Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

domingo, fevereiro 27, 2011

Hooliganismo e a sedução da violência

Caráter lúdico desse tipo de ação e ineficiência da prevenção simplesmente policial remete à necessidade de estudos sobre o comportamento social e dos governos das cidades

Carlos Alberto de Camargo

Uma das ameaças a ser consideradas no planejamento da segurança da Copa do Mundo é o hooliganismo, que não se confunde com a violência das torcidas organizadas brasileiras – esta última, em termos de Copa do Mundo, representa uma ameaça mais remota; mas o estudo do hooliganismo contribui para o entendimento da violência de nossas torcidas.

A capacidade de sedução da violência é a principal mensagem que o diretor Phillip Davis pretendeu passar no vídeo "Fúria nas Arquibancadas", em que o personagem John Brandon, policial britânico infiltrado com três outros companheiros na torcida do Shadwell (um time fictício) a fim de conseguir informações necessárias ao controle da violência, acaba sendo cooptado por essa violência, absolutamente fascinado por ela, adotando o mesmo modo de vida dos hooligans, com suas inúmeras brigas e intermináveis bebedeiras.

É a mesma sedução que consta no testemunho pessoal do jornalista Bill Buford, em seu livro "Entre os Vândalos", também infiltrado durante quatro anos na torcida do Manchester United a fim de descobrir por que os jovens ingleses do sexo masculino se envolviam em tumultos todos os sábados.

Na estação londrina de Marble Arch, retornando de um fim de semana violento em Turim, onde fora com a torcida acompanhar o Manchester, o jornalista surpreendeu-se com sua própria atitude. Irritado com um casal de idosos que caminhava lentamente à sua frente, amparados por suas bengalas, ele os ultrapassou, empurrando-os bruscamente e, já na dianteira, voltou-se para xingar.

Bill Buford descreve assim a violência: “Fiquei espantado com aquilo que descobri. Não esperava que violência fosse tão prazerosa. Poderia supor, caso me tivesse disposto a pensar a respeito, que a violência fosse provocante - no sentido em que um acidente de trânsito é provocante -, mas aquele prazer puro e elementar era de uma intensidade diferente de tudo que eu previra ou experimentara anteriormente. Não se tratava, contudo, de uma violência qualquer. Não se tratava de violência fortuita, ou violência de sábado à noite ou brigas de pub - era violência de massa, era essa que importava; os mecanismos muito particulares da violência das multidões”.

E o autor arrisca-se mesmo a apontar o principal combustível que movimenta esse comportamento: “a adrenalina, que pode ser tanto mais poderosa, porque é gerada pelo próprio corpo, contendo, fiquei convencido, muitas das mesmas propriedades viciantes que caracterizam as drogas sinteticamente produzidas”.

O personagem John Brandon entregou-se a essa mesma sedução, mergulhando de cabeça na espiral descendente que leva à total degradação, à negação da dignidade humana, à negação das mínimas regras necessárias a uma sadia convivência em sociedade. Entregou-se, iludido pela miragem assim descrita por Bill Buford:

“A violência apresenta uma das experiências vividas com mais intensidade e, para aqueles capazes de se entregar a ela, um dos mais intensos prazeres”. Mesmo advertido pelos seus companheiros de que essa ilusão o estava levando à autodestruição.

Tanto o livro como o filme apresentam uma impressionante sequência de escaramuças entre torcidas rivais; destacam a imagem desagradável e mesmo repulsiva do torcedor violento, acostumado a ingerir enorme quantidade de álcool, que sente tédio nos dias em que não vê futebol e que pratica delitos; e ainda procuram mostrar uma polícia inglesa às vezes omissa e à vezes excessivamente violenta.
As imagens que reproduzem a atuação da polícia nos estádios não resistem a uma análise técnica: revista pessoal falha e por amostragem, o que permite a introdução de armas, dardos e outros objetos perigosos; o policial que não mantém detidos os torcedores apreendidos por comportamento inconveniente; cenas de violência policial e a omissão da polícia em certos casos ou sua impotência quando algumas pessoas decidem desobedecer às leis.

O filme termina com nosso personagem participando de uma passeata neonazista. O livro também aborda o assunto, descrevendo como os rapazes de terno do National Front assediam as torcidas, que são o campo ideal para o recrutamento, já que se constituem em massas violentas ainda não politicamente dirigidas.

O repórter Bill Buford, ao contrário, termina sua narrativa confessando que em dado momento - quando preparava-se para viajar para Turim, nas eliminatórias para a Copa de 90 - entrou em depressão profunda: a simples ideia de um novo contato com a violência e as bebedeiras dos Hooligans o deixou doente.

Para melhor ilustrar o que pretendemos alertar, novamente nos socorremos de um exemplo inglês, desta vez narrado pelo jornalista Otávio Dias. Reportando a rebelião ocorrida na cidade de Luton, ao norte de Londres, em julho de 1995, quando durante vários dias grupos de jovens entraram em choque com a polícia, incendiando carros, apedrejando e saqueando lojas e casas, ele transcreveu depoimento de um deles: “enfrentar a polícia é a única maneira de conseguirmos um pouco de emoção”.

Todas essas observações nos fazem ficar preocupados com um dos aspectos da violência coletiva: o seu caráter eventualmente lúdico, que torna ineficaz a prevenção simplesmente policial, e que, por isso, recomenda seja objeto da preocupação de estudiosos do comportamento social e dos governos das cidades. A cuidadosa observação da forma como este problema tem sido enfrentado em todo mundo nos demonstra como eficazes: a rápida e rigorosa punição dos infratores, capaz de eliminar o sentimento de impunidade; a ocupação territorial inteligente e preventiva pela polícia, tomando o espaço dos violentos; e atuação sobre as causas da violência, como fenômeno social.

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sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Segredos do mercado de transferências

Tomadas de decisões para contratação e montagem de grupo devem ser integradas e atender os stakeholders

Geraldo Campestrini

Acompanhando o blog (http://esportejuridico.blogspot.com/) do colega e postulante ao título de Bacharel em Direito, Felipe Tobar, não pude deixar de referi-lo pela contextualização e pertinência da discussão de seu último texto, que versa sobre “os doze principais segredos do mercado de transferências”.

