Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, outubro 30, 2008

Para pensar, sem desistir jamais

Complexo de vira-latas

Antonio Afif

O inesquecível Nelson Rodrigues dizia (não exatamente com estas palavras) nos anos dourados que o Brasil havia conseguido superar o complexo de vira-latas com a conquista da Copa do Mundo de 1958, na Suécia. Pode até ser que isto de fato tenha ocorrido, mas creio que o efeito de tal "vacina" já deve estar com prazo de validade mais do que vencido.

Os dirigentes esportivos brasileiros pensam pequeno, têm medo de propor algo mais ousado, que fuja do arroz com feijão. Não sei como seria a construção ou reforma dos estádios do paí­s visando a Copa de 2014, pois a crise financeira global certamente deve ter atingido muitas empresas que poderiam investir no Brasil. Pelo jeito os recursos terão de sair dos cofres públicos.

Você pode me perguntar o que é "pensar pequeno". Pois bem, quando um grupo de pessoas não consegue enxergar nada além do que dois palmos na frente do próprio nariz, isto é pequenez. Tínhamos tudo para fortalecermos os clubes do paí­s, mas alguns cartolas mais preocupados com o próprio bolso (ou algum outro tipo de ambição, para não generalizar) barraram o ingresso de investidores através de uma lei absurda (não, não é a Lei Pelé).

Na área de eventos corporativos o paí­s está muito bem servido, principalmente no eixo Rio-São Paulo. O Banco de Eventos, por exemplo, põe em prática projetos magníficos, que ajudam a alavancar as vendas de produtos de muitas empresas. É só comparecer ao Super Casas Bahia (me desculpem o merchandising) que acontece todos os finais de ano em São Paulo. Numa das edições anteriores assisti a um show da Disney maravilhoso.

Mas, e o futebol? Por que não possui o glamour desses eventos, ou de uma corrida de Fórmula 1 ou mesmo do Carnaval carioca, que é algo mais popular? Por que temos que ter a sensação de algo "dark", cheirando a mofo quando nos dispomos a assistir a um jogo nos estádios? Cambistas, flanelinhas, brigas, sujeira, banheiros inadequados e, o que é mais triste, com nossos melhores craques no exterior.

Será que é tão difí­cil os clubes enxergarem o "naming rights" como algo que pode representar uma fonte significativa de receita? Creio que as principais equipes do paí­s poderiam enviar representantes para ver como os americanos e europeus fizeram o esporte ser algo lucrativo. Sei que muitos clubes europeus estão endividados porque sonharam alto demais, mas peguemos apenas os pontos positivos e deixemos de lado o que não é bom para nós.

Há pouco mais de dez anos, quando trabalhava num grande clube, o principal atacante da equipe foi negociado. Sugeri que o argentino Batistuta fosse contratado. Fui taxado como louco e optaram por um jogador que atuava no futebol brasileiro. Depois de um tempo (como o tal atacante não deu o resultado esperado) contrataram outro e, depois, mais outro. Ou seja, foram trazidos trás atletas para o time num curto espaço de tempo e nenhum deles aprovou.

É isto que eu chamo de complexo de vira-latas dos tempos atuais. Se somarmos o que foi gasto para a agremiação trazer os três jogadores, a diferença para o que poderia custar a contratação de Batistuta não seria muito grande. Isso, sem falar no retorno que o craque daria, pois a torcida teria presença maior nos jogos, o licenciamento de produtos e a venda de camisas do atacante poderiam cobrir o investimento realizado. De quebra, o clube ainda teria o "retorno" esportivo, pois se tratava de um dos maiores atacantes que surgiram nas últimas décadas.

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Compromisso com a meta estabelecida

Acesso à elite do Nacional condicionará ‘doação’ da torcida ao Avaí
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Clube catarinense receberá apoio financeiro de seus aficionados caso conquiste uma vaga à Série A


Faltando seis rodadas para o fim de sua participação na Série B do Campeonato Brasileiro, o Avaí, que ocupa atualmente a vice-liderança da competição, com oito pontos de vantagem em relação ao quinto colocado, tem mais uma motivação para ingressar o grupo dos 20 times da elite em 2009. Se concretizar o feito histórico, o clube receberá uma contribuição financeira dos torcedores alvi-celestes.

Alguns aficionados pela agremiação da Ressacada se reuniram para lançar um projeto denominado Vamos Subir Leão!, para auxiliar na estrutura da equipe para a próxima temporada.

“A idéia de lançarmos uma campanha para ajudar o Avaí com recursos financeiros vem amadurecendo há algum tempo. Conversamos com a Diretoria Executiva do clube e nossa proposta foi bem aceita”, afirmou Vanderlei Tavares, presidente da Associação Social e Cultural dos Torcedores do Avaí (ASSTA), em entrevista à Máquina do Esporte.

Os interessados em assistir o Avaí deverão realizar um depósito de no mínimo R$ 25 em uma agência da Caixa Econômica Federal ou em casas lotéricas, na conta criada pelos torcedores – os dados estão dispostos no site oficial do clube.

A prerrogativa, entretanto, está bem clara: caso o time não consiga chegar entre os quatro primeiros da Série B e, conseqüentemente, não obter o acesso, todo o valor depositado será devolvido.

“Para se ter idéia, é importante que o torcedor saiba que a doação do dinheiro depositado só será efetivada caso o Avaí concretize seu acesso à série A. Se não subirmos, a ASSTA devolverá a quantia depositada na conta bancaria”, corroborou Tavares.
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Fonte: Equipe Cidade do Futebol
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Para refletir sem preconceito

Faltas e indisciplina acompanham líderes do Brasileiro

Grêmio e Palmeiras, dois candidatos ao título, são o mais faltoso e o mais indisciplinado da competição, respectivamente


O atual líder do Campeonato Brasileiro 2008, apesar de ter sido o time que mais somou pontos até o momento na competição, amarga uma liderança que não é de se vangloriar. O Grêmio foi a equipe que mais cometeu faltas durante o torneio nacional.

A agremiação gaúcha possui uma média de 24 infrações por jogo. No entanto, os comandados do técnico Celso Roth têm o título de melhor defesa da competição, com apenas 25 gols sofridos.

Outro time que também é um dos concorrentes ao título do Brasileiro, mas que pode ser classificado como indisciplinado dentro de campo é o Palmeiras. A equipe de Parque Antártica foi a que mais recebeu cartões amarelos (99) e vermelhos (10).

Os dois times já foram para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), neste ano, várias vezes. O Grêmio teve que ir ao tribunal em sete ocasiões (quatro expulsões e três denúncias por vídeo). O Palmeiras foi o que mais passou pelo STJD. Além das 10 expulsões, o departamento jurídico do clube teve que atuar em duas outras ocasiões por conta de denúncias contra os atletas do clube paulista.

Apesar de ser o mais faltoso do torneio nacional, o Grêmio é um dos mais disciplinados. Ele só teve quatro expulsões durante o campeonato, ou seja, é o quarto melhor disciplinado.

Analisando as estatísticas, o elenco palmeirense justifica que o Palmeiras é um dos times com maior número de desarmes por partida. Outro argumento do grupo é que ele recebe mais faltas do que comete.

Coincidência ou não, o Ipatinga, último colocado do Campeonato Brasileiro 2008, foi é o time mais disciplinado do torneio. O time mineiro recebeu apenas três cartões vermelhos e 70 amarelos.
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Equipe Cidade do Futebol
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segunda-feira, outubro 27, 2008

Exemplo de interdisciplinaridade


Rodrigo Azevedo Leitão
Futebol: um desporto tático-técnico-físico-mental

Creio que já escrevi, desde 2001 ou 2002, mais de 100 textos que de certa forma propuseram reflexões e críticas ao dualismo maniqueísta (transferido as diversas “construções humanas”) que ainda hoje numa escala menor continua sendo armadilha nas condutas científicas, especialmente na Educação Física e mais particularmente no futebol.

E por mais que se discuta, por mais que o mundo aponte caminhos e que a complexidade seja desvendada, ainda há problemas (atrasos) que insistem em não se render aos fatos, argumentos e por que não, as obviedades.

