Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, dezembro 26, 2013

O futebol, alegria do povo, já não é mais popular

A prática de arrendamento de estádios municipais está provocando o aumento dos ingressos e regras de comportamento do torcedor

Roberto Amado*

O futebol no Rio de Janeiro nunca mais será o mesmo — e o modelo pode predominar no resto do país. De carona no "padrão Fifa de qualidade", o Maracanã, o único estádio do Estado capaz de abrigar grandes públicos, foi reformado, arrendado e agora está subjugado a novas regras de negócio e comportamento. A elitização é inevitável.

Depois da reforma para a Copa do Mundo, em que foram gastos mais de 1 bilhão de reais, o Maracanã foi arrendado pelo consórcio Complexo Maracanã Entretenimento S.A, formado pela Odebrecht, IMX e AEG, por 35 anos. Durante esse prazo o consórcio terá que pagar 5,5 milhões de reais por ano e investir 594 milhões em obras no entorno — e pretende faturar, líquido, mais de 1 bilhão.

Mas tem direito a estabelecer as regras de uso. Assim, o consórcio acaba de fechar um negócio com o Fluminense, que deverá mandar seus jogos no estádio pelos próximos 35 anos. 

Segundo o acordo, o clube não terá que pagar "nada", mas só poderá faturar com a venda de 43 mil ingressos, correspondentes a 56% da capacidade no Maracanã. São os piores lugares. Os melhores e que dão mais lucros, como os camarotes vendidos a empresas, são do consórcio — e a empresa já estabeleceu que o preço mínimo dos ingressos será de 100 reais. 

Mais do que isso, vai divulgar, em breve, um Termo de Ajuste de Conduta, estabelecendo regras para a torcida que frequentar o estádio. Nelas, estão previstas a proibição de instrumentos musicais e o hábito carioca de assistir aos jogos sem camisa — além de limitar o tamanho das bandeiras. O consórcio quer cobrar caro e só ter "gente fina" no estádio.

O negócio não agradou ao Flamengo que, sem estádio, vai perambular pelo Brasil afora para mandar seus jogos no campeonato brasileiro. Principalmente em Brasília, no estádio Mané Garrincha, cujo consórcio gestor (formado pela Andrade Gutierrez e Via Engenharia) oferece condições melhores nas negociações. Estão, na verdade, caçando times para jogar no estádio que foi construído para a Copa do Mundo e que promete ficar às moscas. 

O Botafogo deverá fazer um acordo de curta duração porque pretende mandar seus jogos no Engenhão, depois que for reformado.

O arrendamento dos estádios municipais é uma realidade aparentemente inevitável — e com ele a elitização definitiva. Há ainda resistências, mas baseadas exclusivamente nas condições das negociações. 

O Atlético Mineiro, por exemplo, recusa-se a jogar no Mineirão, arrendado pelo Consórcio Minas Arena S.A. (Construcap, Egesa e Hap) porque concluiu que irá "sustentar a empresa gestora", segundo seu presidente Alexandre Kalil. 

O Cruzeiro fechou negócio com o consórcio, mas já está em vias de quebrar o contrato por ter concluído que só poderá ter lucro a partir de 10 mil pagantes por jogo. 

Uma realidade muito diferente do passado, quando os clubes pagavam taxas de uso dos estádio municipais referentes apenas aos custos, sem precisar gerar lucros para empresas gestoras. 

O Maracanã, por exemplo, cobrava de 20 a 40 mil reais por jogo, dependendo da importância do evento. A privatização dos negócios do estádio leva a uma majoração nos preços dos ingressos e, em consequência, à necessidade de oferecer confortos a um público mais exigente. 

Em outras palavras, uma "europisação" do futebol.

"Os consórcios olham para uma operação europeia que ainda não chegou.Impor o padrão Fifa inviabiliza o futebol no Brasil", diz o diretor-executivo do Botafogo.

*Roberto Amado é jornalista e editor do site Poucas Palavras 
http://robertoamado.com.br/

Tags: administração , clube de futebol , indústria do futebol , estádios , arena , copa do mundo , brasil 2014

quarta-feira, dezembro 25, 2013

Papai Noel espanhol

Bayern deu uma aula de comunicação ao contratar Guardiola. Guardiola tem dado aulas de comunicação ao transformar o estilo e a postura do Bayern

Guilherme Costa / Universidade do Futebol

Guardiola

Thiago Alcântara é filho de brasileiro, mas nasceu na Itália e defende a seleção da Espanha, país em que se formou como jogador de futebol. Defende atualmente um time alemão, o Bayern de Munique, que conquistou no último sábado, no Marrocos, o título mundial de clubes da Fifa. Primogênito de Mazinho, campeão da Copa de 1994, o camisa 6 é um resumo da globalização do futebol atual. Mas também é uma aula constante de vários conceitos que nós discutimos por aqui durante o ano.