Tobar extraiu do livro de Simon Kuper e Stefan Szymanski (Soccereconomics – Por quê a Inglaterra perde, a Alemanha e o Brasil ganham, e os Estados Unidos, o Japão, a Austrália, a Turquia – e até mesmo o Iraque – podem se tornar os reis do esporte mais popular do mundo) que detalhou os “12 principais segredos listados para os clubes atuarem no mercado de transferências: 

(1) Não permita que um novo técnico desperdice dinheiro com transferências; (2) Use a sabedoria das massas (quanto mais opiniões melhor); (3) Astros de Copas do Mundo ou campeões europeus recentes são sobrevalorizados. Ignore-os; (4) Certas nacionalidades são sobrevalorizadas; (5) Jogadores mais velhos são sobrevalorizados; (6) Centroavantes são sobrevalorizados, goleiros são subvalorizados; (7) Os cavalheiros preferem os louros: identifique e abandone "preconceitos visuais"; (8) O melhor momento para comprar um jogador é quando ele tem 20 e poucos anos; (9) Venda qualquer jogador quando outro clube oferecer mais do que ele vale; (10) Substitua seus melhores jogadores antes mesmo de vendê-los; (11) Compre jogadores com problemas pessoais e os ajude a superá-los; (12) Ajude seus jogadores a se adaptar. Como opção, os clubes podem simplesmente se aferrar à sabedoria convencional!”

Na verdade, não acredito em “fórmulas de bolo” em nenhum ramo de negócios, tal e qual os “segredos” são expostos. Mas há uma evidência clara de que, se pegarmos alguns deles e fizermos um estudo por amostragem, encontraremos um comportamento semelhante, com elevada correlação entre cada caso prático.

Os ensinamentos têm claro respaldo nas teorias relacionadas a gestão de recursos humanos e que, intrinsecamente, remete a uma reflexão voltada para a adoção de uma cultura e política de critérios para os clubes, particular a cada um deles. Profere ainda que não se deve possuir um comportamento atrelado a meros modismos que o mercado passa a adotar em determinadas situações, o que incentiva uma ação por impulsos que às vezes é irracional.

Perpassa ainda a importância de haver um acompanhamento e alinhamento de todos os departamentos dentro de um clube de futebol, para que estes, desde a parte técnica até a de marketing, passando pelo setor administrativo, financeiro e outros, se conversem a fim de otimizar as tomadas de decisões em termos de contratação e montagem de um elenco, atendendo os anseios dos diversos stakeholders.

Mesmo discordando um pouco do item 2, que fala para se “ouvir as massas” e, nesse caso, se as tais “massas” não tiverem conhecimento técnico de nada valerão, bem como pelo item 11, que deve ser olhado com um cuidado maior do que a singela crença de que “em educando o atleta, o mesmo ficará eternamente grato ao clube”, penso, em resumo, ser bastante válido os pontos de reflexão para futuras ações relacionadas a gestão de contratações e transferências de atletas.

A leitura crítica ao texto do blog produzido pelo Felipe Tobar, conforme referido anteriormente, pode contribuir também para o confronto de ideias e evolução dos princípios ora apresentados.

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Modelos de gestão no futebol: Inter e São Paulo, o que está acontecendo?

Tidos como modelos de gestão no futebol brasileiro, clubes vacilam em suas ações gerenciais recentes

Eduardo Fantato

Olá, amigos!
No texto desta semana permito-me fazer um carta de protesto ao futebol.

Não, não sou contra o futebol, muito pelo contrário, sou um aficionado que teve o prazer de se tornar um profissional que atua no meio. Porém, como vocês que me acompanham sabem, defendo um futebol antenado com as práticas modernas de gestão e tecnologia.

Sabemos que a cada semana o futebol nos prega peças, e traz à tona a famosa frase: “quando achei que já tinha visto tudo no futebol, não é que...”. Pois bem.

Desculpem-me cair no chavão, mas quando achei que já tinha visto cada coisa estranha no futebol, não é que o Internacional, o clube modelo de gestão no Brasil nos últimos tempos, demite o técnico do time reserva que o clube decidiu que disputaria o Estadual para dar prioridade à Taça Libertadores?

Na coluna do dia 21 de dezembro do ano passado (A derrota do Inter: ver DVDs funciona no Brasil?) comentávamos sobre a eliminação frente ao tricampeão africano Mazembe no Mundial de Clubes da Fifa, apontando um retrospecto que colocava o Inter de igual pra igual com grandes potências européias, dado o sucesso de sua trajetória recente, porém com a ressalva de que algo mais precisa acontecer.
Jamais um time com a estrutura e o nível profissional da equipe gaúcha (ou que pelo menos passa essa imagem) pode por desconhecimento ser surpreendido de tal forma (reforço) por desconhecimento do adversário, sem tirar os méritos do campeão africano.

Para fazer um outro recorte, no dia 7 de setembro de 2010 (São Paulo: sobre planejamento e troca de técnicos), comentávamos sobre o São Paulo e criticamos a mudança de técnico com base na emoção e não na analise e planejamento. O mesmo São Paulo que foi alvo de uma outra coluna em 24 de fevereiro de 2009 (Ainda São Paulo x Corinthians), focando uma possível miopia de gestão que poderia ter reflexo mais pra frente.

Pois bem, em todos os casos citados, muitas críticas (sempre são bem vindas) vieram às analises que foram feitas. Porém, insisto com os amigos que se Inter e São Paulo - que são tidos como modelo de gestão - tomam algumas decisões que nos surpreendem, que caminhos devemos seguir rumo a um futebol realmente profissional?

Pois apenas para ficar em alguns pontos, lembramos os seguintes fatos:

  • O São Paulo que até certo tempo se vangloriava por ter alternância de poder, no tocante à presidência do clube, e o quanto isso era benéfico e base do sucesso, criticando veementemente seus rivais, hoje vive a expectativa de uma alteração de estatuto para permitir mais um mandato de seu presidente.
  • O São Paulo tricampeão brasileiro demitiu seu técnico pelo desempenho na Liberadores. O que aconteceu depois? Ficou sem títulos e manteve um desempenho similar na disputa continental, lembrando que a participação constante e as eliminações em fases adiantadas não devem ser encaradas como fracasso. Neste ano, está fora do torneio.
  • O Inter bicampeão da Libertadores em espaço curtíssimo de tempo, um título do Mundial de Clubes, sofreu a inesperada queda frente ao Mazembe, surpreendido por uma equipe rápida e forte fisicamente. Num mundo onde as informações são abundantes e os recursos tecnológicos para obtê-las cada vez mais velozes e precisos, ser surpreendido de tal forma não é normal.

E agora o Inter demite um técnico que tem uma história nas categorias de formação. Basta olhar quantos jogadores a equipe tem formado e o papel de Enderson Moreira nisso.

O clube demite um profissional até pouco bem valorizado no próprio clube, por um desempenho num torneio relegado ao segundo plano, no qual a equipe sequer usou seu elenco e comissão técnica principais. E, junto com isso, descarta alguns jogadores que foram importantes na temporada passada, inclusive desejados por outros clubes para ficar só no exemplo do zagueiro Danny Morais.

Talvez as pessoas fiquem inconformadas com minhas críticas a Inter e São Paulo, mas o certo é estamos vendo erros estratégicos crassos, erros de planejamento significativos, que aos poucos vão mostrar seu efeitos.