Existe ainda no futebol algo potencialmente perigoso no caminho do seu desenvolvimento. Por mais que se discuta em países como Portugal, Espanha e França e Inglaterra uma teoria para a “complexidade do complexo futebol” há ainda por exemplo em países como o Brasil (o país do futebol?!) uma fragmentação daquilo que é tático, do que é físico, do que é técnico, do que é mental.

Como acreditar que o treinamento em partes pode resolver problemas do todo? Como acreditar que em uma atividade que trabalhe conceitos táticos não contenha elementos técnicos, exigências físicas, controles mentais que se inter-relacionam? Como acreditar que um treinamento técnico isolado possa se transferir para as infinitas situações-problema do jogo tático-técnico-físico-mental em que a “técnica” é exigida?

Mas é assim que as coisas têm funcionado.

Por vezes o discurso até impressiona, mas não há aplicação dos conceitos sob a visão da complexidade. O pior ainda é quando a compreensão do que estou dizendo é tão rasa que não se torna possível enxergar o tamanho das armadilhas que estão na fragmentação do todo.

Há hoje (ainda!!!) no futebol quem acredite que “teoria” é uma coisa, “prática” é outra; e se esquece que uma só faz sentido pela existência da outra, ao mesmo tempo, sem fronteiras visíveis.

Para “provar” a coexistência das “coisas físicas-táticas-técnicas-mentais” trago à discussão um dos exercícios realizados em uma sessão de treino, por minha equipe sub-17 (juvenil) em março de 2008.

A sessão teve três jogos/exercícios, de acordo com os objetivos descritos na primeira figura (abaixo), e todos eles foram orientados pelo modelo de jogo da equipe (de acordo com o processo de formação).

O jogo/exercício foi realizado simultaneamente em dois mini-campos “desenhados” pela comissão técnica (para que todos participassem ao mesmo tempo).

Cada campo possuía duas equipes de sete jogadores cada, distribuídas de acordo com as inter-relações da plataforma tática 1-4-3-3.

Cada equipe tinha como objetivo marcar o gol pela mini-baliza (o que valia dois pontos) e/ou trocar o maior número de passes dentro da “zona protegida” (o que valia um ponto à equipe para cada jogador que recebia a bola dentro dela - na zona de ataque).

Todos os objetivos, de acordo com as Competências Gerais e Específicas a serem trabalhadas, estavam contidos na atividade (o tempo todo, em maior ou menor escala de incidência). O número de ações com bola, por unidade de tempo foi superior ao do jogo formal 11 vs 11 o que expôs os jogadores a uma freqüente e variada gama de situações-problema, com e sem bola.

Abaixo alguns dos “apontamentos físicos” obtidos a partir do rastreamento por GPS enquanto os jogadores jogavam o jogo tático-técnico-físico-mental.

A atividade teve duração de 10 minutos. Em mais de 30% da distância total percorrida o jogador rastreado esteve em velocidades acima de 16km/h ; o que, considerando as dimensões do campo de jogo, representa uma “intensidade física” bem alta (e levemente superior a do jogo formal 11 vs 11).

Isso tudo quer dizer, em outras palavras, que em 10 minutos houve “sobrecarga” (usando um termo bem conhecido do treinamento desportivo) sob a perspectiva fractal de todas as dominantes do jogo (física-tática-técnica-mental), cumprindo com os princípios do jogo, do modelo de jogo, enfim da complexidade do jogo.

Obviamente esta foi apenas uma das atividades da sessão. Obviamente também, sua aplicação se fez oportuna de acordo com o planejamento processual da equipe (ou seja contextualizado ao ambiente, momento e desenvolvimento da equipe).

É claro que o jogo/exercício proposto alicerça conceitos que evoluem posteriormente para jogos/exercícios (táticos-técnicos-físicos-mentais) nas dimensões formais do campo de jogo (também com regras específicas para potencializar o desenvolvimento do modelo de jogo que se busca) em situações de 11 vs 11, 11 vs 10, 9 etc e tal.

E vejam, esse ainda não é o maior problema, pois superado o entendimento de que a atividade, se bem modelada, pode proporcionar sobrecarga física-tática-técnica-mental, há necessidade de compreender como criar modelos, regras e situações que permitam a construção de jogos/atividades que atuem sobre a zona de desenvolvimento proximal da equipe e de seus jogadores.

Assim, e somente assim tais jogos/atividades farão sentido, e só assim poderão alcançar, dentro do processo, o desenvolvimento e o jogo que se quer jogar.


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Para uma convivência pacífica

Alcides Scaglia
Na prática a teoria não é outra

Adágios, segundo nosso dicionário Houaiss, são sentenças morais originárias do senso comum. Vulgo ditado popular. E, se advêm do senso comum, não têm compromissos com a verdade, como já ressaltamos em outros momentos.

Mas de quantos adágios o futebol é formado?

“Futebol é uma caixinha de surpresas!”; “Futebol é dom!”; “Time que está ganhando não se mexe!”; “Quem não faz, toma!”; “Treino é treino, jogo é jogo”; “Goleiro é louco ou v...”,...

Poderia citar vários, pois são inúmeros, e estão em franco desenvolvimento. Mas quero me ater a um. Aquele que diz: “Na prática a teoria é outra”.

Esta máxima está arraigada no inconsciente coletivo de nossa sociedade em geral, mas quando focamos no interior da nossa sociedade um público em especial, vemos que este ditado, parece deixar de ser ditado para se firmar como axioma.

Axioma, em consonância com o léxico português, é “premissa considerada necessariamente evidente e verdadeira, fundamento de uma demonstração, porém ela mesma indemonstrável, originada segundo a lógica racionalista, de princípios inatos da consciência, ou segundo os empiristas, de generalizações das observações empíricas”.

Ou seja, quando digo axioma estou querendo dizer que o adágio deixou de ser simples ditado popular, para se tornar verdade absoluta, inabalável e pior, generalizável para outras situações cotidianas.

Obviamente estou me referindo à sociedade do futebol (apesar de poder incluir na discussão o mundo da Educação Física). A expressiva maioria dos que estão ligados direta ou indiretamente ao mundo da bola. De atletas a jornalistas, passando por técnicos, dirigentes, torcedores...

Não é de hoje a retórica sobre a ciência estar longe do futebol. Mesmo as ciências biológicas do treinamento desportivo sofrem com preconceitos e olhares duvidosos sobre seus resultados, tanto é verdade que um profissional super especializado nesta área recebe, infinitamente, menos dividendos financeiros que os empíricos boleiros.

Para ficar apenas na comparação financeira, pois se abordamos as questões relativas a prestígio a conta é mais humilhante ainda.

Logo, dizer: “Na prática a teoria é outra” é a melhor das justificativas para desqualificar a ciência e seus estudiosos desbravadores.

Evidentemente, na prática a teoria sempre será outra para quem não tenha idéia formada sobre a teoria.

Quem não tem estofo suficiente para entender sobre o método científico, nunca compreenderá como e onde as terias querem chegar.

Assim, os empíricos da sociedade da bola ao aplicarem as teorias sempre será na forma de receitas prontas, cópias, ou mesmo, entendimentos superficiais daquilo (teoria) que é complexo.
Uma teoria advém do método, o qual expressa um paradigma. Revela uma forma (um grau de óculos) de ver, entender e interagir com o mundo. Por este motivo as teorias têm compromisso com a verdade, pois se expressam a partir do rigor da ciência.

Lembro-me de assistir uma palestra com um renomado filósofo da Motricidade Humana, e durante mais de uma hora expôs os fundamentos de sua teoria, justificando os motivos e os porquês pensava e agia de modo diferente do pensamento cartesiano, evidenciando o emergente paradigma da complexidade como o telescópio de seu observatório.

Contudo no momento das perguntas um renomado treinador de futebol brasileiro (não formado em Educação Física) disse que já fazia tudo o que o filósofo houvera professado, quando dirigia um time de futebol profissional de São Paulo na década de 80.

Destaco a data, pois foi o mesmo período em que o filósofo esgrimia com mundo acadêmico e formulava os pressupostos de sua teoria, iniciando os embates que levariam à crise de identidade da Educação Física na oitava década do século XX.