Contratado para esta temporada, Thiago Alcântara fez um movimento curioso. Deixou o Barcelona, time em que era uma das maiores apostas para o futuro. Deixou um ambiente que ele conhecia e dominava desde as categorias de base. Deixou uma torcida afeiçoada ao estilo de jogo dele.

A adição de Thiago ao elenco do Bayern de Munique, que havia conquistado na temporada anterior a Copa da Alemanha, o Campeonato Alemão e a Liga dos Campeões da Uefa, foi um pedido de Pep Guardiola, espanhol que assumiu o time exatamente depois da tríplice coroa.

Assim como Thiago, Guardiola é egresso do Barcelona. Ambos foram formados de acordo com a filosofia de jogo do time catalão. Ambos veem futebol como o time espanhol os acostumou a enxergar.

O Bayern não contratou Guardiola apenas para ter sucesso esportivo. Para isso, seria mais simples manter o time vencedor, veloz e mortal da temporada passada. A equipe alemã percorria caminhos mais curtos para as vitórias.

A contratação de Guardiola tem a ver com a mensagem que o Bayern de Munique quer transmitir. Mais do que vencer, o time alemão assumiu o desafio de assimilar a filosofia do treinador: controle do jogo, domínio da bola e encantamento produzido pelo coletivo.

O Bayern de Munique não se tornou no Marrocos o melhor time do mundo. Os alemães são os melhores do mundo desde o término da temporada passada.

Aí começam a entrar alguns conceitos fundamentais de comunicação. Em primeiro lugar, a visão da diretoria da equipe alemã: o Bayern não se acomodou e não se contentou com o êxito. A cúpula quis construir um time que transmitisse mensagens e que produzisse um impacto em quem vê. Hoje em dia, é impossível passar incólume por um jogo dos bávaros.

Outro ponto é a postura de Guardiola. O treinador foi questionado no início, até mesmo por jogadores. Bastian Schweinsteiger chegou a dizer que não sabia em que posição ele atuava.

Guardiola montou um Bayern que joga no 4-1-4-1 na maior parte do tempo, mas que tem liberdade. E é extremamente complicado convencer um jogador de futebol a aproveitar a liberdade.

Num esporte mecanizado, moldado desde cedo por conceitos tecnicistas, jogadores não costumam pensar. Resolvem problemas, mas fazem isso de forma empírica. Improvisam, mas fazem isso por pura necessidade.

O Bayern de Guardiola subverte isso. É um time que controla a bola, que usa uma movimentação intensa e que oferece liberdade para os jogadores. São conceitos simples, mas extremamente raros.

Guardiola merece um elogio a mais. O treinador pode não vencer nada, mas em momento algum abriu mão de suas convicções. Montou o Bayern com características que ele havia impingido ao Barcelona. O time alemão lidera com folga a Bundesliga e se classificou com facilidade para a fase decisiva da Liga dos Campeões da Uefa.

Aqui é fundamental uma lembrança: um treinador novato, que tinha apenas uma experiência na profissão, precisou convencer a equipe que tinha vencido tudo na temporada anterior a mudar tudo. Ele precisou mostrar a um grupo inteiro que vencer não era tudo.

O Bayern deu uma aula de comunicação ao contratar Guardiola. Guardiola tem dado aulas de comunicação ao transformar o estilo e a postura do Bayern.

E onde entra o meio-campista Thiago Alcântara nessa discussão?

Thiago simboliza o que Guardiola pensa de futebol. É um jogador refinado, que toca a bola sem pressa e que tem autossuficiência. Ele sabe o quanto domina o jogo, o que o ajuda a ousar em passes e finalizações.

É difícil dizer a posição de Thiago Alcântara. Ele não é um volante, tampouco um meia. É um armador, mas um armador que atua sempre de frente para o jogo.

No Brasil, Thiago provavelmente teria de escolher entre as duas opções. Teria de se acostumar a jogar de costas para o gol, protegendo a bola até o time se movimentar, como fazem os meias. Ou então marcar, fechar espaços nas laterais e reduzir as investidas ao ataque, como fazem os volantes.