Gestão de futebol deve ser feita por completo e constantemente, não adianta profissionalizar só uma parte, ou o que é pior, se dizer profissional quando ganha. Na derrota a gestão é muito mais importante para detectar e redimensionar rumos, não apenas dizer “viu, fizemos certo, somos modelo de gestão”. Mas como?

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Platini visita federações sérvia e croata para conversar sobre medidas contra a violência

Devido à violência recente nos dois países, presidentes devem atuar no futebol

Equipe Universidade do Futebol

Em uma viagem de um dia, o presidente da Uefa Michel Platini foi até Zagreb e Belgrado para encontrar os presidentes de Croácia e Sérvia, Ivo Josipovic e Boris Tadic, para discutir problemas relacionados à violência nos estádios.

Platini disse, em entrevista ao site da Uefa, que “a violência no futebol é uma preocupação central e deve ser combatida com urgência. Observei hoje em meus encontros com os chefes de estado tanto de Sérvia como da Croácia que eles partilha deste mesmo objetivo e que desejam se comprometer a buscar soluções. Concordamos na necessidade de criar um plano forte de medidas concretas que demandará uma liderança forte de ambos os governos em variados níveis”.

“Os problemas de violência no futebol na Europa são enfrentados com medidas rigorosas, sobretudo quando a eles se ligam questões étnicas. Enquanto isso, no Brasil e especialmente no estado do Ceará, não se combate nem mesmo a violência originária dos meios de comunicação.” (Benê Lima)

Platini disse ainda que “se a Uefa não ver sinais claros e positivos de que medidas concretas estão sendo tomadas nessa temporada, existe um risco sério de suspensões de seleções e clubes das duas associações nas competições que a Uefa coordena. Precisamos ver um claro avanço, ou não hesitaremos em tomar medidas firmes”.

As diferenças sérvias e croatas extrapolam o meio do futebol, e a Uefa quer que os Estados tomem medidas juntamente às federações para conter estes incidentes. A intenção é evitar que os clubes dos dois países e suas seleções sejam banidas das competições no cenário europeu.

Dentre as medidas, estão um sistema de ordens de banimento, restrições para viagens de torcedores que causam tumultos, protocolos de cooperação e informação das polícias e julgamentos eficientes com penas severas para os culpados.

A Uefa tem ainda uma lista de ajustes necessários para melhoras em estádios, segurança e estrutura de espetáculos de futebol, e irá monitorar as medidas sérvias e croatas contra a violência nos estádios, e dentro de um ano o comitê executivo da entidade será consultado novamente. 

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quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Sucessão na presidência da Fifa pode ter oposição a Blatter

Jornalista americano Grant Wahl pretende disputar o comando da entidade
Equipe Universidade do Futebol

blatter_get_438 O comando de Joseph Blatter à frente da Fifa já dura duas gestões. Próximo de mais uma eleição para a presidência da entidade, ele ganhou um novo adversário.

Trata-se do jornalista americano Grant Wahl, da revista Sports Illustrated. Wahl é famoso por trabalhos polêmicos que retratam bastidores e temas que dividem a opinião pública, como por exemplo o especial 'Where's Daddy', retratando a situação e o crescente número de filhos não reconhecidos por pais-atletas.

O estatuto da Fifa diz que, para poder concorrer, todo candidato deve ser indicado por uma federação nacional filiada à organização. Wahl precisa de uma indicação até primeiro de abril.

Blatter não teve concorrências na eleição de 2007. Segundo Wahl, em entrevista para a Folha de São Paulo, “em todos os lugares torcedores se queixam do Blatter e da Fifa. Não acham que a Fifa é uma organização limpa. Alguém precisa representar os torcedores, e eu decidi me candidatar.”

Para a eleição, Wahl está fazendo contatos. “Você só precisa ser indicado por uma federação nacional antes de 1º de abril para ser um candidato oficial. Estou conversando com federações para que me indiquem, mas elas não têm que votar em mim na eleição de 1º de junho”.

Wahl promete ainda, caso seja eleito, divulgar documentos internos sobre todas as atividades da Fifa para o grande público.

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Gestão: Espanha lidera faturamento comercial no futebol europeu

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

Criada em 1992, a Premier League representou uma mudança radical na gestão do futebol inglês e turbinou as receitas dos clubes locais. No entanto, segundo um levantamento feito pela consultoria Sport+Markt, os britânicos foram destronados pelo Campeonato Espanhol no posto de torneio mais lucrativo do futebol europeu.

A pesquisa considera o faturamento de clubes com merchandising e licenciamento. Na Espanha, o lucro com essas fontes atingiu 190 milhões de euros na última temporada, período em que as equipes da Premier League geraram 168 milhões de euros.

No ranking de faturamento, Espanha e Inglaterra são seguidas por Alemanha (130 milhões de euros), Itália (77 milhões de euros) e França (67 milhões de euros). O estudo considerou 182 clubes, e para isso entrevistou dez mil pessoas em dez países diferentes.

As cinco maiores ligas tiveram um incremento total de 6% em seu faturamento na temporada 2009∕2010. No total, as dez principais competições do futebol europeu tiveram um ganho de 727 milhões de euros com merchandising e licenciamento nesse período.

A grande diferença é a divisão disso. A Inglaterra tem um cenário mais igual, ao passo que a Espanha concentra 80% do faturamento nas mãos de Barcelona e Real Madrid.

Concentração também é a palavra mais clara em uma análise sobre o mercado de vendas de camisas. O futebol europeu comercializou 13,7 milhões de peças na temporada 2009∕2010, e 11,4 milhões (83%) foram feitas por Adidas e Nike.

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Gestão: CBAt antecipa eleições e limita permanência de presidente

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

Em assembleia geral realizada nesta semana, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) aprovou uma mudança significativa em seu processo eleitoral. A entidade antecipou o próximo pleito presidencial, limitou a uma reeleição a possibilidade de manutenção de presidentes e instituiu votos secretos no pleito.

A mudança foi definida em fórum formado por 41 pessoas (27 presidentes de federações, cinco representantes de clubes, oito medalhistas olímpicos, um porta-voz dos treinadores e outro dos árbitros). O novo modelo teve aprovação de 38 dos presentes.

A próxima eleição presidencial da CBAt será realizada na assembleia geral de 2012, e a posse da diretoria acontecerá no ano seguinte. “Essa decisão é importante para fazer uma boa transição”, opinou Roberto Gesta de Melo, presidente da entidade.

Gesta de Melo é o dirigente de confederação com mais tempo no cargo no esporte brasileiro. Ele comanda a CBAt há 24 anos, e as mudanças no formato e no calendário da eleição tiveram seu aval.

O limite de reeleições na CBAt também valerá para vice-presidentes. Gesta de Melo, que deve deixar a entidade, ainda comandará a Confederação Sul-Americana de Atletismo até 2015.