Este episódio evidencia um bom exemplo. O treinador entendeu a fala do filósofo a partir dos seus filtros paradigmáticos, logo seu ouvido selecionou apenas os dados que lhe interessava e da forma que lhe foi mais conveniente. E o modo mais conveniente é aquele que reforça as nossas verdades e não o que provoca inquietações, desconfortos...

No alfarrábio da bola a teoria na prática sempre é outra, para quem não tiver teoria; para quem não souber explicar com rigorosidade as suas ações práticas; para quem se fundamenta na observação empírica; para quem vive de reproduzir coisas das quais um dia foi vítima; para quem acha que no futebol (e no mundo) as coisas foram sempre assim e assim devem continuar a ser; para quem não quer pensar apenas fazer; para quem não é interessante pensar diferente; para quem não aprendeu a refletir; para quem não aprendeu a questionar; para quem não aprendeu a encontrar problemas e formular hipóteses...

Mas as mudanças são inevitáveis. Apesar de ser relativo, o tempo não pára. Portanto, o domínio científico é inevitável, principalmente quando algumas poucas pessoas do mundo futebol, atualmente, já conseguem se valer da ciência, colhendo expressivos resultados (não apenas dentro do campo de jogo), os quais lhes garantem um desenvolvimento sustentável. Assim, para estes “na prática a teoria não é outra”.


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Dia do Radialista

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Comemorar o quê?

Constituiria imenso egocentrismo de minha parte, pretender um mundo só pra mim. Para aplacar uma possível pretensão dessa natureza, fico com o meu egoísmo de apenas querer um mundo melhor, a partir de seres humanos de melhor qualificação moral, ética e espiritual.

A sensação de alheamento em relação à espécie humana que vez ou outra me sobrevém, ou revela que sou um arrogante empedernido e incorrigível, ou por outra que não aderi à ‘filosofia do desvalor’.

Compareço esporadicamente às reuniões sociais, por elas em mim não despertarem nenhum atrativo significante. Assim, mais uma vez cedi ao ‘sacrifício’ de comparecer a uma delas. O que a motivou foi o Dia do Radialista, uma categoria que não tem o que comemorar – essa é que é a verdade.

Mas não é para se estranhar que em contexto tão desfavorável não haja uma boa produção, e menos ainda conquistas ou mesmo mera manutenção de benefícios. Afinal, um rádio que se transvia de sua missão, que aceita a cooptação de uma segmentação aviltante e perniciosa, e que não constitui organismos de controle de qualidade e de proteção dos direitos de sua classe, de fato não tem o que comemorar.

Concordo que a validade desta apreciação crítica muito mais se coaduna com o rádio esportivo, que consegue bater recordes de falta de qualidade. E no bojo dessa primeira hora de indigência, observam-se pedintes, mercenários, além de analfabetos e semi-alfabetizados.

Quando passamos para o campo dos valores humanos mais exponenciais, aí é que a situação piora. Pois, submetermos nossas famílias a uma tão cruel ‘práxis social’ representa nos expormos aos mais diferentes agentes do desconceito. E, em se tratando dessas reuniões ditas sociais, pelo ambiente próximo da fornicação, com direito a fofocas e futricas maledicentes, podemos parafrasear Nelson Rodrigues: “Família? Melhor não levá-la!”

Hão de dizer que me rendi ao mais completo pessimismo; há quem possa imaginar que eu seja um anti-social recalcitrante. Mas, quem sabe, também podem me ver como um realista que se serve de saudáveis doses de ceticismo. Esta, portanto, parece ser a opção que melhor reflete a realidade dos fatos, bem como aquela que nos dá certa proteção nas relações interpessoais.

Diante do que expomos, creio que fica mais fácil entendermos que o tipo de rádio esportivo que tem sido feito, não condiz com os mais elevados objetivos da comunicação social. Mas ainda é racional compreendermos que a nossa imprensa, assim como a nossa classe política, não deve ser vistas nem como casta, nem como escória. Na verdade, elas são um reflexo da nossa sociedade e, por isso, são, a um só tempo, indutoras e catalisadoras dos diversos comportamentos dos chamados atores sociais que somos todos nós.

Que tal buscarmos alterar para melhor a presente realidade?
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Texto e fotos: Benê Lima
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quinta-feira, outubro 23, 2008

Somos responsáveis pelo que cultivamos

Lavar roupa suja é preciso

Em tempos de crise de valores, faz-se imprescindível que mantenhamos o equilíbrio em nossas análises

Se há uma personagem em nossa crônica esportiva que de nós merece um tratamento diferenciado, acima de tudo pelo que representa, chama-se Alan Neto. Além disto, o cidadão Alan, que é parte integrante de alta significância do cronista Alan Neto, de mais encômios se faz merecedor.

Ao destacar as principais facetas da personalidade de um dos nossos cronistas-símbolo, creio estar fazendo a distinção necessária entre aquilo que consideramos relevante na pessoa e no profissional, colocando em discussão tão-somente algumas das opiniões que resultam de seu trabalho, ao qual reputamos como de boa qualidade. Todavia, isso não o deixa a salvo do cometimento de alguns equívocos. Vamos a um deles.

Em sua conceituada coluna Confidencial, publicada no Jornal O Povo, no dia 20 p.p., no tópico sob o título Pés Pelas Mãos, o grande cronista nos convida a mantermos uma ‘superlativa’ desconfiança quando “um árbitro de futebol deixa o estádio, fim de jogo, debaixo de vaias e protestos dos dois times. De duas, uma. Ou é mal intencionado ou é incompetente mesmo. Ou, se for o caso, fiquem com as duas hipóteses”, disse Alan Neto.

Considero de uma infelicidade de ‘mil megatons’ as colocações do renomado cronista, principalmente quando se viu que no tópico seguinte, Palavrões Do Mundo, o mesmo Alan se coloca numa verdadeira teia de contradição e ilogismo. Senão vejamos. Fala de ‘saldo negativo’ na arbitragem do mineiro Quelhas, e aponta os acertos como se fossem erros, numa mistura inaceitável porque desarrazoada.

Como haveremos de considerar componente negativo, a marcação das duas penalidades máximas em favor do Fortaleza? Terá sido injusta a expulsão do goleiro pontepretano Aranha, arrolada no ‘saldo negativo’ do insigne cronista? Que amparo encontra, na realidade dos fatos que envolveram a partida, a afirmativa de o árbitro ‘extrapolou nos acréscimos de seis minutos?

Vale lembrar a distinção a ser feita entre a análise do trabalho do árbitro principal e a de seus assistentes. A arbitragem representa o todo; o árbitro é parte integrante desse mesmo todo, embora seja a parte de maior destaque.

Ademais, constitui uma atitude politicamente incorreta insuflar a opinião pública contra uma categoria que é tão digna quanto qualquer uma outra. Árbitro tem pai, mãe, família, tem caráter, dignidade, possui aspirações em sua carreira e fora dela, e, como dizia Nietzsche – que de louco não tinha nada – é humano, demasiado humano. Como tal, sujeito ao cometimento de equívocos, e aos ditames e liames de suas próprias interpretações, como bem mencionam algumas das regras do jogo.

Se fizermos um esforço para sermos um pouco mais generosos, descobriremos que a falta de justeza em julgarmos o trabalho da arbitragem à luz dos meios eletrônicos, é desumano, é desonesto, é impróprio, é injusto. Logo, qualquer contribuição no sentido da promoção de uma situação em que, no mínimo, revela falta de equanimidade, isso por si só já configura equívoco bem pior que os cometidos por qualquer árbitro e/ou assistente.

No caso em questão, do quê seria lícito à Ponte Preta reclamar? A Heriberto da Cunha, até caberia a reclamação acerca do gol validado por um dos assistentes, coisa que não me consta que ele o tenha feito ao final da partida. Todavia, por que não questionar seu goleiro e sua barreira? Por que não questionar ainda com seus atletas, o cometimento da falta que gerou o gol de empate do adversário?

Não é pela relatividade de muitas verdades, que não se deve buscá-las (as verdades) incessante e incansavelmente.

Busquemos, pois, desarmar os muitos endiabrados espíritos de que é permeado o ambiente do futebol. Não promovamos, mesmo que subliminarmente, a violência em um meio que, antes de tudo, pelo torcedor é para ser encarado como entretenimento.

