Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

terça-feira, maio 31, 2011

Padrão Fifa impõe veto à presença da PM em jogo da seleção brasileira

Teste Fifa, amistoso da seleção veta PM e aula na Faap

Como a ideia é que o evento mimetize um jogo da Fifa, haverá bloqueios no entorno e uma série de restrições viárias

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou que os amistosos que a seleção nacional fará contra Holanda (no dia 4 de junho) e Romênia (no dia 7 de junho) serão testes para adoção do padrão Fifa no futebol local. Com isso, os jogos causarão mudanças como o veto à Polícia Militar no interior do estádio e o cancelamento das aulas da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo.

As aulas da Faap serão suspensas no dia 7 de junho, quarta-feira, quando a seleção brasileira jogará contra a Romênia no Pacaembu (foto). O jogo marcará a despedida do atacante Ronaldo da equipe nacional – ele anunciou neste ano o fim de sua carreira como atleta.

Como a ideia é que o evento mimetize um jogo da Fifa, haverá bloqueios no entorno e uma série de restrições viárias. Isso impedirá, por exemplo, o uso da praça Charles Miller, que serve de estacionamento para uma série de aparatos da região, como a Faap.

Além do veto das aulas na Faap e das restrições de trânsito no entorno do estádio, os jogos da seleção terão uma mudança no esquema de segurança. Dentro das arenas, o controle não será feito pela Polícia Militar.

A despeito de a PM trabalhar em jogos nacionais, esse modelo é rechaçado pela Fifa. A entidade exige que segurança dentro das arenas seja feita por empresas privadas, e os militares ficarão relegados ao entorno.

O modelo Fifa também vai alterar a relação com a imprensa. Posicionamento de fotógrafos, centros de mídia e tribunas de mídia seguirão padrão adotado pela entidade em eventos internacionais.

O Brasil jogará contra a Holanda no dia 4 de junho, no estádio Serra Dourada, em Goiânia. O confronto com a Romênia será realizado no dia 7 de junho, no Pacaembu, em São Paulo.

Fonte: Máquina do Esporte / Equipe Universidade do Futebol

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Blatter nega crise, pede respeito e deixa candidatura nas mãos do congresso da Fifa

Atual presidente da entidade diz que ‘família’ está unida; denúncias de corrupção podem afastar patrocinadores

Equipe Universidade do Futebol

Nesta segunda-feira, em entrevista coletiva, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou que a imagem da entidade que comanda sofreu um grande dano, mas que não há crise. Ele se referia às seguidas denúncias de corrupção que vêm atingindo a cúpula do organismo, às vésperas do seu iminente quarto mandato.

“Crise? Que crise? O futebol não está em crise. Nós não estamos em crise, estamos apenas passando por algumas dificuldades que serão resolvidas - e serão resolvidas dentro desta família”, declarou o suíço.

Blatter admitiu o “grande prejuízo” causado à entidade pelas últimas denúncias. Nesta quarta, ele deverá, entretanto, se eleger novamente, após desistência do seu único concorrente, o catariano Mohamed bin Hammam.

Na coletiva, Blatter afirmou que recebeu os documentos do Sunday Times, que chegaram à Fifa, mas os mesmos não provariam nada contra os acusados por Sir David Triesman. “Estamos em um jogo e neste jogo há um monte de apostos apenas no campo. Não temos problemas”, acrescentou.

Sem demonstrar intranquilidade, em tom ameno, Blatter disse ainda que as Copas do Mundo de 2018 e 2022, na Rússia e no Qatar respectivamente, não foram manchadas pelas suspeitas de compra de votos durante o processo eletivo realizado em dezembro do ano passado.

As suspeitas sobre a escolha “condicionada” do Qatar aumentaram nesta segunda, com a divulgação de um e-mail no qual o secretário-geral Jerome Valcke, número dois da Fifa, sugeriu que o país “comprou” o direito de sediar o Mundial de 2022, por intermédio de Hammam. “Ele pensou que pode comprar a Fifa como eles compraram a WC [Copa do Mundo]”, afirmara Valcke.

Pouco tempo depois da publicação, o secretário voltou atrás e disse que foi mal interpretado. Ele se defendeu com a justificativa de que o verbo “comprar” referia-se ao alto investimento feito pela candidatura para fazer lobby em nome do país em questão.

“Quando me referi à Copa do Mundo de 2022, o que quis dizer foi que a candidatura vencedora usou o seu potencial financeiro para angariar apoio e fazer lobby. Eles tinham um orçamento muito grande e se utilizaram disso para promover a candidatura do Qatar por todo o mundo de uma maneira muito eficiente”, explicou.

A divulgação do polêmico e-mail foi feita pelo vice-presidente da Fifa Jack Warner, que fora suspenso no domingo. Presidente da Concacaf (Confederação de Futebol das Américas do Norte e Central e Caribe), Warner e Mohamed Bin Hammam foram afastados do futebol de forma provisória por conta de uma denúncia de pagamento de propina a membros da Associação Caribenha de Futebol. O suborno asseguraria votos em Bin Hammam no pleito da Fifa.

Ainda durante a entrevista, Blatter pediu aos jornalistas que o respeitassem. Quando foi anunciado que não haveria mais perguntas, um jornalista começou a falar fora do microfone, querendo efetuar novos questionamentos.