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Gestão: Manutenção do Clube dos 13 tem aval dos “menores”

Manutenção do Clube dos 13 tem aval dos “menores”
EDUARDO LOPES e RODRIGO CAPELO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

Clube dos 13 martelo Os últimos dias têm sido agitados para o Clube dos 13, que vive a expectativa das negociações por direitos televisivos do Campeonato Brasileiro para o triênio de 2012 a 2014. O Corinthians se recusou a participar e anunciou que vai deixar o grupo. Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco e Coritiba também rechaçaram participar da concorrência feita pela entidade. O racha da instituição ainda não chegou ao fim, mas já conta com fiéis remanescentes. As equipes que formam a base do comando (Atlético Mineiro, Internacional e São Paulo) têm sido sustentadas por outras que figuram no grupo que recebe a menor fatia da venda televisiva.

 

No atual cenário, Atlético Paranaense, Coritiba, Sport, Vitória, Bahia, Portuguesa, Guarani e Goiás são as equipes que menos recebem verba de televisão do Clube dos 13. Atualmente, está nesse grupo a principal base aliada da entidade que representa as equipes.

 

Além de Atlético Mineiro, Internacional e São Paulo, equipes que formam o comando atualmente, Atlético Paranaense, Goiás, Guarani, Portuguesa e Sport são os principais defensores do Clube dos 13 no modelo existente.

 

Para Gustavo Dubeux, presidente do Sport, que atualmente está na Série B do Campeonato Brasileiro, o Clube dos 13 conseguiu negócios proveitosos para as equipes nos últimos anos. “Queremos que prevaleça o bom senso. A separação irá desvalorizar a negociação em grupo e a individual”, afirmou.

 

De fato, nos últimos anos a valorização do direito de transmissão do Campeonato Brasileiro foi elevada. Em 15 temporadas, o montante negociado subiu 1250%. A quantia para 1995 foi estipulada em R$ 10 milhões. Para o triênio entre 2008 e 2011, chegou a R$ 250 milhões. Agora, a promessa do C13 é atingir R$ 500 milhões apenas com TV aberta entre 2012 e 2014. Isso, contudo, sem considerar a cisão que ocorreu nos últimos dias.

 

Gustavo Dubeux admite torcer pela vitória da rede Globo, alegando que o canal dá maior audiência aos jogos do que a Record, o que valorizaria os patrocínios. A margem estabelecida em favor da Globo, de 10%, também agrada o presidente do Sport, mas foi fator de irritação no clube que tem liderado a vazão do grupo, o Corinthians. Em comunicado oficial, o presidente Andrés Sanchez chamou de “irresponsável” o modo como o grupo conduziu a concorrência.

 

Insatisfeito, Sanchez não deverá ficar sozinho entre aqueles que preferem a negociação individual. Dos 20 clubes que compõem o Clube dos 13, cinco já tomaram a mesma decisão do Corinthians – os quatro cariocas e o Coritiba. A expectativa é que o grupo ganhe algumas companhias nos próximos dias. Segundo o jornalista Ricardo Perrone, blogueiro do “UOL”, o próximo deve ser o Palmeiras, cujo presidente Arnaldo Tirone tem se aproximado de Sanchez.

 

Ainda entre as possibilidades de abandono, o colunista da revista “Veja”, Lauro Jardim, afirmou que mais duas equipes podem aderir ao grupo dissidente: Grêmio e Goiás. Apenas a diretoria goiana negou essa informação à Máquina do Esporte. O presidente esmeraldino, Hailé Pinheiro, é próximo de Fábio Koff, mandatário do Clube dos 13. Dessa forma, tem-se mais uma agremiação que está no grupo dos que menos ganham em direitos televisivos e que sustenta a união.

 

Por esse mesmo caminho seguiram Guarani, Portuguesa e Atlético Paranaense. O presidente da equipe rubro-negra, Marcos Malucelli, criticou a decisão dos dissidentes, apostando que a cisão será prejudicial a eles também. “A negociação interessa a todos os clubes, inclusive aos cariocas. Eles deveriam estar interessados, porque os direitos televisivos devem mais do que dobrar”, apostou.

 

Entre os que menos ganham, portanto, apenas o Coritiba já se posicionou de forma contrária ao Clube dos 13. E o Vitória, que ainda não definiu um lado, tem grandes chances de seguir o mesmo caminho. No ano passado, os baianos votaram contra a atual diretoria da entidade em eleição presidencial – na época, Fábio Koff superou Kléber Leite, candidato endossado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por 12 votos a oito.

 

Leia mais:

 

Por união, Internacional admite trocar de lado

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Direito e Política: Times do RJ vetam negociação de TV com C13

Times do RJ vetam negociação de TV com C13
REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

Clube dos 13 XAnunciadas na tarde da última terça-feira, a licença e a iminente saída do Corinthians do quadro de filiado do Clube dos 13 começou a encontrar ecos. Após reunião realizada nesta quarta, os presidentes de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco decidiram rechaçar a condução da entidade na negociação dos direitos de TV e partir para uma prospecção independente.

 

A postura dos times do Rio de Janeiro ratifica o racha político vivido pelo Clube dos 13, que tem como pano de fundo a discussão sobre os direitos de TV do Campeonato Brasileiro entre 2012 e 2014. Ao contrário do Corinthians, porém, as diretorias de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco ainda não falaram em desfiliação.

 

O Clube dos 13 discute atualmente a venda dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro para o próximo triênio. A entidade criou uma comissão específica para isso, e o grupo estabeleceu regras para a concorrência.

 

A principal missão dada à comissão foi relativizar as propostas financeiras das diferentes emissoras. Depois de decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Globo perdeu direito de preferência na disputa. Parceira do C13 desde 1987, quando começou a venda conjunta dos direitos, a emissora carioca terá de fazer proposta em envelope fechado, assim como Record e RedeTV!, os outros dois canais que demonstraram interesse até o momento.

 

Na próxima quinta-feira, os presidentes dos quatro clubes do Rio de Janeiro darão entrevista coletiva conjunta para falar sobre a insatisfação de todos com o modelo de negócio adotado pelo C13. Também explicarão os próximos passos dessas equipes.

 

O mais provável, contudo, é que a decisão sobre TV cause um movimento político e faça com que essas equipes acompanhem o Corinthians na criação de um novo fórum de discussão. A insurgência da equipe do Parque São Jorge tem apoio de Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

 

Confira a íntegra da nota emitida pelos quatro clubes do Rio de Janeiro:

 

“Os Presidentes do Botafogo de Futebol e Regatas, do Fluminense Football Club, do Clube de Regatas do Flamengo e do Club de Regatas Vasco da Gama reuniram-se em 22/02/2011 para discutir os aspectos relacionados á concorrência, encaminhada pelo Clube dos 13, com o propósito de aquisição de direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro de futebol profissional.