Afinal, que tipo de profissionais somos nós?


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terça-feira, outubro 21, 2008

A Coluna do Benê Lima

COM PÉ E CABEÇA - ANO IV - Nº132

"O futebol cearense existe, e precisa ser reinventado." (Benê Lima)

Opinião
FUTEBOL CEARENSE: FALTAM PROFISSIONAIS; SOBRAM TORCEDORES

Torcer é coisa de torcedor; fazer rádio é coisa de profissional

Chego à conclusão que o rádio esportivo cearense, no que pese podermos constatar a presença de vida inteligente, caracteriza-se, fundamentalmente, como o menos qualificado dos meios de comunicação.

As televisões, os jornais e os multimeios sérios que campeiam na ‘globosfera’ virtual conseguem cumprir, senão uma elevada exigência qualitativa, mas ainda assim superam à distância o atual ‘modus operandi’ do rádio com que coabitamos.

Tal situação de penúria em que o rádio se meteu, deve-se principalmente ao modelo predominantemente mercantilista que as emissoras têm adotado, conforme podemos observar pela falta de critério tão evidente em muitos dos arrendamentos. Percebe-se, sem esforço algum, que o faturamento constitui a prioridade de muitas emissoras, sem que se mantenha um mínimo de comprometimento com a qualidade. Desse modo, não há nenhum controle efetivo de qualidade quanto à programação, o que acaba causando prejuízo também quanto ao cumprimento do aspecto ético da comunicação social. Nesse ambiente inóspito, de mentira e servidão voluntária, coexistem dos bons aos maus profissionais, com estes envergonhando àqueles.

Caberia às entidades de classe terem, nesse particular, uma atuação fiscalizadora intensiva, cumprindo os seus papéis como salvaguardas da qualidade mínima, atitude sobranceira que se prestaria não só à preservação da categoria, mas que também teria repercussões positivas junto à sociedade em geral.

O rádio esportivo cearense se tem tornado anacrônico, ultrapassado, entre outras coisas por encontrar-se em muito dissociado do aspecto conceitual que o futebol há muito incorporou. E exatamente por não enxergarem isso, muitos dentre nós estagnamos em um fazer radiofônico superficial, meramente informativo e pasteurizado, com algumas pitadas de opinião - é verdade -, mas uma opinião eivada pelo pecado original da inconsistência informativa.

Decididamente, é pouco, muito pouco nos contentarmos tão-somente com a análise dos reflexos da complexa realidade futebolística, aquela que é representada dentro das quatro linhas que constituem o retângulo do jogo jogado. É imprescindível, pois, a ampliação de tão estreito feixe de conhecimento, para assim podermos perscrutar e conhecer uma nova e açambarcadora realidade.

Na verdade, estamos, em certa medida, diante do seguinte dilema:

“Ou repensamos seriamente o rádio, ou o rádio, como tem sido feito, continuará a nos mutilar.”

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EFEMÉRIDES

Estrago de parte a parte
No geral, jogo bom, entre a Ponte Preta e o Fortaleza. Embora consideremos os objetivos distintos de um e de outro time, o resultado de empate foi prejudicial para ambos. À Macaca por estar de flerte com o G4 de cima; ao Leão, por querer livrar-se da proximidade do G4 de baixo. Mas não foi por falta de empenho o resultado de igualdade. A Ponte fez por onde ganhar, pela natural pressão e conseqüente volume de jogo; já o Tricolor de Aço poderia ter ganhado e mais próximo esteve, pelo empenho de seus jogadores e pela técnica individual de um deles: Osvaldo. A julgar pelo aspecto geral, o Fortaleza foi mais injustiçado que a Ponte.

Crucificação indevida
Muitas foram as críticas ‘a priori’ proferidas contra o técnico Heriberto da Cunha, por ele lançar mão da segurança da plataforma 1-3-5-2. E, embora por caminhos ‘tortuosos’, por um triz Heriberto não dá uma resposta altissonante às desarrazoadas proposições. Questão de mero detalhe que o técnico leonino precisa consertar. Afinal, barreira é barreira e não peneira. Ouviu Tiago Cardoso?

Risco para Rinaldo
Vaticinar o ocaso de uma carreira é penoso para nós, além do risco que isso pode representar à luz da justiça. Contudo, ou Rinaldo reencontra seu melhor futebol, ou sua carreira estará fadada ao fim. Explico. Há jogadores que são dependentes de uma única característica: a da velocidade. Rinaldo é um destes. E quando a aptidão física começa a lhe faltar, a bola míngua. Por isso tem sido impressionante a bola murcha do ex-Ligeirinho. Duas vezes substituído no intervalo dos jogos, por mera generosidade de Heriberto, quando na verdade, pelo que tem deixado de apresentar, O ex-The Flash deveria ser a sexta opção de ataque do Leão. Antes, deveriam estar elencados: Osvaldo, Léo Jaime, Adailton, Bambam e Mateus. Mas, o futebol é dinâmico ao extremo. Cabe ao Rinaldo mudar a presente realidade.

Lúdico, leve e solto
Não entendo os porquês de tantas pessoas pensarem a escala dos times de maneira tão conservadora e atrasada. Uma das mais ardentes discussões é a que trata da condição de titularidade dos jogadores. Para quem não sabe, deste ponto de vista não sou nada conservador. O bom técnico Cuca, quando de sua recente passagem pelo Santos de Pelé, foi ‘acusado’ de complicar as coisas, pelas variações táticas que tentou implementar. Imaginem se Cuca por aqui estivesse! O atacante Osvaldo nunca rendeu tanto quanto agora, entrando no intervalo das partidas. A meu ver, o aproveitamento de Osvaldo representa recurso, estratégia em uma sistematização que permite uma imensa variação em sua dinâmica. Assim, Osvaldo tem desequilibrado em favor de sua equipe, fazendo partidas como a contra a Ponte Preta, em que foi o melhor entre todos.

Desmistificando
As plataformas e sistemas de jogo representam conceitos de meros pontos de partida para as engenhosas dinâmicas de jogo. Portanto, analogamente representam a moldura da fotografia a que se pretende chegar, a partir de um enquadramento planejado e de uma composição minuciosamente estudada. Por isso, o futebolista (atleta) brasileiro precisa evoluir em sua compreensão, a fim de que os bons treinadores possam exercitar suas sistematizações, com todas as suas dinâmicas e variáveis. E para que o torcedor possa se iniciar no processo de entendimento da matéria, faz-se necessário que os comentaristas também busquem uma nova compreensão da realidade técnica e tática do futebol. Do contrário, o ‘turnover’ (rotatividade de mão-de-obra) entre os treinadores permanecerá na escala absurda em que se mantém.

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BREVES E SEMIBREVES ®


Pode melhorar
Costumo prestigiar o trabalho da Televisão Verdes Mares. Ao contrário de alguns, não cultuo o ‘complexo de vira-latas’. Gosto do trabalho do jovem Antero Neto, e mais ainda o do experiente Paulo César Norões, como comentarista de tv. PCN conhece a linguagem do referido veículo e a ela está adaptado. Já a turma da reportagem precisa ter mais cuidado com as informações passadas. Dizer que Paulo Isidoro se machucou em um treino do Fortaleza, numa disputa de bola com Adailton, constitui duplo erro. Mais cuidado!

Na bronca
Heriberto não tem gostado nem do futebol que não vê, nem da postura passiva e às vezes impassível que tem sido vista do atacante Rinaldo. Ao ser entrevistado por ocasião do intervalo do jogo contra a Ponte, o técnico tricolor, que já havia mandado recados de cobrança ao atleta, com ar indignado vociferou: “Vou tirar o Rinaldo”.

Reprovável...
sob todos os pontos de vista, a postura de um profissional experimentado da nossa crônica esportiva, que fez uma narração voltada para prejudicar o jogador Raul. O zagueiro se antecipou a Raul e ele descreveu que o meia tricolor perdera a bola. Quando o referido atleta acertava os passes ele não dizia que ele houvera acertado outra vez, mas ao errar o narrador dizia em tom reprovador que ele errara outra vez.