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97 anos do Ceará Sporting renderá sessão solene na CMFor

CMFor homenageia o Ceará Sporting Club em sessão solene

Evandro Leitão vai receber a Medalha Ayrton Senna - Foto: Genilson de Lima

A Câmara Municipal de Fortaleza realiza nessa quinta-feira, 2, sessão solene em homenagem ao Ceará Sporting Club. O requerimento, feito pelos vereadores Casimiro Neto (PP) e Iraguassú Teixeira (PDT),  reverencia os 97 anos do clube e a conquista do campeonato cearense 2011. Na ocasião, o Presidente do Ceará Sporting Club, Evandro Leitão, será agraciado com a entrega da Medalha Ayrton Senna. A sessão acontece às 9h30, no Auditório.

O Ceará Sporting Club, fundado em 1914, já conquistou quarenta títulos estaduais durante a sua trajetória. Em 1969, foi campeão da Copa do Nordeste. Em 1994, foi vice-campeão da Copa do Brasil e, em 1997, conquistou o título da Copa Verão do Recife, além de ter sido o único time cearense a participar de uma competição internacional.

Evandro Leitão, atual presidente do Clube, conquistou o reconhecimento da torcida ao conduzir o time do Ceara para a elite do futebol nacional. Na sua gestão, tem realizado modificações que favoreceram o desempenho do time. O Ceará está atualmente representando o Estado no campeonato brasileiro da Série A, e já garantiu vaga na Copa Sul Americana.

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segunda-feira, maio 30, 2011

FCF dá publicidade a dados do contrato de televisão

Esclarecimento sobre o contrato de televisão

A Federação Cearense de Futebol recebeu de alguns clubes, uma carta cobrando transparência de fatos públicos. Trata-se de repasse das verbas recebidas do contrato de televisão, dos quais TODOS os doze clubes da primeira divisão aderiram, sem nenhuma exceção.

Estranhamos a carta, porque quando dos fatos, ficou bastante público, inclusive para a imprensa (basta pesquisar os jornais da época), como se deu a divisão da verba recebida.

Inclusive foi público que embora, por regulamento, esta FCF tivesse direito a 15% dos valores, por liberalidade do presidente da FCF, recolheu para si apenas 3,5% do montante (R$ 60.000,00).

A FCF, apesar disso, está enviando até amanhã, para cada clube integrante da primeira divisão, por email corporativo, o contrato entre a FCF e a televisão que transmitiu os jogos, bem como o respectivo aditivo onde cada clube aderiu ao contrato (Termo de Adesão).

Também por respeito aos clubes, estamos tornando transparente em que data, valor e por qual motivo, cada verba foi repassada.

Alguns clubes não autorizaram a divulgação de seus valores e não assinaram a carta. Outros, de forma expressa, por documento assinado, retiraram suas assinaturas desta correspondência.

Segue portanto, a divulgação dos valores dos demais clubes. Esclarecemos ainda que todos os valores recebidos estão assinados em recibo em nosso poder, quando não se tratou de depósito em conta e os valores anteriores a 2011 repassados, os foram em caráter de empréstimo, como adiantamento de receitas futuras.

Ceará Sporting Club – Valor a receber R$ 500.000,00

R$      500.000,00 - 25/01/2011 -  TED em conta corrente
 

Ferroviário Atlético Clube – Valor a receber R$ 120.000,00

R$           1.253,28 - 07/04/2010 -  borderô não pago 
R$         10.000,00 - 25/05/2010 - cheque 4899 
R$           1.000,00 - 23/08/2010 - cheque 17126 
R$           1.200,00 - 12/09/2010 - borderô não pago 
R$         24.000,00 - 16/01/2011 - cheque 17322 
R$         24.000,00 - 18/01/2011 - cheque 508932 
R$           1.469,29 - 22/01/2011- borderô não pago 
R$           7.000,00 - 25/01/2011 - cheque 508954 
R$         10.000,00 - 09/02/2011 - cheque 17315 
R$           1.761,96 - 13/02/2011 - borderô não pago 
R$           5.000,00 - 03/03/2011 - cheque 17374 
R$         31.000,00 - 17/03/2011 - cheque 17379 
R$         10.000,00 - 28/03/2011 - cheque 003 
R$           1.811,53 - 07/04/2011 - borderô não pago 
R$         24.000,00 - 13/04/2011 - cheque 0057 
R$           1.994,84 - 16/04/2011 - borderô não pago 
R$         10.000,00 - 25/04/2011 - cheque 0069 
R$           5.000,00 - 29/04/2011 - cheque 0075 
R$      170.490,90 - Total recebido

Valor devido pelo clube à FCF – R$ 50.490,90
 

Associação Desportiva Limoeiro Futebol Clube – Valor a receber R$ 40.000,00

R$           1.000,00 -23/06/2010  - cheque 9414 
R$           1.000,00 - 27/09/2010 - cheque 304641 
R$               500,00 - 05/10/2010 - cheque 417091 
R$               100,00 - 29/10/2010 - espécie 
R$         12.500,00 - 13/01/2011 - cheque 17298 
R$           1.361,26 - 21/01/2011 - borderô não pago 
R$           1.000,00 - 24/01/2011 - espécie 
R$               414,18 - 30/01/2011 - borderô não pago 
R$               840,15 - 10/02/2011 - borderô não pago 
R$               811,68 - 13/02/2011 - borderô não pago 
R$         10.000,00 - 28/02/2011  - espécie 
R$           2.000,00 - 10/03/2011 - cheque 17376 
R$           1.728,53 - 12/03/2011 - borderô não pago 
R$           9.000,00 - 18/03/2011 - cheque 17384 
R$         42.255,80 - Total recebido