Ele não escolheu nenhuma das coisas. Escolheu ser um armador que percorre a zona intermediária do campo, assim como Xavi. Dono do passe mais perfeito do futebol mundial há muitos anos, o espanhol é subvalorizado porque não é um goleador ou um definidor de lances. Mas ele é a principal razão de o Barcelona e a seleção espanhola terem o perfil que têm.

A visão de futebol de Thiago é moderna e extremamente alinhada ao que Guardiola preconiza.

Aí está mais uma lição de comunicação do Bayern: o time tem objetivos claros, que são construídos por pessoas que estão alinhadas a essas estratégias.

Repito: o time alemão pode não vencer tanto quanto o anterior. Futebol, afinal, é um jogo.

Independentemente disso, porém, o Bayern já atingiu feitos nesta temporada. Na comunicação, principalmente.

Tags: Pep Guardiola , bayern de munique , comunicação , gestão de futebol , planejamento estratégico

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segunda-feira, dezembro 16, 2013

Extra] As lições do filme “Intocáveis” para a sua carreira

A comédia que alcançou cerca de 30 milhões de espectadores mostra os contrastes, muitas vezes politicamente incorretos, entre um milionário branco, rico e tetraplégico e um cuidador negro, pobre e ex-presidiário

Pedro Henrique

 

Além de ser um forte candidato ao Oscar, “Intocáveis” é o filme francês mais visto até hoje, quebrando recordes de bilheteria em diversos países. Tanto sucesso não é por acaso. De forma divertida, ele conta a história de um milionário francês que, tetraplégico, passa a ser ajudado por um ex-presidiário sem experiência ou mesmo interesse pelo emprego de cuidador.

Do encontro surge uma comédia com a sensibilidade típica dos filmes franceses e a inteligência de tratar a natureza humana através de uma perspectiva leve e bem humorada. No caso, a combinação das realidades – e marginalidades – opostas, como observada na relação entre os protagonistas, faz brotar questões pertinentes e carregadas de lições valiosas aos negócios, à carreira e principalmente à forma de conduzir a própria vida. Alguns desses ensinamentos seguem adiante.

As frustrações podem ser uma matéria prima para as realizações

A noção de viver para evitar os fracassos e as frustrações chega a ser um axioma do pensamento ocidental. Talvez o princípio de “nunca perder” seja a fórmula objetiva que construímos para atingir aquilo que entendemos como sendo a felicidade, mas que na prática não se justifica. As perdas sofridas pelos personagens lhes abriram portas: deram origem a um novo caminho, repleto de oportunidades para a realização pessoal.

Ao se perceber dependente de outras pessoas, Philippe, o milionário, é obrigado a abandonar sua arrogância característica em prol da construção de relações sinceras, fazendo delas um bom motivo para continuar vivendo, ou talvez o grande motivo para viver. Enquanto seu assistente, Driss, expulso de casa e excluído da sociedade, se depara com a chance de ser verdadeiramente útil e crescer como indivíduo ao cuidar do patrão tetraplégico. Depende de você encontrar o que as crises têm a oferecer.

As realizações pessoais estão em expressar os seus talentos

O espaço de tempo entre o nascimento e a morte de um indivíduo é essencialmente uma oportunidade a ser aproveitada. Por outro lado, a dúvida sobre como aproveitá-lo é uma característica própria do ser humano, cuja resposta reside no sentimento de estabelecer e alcançar objetivos relevantes, de acordo com as suas próprias vontades e habilidades. Ou visto de outra forma, a realização pessoal, que é a sensação de ter aproveitado a vida da forma certa, surge quando os seus talentos são empregados no exercício de algo significativo para os demais.

Você decide o que é importante e isso faz toda a diferença

Quanto você pagaria por um quadro branco manchado de vermelho, desses que qualquer criança pode pintar acidentalmente? Apesar de brincar com o valor que atingem algumas obras de arte, a pergunta feita no filme nos leva a pensar sobre a importância que damos às coisas, os esforços que fazemos por elas e o preço que pagamos para obtê-las.

No fim das contas, é uma questão de saber se os nossos objetivos realmente valem o sacrifício ou se precisamos encontrar outros, mais dispostos a contribuir com a realização pessoal de cada um.