Cadeia para cartolas
Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo (Sapesp), apontou como real causa da atual situação do futebol brasileiro como um todo, a irresponsabilidade dos dirigentes com a administração financeira das agremiações e federações. Ainda na visão dele, não há penalizações por conta de más gestões, as quais, muitas vezes, levam patrimônios construídos em dezenas de anos quase à falência.

Privatizar para sobreviver
O lendário Maracanã deverá ser privatizado por um consórcio formado pelo Flamengo, Fluminense, pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pelo International Stadia Group (ISG). Espera-se que em 2012 as obras estejam concluídas. Diante mão, aconselhamos o Ceará e o Fortaleza que não tentem fazer o mesmo com o Castelão. Para realidades distintas, diferentes soluções.

Aos técnicos da terrinha
Com as presenças ilustres de Rubens Minelli - que fará a abertura - e Carlos Alberto Parreira, tetracampeão mundial com a seleção brasileira em 1994, será aberta no mês de novembro a 15ª edição do Curso Nacional para Treinadores de Futebol, que abordará desde metodologias de treinamento e preparação física, até aspectos de arbitragem, ética e reabilitação fisioterápica na modalidade. Telefone: (11)3392-5200 - Website: www.sitrepfesp.org.br


Benê Lima
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sábado, outubro 18, 2008

Remanejar ou substituir?

Mudanças e substituições no futebol

Análise do contexto geral para a realização de uma troca: fazer um jogador melhorar seu desempenho dentro de campo é responsabilidade também do treinador

Ronald de Carvalho

Certamente o futebol caminha lado a lado a uma nova dinâmica universal. Afinal, vivemos num mundo em ebulição, em permanente mutação, cada vez mais apressado e repleto de novidades a cada momento. E como fazemos parte dele, os acontecimentos no futebol não poderiam ser diferentes. Há uma tendência natural por seguir alguns modismos. Exatamente por isso devemos estar sempre atentos.

Modismo não é, necessariamente, prerrogativa de modernidade. Lembro-me de antigamente, quando ainda não eram permitidas substituições no decorrer de uma partida. Se um jogador se contundisse, a equipe ficava reduzida a 10 jogadores, ou o treinador pedia para ele “ficar fazendo número, lá na ponta esquerda”. Era uma fase romântica do futebol. Posteriormente, com a necessidade de se criar mecanismos para uma maior dinâmica do jogo, vieram as substituições. Com elas, os treinadores passaram a dispor de maiores alternativas durante uma partida.

Evidentemente, foi uma grande evolução para o futebol. E ela tem se acentuado ainda mais, ratificada com a importância que se dá na escolha dos suplentes das equipes para os jogos. A formação do banco de reservas é previamente elaborada para cada jogo. Tudo isso para se prevenir das ocorrências técnicas e táticas de uma partida, e se poder alterá-las quando for necessário. Até mesmo alguma improvisação emergencial é permitida durante uma partida, mas a experiência nos mostra que na seqüência da competição – no próximo jogo – o futebol premia a simplicidade das nossas opções. Quer dizer, pode-se até improvisar durante uma partida, jamais iniciá-la com improvisações, a menos que não haja outra solução.

Nota-se, com muita freqüência, um certo exagero na utilização das substituições. Isso tem levado algumas equipes, em determinados jogos, a uma completa desorganização, mesmo sem ela estar jogando mal. E, com isso, qualquer poder de reação desaparece. Algumas equipes se descaracterizam completamente após a realização dessas substituições.

Muitas vezes, um jogador melhora de rendimento durante uma partida. Uma orientação no seu posicionamento, uma orientação à equipe para adequar melhor suas potencialidades, ou até mesmo um pequeno incentivo. Substituir um jogador que não está bem na partida, qualquer torcedor ou comentarista sabe identificar. Fazer este mesmo jogador jogar bem, na mesma partida, só mesmo os bons treinadores, aqueles que sabem realmente ver o que está ocorrendo no jogo.

Teoricamente, quando um treinador escala sua equipe para iniciar uma partida, é porque ele julga que aqueles jogadores representam a sua melhor opção naquele momento. Nem sempre há necessidade de se mudar, mesmo que a equipe esteja em desvantagem no placar. Normalmente, o jogador que substitui o outro durante uma partida precisa de um tempo para “entrar” no ritmo do jogo. É preciso que cada substituição seja analisada no contexto geral da equipe durante o jogo, e não se torne apenas numa simples formalidade...

A questão é: substituir nem sempre significa mudar para melhor!

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quinta-feira, outubro 16, 2008

Periodização deve marcar novos tempos

Senado pensa em limite para cartolas

REDAÇÃO Da Máquina do Esporte, em São Paulo

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal começou seus trabalhos ameaçando a longevidade dos dirigentes esportivos do país. Na primeira audiência pública do grupo, presidido por Cristovam Buarque (PDT-DF), o número de reeleições possíveis voltou à tona, e o desempenho do esporte nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 também foi questionado.

Os políticos falaram, entre outras coisas, de uma delegação "cabisbaixa" e uma "crise de representatividade" do setor, que não teria nos atuais mandatários legítimos representantes da sociedade e dos esportistas. Uma das soluções apresentadas, que ainda tem de ser assinada pelos representantes da Comissão para ir à votação, é o projeto de lei que limitaria o número de reeleições possíveis para uma.

"A idéia partiu do senador Flávio Arns [PT-PR], e mandei para estatuto. Sempre fui favorável a só uma reeleição em entidades esportivas, sindicatos e também para o cargo de senador e deputado", disse Cristovam Buarque, em entrevista à "Folhapress".

"Temos de modificar drasticamente a questão da representatividade. Poderíamos estabelecer, por exemplo que, para ter acesso a recursos públicos, as organizações deveriam limitar a reeleição de seus dirigentes a, no máximo, dois mandatos", disse Flávio Arns.

Ausente na cerimônia, o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., enviou Herval Barros, diretor do Departamento de Excelencia Esportiva e Promoções de Eventos da pasta como representante. Na próxima audiência pública, que ainda não tem data marcada, o político do PC do B deve marcar presença, assim como Carlos Arthur Nuzman, presidente reeleito do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), ambos previamente convidados.

Recentemente, o "UOL Esporte" mostrou, em reportagem especial, que os mandatos dos atuais presidentes de confederações brasileiras chegam a 21 anos, caso de Roberto Gesta, da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), e Yong Min Kim, da Confederação Brasileira de Takwondo.


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quarta-feira, outubro 15, 2008

Sucesso garantido em 2009?

Cotas de TV rendem R$ 605 mi à Globo

REDAÇÃO Da Máquina do Esporte, em São Paulo
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A Rede Globo fechou o seu pacote de cotas de futebol para a TV aberta em 2009. De acordo com a colunista Monica Bergamo, da "Folha de S. Paulo", a emissora carioca manteve seus cinco parceiros atuais com um lucro total de R$ 605 milhões.
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Assim como já aconteceu em 2008, Vivo, Itaú, Casas Bahia, AmBev e Volkswagen serão as patrocinadoras do esporte na rede. Cada uma das empresas teve de desembolsar R$ 121 milhões.
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Para comemorar os acertos, a Globo publicou, nos jornais "O Globo", "Folha de S. Paulo" e "O Estado de S. Paulo", mensagem de agradecimento. Com o acordo, a rede já tem sua grade acertada para o ano que vem, já que também anunciou, na última semana, o fim das negociações pelas cotas do Sportv.
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Na TV fechada, os parceiros, que terão direito a 11.410 inserções ao longo do ano, serão AmBev, Fiat, HSBC, Ipiranga, Telefônica e Vivo, além da Visa, que acertou o top de cinco segundos. O preço de tabela das cotas do canal era de R$ 24 milhões, e as empresas também são as mesmas de 2008.
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terça-feira, outubro 14, 2008

A Coluna do Benê Lima

COM PÉ E CABEÇA - ANO IV - Nº131

"O futebol cearense precisa ser reinventado para continuar existindo.” (Benê Lima)

Opinião I
TÉCNICO DE FUTEBOL: O DILEMA ENTRE CONVICÇÃO E TEIMOSIA

Diz-se que todo treinador é discípulo da teimosia. Digo que todo treinador precisa ser um tanto teimoso para se dizer convicto. Mas, o que mais atrapalha o entendimento destes profissionais é o entendimento que eles possuem do que vem a ser teimosia, e do que vem a ser convicção. É no estreito limite entre convicção e teimosia que reside o mais alto grau de inteligência dos representantes desta categoria.