Valor devido pelo clube à FCF – R$ 2.255,80
 

Quixadá Futebol Clube – Valor a receber R$ 40.000,00

R$           1.100,00 - 12/01/2011 - cheque 17297 
R$           1.200,00 - 26/01/2011 - aluguel moraizão 
R$           1.980,30 - 27/01/2011 - borderô não pago 
R$           1.200,00 - 31/01/2011 - aluguel moraizão 
R$           1.840,26 - 31/01/2011 - borderô não pago 
R$               600,00 - 31/01/2011 - ambulância 
R$           2.378,07 - 06/02/2011 - borderô não pago 
R$         10.000,00 - 07/02/2011 - cheque 17311 
R$           5.000,00 - 22/02/2011 - cheque 17326 
R$           5.000,00 - 18/03/2011 - cheque 17382 
R$           1.000,00 - 18/03/2011 - cheque 17383 
R$           1.047,17 - 22/03/2011 - borderô não pago 
R$           1.035,51 - 06/04/2011 - borderô não pago 
R$           5.000,00 - 19/04/2011 - cheque 0068 
R$           2.147,35 - 21/04/2011 - borderô não pago 
R$         40.528,66 - Total recebido

Valor devido pelo clube à FCF – R$ 528,66
 

Associação Esportiva Tiradentes – Valor a receber R$ 40.000,00

R$           4.700,00 - 30/09/2010 - borderôs Copa Unimed 
R$           8.000,00 - 14/01/2011 - cheque 17302 
R$           8.000,00 - 21/01/2011 - cheque 508946 
R$               600,00 - 31/01/2011 - ambulância 
R$               600,00 - 07/02/2011 - ambulância 
R$           1.920,60 - 08/02/2011 - borderô não pago 
R$           8.000,00 - 10/02/2011 - cheque 17316 
R$               600,00 - 20/02/2011 - ambulância 
R$           1.831,36 - 22/02/2011 - borderô não pago 
R$               600,00 - 20/03/2011 - ambulância 
R$           2.443,82 - 23/03/2011 - borderô não pago 
R$               600,00 - 26/03/2011 - ambulância 
R$           1.853,80 - 28/03/2011 - borderô não pago 
R$               333,00 - 06/04/2011 - borderô não pago 
R$         40.082,58 Total recebido

Valor devido pelo clube à FCF – R$ 82,58

Para ver o termo de adesão do Ceará Sporting Club, clique aqui
Para ver o termo de adesão da Associação Esportiva Tiradentes, clique aqui
Para ver o termo de adesão da Associação Desportiva Limoeiro Futebol Clube, clique aqui
Para ver o termo de adesão do Quixadá Futebol Clube, clique aqui
Para ver o termo de adesão do Ferroviário Atlético Clube, clique aqui 

Fonte: FCF / Foto: DN

Fifa dá aval e CBF antecipa janela de transferências

Fifa dá aval para janela de transferências do Campeonato Brasileiro ser antecipada

Por ESPN.com.br

Assim como no ano passado, a janela de transferência de jogadores vindos de clubes internacionais deverá ser antecipada no Campeonato Brasileiro. Nesta segunda-feira, a Fifa autorizou a Confederação Brasileira de Futebol a fazer a alteração da data, previamente estipulada para o dia 3 de agosto, e a entidade deverá divulgar o novo prazo para a inscrição de atletas ainda hoje. 

A antecipação da janela de transferências era um pedido de alguns clubes brasileiros que contrataram recentemente reforços vindos do exterior. Com a confirmação da nova data, atletas como Alex, vindo do Spartak Moscou para o Corinthians, Juninho Pernambucano, ex-Al-Gharafa e atualmente reforço do Vasco, Gilberto Silva novo jogador gremista, contratado junto ao Parathinaikos, e Renato que chegou ao Botafogo vindo do Sevilla, poderão estrear no Brasileiro ainda no primeiro turno - a expectativa é que a nova data escolhida pela CBF seja 15 de junho.

Em 2010, a janela de transferências também sofreu alteração de data. O principal interessado à época, era o Internacional, que passou a contar com os reforços de Tinga, Rafael Sóbis e Renan já na semifinal da Libertadores da América.

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Como fazer seu blog e tornar-se um blogueiro

@TatianePires disponibilizou o material da oficina de “Administração e ferramentas para blogs” para visualização e download.

domingo, maio 29, 2011

I Encontro de Blogueiros e Mídias Sociais - Slides

Internet sob ataque: ameaças a democratização da democracia

Marcelo Branco disponibilizou para publicação no blog o material que ele irá apresentar em sua fala no #BlogProgRS: “Internet sob ataque: ameaças a democratização da democracia”.

Falcão mira ‘quebrar cultura’ e se estabelecer durante os jogos oficiais em uma cabine

Atual treinador do Inter acredita que visão é melhor e facilita compreensão dos acontecimentos, mas depende de tempo para execução

Equipe Universidade do Futebol

Durante mais de uma década, Paulo Roberto Falcão se acostumou a assistir aos jogos de futebol em estádios de futebol de uma cabine de transmissão. Geralmente localizado em um ponto elevado, em meio às cadeiras numeradas, aquele ambiente dava ao então comentarista da Rede Globo de Televisão uma visão mais ampla e estratégica do que se delineava em campo. Agora na função de treinador do Internacional, o ex-jogador pode adotar prática semelhante.

Nesta semana, Falcão revelou que pensa comandar sua equipe longe do gramado. Ele reitera que o projeto particular seria uma evolução para os técnicos, justamente pelo fato de que eles poderiam observar melhor movimentos táticos e ter um panorama mais aberto da suas equipes e do adversário. Mas há uma barreira histórico-cultural.

“Lá em cima se tem uma visão diferente. Uma visão mais ampla. Acho que as coisas no futuro se encaminhem para isso. Tem que quebrar uma cultura, quebrar a história de estar na beira do campo. Mas é que lá em cima se vê melhor o jogo”, opinou.