 

Como resultado, restou decidido que os clubes adotarão posição conjunta, diante da questão em causa, tendo como fundamento principal a defesa intransigente dos interesses do futebol do Rio de Janeiro e, ainda, a satisfação dos interesses maiores do futebol brasileiro em geral.

 

Foram, em consequência, fixadas, pelos quatro clubes, as seguintes preliminares:

 

- Não reconhecer como adequada a forma pela qual, até aqui, o Clube dos 13 conduziu, perante seus associados, o projeto para o novo contrato de transmissão;

 

- Os clubes, em consequência, manifestam-se desobrigados, diante do Clube dos 13, dispondo-se os mesmos a tratar, diretamente com as empresas interessadas, todos os aspectos comerciais referentes aos direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro.

 

Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 2011.

 

Patrícia Amorim

Presidente do Clube de Regatas do Flamengo

 

Mauricio Assumpção

Presidente do Botafogo de Futebol e Regatas

 

Peter Siemsen

Presidente do Fluminense Football Club

 

Carlos Roberto Dinamite de Oliveira

Presidente do Club de Regatas Vasco da Gama”

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Empresários brasileiros criam organização para apoiar o esporte

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

Um grupo de empresários brasileiros criou o movimento Live Wrigth, organização sem fins lucrativos para captar investimentos da iniciativa privada e desenvolver o esporte em projetos de longo prazo.  O movimento apoiará nove modalidades que apresentam potencial para levar o Brasil a alcançar posições de ponta em ranking internacionais.

A iniciativa conta com a parceria da McKinsey, empresa de consultoria global de gestão que desenvolveu o planejamento estratégico, e também da Brunoro Sport Business, que cuidou da avaliação do cenário esportivo nacional. Em 2011, a organização pretende captar entre R$ 8 e R$ 15 milhões, valor estimado para o apoio de três modalidades. O portfólio aumentará anualmente até que o plano inicial seja atingido.

“Nosso desafio é buscar recursos junto à iniciativa privada para patrocinar projetos esportivos que intensifiquem as chances das equipes brasileiras nos Jogos Olímpicos e transformem o país em uma grande potência na competição”, explicou Walter de Mattos Junior, presidente do conselho executivo do movimento.

O grupo já está em negociação com federações e confederações esportivas para desenvolvimento de projetos em parceria. Além do aporte financeiro, o Live Wrigth contribuirá para o desenvolvimento da gestão dessas entidades, tornando-as mais adequadas à realidade da iniciativa privada.

Mattos Junior explicou que esse modelo permite desenvolver o esporte a partir de uma estrutura já existente: “Selecionamos esportes em que nosso investimento tenha um impacto significativo e duradouro, e que sejam também modalidades com grande potencial de ganho de medalha. Além disso, vamos priorizar as federações e confederações que estejam alinhadas com os pilares do movimento: desempenho, meritocracia e ética”.

O primeiro aporte financeiro foi realizado pelos membros do conselho executivo, atualmente formado por 11 empresários. Walter de Mattos Junior é o presidente, e o grupo também conta com Andreas Mirow, Beto Azevedo, Christopher Apostos, Fernanda Camargo, Gilberto Sayão, João Paulo Diniz, Marcelo Stallone, Mauro Bergstein, Roberto Kablin e Victor Malzoni.

O conselho estratégico é composto por atletas, empresários e pessoas ligadas ao esporte, que têm como missão multiplicar os objetivos da organização e atuar como principais incentivadores e captadores de recursos.

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terça-feira, fevereiro 22, 2011

Os atratores e a construção de referências de jogo no futebol: não leiam!

Aplicar o conceito da física para o futebol pode criar novos sistemas e direções para treinamento desportivo

Rodrigo Azevedo Leitão

Atratores são configurações para quais tendem um sistema qualquer.

Recentemente falei sobre eles (mais precisamente sobre aplicações nos esportes coletivos) para um grupo de físicos, em um importante evento da área. Motivado pelos incentivos a mim direcionados, resolvi escrever hoje um pouco sobre o tema (os atratores).

Ainda que seja um conceito menos popular do que outros que venho debatendo, suas aplicações no entendimento do jogo e na modelação de treinos no futebol contribuem - e muito - para compreensão de questões que envolvem a “complexidade”.

Todo sistema alterna entre momentos virtuais de equilíbrio e desequilíbrio. É como uma balança que busca constantemente se estabilizar, mas que por vezes, “caoticamente” parece se encontrar com a total instabilidade.

O “conflito” dinâmico interno a um sistema entre equilíbrios e desequilíbrios faz com que ele (o sistema) busque a todo tempo manter-se organizado. Quanto mais complexo o nível de organização de um sistema, menos sujeito a fortes instabilidades ele estará.

A cada vez que enfrentar grandes desequilíbrios, um sistema deve reagir e, se necessário, atingir novo estado de organização para se manter vivo.

Toda tentativa de se auto-organizar de um sistema é norteada pelo “magnetismo” de atratores, que em momentos cruciais de instabilidade levam o sistema a uma configuração de equilíbrio. Da mesma maneira, atratores chamados de “estranhos” podem “conduzir” um sistema qualquer a configurações totalmente “desequilibrantes” – e instaurar o caos.

O jogo por si só, como sistema, possui atratores que levam jogadores e equipes para determinadas configurações (configurações essas que dão vida a dinâmica do jogo). Ao se compreender na essência o conceito de atratores, é possível que através dos treinamentos sejam criados alguns deles – tanto para interferir no “sistema de jogo” das equipes (não confundamos “sistema de jogo” com “esquema tático”), quanto para interferir no “sistema jogo”.

Como?

Se são os atratores configurações paras quais tendem um sistema, por que não, nos treinamentos, entender a fundo o jogo, e a partir daí, conceber referências organizacionais norteadoras que construam um jogar eficaz? Por que não fazer com que estas referências tornem-se atratores do sistema de jogo de uma equipe e, a partir daí, propiciar organizações constantemente mais complexas e, portanto, menos suscetíveis a instabilidades caóticas?

Quando transcendermos a idéia de que as equipes devem cumprir estratégias, e que para isso precisam desenvolver essa ou aquela “capacidade física”, esse ou aquele princípio tático, para a avançada idéia de que devemos buscar nos treinamentos gerar comportamentos desejáveis de jogo, dando referências organizacionais que se tornem atratores para o sistema, estaremos na direção de um novo paradigma, tanto para a observação e entendimento de jogo e quanto para a preparação do futebolista.