Pedro Henrique Souza é aficionado por aikido e acha que a filosofia alemã deveria ser material de escritório. Fundou a consultoria Hëd River e fundamentou a ciência do stakeholding. @phsouza_

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quinta-feira, dezembro 12, 2013

Extra] Nelson Mandela: um santo laico!

A verdadeira eloquência da gratidão é o silêncio

Manuel Sérgio / Universidade do Futebol

“Um homem que passa 27 anos, privado de liberdade, não enche a alma de ódio contra os seus captores? Um homem que é sujeito a sevícias e privações, durante décadas, não deixa morrer a sua crença, no ser humano? Um homem, roubado na sua vida, em mais de um quarto de século, não desiste de se bater pelos seus luminosos ideais?”. 

Às interrogações do jornalista português Nicolau Santos, eu respondo: o homem superior não odeia, não tem nos seus lábios acusações, impropérios, mas antes as palavras de Jesus Cristo, no madeiro da cruz: “Pai, perdoa-lhes que eles não sabem o que fazem!”. 


Para mim, o homem superior, entre todos os seus pares, é o santo – o santo, como Nelson Mandela (1918-2013). Se eu fosse Papa (perdoem-me a ousadia) passava por cima da pesada burocracia do Vaticano e canonizava o antigo presidente da África do Sul, que deixou uma palavra de perdão aos seus carrascos e, no exercício das suas funções governativas, assumiu uma política inspirada, não apenas nos legítimos interesses da sua Pátria, mas principalmente no culto dos grandes valores da humanidade. 

A herança de Mandela ilumina o mundo todo. Depois da prisão, convidou o carcereiro que o vigiava, que o obrigava a trabalhos forçados, a partir pedra, a dormir em cela húmida onde contraiu tuberculose pulmonar – depois da prisão, convidou o carcereiro a visitá-lo em sua casa, onde lhe serviu um chá e lhe repetiu que não tinha por ele o mínimo ressentimento, um pouco que fosse de ódio. 

Como presidente da República, vestiu o equipamento da seleção sul-africana de râguebi, a seleção que os “brancos” preferiam, para dizer, sem o dizer que, na Pátria que com ele nascia, brancos, pretos e mestiços tinham a mesma cor. Byron Hove, presidente da Cruz Vermelha do Zimbabwe, foi preso, durante poucos dias tão-só, pelo governo racista da Rodésia. 

Em diálogo com Mandela, confessou-lhe sentir ainda ódio pelos racistas que o prenderam. Mandela sorriu e acrescentou: “Se somos diferentes dos que nos perseguiram, não podemos odiar” E continuou: “Quem odeia gasta muita energia que é bem necessária às lutas que ainda temos de travar”. 

Mandela foi libertado em 11 de Fevereiro de 1990. Embora sendo um advogado, Mandela não tinha a violência tribunícia dos ditadores, nem a a verborreia mentirosa dos sofistas - mas era um orador assombroso porque as suas palavras ressaltavam nítidas de uma vida inteiramente subordinada àqueles valores sem os quais impossível se torna viver humanamente. 

Na vida, o que mais conta não é o fulgor das palavras, mas o mérito das obras. Acima da beleza da oratória, está o interesse da humanidade. Nas Teses sobre Feuerbach, de 1845, Marx afirmou: “os filósofos apenas têm interpretado o mundo de diversas maneiras. Mas trata-se de o transformar”. 

É verdade, foi Lenine a dizê-lo, que “sem teoria revolucionária, não há movimento revolucionário”. Mas o lugar da teoria é subalterno, em relação à prática. Só a prática transforma! 

Não se resolvem os problemas sociais unicamente com belos discursos. Indispensável se torna, sobre o mais, uma luta implacável contra o racismo, o colonialismo, o fascismo (de todos os matizes). E que desta luta nasça a igualdade, a solidariedade, a justiça social... para todos! 

Nelson Mandela, lutador sublime dos mais puros ideais que fazem honra à humanidade, há poucos dias que te extinguiste, mas o teu exemplo permanece. És um santo laico, ou seja, já és santo, mesmo antes de a Igreja Católica te canonizar. 

Com mais políticos, como tu, o mundo seria inevitavelmente outro, o desporto seria inevitavelmente outro. És um santo em que eu acredito, um santo daquela santidade onde há coragem e luta e solidariedade e amor e não só missas e rezas de terços e a prudência dos cobardes. Foste um tipo humano de incomparável dignidade. 