Tal iniciativa, entretanto, iria se consolidar mais à frente, visto que Falcão está há pouco tempo no comando do grupo principal colorado. A saída da beira do gramado, à frente do banco de reservas, pois, aconteceria em um contexto de maior compreensão do time com as ideias do ex-jogador.

“Talvez o treinador que grite e chute precise ficar ali [na beira do campo]. Mas lá em cima, se vê muito melhor jogo. Acho que seria um ganho para o futebol que os treinadores vissem o jogo com um ângulo de cima. É uma modificação que poderá acontecer”, completou Falcão.

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sexta-feira, maio 27, 2011

Gestão] Del Nero age para salvar Guarani e Portuguesa

Super globo O fim da confusão que envolveu os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro está muito próximo. A Rede Globo acertou com 18 dos clubes que integravam o Clube dos 13, que já admitiu publicamente que desistiu de enfrentar a emissora carioca, e Guarani e Portuguesa, últimos a negociar, estão praticamente acertados.

A dupla, na verdade, contou com o intermédio de Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF). O dirigente usou a própria influência política para aproximar a Globo dos paulistas. Ambos disputam a Série B e foram deixados por último nas negociações diretas entre canal e principais clubes do país.

A razão da intervenção do cartola está na fragilidade financeira de Guarani e Portuguesa. No ano passado, por exemplo, o primeiro registrou déficit de R$ 6,6 milhões, enquanto o segundo teve prejuízo um pouco maior, de R$ 6,9 milhões. Caso a venda dos direitos de imagem não acontecesse, ambos sofreriam colapso financeiro.

Os valores não foram divulgados, mas, segundo apurou a Máquina do Esporte, será criado um quarto "grupo" para encaixar a dupla. O modelo adotado pela Globo dividiu os clubes em três grupos. As quantias pagas aos membros de cada um deles cai 18% do primeiro para o segundo, e outros 31% do segundo para o terceiro.

Curiosamente, a atuação de Del Nero para garantir os acordos com Guarani e Portuguesa representa o segundo intermédio de terceiros para salvar defensores do Clube dos 13. O São Paulo, que assinou contrato com a Globo nesta semana, dependeu dos esforços do empresário Roberto Justus para que a venda fosse finalizada.

Vale lembrar que, no início do imbróglio, iniciado com a recusa do Corinthians em se submeter à comercialização efetuada pelo Clube dos 13, São Paulo, Atlético-PR e Atlético-MG se posicionaram a favor da entidade. Guarani e Portuguesa, com pouca força política, preferiram aguardar o desfecho para não se comprometer.

Assim que os acordos entre Globo e a dupla paulista forem formalizados, a emissora terá conseguido atrair todos os 20 integrantes do grupo. Fábio Koff, presidente da instituição, aguarda apenas que ele e Fernando Carvalho, ligado ao Internacional, deixem de ser avalistas.

RODRIGO CAPELO
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP

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quinta-feira, maio 26, 2011

Marketing: novos conceitos e as mesmas conversas

Você já deve ter escutado centenas de denominações de marketing. Inclusive, muito se fala que vivemos uma revolução na área. Mas será que essas transformações não são apenas repaginadas de algo que já vem sendo dito há décadas?

Por Fábio Bandeira de Mello, Revista Administradores

 

Pense rápido... O que é mais importante em uma estratégia de marketing para uma empresa?

 

Muito provavelmente você tenha dito os lucros, ou fazer clientes fiéis, talvez tenha pensado nos tradicionais 4Ps (Praça, Preço, Promoção e Produto), ou até mesmo em ser reconhecido pelos consumidores. Caso ainda não tenha reparado, todas essas opções citadas acima são fundamentais e visadas em qualquer campanha há décadas. O verdadeiro sucesso dessas ações está, justamente, em aliar o máximo delas para satisfazer as necessidades dos consumidores.

 

Só que a capacidade que os profissionais de marketing têm de inventar palavras novas para descrever antigos conceitos é crescente. A prova está na seção de livros de negócios encontrada em qualquer grande livraria. Marketing one to one, de relacionamento, viral, boca-a-boca, direto, de permissão, pessoal, Cauda Longa, 1.0, 2.0, 3.0, marketing de guerrilha e, sem dúvida, essa lista não para por aqui. Essas variações costumam aparecer em livros internacionais, escritos por uma infinidade de novos gurus, mas que, devidamente estudados, são muitas vezes repetições sobre o mesmo tema.

 

Para a professora de Marketing Nelci Moreira, da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), um exemplo desta constatação está nas escolas de marketing norte- americanas. "Um professor da Harvard Business School, obrigado a publicações acadêmicas para preencher sua cota, solicita como tarefa a seus alunos que visitem uma determinada empresa para elaborar um case. Posteriormente, publica um artigo sobre o assunto. Por aqui, professores passam a escrever novos artigos com base no publicado por Harvard, gerando aulas, citações dos cases e logo alguém na mídia se utiliza desses jargões. Daí, para fazer parte de novos livros fica faltando pouco. Rapidamente estas ideias se misturam e são geradas novas, prejudicando, inclusive a nossa publicação científica, que fica repleta de pseudo-pesquisas", assegura Nelci.

 

    Montagem sobre foto de James Steidl/iStockPhoto
   
       
    Não faltam teorias no marketing querendo reinventar a roda    

 

 

Aula na mercearia

 

O marketing de relacionamento é um desses exemplos que vem sendo apontado como a atual tendência do mercado. Mas essa está longe de ser uma prática realmente inovadora, muito pelo contrário, ela é tão antiga quanto o próprio comércio. Um exemplo disso é a mercearia do Seu Francisco, na cidade de Abaeté, no interior de Minas Gerais, que já está há três gerações com a família. Francisco nunca teve problema com freguesia, sabia o nome de todos os clientes e sempre que conseguia, batia um "dedinho de prosa" ou tomava um cafezinho com os frequentadores. Para os moradores próximos, a mercearia tornou-se essencial e, apesar de não ter a grande variedade de produtos e promoções dos supermercados, as compras do mês eram sempre feitas ali.