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Ponte Preta reformula amador e extingue três categorias

Clube deve concentrar investimentos apenas nas três equipes de base que serão mantidas (sub-15, sub-17 e sub-18)

A Ponte Preta iniciou neste mês uma profunda reformulação em seu departamento de futebol amador. A primeira medida da equipe do interior de São Paulo foi encerrar as atividades das equipes sub-11, sub-13 e sub-20.

Nos dois primeiros casos, a decisão reflete uma prioridade que a Ponte Preta dará a suas escolinhas no início da formação de atletas. Portanto, a equipe de Campinas seguirá com atletas dessas idades, mas mudará a abordagem feita com eles.

O caso do sub-20 é diferente. Na visão da diretoria da Ponte Preta, essa categoria não era mais necessária em virtude do atual panorama do futebol. Jogadores com essa faixa etária devem ser integrados ao elenco profissional ou dispensados.

Com a extinção dos três times, a Ponte Preta deve concentrar investimentos nas três equipes de base que serão mantidas (sub-15, sub-17 e sub-18).

Fonte: Máquina do Esporte / Universidade do Futebol

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Por 2014, Fifa reúne parceiros comerciais no Brasil

Adidas, Coca-Cola, Emirates, Hyundai-Kia, Sony e Visa, as mesmas patrocinadoras da Copa-10, estiveram presentes

A Fifa realizou na última semana o primeiro encontro com parceiros comerciais para tratar da Copa do Mundo de 2014, a ser realizada no Brasil. A reunião, feita em São Paulo, foi o primeiro evento comercial oficial voltado para a competição.

O “Programa Pontapé Inicial”, como foi denominado, foi comandado por Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). “A Copa de 2014 será um evento incomparável”, disse o cartola na abertura.

Dentre as empresas presentes, estavam Adidas, Coca-Cola, Emirates, Hyundai-Kia, Sony e Visa, as mesmas patrocinadoras da Copa do Mundo de 2010, feita na África do Sul. Ainda houve a presença de Oi, Marfrig e Itaú, outros parceiros.

“Estamos encantados em participar do programa de marketing da Fifa”, disse Flávia da Justa, diretora de comunicações da Oi, ao site oficial da entidade. “Foi uma experiência sensacional e estamos motivados com as oportunidades”.

Para encerrar o encontro, a Fifa contou com Thierry Weil, diretor de marketing da instituição. “Agora é hora de aproveitarmos juntos a Copa do Mundo de 2014”, disse executivo. “Esse evento marca o primeiro passo em direção a isso”.


Fonte: Máquina do Esporte / Equipe Universidade do Futebol

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Clube dos 13 convoca interessados em direitos de mídia

Grupo fará licitações separadas para cada um dos veículos (TV aberta, TV fechada, pay-per-view e internet, por exemplo)

O Clube dos 13 publicou em alguns jornais do país na sexta-feira (18) um comunicado para empresas de mídia interessadas nos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. A nota convoca as companhias a fazer propostas, independentemente da mídia, e apresentar esse conteúdo à entidade.

No texto, o Clube dos 13 esclarece que tem ouvido propostas de empresas interessadas nos direitos e diz que fará o mesmo procedimento com futuros candidatos. O grupo já realizou reuniões com representantes de Rede TV!, Record e Globo, por exemplo.

A concorrência que o Clube dos 13 vai promover definirá os detentores dos direitos de exibição do Campeonato Brasileiro entre 2012 e 2014. O grupo fará licitações separadas para cada uma das mídias (TV aberta, TV fechada, pay-per-view e internet, por exemplo).

Confira a íntegra da nota publicada pelo Clube dos 13:

 

“A ‘COMISSÃO PERMANENTE PARA ASSUNTOS COMERIAIS E ECONÔMICOS-FINANCEIROS’ do Clube dos Treze, coordenada pelo Diretor Executivo Ataíde Gil Guerreiro e tendo como integrantes os presidentes do Botafogo de Futebol e Regatas, Clube Atlético Mineiro, Esporte Clube Bahia e Santos Futebol Clube, COMUNICA que está promovendo reuniões com empresas interessadas em participar da próxima realização de concorrência pública, com vistas à aquisição de direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol Profissional, nas modalidades de TV Aberta, TV Fechada, Pay-Per-View, Internet e Telefonia Móvel. As propostas deverão ser apresentadas de forma separada para cada uma das mídias, em cumprimento ao acordo celebrado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE, publicado na Folha de São Paulo no dia 27.10.2010. Eventuais interessados deverão entrar em contato com o Diretor Executivo do Clube dos Treze na sede social, localizada nesta capital na Rua Pedroso Alvarenga nº 1254 – Conj. 111, telefone (11) 3378-1313, pessoalmente, ou pelo endereço eletrônico ataide@clube13.com.br.

 

São Paulo, 18 de fevereiro de 2011.”

Fonte: Máquina do Esporte / Equipe Universidade do Futebol

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domingo, fevereiro 20, 2011

Gestão: Eliminação tira R$ 308 mil por jogo do Corinthians

--> Apenas 10% do lucro obtido com bilheterias foi mantido após fracasso

RODRIGO CAPELO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

Duas semanas após a eliminação na Copa Santander Libertadores, o fiasco do Corinthians na competição continental ainda é sentido no clube. Se por um lado a torcida corintiana habituou-se a bradar que está ao lado da equipe alvinegra nos bons e maus momentos, números de bilheterias no Campeonato Paulista comprovam o contrário.

Antes da derrota para o Tolima, da Colômbia, o Corinthians disputou dois jogos como mandante no Estadual. A média de renda líquida, quando despesas já foram descontadas das receitas, é de R$ 345 mil. Em duas partidas pós-eliminação, esse número cai para cerca de R$ 37 mil, apenas 10,7% do que era obtido anteriormente.

Com base nesses índices, o fracasso na Libertadores fez com que o clube paulista deixasse de ganhar R$ 308 mil por jogo. Naturalmente, o interesse da torcida corintiana pela equipe deve voltar no decorrer do Estadual, mas a eliminação pode afastar R$ 2,4 milhões dos cofres do time se seguir nesse ritmo somente na primeira fase.

Em termos de público, embora o clube tenha diminuído o valor do ingresso médio de R$ 31 para R$ 25, a queda também foi brusca. Contra Portuguesa e Noroeste, antes da derrota na Colômbia, a média de público pagante era de 18,9 mil pessoas, enquanto diante de Ituano e Mogi Mirim o Corinthians registrou 6,9 mil pagantes.