A base teórica do técnico de futebol é a que mais produz conhecimento. A base empírica, por sua vez, é a maior produtora de convicção. A rigor, uma e outra base constituem fontes seguras de conhecimento potencial, que é a matéria-prima da verdadeira convicção. Estas bases, quando perfeitamente digeridas e processadas pela capacidade cognitiva, pela inteligência, elas acabam produzindo o melhor do conhecimento, que, sabemos, é nada mais nada menos que a informação transformada e apreendida.

Outro fator ou variável da inteligência que facilita o aprendizado é a lógica, que aqui pode ser expressa pela capacidade que possuímos de ordenar e encadear os eventos de uma dada experiência. Para tanto, é necessário também sermos analíticos e minuciosos, o que possibilita estabelecermos as diferenças entre o que, pelas sutilezas, aparentemente nos parece igual. E se há uma profissão em que esses pré-requisitos são essenciais, é a de treinador de futebol.
Mais adiante, enveredaremos pelo aspecto mais temporal de nossa análise, lançando mão dos mais recentes jogos de Ceará e de Fortaleza.


Diante mão, nosso entendimento é o de que Lula tem-se rendido aos aspectos político e místico de sua relação com o futebol, enquanto Heriberto tem como seu maior mérito, ter-se rendido às evidências.

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Opinião II
COMENTARISTAS ENROLADORES OU ENROLADORES COMENTARISTAS?

Continuo sendo radialista, mas aqui sou o observador arguto metido a colunista

Um experimentado membro da nossa Crônica Esportiva costuma dizer que no rádio cearense existem três comentaristas, e que, pela sua avaliação, seriam eles: Sérgio Pinheiro, Wilton Bezerra e Ivá Monteiro. Diante de tal opinião, assumo que não me incomoda não ser citado entre os que essa ‘persona bona’ considera como grandes comentaristas. O que me incomoda mesmo são os critérios (ou a falta deles) de que a tal boa figura se vale para firmar sua opinião.

Reconheço que há carência de novos valores na área, antecipando de pronto que o termo ‘novos’, aqui utilizado, não guarda nenhuma relação com idade, e sim com a questão do surgimento e da novidade. Porém, ainda assim não creio estar justificados o desconhecimento nem a indiferença para com todo o restante da categoria.

Entendo também que a credibilidade é fator mais importante que a competência como característica de um comentarista, e isso por si só já compromete um bom número desses profissionais. De outra parte, no que pese Ivá Monteiro ser de um brilhantismo intelectual pouco comum, ele próprio se descredencia como comentarista intracampo (de dentro das quatro linhas), por considerar tal atividade algo menor. Portanto, como incluí-lo no gênero comentarista de jogo, se ele mesmo não se aceita como tal? Será essa uma atitude pusilânime daquele experimentado cronista? A mim, é o que me parece encerrar tal opinião. E a você, leitor, o que lhe parece?

Mas entre comentaristas enroladores e enroladores comentaristas também existem os incompetentes, os arrogantes, os retóricos, os fraseológicos, os’frase-feitistas’, entre outros menos votados.

Na verdade, é preciso que se diga que o comentarista não deve ser considerado um ‘produto acabado’. Pois, comentar e analisar o futebol como no passado, implica entregar-se a um intolerável anacronismo, que em nada contribui para o processo de esclarecimento do leitor-ouvinte-torcedor. O profissional do comentário e da análise deve preparar-se para assumir seu papel, de via sobre a qual transitará a passagem do moderno para o pós-moderno. Nesse particular, as posturas progressista e/ou neoprogressista se prestam como indutoras e facilitadoras do processo de aprendizagem, servindo tanto à pedagogia do ensino como à pedagogia do aprendizado. Logo, em um ambiente de constante evolução, forçosamente haveremos de considerar as mutações disciplinares, a associatividade característica da multidisciplinaridade, a adaptabilidade da interdisclinaridade, e o aspecto transcendente da transdisciplinaridade.

Buscar o conhecimento, pois, constitui condição essencial para o comentarista, não só pela necessidade de preenchimento do aspecto intelectual de sua formação, mas também como atendimento do aspecto ético da comunicação de social.

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EFEMÉRIDES

Um clássico pobre
Costumo não desdenhar do aspecto emocional que envolve um clássico entre Ceará e Fortaleza, daí mantermos uma atitude tolerante para com o aspecto técnico que a ele também é intrínseco. Feita a devida observação, já podemos dizer que assistimos a mais um ‘clássico-rei’ em que a técnica viu-se empobrecida. Do individual ao coletivo, os jogadores, em sua maioria, portaram-se abaixo de suas potencialidades. Nada que não se possa compreender. Como de trivial, sobrou uma corrida mais coronariana e biliar pela vitória, em detrimento de uma melhor organização técnico-tática. Nada de padronagens elaboradas, mas ainda pôde ser visto um esboço tático ‘a priori’, bem como uma corrida reativa no mesmo plano, ‘a posteriori’. Desse prisma, Heriberto partiu na frente, assumindo o caráter apriorístico das mudanças, enquanto Lula tentou reagir, utilizando o ‘veneno’ do rival como seu antídoto, reproduzindo o esquema de Cunha. Explico. Após a mudança promovida, Heriberto passou a ditar uma transição ofensiva tricolor com três atacantes, com Osvaldo aberto pela direita, Adailton pelo flanco esquerdo, e Simão se multiplicando ao redor do centro avançado. Pereira, pelo time alvinegro, fez Vavá tangenciar da direita para a meia-direita, manteve Éderson aberto na esquerda, e gostaria de ver Cleisson fazer o mesmo que Simão. Mas não teve o mesmo sucesso da proposta de Heriberto, pois Claisson já não era meia, e sim volante, ao lado de Chicão e Michel.


BREVES E SEMIBREVES ®

Só de lupa...
para enxergarmos a bola de Sérgio Alves. Com Lúcio e Sérgio Alves, o ataque alvinegro proporcionou vida mansa à defesa tricolor. Bruno Costa e Preto agradecem. Porém, os enganadores seguem fazendo propaganda enganosa.

Antecipamos
A instabilidade emocional de três atletas tricolores poderia desequilibrar o andamento da partida. Preto se segurou; Erandir sofreu contusão e por isso não se expôs; Simão demorou, mas acabou manchando sua ótima performance.

Melhora
Rinaldo parece ter aprendido um pouco sobre solidariedade em campo. O primeiro gol tricolor com ele começou e com ele terminou, no que pese a contribuição de Adailton, além da decisiva e incisiva participação do às vezes genial Simão.

Profissão jogador
Que baita profissional esse Cleisson; que atleta; que jogador; quanta personalidade. Se mais não dá, é em função de que sua condição física privilegiada, já não ser tão privilegiada assim.

Confiança desconfiada
Tiago Cardoso é daqueles goleiros que quase podem ser considerados dos bons. Tem alternado entre as boas defesas – que são maioria – algumas falhas inaceitáveis. Entre barreiras mal-formadas e reflexos espasmódicos, Tiago se firma pela falta de um reserva que lhe faça sombra.

Muito cuidado
O técnico alvinegro tem de estar atento à queda de produção de alguns de seus comandados. Dedé já não é o mesmo; Dezinho não inspira confiança; Chicão não tem rendido o que pode; Claisson não tem substituto; Lúcio não tem sido meia nem atacante; e Sérgio Alves vive mais da fama.

Bom exemplo
Os presidentes do Ceará, Evandro Leitão, e do Fortaleza, Lúcio Bomfim, entraram em campo abraçados, numa atitude inédita e de grande significado para a reflexão das duas torcidas. Aplausos!

Medo e/ou egoísmo?
Rinaldo e Sérgio Alves estão pegando corda, imaginando que são bem mais do que produzem. Por que será que eles não querem dar a seus colegas de profissão o direito de participarem dos jogos em seus lugares? Ainda há quem diga que Heriberto e Lula erraram ao sacá-los.