 

"A busca em atender a necessidade do consumidor sempre foi algo imperativo ao marketing. Não há nada de novo nisso. Quem atendesse melhor a necessidade dos consumidores teria mais clientes fiéis", explica o professor de Marketing da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Nicolau André.

 

De acordo com ele, "a grande diferença, no entanto, é que cada vez mais empresas estão entendendo que o consumidor não compra um produto apenas pela razão, mas pelo bom atendimento, atenção e, principalmente, por alcançar seu lado emocional". Dessa forma, grandes organizações estão aprendendo que atender como a mercearia do Seu Franciso pode fazer toda diferença.

 

Reclamações e virais sempre existiram

 

Eduardo Carvalho tinha 17 anos quando comprou sua primeira câmera fotográfica. A aquisição, porém, não foi uma de suas melhores experiências. Menos de um mês depois da compra, o aparelho parou de funcionar. Consequência disso foi ele comentar com seus amigos a contra-indicação daquela marca. Esses contatos se espalharam para outras pessoas, o que fez possíveis compradores desistirem do produto. O detalhe desse fato tão corriqueiro é que aconteceu no final da década de 70.

 

Muitas teorias de marketing recentes apontam que os consumidores de hoje são mais exigentes e, agora, fazem questão de falar isso em sites de relacionamento. Mas a questão é que as pessoas sempre reclamaram ou recomendaram produtos e serviços através dos tempos. "

 

"O boca-boca é a mais velha mídia do mundo. Apenas as redes sociais, ligadas na internet com conectividade, amplificaram e facilitaram o fenômeno desse relacionamento interpessoal", indica Renato Marchetti, professor do programa de doutorado em Administração da PUC-PR. Para ele, as novas plataformas originadas na convergência tecnológica permitiram ampliar a dimensão de velhos costumes.

 

A inovadora Cauda Longa do século 19

 

Imagine a possibilidade de comercializar milhares de produtos sem os clientes precisarem sair de casa. Ali teriam desde as mercadorias mais procuradas e desejadas, até aquelas que dificilmente estariam numa loja tradicional pela pouca demanda. A grande variedade de produtos e a não necessidade de vendedores em uma loja física se tornariam os impulsionadores desse comércio.

 

Não, não estamos falando do e-commerce e nem tão pouco da badalada Teoria da Cauda Longa que indicou essa linha de negócios com a internet. Trata-se de um catálogo que fez muito sucesso ainda no final do século 19. "No catálogo da Sears (Wish Book) havia cerca 200 mil itens com descrições e cerca de seis mil ilustrações. Era um tipo de compra postal que barateava o produto em mais de 50%, levando em consideração os custos de expedição", declara Nelci Moreira, da UNISUL.

 

Para a professora, a essência do modelo de comércio da Sears com a Amazon de hoje, por exemplo, é a mesma. "A grande mudança foi as novas plataformas, que substituíram o catálogo, primeiro pelo computador com a internet e, agora, com celular e tablets."

 

Nem Kotler escapa

 

Uma outra teoria que está sendo bastante comentada são os argumentos expostos no Marketing 3.0 de Philip Kotler, considerado uma das maiores autoridades mundiais do marketing. Ela vem influenciando a forma de as empresas se comportarem diante do consumidor. Mas, até o próprio 3.0 não se trata realmente de um novo formato do marketing, apontam estudiosos da área.

 

Alice Barreto, mestranda em Administração pela UFPB, acredita que Philip Kotler traz novos rótulos para antigas teorias. "Ele tem um papel relevante para estudantes em nível de graduação e gestores pelo acesso a um livro mais didático, com denominações mais entendíveis. No entanto, não se pode caracterizar de fato como evolução da área, em um contexto amplo de desenvolvimento de novos conceitos e teorias", salienta Alice. "Inclusive, o próprio Kotler já trabalhou essas definições de marketing social e marketing para sociedade em um livro da década de 70", complementa.

 

" A professora Nelci Moreira vai mais longe. Para ela, a questão é que Philip Kotler é um excelente produtor de manuais e transformar isso em novos jargões para o marketing foi uma forma de ganhar notoriedade. "Vamos esperar pelo Marketing 4.0 que será exigido pela aplicação da nanotecnologia e pelo marketing 5.0, uma possível exigência de mudanças radicais ocasionadas pela troca de ciências como suporte de velhos produtos", cogita.

 

Velhas ideias e novas inspirações

 

Professores da área são quase unânimes: tantas terminologias para rebatizar velhas ideias com cases mais atualizados são importantes para que novos interessados no assunto reinventem e adaptem ações de marketing. "Muitos livros recentes trazem uma leitura atualizada do que está acontecendo. Isso facilitar entender as ações atuais e ajuda a criar novos programas e abordagens", indica o professor Nicolau André, da FGV.

 

Para o professor Renato Marchetti, "o livro é um meio para difusão de conhecimento e as editoras sobrevivem de sua venda. Portanto, não há nenhum pecado nisto. Essas propostas representam fontes de inspiração. O importante é não se perder no meio de tantas ideias e novas perspectivas. O foco principal do marketing é o cliente, independente de como o chamamos".

 

Nesse sentido, nota-se que, apesar de tanto gurus e escritores do marketing atual não terem descoberto a pólvora, conseguiram deixá-la numa embalagem bem mais bonita. Isso é ruim? Claro que não! Empreendedores, estudantes e professores agradecem.