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O humanismo aportou no futebol uruguaio para revolucioná-lo

A maior revolução do futebol atual está no Uruguai

Lúcio de Castro é carioca, formado em História e em Jornalismo, que exerce há 10 anos. Conquistou alguns dos principais prêmios de jornalismo como o Embratel (2003 e 2006), Anamatra de Direitos Humanos 2009, Prêmio Direitos Humanos MJDH/OAB 2008 e 2010, Ibero-Americano (UNICEF-EFE) e Fundación Nuevo Periodismo (dirigida por Gabriel Garcia Márquez)

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Alguma coisa está fora da ordem mundial do futebol. E se chama Uruguai. A goleada sofrida na final do Sub-20 contra os brasileiros não pode de maneira alguma apagar a coisa mais digna, revolucionária e humana que está se fazendo no cenário do futebol atual: o exemplar trabalho de base realizado no Uruguai desde 2006, idealizado desde a chegada de Oscar Tabárez na seleção principal e coordenando todas as categorias. E com ele, um personagem pouco conhecido mas com um trabalho modelo e espetacular, um dos profissionais mais brilhantes que conheci nesse meio: o psicólogo Gabriel Gutierrez.

Os resultados não são o mais relevante nesse caso. Nem mesmo a inquestionável escalada da “Celeste Olímpica” nos últimos anos. Não é tão relevante o sucesso na última copa do mundo, a classificação para as Olimpíadas de Londres no ano que vem, depois de 84 anos de ausência, comprovando que algo de diferente mesmo acontece, e não serão relevantes eventuais resultados ruins. Quando um trabalho é sólido, eventuais resultados não podem ser o fator preponderante. É mais ou menos como audiência em tv: coisas tenebrosas bombam, batem recordes de ibope, e coisas como os especiais do Geneton devem dar traço. Azar do ibope. 

Existem diversos caminhos para a vitória, sem fórmulas matemáticas. Comentar em cima de resultado, além de erro, é vergonhoso. Comentários devem ser em cima de trabalhos. Pois se existe um trabalho que deveria ser analisado, comentado e divulgado por todos, é o trabalho de base realizado no Uruguai. Pelos aspectos técnicos também, conquistas, mas acima de tudo, por ser exemplo de trabalho voltado para o ser humano, como jamais foi feito aqui no Brasil, e me parece tão distante ainda de acontecer. Vale a pena um breve mergulho no país vizinho para conhecermos um pouco do que está se fazendo por lá e deveria ser feito aqui. Urgentemente, para ontem.

A militância e o especial interesse por categorias de base, por entender que lá estão as maiores aberrações realizadas nesse mundo do futebol me chamaram atenção para o Uruguai há algum tempo. Algo de novo acontecia por lá. Comecei a ter contato com os responsáveis em diversos sul-americanos sub-15, sub-17, e a tentar conhecer o que acontecia. Uma revolução silenciosa estava em andamento. Uma revolução de humanistas, de gente com escrúpulos e de bem, em um mundo da bola onde geralmente só o dinheiro interessa, e como já vimos e falamos aqui tantas vezes, meninos são tratados como bichos em criadouros até os 18 anos, quando a ampla maioria é devolvida para a sociedade como o que foram criados: bichos.

Rodrigo Arangua/AFPEra diferente aquele Uruguai que tanto me chamava a atenção. De um “maestro” e líder, o simpático Oscar Tabárez, capaz de discorrer sobre botânica, história, política e filosofia em um papo, além de deliciosas histórias sobre o futebol de ontem e hoje. Assim que assumiu, mudou o rumo da história dos seus comandados. Estudar era preciso, e em cada seleção de base, os meninos eram incentivados e as condições para tal eram criadas. Muito diferente do cenário brasileiro, onde os bichos são confinados em alojamentos por meses, anos, saindo, tal e qual bichos mesmo, apenas para treinamentos. A mente sendo deixada atrofiada...E depois não entendem minha revolta quando vejo o cara sendo criticado porque virou um bicho, quando faz bobagem, e não o sistema que criou esses bichos...

Procurei me aprofundar mais um pouco sobre aquilo que acontecia no Uruguai. A tal revolução que começava a ver. Que tinha começado de forma surpreendente: em um país de três milhões de habitantes apenas, sem a mesma base larga de observação como o Brasil, o primeiro passo para a renovação do futebol uruguaio foi uma imensa peneira pelo país, ainda em 2006, para compor as seleções de base. Feito isso, selecionados jogadores, o estudo passou a ser tão importante quanto treinos de campo e físicos. 

Ainda em 2007, procurei o psicólogo Gabriel Gutierrez, braço direito e peça fundamental no trabalho de Oscar Tabárez com garotos da base. Encontrei ali convicções e ideologia, certezas muito acima de resultados eventuais, e uma imensa preocupação com ser humano acima de tudo. Muito diferente de tudo o que eu já havia visto no futebol e da nossa máquina de moer gente das categorias de base. Repasso aqui trechos da entrevista brilhante que Gabriel, que segue até hoje em todas as seleções de base uruguaias e também esteve na África do Sul com a seleção principal em 2010, me concedeu em 2007. Discorria sobre o quanto é fundamental fazer esses meninos da base completarem os estudos e do crime que é relegar isso em detrimento da ganância e de interesses maiores.

Gabriel Gutierrez:

“Menos de um por cento chega a ser profissional. Seria muito irresponsável estimular que o futebol é a salvação, quando a estatística marca que 99% não irão se salvar”. 

“Falar com os pais é fundamental, mas creio que as instituições esportivas tem que divulgar essas cifras, que são duras, e estabelecer políticas, nas quais, quem está participando do processo esportivo não abandone os estudos, que consolidem sua personalidade. É tarefa dos adultos porque em algum momento os prejudicados serão esses 99%, que em algum momento vão reclamar. Um dia eles se perguntam: ‘Por que não me disseram que esse caminho não era seguro, me disseram tantas vezes que ia chegar’. O menino tem 12, 14, 15 anos, e há adultos, que, com pouca responsabilidade, estimulam, estimulam e depois quando esse menino, ou adulto está só, não vê ninguém ao redor, para dizer que agora tem 20, 25, 30 anos, e futebol te disse que não, e está só na vida”.

“É obrigatório exigir o estudo como plano A ou B como atividade fundamental porque as cifras do futebol são muito duras”


Alguns aspectos dessa revolução charrua devem ser ressaltados:

- A seleção sub-20 uruguaia do sul-americano no Peru já é fruto dessa experiência incrível e dessa revolução de costumes e modos que vai se processando no Uruguai. Dez dos 22 acabaram o segundo grau, sendo que todos acabaram o primeiro grau. Alguns ingressaram na universidade. Não tenho os números aqui, mas provavelmente, nas outras seleções da competição, seja um milagre encontrar algum jogador com segundo grau completo, salvo um esforço individual imenso. Repito: 10 jogadores da sub-20 uruguaia terminaram o segundo grau.

- Lideranças são estimuladas, ao contrário do comportamento de “boizinhos de presépio” geralmente estimulado no futebol de uma maneira geral. O capitão Diogo Polenta é capitão desde a seleção Sub-15, passando pela sub-17. 