’Sui generis’
A eleição do grêmio, diz Paulinho em seu ótimo blog, tem uma regra curiosíssima. São duas fases, e a primeira delas é o Conselho Deliberativo quem decide. Quem consegue pelo menos 30% dos votos, habilita-se à segunda fase, uma nova eleição da qual participam os sócios, diretamente. A profusão de tendências é de causar inveja aos maiores clubes. Encontram-se, entre outras, tendências como Grêmio Unido, Grêmio Imortal, Grêmio Novo, Grêmio Sempre, Grêmio Sem Fronteiras, Grêmio Acima de Tudo, Núcleo de Mulheres Gremistas, Grêmio Independente, Grêmio Menino Deus.

Atenção, atenção
A situação dos clubes brasileiros não é nada boa, especialmente Botafogo, Vasco, Corinthians, Palmeiras e Atlético Mineiro. Com a crise mundial, o custo da má gestão tem sido altíssimo. Sabe-se que em tese, os clubes deveriam sobreviver de suas receitas operacionais, como direitos de tv, marketing, licensing e bilheteria. Só que na prática essas verbas não cobrem nem a metade dos custos.


Benê Lima
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sábado, outubro 11, 2008

GLOBALIZAÇÃO E SEUS EFEITOS

Crise abala esporte e chega a Londres-12

PRISCILA BERTOZZI Da Máquina do Esporte, em São Paulo

A crise financeira global começa a ganhar eco no mundo esportivo e faz sua primeira "vítima": os Jogos Olímpicos de Londres. Os organizadores do evento anunciaram um déficit de US$ 439,2 milhões devido ao financiamento da Vila Olímpica e informaram que enfrentam dificuldades para obter crédito privado para desenvolver os projetos de infra-estrutura.
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Até o momento, o caos econômico era tratado apenas como um "fantasma" que rondava o esporte sem, no entanto, causar danos efetivos a nenhuma competição ou categoria. O anúncio do comitê organizador de Londres 2012 deve mudar esse cenário.

"A crise está golpeando os Jogos, mas nós estamos tentando protegê-lo. No entanto, existem fatores que nós não podemos controlar. A Vila e o centro de transmissões estavam planejados em um contexto econômico determinado e tiveram de se adaptar a outro", disse John Armitt, presidente da entidade inglesa.

Sem saída, o comitê deve recorrer ao fundo de emergência do governo para pagar a construção dos alojamentos dos atletas e do centro de imprensa. As obras, orçadas em 1 bilhão de libras, estão sendo conduzidas pela Land Lease, que tem enfrentado problemas para conseguir empréstimos bancários.

No futebol, a Uefa afirmou que os clubes fortemente endividados podem ser excluídos das próximas copas européias. O cerco foi apertado após a Federação Inglesa (FA) ter divulgado que suas equipes devem, no total, 3,8 bilhões de euros, incluindo os poderosos Chelsea (792 mi de euros), Manchester United (772 mi de euros) e Arsenal (343 mi de euros).
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"A medida é absolutamente possível, mas adotaríamos todos os modos de comunicação e advertências antes de chegar a esse extremo", destacou David Taylor, secretário geral da Uefa.
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A crise, porém, só respingou em Liverpool e Manchester United até agora. O primeiro teve de adiar a construção do novo estádio, enquanto que o time de Cristiano Ronaldo viveu o temor de perder seu principal patrocinador, a American Insurance Group (AIG), que esteve à beira do colapso, mas foi salva por um investimento de US$ 85 bilhões do banco central dos Estados Unidos.
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Na Espanha, os especialistas apontam para as camisetas "brancas" de Racing Santander, Almeria, Betis, Deportivo La Coruña, Málaga e Mallorca para explicar os efeitos da crise na Liga. Já os italianos temem a venda da Roma caso a UniCredit, afetada pelas turbulências, exija da família Sensi, proprietária do clube, o pagamento de uma cota de 176 milhões de euros até dezembro. A dívida total é de 362 milhões de euros.
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Nesse panorama, até a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), tem tomado suas precauções. O presidente da entidade, Max Mosley, se reuniu na última quarta-feira com Luca di Montezemolo, dono da Ferrari e dirigente da Associação de Equipes da Fórmula 1 (Fota), para analisar os próximos passos da categoria.

"Desde antes da atual crise, está claro que a F-1 é insustentável. É uma situação muito séria. Acabaram os dias em que se podiam gastar 100, 200 ou 300 milhões de euros por ano", avaliou Mosley, sinalizando para uma redução significativa e urgente dos gastos para a próxima temporada.
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Segundo a revista "Formula Money", as escuderias gastaram US$ 1,6 bi em 2008, US$ 130 mi a mais do que em 2007. Neste ano, a Super Aguri teve de se retirar da categoria após não conseguir patrocínio para disputar o Mundial.
"A gente acredita que o esporte seguirá independentemente do que aconteça no mundo econômico. Nunca aprendemos com os nossos erros e gastamos mais e mais", disse Flavio Briatore, diretor da Renault.
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Na última segunda-feira, considerada por especialistas como uma reedição da "segunda-feira negra" da crise de 1987, o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York teve queda de 504 pontos. Em meio ao caos, jogadores e ex-jogadores da NBA, de acordo com estimativa do investidor William Diamond, perderam, no mínimo, US$ 100 mi em ações.

Entenda a crise:
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A derrocada financeira global teve início nos EUA em março de 2007, com a crise do "subprime", como é chamada a modalidade de empréstimos de segunda linha no país. Com o aquecimento do mercado imobiliário, as financeiras americanas passaram a confiar de modo excessivo em pessoas que não tinham bom histórico de pagamento de dívidas.

O bom momento econômico de então, com taxas de juros baixas no país e boas condições de financiamento, fez os americanos se endividarem para comprar imóveis. Os bancos decidiram transformar os empréstimos hipotecários em papéis e venderam a outras instituições financeiras, culminando em uma perda generalizada. Alguns dos maiores bancos do país anunciaram prejuízos bilionários e tiveram de ser socorridos.
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As conseqüências da crise do "subprime" têm se propagado nos mercados financeiros americanos e mundiais. Nos nove primeiros meses do ano, os principais índices perderam mais de 25%. A crise se agravou no início de outubro com quedas diárias de quase 10% em vários mercados mundiais.

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terça-feira, outubro 07, 2008

Para reflexão

Estudo analisa equilíbrio muscular e lesões em jogadores de futebol

Os resultados sugerem que não existem períodos sensíveis para a ocorrência de lesões em virtude de desequilíbrios musculares