 

Então, o que há de novo?

 

O cenário corporativo precisa estar preparado. Por isso, as ações das empresas estão constantemente se adaptando para atender a nova era digital, as múltiplas plataformas e os recentes valores agregados das pessoas.

 

A sustentabilidade empurra as questões climáticas. A globalização dos mercados e a tecnologia acentuam a necessidade de uma revisão do marketing tradicional. Fala-se hoje em consumo consciente e discute-se com maior profundidade as questões do descarte de produtos, energia limpa e a presença de uma legislação cada vez mais rigorosa e atuante sobre os desvios da conduta ambiental.

 

De acordo com o professor Renato Marchetti, todas essas variáveis compõem o novo ambiente de marketing. "As empresas deverão se adaptar a este novo cenário como se adaptaram a outras rupturas do passado, como os processos de produção e distribuição em massa no inicio do século 20, a revolução nos meios de transporte e da comunicação."

 

Nesse sentido, apesar de poucas mudanças drásticas na essência do marketing, tudo se tornou mais intenso, veloz e responsável. O resultado disso? Simples. Olhar para o passado nunca se mostrou tão importante e relevante para a construção das ações do presente e futuro do marketing. 

 

 


Esta matéria foi publicada originalmente na revista Administradores nº 1. Confira acima outros destaques da edição

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quarta-feira, maio 25, 2011

Reflexões sobre o jeito de ser do brasileiro: em campo e fora dele

Estamos mergulhados em uma cultura de exclusão: da responsabilidade pessoal, do indivíduo, da cidadania, do auto-respeito, inclusive, que desmoraliza a todos nós quando nos escondemos de nós mesmos
Andrea Sebben

Faz alguns anos li um livro que muito me impressionou e tinha ligação direta com meu trabalho – chamava-se “Brasileiros Pocotó”. O livro, de Luciano Pires, era uma coletânea de artigos sobre a mediocridade que assola o Brasil em seus diferentes momentos.

O que isso tem a ver com o que faço? Sou psicóloga culturalista, cinco anos praticamente fora do Brasil, vivendo nas melhores universidades européias, ajudo hoje executivos expatriados - ou seja, estrangeiros que chegam ao Brasil ou brasileiros que vão ao exterior por tempo determinado, jogadores de futebol trasladados ao exterior e jovens que vão de intercâmbio. Muitas das empresas que atendemos (HSBC, EMBRAER, Nissan, Vivo, Nestlé, Banco do Brasil, Bosch) acreditam que nada é mais importante do que a pessoa entender de fato os povos que irão recebê-las. E eu falei entender, não conhecer.

Anderson, no Manchester

Muita gente acha que basta olhar a etiqueta, a gastronomia, a religião e falar bem um idioma - de preferência o inglês, não necessariamente o idioma dos nativos (o que por si só já justificaria uma grande gafe), que está apto para entrar no cenário global. Não está. Primeiro passo talvez seja mesmo conhecer o país, mas o mais difícil vem depois: compreender.

“Alguém aí pode me explicar o Brasil?”, dirá um estrangeiro desesperado mergulhado em seus dez primeiros minutos no caos que é o Aeroporto de Guarulhos, onde nós mesmos não nos entendemos. Me explicar, por favor, por que acontecem tantas barbaridades? Alguém pode explicar a um estrangeiro nossa facilidade intrínseca de colocar a responsabilidade no outro e, portanto, nunca responsabilizar-se por nada nem por ninguém? Vocês acham que estou exagerando?

Quantas vezes na sua vida você já esteve envolvido em infindáveis telefonemas para os 0800 de telefonia móvel, de internet, de redes de televisão, de clínicas médicas, de órgãos do governo e ouviu: “Senhor, me desculpe, mas não podemos fazer nada?”. Ou ainda: “Desculpe, senhor, políticas da empresa (quer dizer, não podemos fazer nada novamente.)”. Ou quem sabe o: “Senhor, mil desculpas, o sistema não permite (idem ibidem)”... Isso quando a ligação não cai depois de quarenta e dois minutos...

Ah, Brasil... Meu papel, como psicóloga culturalista, é explicar, aprofundar na complexidade do pensamento de cada povo – por que pensa dessa maneira, por que decide de outra, por que comunica numa outra esfera ainda. Mas fazer isso no papel de brasileira para mim é, às vezes, motivo de vergonha.

Robinho, no Milan

Alguns povos lidam com seu ambiente de uma forma irresponsável, ou seja, por ele não tenho gerência alguma. Talvez seja uma questão de sorte, talvez de azar, talvez seja tudo culpa do governo mesmo, ou de Deus (que quis assim). Mas e eu? Ah, eu? Eu não conto nada... Afinal, de que adianta reclamar? Vai mudar? Não vai mesmo... E assim entramos (todos) no infindável ciclo Pocotó que meu colega tanto comenta.

Ao ausentar-me da responsabilidade, naturalmente o segundo passo é procurar o culpado: e assim o fazemos com Deus, com o trânsito, com a filha doente, com o governo, com o fornecedor, com o cliente ou com um ente querido de que muito gostamos de evocar: “a gente”.

Sempre brinco com meus clientes: “a gente quem? Tu e teu guia espiritual? Tu e teu amigo imaginário? Quem é a gente?”.

Como todos sabem, a língua portuguesa nos autoriza a ter seis pronomes pessoais e o brasileiro, com sua infinita criatividade, criou um sétimo: a gente.