Obrigado, Nelson Mandela! Mais teria a dizer? Muitíssimo mais! Mas as palavras são pálidas para exprimir os grandes sentimentos. A verdadeira eloquência da gratidão é o silêncio.

*Antigo professor do Instituto Superior de Educação Física (ISEF) e um dos principais pensadores lusos, Manuel Sérgio é licenciado em Filosofia pela Universidade Clássica de Lisboa, Doutor e Professor Agregado, em Motricidade Humana, pela Universidade Técnica de Lisboa.

Notabilizou-se como ensaísta do fenômeno desportivo e filósofo da motricidade. É reitor do Instituto Superior de Estudos Interdisciplinares e Transdisciplinares do Instituto Piaget (Campus de Almada), e tem publicado inúmeros textos de reflexão filosófica e de poesia.

Esse texto foi mantido em seu formato original, escrito na língua portuguesa, de Portugal.

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quarta-feira, dezembro 11, 2013

"Movimento" dá carro a sócios de Flamengo e Cruzeiro

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP
O Movimento por um Futebol Melhor, idealizado pela Ambev, concedeu no último final de semana o maior benefício aos torcedores cadastrados nos programas de sócio-torcedor dos principais clubes do país. Um torcedor do Flamengo e outro do Cruzeiro foram agraciados com um carro 0km da Peugeot, empresa que não é participante do programa, mas que patrocina o clube carioca. 

Os prêmios foram concedidos a um sócio-torcedor flamenguista do Amazonas e a outro cruzeirense do Acre. A entrega foi feita ao término do jogo entre as duas equipes, no último sábado. De acordo com a Ambev, a escolha das duas equipes foi motivada pelo desempenho de ambas no projeto de angariar novos sócios-torcedores.

 

Na soma, os dois clubes somaram mais de 100 mil novos associados. O Flamengo, desde março, superou a marca de 60 mil associados. Já o Cruzeiro saltou de 7 mil para mais de 46 mil, segundo os dados atualizados do Torcedômetro.

 

O "mimo" do carro é mais uma forma de incentivar o torcedor a se associar ao clube. Como a premiação foi dada para pessoas que não são da mesma cidade do time de futebol, também se consegue passar a ideia de que o plano ajuda também a torcedores de outros estados.
 
"O Flamengo levou à final da Copa do Brasil sócios-torcedores de todos os estados do país. Uma prova de que não é uma paixão regional, mas nacional. O Flamengo é dos rubro-negros, para os rubros-negros, não importa o lugar", disse o presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello.
Para o gestor de marketing do Cruzeiro, Marcone Barbosa, a ação reforça a necessidade de o torcedor se cadastrar independentemente de onde esteja.
 
"Essa é uma prova que o sócio do futebol do Cruzeiro não precisa estar próximo geograficamente do clube para ter benefícios. O mais importante nesta relação é o amor incondicional que ele tem pelo Cruzeiro e como o Cruzeiro reconhece essa paixão. Para a próxima temporada esperamos ter mais torcedores como o Getúlio Teixeira, que além de ajudar o clube recebeu benefícios durante todo o ano", diz o diretor de marketing do Cruzeiro, Marcone Barbosa.
 
Com projeto de reunir mais de 3 milhões de torcedores, o "Movimento" já conseguiu mais de 650 mil associados no primeiro ano de ações efetivas para o crescimento desses projetos.
 
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quarta-feira, dezembro 04, 2013

FC Bayern quebra récorde de receitas em 2012/13

Fernando Martinho

 

Com solidez esportiva desta vez, Bayern aumenta seu faturamento

Diretoria do Bayern posa com tríplice coroa (Foto: FCBayern.de)

Diferentemente da temporada 2011/12, quando o Bayern teve aumento de seu faturamento, mas não levantou nenhum troféu, na última temporada, os Bávaros impactaram o mundo, conquistando pela primeira vez a tríplice coroa. Os resultados esportivos impactam diretamente no crescimento econômico. Só da UEFA, o Bayern recebeu € 55 milhões em prêmios pela participação e conquista da Champions League.

O FC Bayern AG, empresa que controla o FC Bayern e a Allianz Arena teve um faturamento global de € 432,8 milhões. Esse resultado permitiu que o grupo fechasse com € 14 milhões de lucros. É o 21.o ano que o Bayern fecha com lucros. Os alemães ficaram em quarto no relatório Deloitte Football Money League 2013. Em 2014, o relatório deve colocar o Bayern em terceiro, se a Deloitte levar em consideração o resultado do grupo FC Bayern AG. Na temporada 2012/13 o Manchester United apresentou um faturamento de € 417,7 milhões.