Equipe Cidade do Futebol

Um estudo analisou a relação do equilíbrio muscular dos flexores e extensores do joelho com a ocorrência de lesões em jogadores de futebol. O objetivo da pesquisa era saber se e quando, durante vários momentos da temporada, existiria maior risco de avarias. O estudo foi publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte.
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“Ainda não está clara a associação entre o equilíbrio muscular e a ocorrência de lesões, especialmente no futebol. Essa falta de clareza está associada principalmente às dificuldades envolvidas em estudar atletas”, contou Raphael Mendes Ritti Dias, doutorando na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). “No nosso estudo, a relação de equilíbrio muscular se manteve em níveis considerados adequados, o que pode, pelo menos, em parte, explicar o baixo índice de lesões”, completou.
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Participaram dos testes 15 atletas da equipe sub-20 da Ponte Preta, de Campinas (SP), durante um período de 29 semanas. O estudo englobou os períodos de preparação e de competição, divididos em: etapa geral, especial, pré-competitiva e etapa competitiva.
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Os resultados apontaram a existência de alterações na relação de equilíbrio entre os flexores e extensores durante as 29 semanas. No entanto, de acordo com a pesquisa, essa alteração estaria dentro da normalidade. De acordo com Dias, os resultados sugerem que “a carga de treino forçado não afetou a relação de equilíbrio muscular dos flexores e extensores”.
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A análise dos dados apurados pelos pesquisadores mostra que os flexores foram mais requisitados na primeira fase do ciclo preparatório, o que se manteve até antes da etapa competitiva. A partir desse momento, a força sobre os flexores diminuiu. No caso dos extensores, aconteceu o contrário. Eles foram mais exigidos durante a temporada competitiva, e não foram tão requisitados nas fases preparatórias. No entanto, em todos os ciclos, o equilíbrio muscular foi mantido.
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“Os resultados sugerem que não existem períodos sensíveis para a ocorrência de lesões em virtude de desequilíbrios musculares. Embora exista o aumento na força muscular de flexores ao longo da temporada, o que é extremamente importante para o futebol, a relação entre as forças de flexores e extensores (equilíbrio) não se altera acentuadamente, possivelmente devido às adequadas cargas de treinamento prescritas”, explicou Dias.
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Além de dele, participaram da pesquisa Luiz Fernando Goulart, do Departamento de Futebol Profissional da Associação Atlética Ponte Preta, e Leandro Ricardo Altimar, do Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas. Participaram dos testes 15 atletas da equipe sub-20 da Ponte Preta, de Campinas (SP), durante um período de 29 semanas.
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Inicialmente fizeram parte da mostra 23 atletas, entre 17 e 20 anos de idade, e com quatro a seis anos de prática na modalidade. Contudo, cinco deles não concluíram os testes por terem saído do clube, e três, por lesões.
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“É extremamente complicado trabalhar longitudinalmente com atletas que estão envolvidos em competições, viagens, transferências. Ou seja, muitas vezes o estudo depende da viabilidade por parte do clube. Além disso, a dificuldade de incluir um grupo controle não-submetido à intervenção limita a qualidade dos resultados. Estamos avaliando a melhor forma de minimizar essas dificuldades e limitações, para posteriormente, iniciarmos outros estudos”, concluiu Dias.
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PADRÃO ITALIANO

Fortaleza lança uniforme da Lotto
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REDAÇÃO Da Máquina do Esporte, em São Paulo
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O Fortaleza lança nesta terça-feira os novos uniformes com o patrocínio da Lotto. A nova fornecedora, que acertou com o clube em agosto deste ano, apresentará a camisa na estação ferroviária João Felipe.
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O acordo entre a marca italiana e a agremiação inclui a produção de 70 itens esportivos, que inclui uniforme e acessório para todas as categorias do Fortaleza, além da camisa de 90 anos do time.
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O acerto entre Lotto e Fortaleza, e a rescisão do clube com a Kanxa, antiga fornecedora de material esportivo, havia sido antecipado pela Máquina do Esporte .
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Os uniformes já deveriam ter sido lançados antes, mas a marca resolveu adiar a apresentação para este início de outubro para dar mais visibilidade a nova camisa. Afinal, o jogo de estréia dos artigos será contra o rival Ceará pela 30ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro como noticiado pela Máquina do Esporte anteriormente.

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quarta-feira, outubro 01, 2008

NOVOS TEMPOS, NOVAS CONCEPÇÕES

Quem quer centroavante?

É realmente preciso sempre ter um centroavante para ser feliz? Ou será que as equipes podem jogar e encantar sem precisar do fazedor de gols?

Mauro Beting

Você pode torcer pelo Romário Futebol Clube e ainda ficar lamentando a ausência de um camisa nove. De um "matador". Goleador. Artilheiro. Centroavante. Pivô. Referência de área. Um comandante de ataque. Um fazedor de gols. Aquele grosso que empurra a bola para dentro com qualquer parte da anatomia. Aquele jogador que não faz o gol quando a bola passando pela área. Aquele pé que falta para balançar a rede.
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Você sabe de quem estou falando e sonhando. Mas, na boa: é realmente preciso sempre ter um centroavante para ser feliz?
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Para ficar em um só ótimo exemplo da história do futebol brasileiro: o São Paulo multicampeão de 1991 a 1993 não tinha centroavante: jogassem três à frente (Muller, Macedo e Elivélton) ou duplas de atacantes ou meias (Muller e Elivélton; Macedo e Muller; Cafu e Muller; Palhinha e Muller), não havia um nove típico no ataque são-paulino bicampeão sul-americano e mundial. O Telêcolor do Morumbi virou referência de time a ser reverenciado por não ter a tal de referência de área. Um time que funcionava e chegava a encantar. Sem centroavante.
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Telê não tinha um centroavante típico no time campeão mundial
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(Não foi a primeira vez que Telê Santana "revolucionara" na genial carreira de boleiro e técnico; em campo, nos anos 50, ele foi um ponta-que-não-era-ponta; no banco, em 1982, instituiu inspirado rodízio de craques pela ponta direita brasileira na Copa da Espanha, apesar da birra da imprensa de então, e até de um personagem do Jô Soares).
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A França-98 ganhou de um Brasil de Ronaldo com um atacante de área. Ou pior: com um camisa nove nota zero: Guivarc'h tinha alguma noção do que deveria fazer com a bola, mas jamais entendeu que aquele retângulo branco defendido por um goleiro com uniforme diferente do dele era para ser molestado. A França ganhou o mundo metendo três gols no Brasil com um centroavante medíocre. Para ser gentil.
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Guivarc'h era o centroavante campeão mundial.
Era mesmo? Equipes boas têm artilheiros como o incansável Túlio Maravilha, que será o goleador da Série B, e deverá levar o Vila Nova de volta à primeira divisão nacional. Mas um time já foi rebaixado no Brasileirão mesmo fazendo o artilheiro da competição: no BR-07, Josiel, hoje centroavante do Flamengo, fez 20 gols pelo Paraná. E não conseguiu salvá-lo da segunda dos infernos.
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Mesmo os campeões nem sempre consegue fazer os artilheiros: Dario (Atlético-MG, 1971), Roberto Dinamite (Vasco, 1974), Flávio (Inter, 1975), Dario (Inter, 1976), Zico (Flamengo, 1980 e 1982), Careca (São Paulo, 1986), Túlio (Botafogo, 1995), Paulo Nunes (Grêmio, 1996), Edmundo (Vasco, 1997) e Romário (Vasco, 2000). Apenas 11 campeões fizeram os goleadores do Brasileirão, desde 1971. Neste século, nenhum time conseguiu. Ainda.
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Nem por isso eles podem ser desprezados. Artilheiros como os veteranos Kléber Pereira e Alex Mineiro (campeões brasileiros pelo Atlético Paranaense, em 2001) fazem ótimo BR-08 por Santos e Palmeiras. Promessas como Keirrison e Guilherme (mais um meia-atacante que um goleador) desempenham muito bem. São nomes fortes de mercado e objeto de consumo imediato. Mas não são premissas básicas para grandes campanhas. O Grêmio faz um campeonato além da encomenda com Perea e Marcel na frente, que não arrancam suspiros nem dos professores das pranchetas.
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Mas não é preciso ter um Evair ou um Jardel para brigar por títulos. (Embora fosse muito mais fácil explicar os canecos nas galerias).
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BOA INICIATIVA

Ceará lança camisa com numeração fixa

REDAÇÃO Da Máquina do Esporte, em São Paulo

Pela primeira vez em seus 94 anos de história, o Ceará terá numeração fixa e nome dos atletas em sua camisa. A estréia do novo uniforme acontecerá no próximo dia 4 em partida contra o Criciúma.

Esse lançamento, que acontecerá no dia 2 de outubro, faz parte do novo acordo entre Ceará e a Joma, empresa que fornece material esportivo ao clube, firmado em julho deste ano como noticiado pela Máquina do Esporte na época.
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Na ocasião, a agremiação cearense encerrou uma parceria com a Wilson, que era sua fornecedora desde 2006, por a marca não aceitar mudar a cor de seu logotipo, que é vermelho e lembra o Fortaleza, rival do Ceará.
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Em sua nova camisa, o clube estampará a marca de seus três parceiros, o governo do Ceará, a empresa automobilística Fiat e a Nacional Gás.
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O acordo, que terá duração de três anos, marcará também com uma nova fase para as categorias de base do time. A partir de agora, as equipes amadoras da agremiação terão uniformes exclusivos.
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Segundo o diretor de marketing do clube, Paulo Veras, a Joma fará lançamentos de artigos femininos e infantis também, além de camisas comemorativas.

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