“A gente” é uma excelente expressão para eximir-se da responsabilidade. Ela não apenas ilude o interlocutor dando a ideia de que "estou incluído nisso", mas ainda melhor ela pulveriza o sujeito, esconde ele, mascara num grupo secreto. Será "a gente" um grupo religioso sectarista ortodoxo que trabalha num porão escuro às expensas do pobre brasileiro que queria responsabilizar-se, mas "a gente" proíbe?

Quem disse para fazer isso? A gente.

Quem não quis mandar o e-mail? A gente.

Quem se esqueceu do documento? A gente.

Quem decidiu ir embora mais cedo? A gente.

E como explicar para o estrangeiro o pronome "a gente"?

Sempre digo que “a gente” pode de fato ser um grupo, mas frequentemente é a própria pessoa que está falando. Mas, então, por que não usa o "eu"? Ah... porque "eu" não vou me expor dessa maneira. Será que "a gente" se dá conta disso?

A responsabilidade, portanto não é lá uma grande virtude em solo brasileiro. É confundida com exposição, com maturidade, com autoridade. Sabe lá (Deus) o que vão fazer se eu me pronunciar? Melhor mesmo é seguir escondidinho aqui.

E num país coletivista, onde o indivíduo vale tão pouco mesmo, acrescentado o fato de que somos jovens, imaturos, um grande adolescente em conflitos de crescimento, por que preocuparmo-nos com a responsabilidade? Ah, isso o tempo resolve...

E sem percebermos, cria-se a cultura da corrupção e da negligência. Corrompem-se as normas da boa conduta, da honestidade, da integridade, do olho no olho, do ser escutado e respeitado como cidadão e do que sei que posso contar com você. A propósito, alguém aí se sente realmente amparado a fim de poder contar com alguém nessas situações?

Vamos ao futebol.

Kaká, no Real

Como disse anteriormente, trabalho nas melhores empresas multinacionais deste país, fazendo o treinamento intercultural de presidentes, vice-presidentes, diretores e uma infinidade de pessoas altamente qualificadas que estarão se mudando para o exterior em breve a fim de cumprir suas missões profissionais. Em um público bem diferente deste, faço a mesma coisa com adolescentes entre 14 e 20 e poucos anos que vão para o exterior estudar. E no meio do caminho, tenho um público muito especial, que é a fusão de ambos: o jogador de futebol.

Este, similar ao executivo, irá para o exterior com uma sobrecarga de tarefas e responsabilidades que, todos sabemos, é tão grande quanto, ou senão maior, da que o profissional brasileiro da empresa americana que acaba de assumir a presidência na Coréia do Sul. Ou seja, só desafios pela frente, de toda ordem.

Na mesma linha, salários altíssimos e pressões ainda mais para fazer o gol de placa que todos esperam. Concordam? Soma-se a isso o fato de que assim como o executivo, o jogador poderá levar junto sua esposa e seus filhos – um capítulo ainda mais complexo da novela migratória, que, neste caso, começa a assumir contornos diferentes do esperado.

Quando comecei a ofertar nosso trabalho junto aos jogadores e suas famílias – todos eles então sobrecarregados de esperança e pouco municiados em ferramentas sócio-cognitivas (até pela pouca idade ou pela absoluta falta de experiência com culturas estrangeiras) – o resultado natural da oferta, em meu ponto de vista e daqueles com quem conversava, era de que todos os envolvidos, fossem eles os clubes ou os empresários, se deleitariam com a possibilidade de mais qualificação e suporte num momento tão importante de suas vidas. Correto?

Infelizmente não. Começam os telefonemas para os clubes brasileiros, cuja telefonista nos passa para a assistente social, que por sua vez nunca está presente e menos ainda retorna nossas chamadas. A cada tentativa, a resposta: “Não sei, senhora, quando ela vai estar. Quer deixar recado?”. E na ciência de que o recado não seria eficiente, pergunta-se: “E como posso fazer para encontrá-la, então?”. A resposta é sempre fatídica: “A gente não tem como prever...”.

Previsões à parte, algumas poucas vezes os telefonemas são atendidos, e não mais que meia dúzia de vezes somos jogadas entre a assistente social e a psicóloga, cujas respostas harmoniosas são: “A gente já faz isso que você está oferecendo”. “Mas a gente quem? Você ou a psicóloga?”, pergunto. “Nós duas...”. E partíamos dali com a certeza de que nem uma, nem a outra, haviam entendido sequer o que fazíamos.

E finalmente, os empresários, também sócios ativos da “Sociedade Secreta A Gente”, cujas respostas são: “A gente até queria que o jogador fizesse este tipo de trabalho, mas ele não quis...”. “E podemos falar com ele?”. “Olha, isso a gente não pode fazer... É complicado falar com ele”.

“Quando podemos encontrar com Sr. Fulano?”. “Ah, isso é bem difícil... a gente nunca sabe por onde ele anda...”. E talvez uns sete ou dez meses de telefonemas tentado encontrá-lo para que as respostas sejam: “Acho muito importante esse trabalho, mas sabe como é o futebol, né? A gente quer profissionalizar, quer mudar as coisas... mas é difícil. Um dia a gente chega lá...”.

E termino minha reflexão me perguntando com uma desesperada curiosidade: quem é o futebol? Quem faz esse grupo secreto, inatingível, cujos objetivos todos são truncados pela “gente”?

Quem se responsabiliza pela mudança? Pelo bem estar do jogador? Pela competência intercultural dele, de sua família? Pela sua qualificação como profissional e como ser humano que o Treinamento Intercultural propõe?

"Não sei, senhora, não sou eu quem cuida disso", ouvimos. “Quem cuida, então (uma vez que eu estava falando com todos os envolvidos no tema)?”. “Não sei, senhora”. “Mas quem se responsabiliza?”. “Também não sei, senhora”.