Evolução Financeira FC Bayern AG 2004-2013

Logo após a conquista da UEFA Champions League, o clube alemão foi considerado a marca mais valiosa do mundo pela Brand Finance, valiada em US$ 860 milhões.

A temporada de sucesso alavancou um outro récorde. O clube atingiu 223.985 sócios.

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A presença digital das marcas no futebol brasileiro em 2013

Por 

 

As marcas que dominam o futebol brasileiro

Patrocinadores-Futebol-Brasileiro-2013

O facebook se consolidou como grande ferramenta de relacionamento entre clubes, marcas e torcedores. A partir da base de fans de cada clube no facebook, pode ser calculado um market share social dos patrocinadores e fornecedores do futebol brasileiro. Os números refletem o potencial penetração das marcas nas redes sociais, através dos clubes que elas patrocinam. Se as plataformas digitais são bem utilizadas ou não, já é outra análise.

Fornecedores

Fornecedores-Facebook-Share-2013

Patrocinadores

Patrocinadores-Facebook-Share-2013

Muito além de mensurar somente o número de clubes patrocinados pela marca A ou B, com esse levantamento, pode ser visto o tamanho de ocupação no mercado brasileiro de futebol. Levou-se em consideração os clubes da Série A, e os principais e mais populares das Séries B, C e D:

Brasileirão Facebook Market Share 2013

Clube Mil Fans Fornecedor Share Clube Mil Fans Patrocinador Share
Atlético PR 125 Umbro 0.80% Grêmio 289 Banrisul 1.56%
Remo 23 Internacional 426
Grêmio 289 Topper 1.56% Cruzeiro 887 BMG 7.31%
Atlético GO 16 Super Bolla 0.09% Atlético MG 458
Botafogo 453 Puma 2.66% América MG 9
Goiás 16 Coritiba 71 Caixa 49.38%
Paysandu 23 Corinthians 4135
Ponte Preta 42 Pulse 0.23% Atlético PR 125
Vasco da Gama 1204 Penalty 19.74% Vasco da Gama 1204
Figueirense 46 Flamengo 3496
Vitoria 109 Figueirense 46
Náutico 33 Avaí 36
São Paulo 2104 Atlético GO 16
Santa Cruz 18 ASA 14
Ceará 141 Criciúma 32 Dotz 0.17%
Cruzeiro 887 Olympikus 4.79% Botafogo 453 Guaraviton 2.45%
Internacional 426 Nike 35.24% Ponte Preta 42 Hitachi 0.23%
Coritiba 71 Portuguesa 16 Irwin 0.09%
Corinthians 4135 Paraná 22 Madero 0.12%
Bahia 267 Vitoria 109 OAS 2.03%
Santos 1625 Bahia 267
Atlético MG 458 Lupo 2.57% Náutico 33 Philco 0.18%
América MG 9 São Paulo 2104 STI 11.36%
Portuguesa 16 Fluminense 574 Unimed 3.10%
Sport Recife 195 Lotto 1.05% Goiás 16 Nenhum 19.62%
Criciúma 32 Kanxa 0.29% Santos 1625
Paraná 22 Palmeiras 1521
Flamengo 3496 Adidas 30.20% Sport Recife 195
Fluminense 574 Joiville 24
Palmeiras 1521 Ceará 141
Avaí 36 Nenhum 0.75% América RN 38
ASA 14 ABC 27
Joiville 24 Paysandu 23
América RN 38 Remo 23
ABC 27 Santa Cruz 18
Total 18515 100% Total 18515 100%

A tabela acima mostra o domínio de Nike e Caixa. Entre os fornecedores, a Nike tem 32,24% com 5 clubes, em seguida aparece a Adidas com 30,2% e três clubes. A Penalty ficou em terceiro com 19,74% e sete clubes. Já os patrocinadores másters de camisa tem a Caixa como líder com quase metade de participação no mercado. O banco estatal tem 49,38% e patrocina nove clubes. Uma grande parcela do mercado não é patrocinada por nenhuma marca. Onze clubes populares não apresentaram nenhum patrocinador máster, totalizando 19,62% ocioso. A STI, que patrocina apenas o São Paulo, aparece em segundo lugar, com 11,3%. Já o banco BMG que estampa a sua marca nos três clubes mais populares de Minas Gerais, detém 7,31% do mercado.