Távora/Ag. A Tarde/Folhapress
Renato Cajá comemora após marcar o gol que deu a vitória ao Bahia por 3 a 2 sobre o Bragantino, na Arena Fonte Nova, pela Série B
O Bahia subiu para a Série A do Brasileiro de 2017 e é mais um patrocinado pela Caixa
CORINTHIANS
O contrato com valor mais alto da Caixa pertence ao Corinthians. Desde o final de 2012, a equipe tem acordo com o banco. Em 2016, recebeu R$ 30 milhões por ano, valor que será mantido.
O Flamengo, que ganha R$ 25 milhões pelo acordo do ano passado, também terá o valor mantido e espera anunciar a renovação nos próximos dias.
Atualmente, o contrato mais rentável do futebol brasileiro pertence ao Palmeiras.
Nesta quarta-feira (8), o clube anunciou a parceria de dois anos com a Crefisa por R$ 80 milhões anuais.
Pelo novo compromisso, ainda deve receber bônus por objetivos esportivos alcançados pelo clube na temporada. Seria o caso, por exemplo, de uma conquista da Copa Libertadores da América. 
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