Bem, eu também não sei.

Mas sei que estamos mergulhados numa cultura de exclusão: a exclusão da responsabilidade pessoal, a exclusão do indivíduo, a exclusão da cidadania, a exclusão do auto-respeito, inclusive, que desmoraliza a todos nós quando nos escondemos de nós mesmos. Hoje “a gente” se misturou uns aos outros, a palavra do indivíduo pouco vale, o pensamento individual foi banido, a responsabilidade mais ainda, e tudo, tudo, pulverizamos entre "a gente" mesmo. Que talvez um dia acabe decidindo por dar mais atenção à competência intercultural de nossos jogadores.

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Em comemoração aos seus 10 anos, IBDD realiza congresso nacional e debate nova Lei Pelé, Copa e Jogos

Evento de uma das instituições mais importantes do Direito Desportivo ocorre nos dias 10 e 11 de junho, no Museu do Futebol

Equipe Universidade do Futebol

Associação sem fins econômicos, apolítica, e desvinculada de qualquer clube ou faculdade, o IBDD (Instituto Brasileiro de Direito Desportivo) comemora em 2011 uma década de fundação. Para festejar o período em que estabeleceu um espaço de debate e desenvolvimento de estudos ligados especificamente a essa área, a direção realiza um congresso nacional.

Nos próximos dias 10 e 11 de junho, no Museu do Futebol, em São Paulo, diversos profissionais, advogados e representantes de entidades esportivas promoverão um encontro para abordar aspectos ligados à organização da Copa do Mundo de 2014, dos Jogos Olímpicos de 2016 e das mudanças na conhecida Lei Pelé.

A programação destaca a abertura do quadro com Guilherme Augusto Caputo Bastos, Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, e Luiz Felipe Santoro, que preside o IBDD. O primeiro painel tratará da formação de atletas; na sequência, o contrato de trabalho do atleta profissional, bem como os direitos federativos e direitos econômicos terá como expositor o advogado especialista, Carlos Ambiel, além de Gustavo Koch Pinheiro, advogado do Grêmio.

O primeiro dia se encerra com uma análise dos direitos de imagem, de Arena e a transmissão de eventos esportivos. Felipe Ezabella, mestre e doutor pela USP, estará acompanhado por Carlos Miguel Aidar, advogado especialista e ex-presidente do São Paulo e do Clube dos 13, Gustavo Vieira de Oliveira, vice-presidente do IBDD.

No sábado (11/06), a partir das 10h, haverá uma mesa redonda sobre o Mundial e os Jogos, com os debatedores Wladimyr Camargos, consultor jurídico do Ministério do Esporte, Bruno Lewicki, advogado do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo 2014, Ana Luiza Pinheiro, ex-diretora do Comitê Organizador para os Jogos Olímpicos Rio 2016, sob a mediação de Luiz Roberto Martins Castro e Luiz Otávio Ferreira, ambos representantes do IBDD.

A confraternização se encerra com uma feijoada no Bar do Torcedor, espaço anexo ao próprio Museu do Futebol.

10 e 11 de junho 
Congresso Nacional - IBDD 10 Anos 

Programação

10/06 (sexta-feira)

10h – 11h – Abertura

Ministério do Esporte 
Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo 
Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação (SP) 

Guilherme Augusto Caputo Bastos – Ministro do Tribunal Superior do Trabalho 

Luiz Felipe Santoro – Presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo


11h – 12h30 – Painel Formação de Atletas

Expositor: Luiz Felipe Santoro – presidente IBDD 
Debatedor: Cristiano Caús – advogado especialista 
Presidente da Mesa: Gustavo Delbin – diretor IBDD

12h30 – 14h - Almoço

14h – 15h30 – Painel Contrato de Trabalho do Atleta Profissional, Direitos Federativos e Direitos Econômicos

Expositor: Carlos Ambiel – advogado especialista 
Debatedor: Gustavo Koch Pinheiro - advogado Grêmio Porto Alegre 
Presidente da Mesa: Edson Sesma – diretor IBDD

15h30 – 16h – Coffee Break

16h – 17h30 – Painel Direito de Imagem, Direito de Arena e a Transmissão dos Eventos Esportivos

Expositor: Felipe Ezabella – mestre e doutor USP 
Debatedor: Carlos Miguel Aidar - advogado especialista 
Presidente da Mesa: Gustavo Vieira de Oliveira – vice-presidente IBDD


11/06 (sábado)

10h-13h – Mesa Redonda Copa do Mundo 2014 / Jogos Olímpicos 2016

Debatedores: 

Wladimyr Camargos – consultor jurídico Ministério do Esporte 
Bruno Lewicki – adv Comitê Organizador Local da Copa do Mundo 2014 
Ana Luiza Pinheiro – ex-diretora Comitê Organizador Jogos Olímpicos Rio 2016 

Mediadores: Luiz Roberto Martins Castro e Luiz Otávio Ferreira - IBDD

13h em diante – Feijoada de Confraternização IBDD 10 anos 

Bar do Torcedor – anexo ao Museu do Futebol (Estádio do Pacaembu, São Paulo) 

Por adesão
Investimento 

Associados e estudantes: R$50,00
Não associado R$100,00
Até 03/06

Associados e estudantes: R$75,00
Não associado R$150,00 
Após 03/06 

Contato: secretaria@ibdd.com.br / tel: (11) 5539-4729


Local: Auditório Armando Nogueira - Museu do Futebol - estádio do Pacaembu, São Paulo/SP
Para maiores informações, visite o website do evento: http://www.ibdd.com.br/v2/index.asp?p=12&id_conteudo=56

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