- A presença e a liderança de Oscar Tabárez vai muito além de algo superficial, um jogar para a torcida. O “Maestro”, como é chamado no Uruguai, comparece a praticamente todos, exatamente isso, praticamente todos os treinamentos das seleções sub-15, sub-17 e sub-20. E se necessário, sem maiores melindres, entra em campo, corrige o necessário, conversa com jogadores e treinadores.

- O estímulo para o estudo e o incentivo para o surgimento de lideranças começa a ter efeito prático no cenário uruguaio. Jogadores com maior senso crítico despontam, com suficiente postura e clarividência para se posicionarem e decidirem as coisas por si. A nova geração de talentos, a geração de Tabaréz, tem sistematicamente se insurgido contra decisões de seus empresários, e muitas vezes inclusive rompido com os poderosos do futebol uruguaio, dominado muito tempo por Juan Figger, depois por Paco Casal e mais recentemente por Daniel Fonseca. Os jovens Luis Suarez e Nicolas Lordeiro, ambos presentes em 2010 foram dois a se insurgir contra o empresário nos últimos tempos, sempre lutando por seus direitos.

- Finalizando: me incomoda profundamente toda vez que vejo louvações a “estrutura do vôlei brasileiro” na imprensa. Será admissível que meninos de 15 anos fiquem confinados no centro de treinamento de Saquarema por meses em treinamento sem estudar? Os próprios treinadores Bernardinho e Zé Roberto já se pronunciaram sobre a questão, lamentando. Toda vez que alguém louva tal “estrutura”, é cúmplice desse desrespeito ao ser humano, dessa eterna escolha por resultados em detrimento ao ser humano. Voltaremos ao assunto. 

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Denúncia: Programa ‘Segundo Tempo’ é alvo do jornalismo investigativo

Cercado por fraudes, Segundo Tempo

turbina caixa e políticos do PC do B

Projeto do Ministério do Esporte só em 2010 distribuiu R$ 30 milhões a ONGs de dirigentes e aliados do partido; ‘Estado’ percorreu núcleos esportivos no DF, GO, PI, SP e SC e flagrou convênios com entidades de fachada, situações precárias e de abandono

Leandro Colon, de O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - Principal programa do Ministério do Esporte, comandado por Orlando Silva, o Segundo Tempo, além de gerar dividendos eleitorais, transformou-se num instrumento financeiro do Partido Comunista do Brasil (PC do B), legenda à qual é filiado o ministro.

Ed Ferreira/AE
Ed Ferreira/AE
Crianças improvisam a pelada no terreno baldio onde deveriam existir dois núcleos do programa

Veja também:

link Chuteiras novas à espera de um gramado

link Ministério defende seus critérios e culpa entidades

link ONG recebe R$ 4,2 mi e abandona núcleos

A reportagem do Estado foi conhecer os núcleos do Segundo Tempo no Distrito Federal, em Goiás, Piauí, São Paulo e Santa Catarina. A amostra, na capital e região do entorno, no Nordeste mais pobre ou no Sul e no Sudeste com melhores indicadores socioeconômicos, flagrou o mesmo quadro: entidades de fachada recebendo o dinheiro do projeto, núcleos esportivos fantasmas, abandonados ou em condições precárias.

As crianças ficam expostas ao mato alto e a detritos nos terrenos onde deveriam existir quadras esportivas. Alguns espaços são precariamente improvisados, faltam uniformes e calçados, os salários estão atrasados e a merenda é desviada ou entregue com prazo de validade vencido.

No site do ministério, o Segundo Tempo é descrito como um programa de "inclusão social" e "desenvolvimento integral do homem". Tem como prioridade atuar em áreas "de risco e vulnerabilidade social", criando núcleos esportivos para oferecer a crianças e jovens carentes a prática esportiva após o turno escolar e também nas férias.

Conferidas de perto, pode-se constatar que as diretrizes do projeto, que falam em "democratização da gestão" foram substituídas pelo aparelhamento partidário. A reportagem mostra, a partir deste domingo, 20, como o ministro Orlando Silva, sem licitação, entregou o programa ao PC do B.

O Segundo Tempo está, majoritariamente, nas mãos de entidades dirigidas pelo partido e virou arma política e eleitoral. Só em 2010, ano eleitoral, os contratos com essas entidades somaram R$ 30 milhões.

O Ministério do Esporte afirma que "cabe à entidades parceira promover a estruturação do projeto". Questionado sobre as situações constatadas pelo Estado e pelo controle partidário do programa, o ministério defendeu o critério de escolha das entidades sob o argumento que é feita uma seleção técnica dos parceiros.

Terreno vazio. O dinheiro deveria ser usado para criar 590 núcleos e beneficiar 60 mil crianças carentes. Na procura por um núcleo cadastrado na cidade do Novo Gama (GO), por exemplo, a reportagem encontrou um terreno baldio onde deveria funcionar um campo de futebol. Cerca de 2,2 mil crianças foram iludidas na cidade por uma entidade sem fins lucrativos fantasma.

No Novo Gama, o programa Segundo Tempo é só promessa, mas, na última campanha eleitoral, foi usado como realidade pelo vice-presidente do PC do B do DF, Apolinário Rebelo. O mesmo ocorreu na Ceilândia (DF).

Em Teresina (PI), no lugar de uma quadra poliesportiva os jovens usam um matagal, onde improvisam tijolos e bambus para jogar futebol e vôlei. Do lado de fora, no muro do terreno, a logomarca do Segundo Tempo anuncia que ali existiria um núcleo do programa. O local é um dos espaços cadastrados por uma entidade que já recebeu R$ 4,2 milhões para cuidar do projeto. Seus dirigentes são do PC do B.

Lideranças de comunidades carentes de Santa Catarina criticaram a intermediação do Instituto Contato, dirigido pelo PC do B, no Segundo Tempo e anunciaram que abriram mão do projeto. Aulas de tênis são dadas na calçada, com raquetes de plástico. Em Florianópolis, a reportagem encontrou um lote de suco de groselha com validade vencida num núcleo do programa.

A campeã de recursos do governo é a ONG Bola Pra Frente, dirigida pela ex-jogadora de basquete Karina Rodrigues, vereadora de Jaguariúna (SP) pelo PC do B - R$ 28 milhões foram repassado à entidade desde 2004.

Prestação de contas

O Ministério do Esporte afirma, em seu site, que todos os convênios do programa Segundo Tempo devem fornecer "descrição detalhada dos materiais, bens ou serviços adquiridos"

Para entender

O Programa Segundo Tempo foi criado no começo do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na teoria, o objetivo é oferecer a crianças e jovens carentes oportunidade de prática esportiva após o turno escolar e nas férias.

O Ministério do Esporte fecha parcerias com entidades sem fins lucrativos, que assumem a tarefa de botar em prática o Segundo Tempo. Prefeituras também fazem convênio com o governo. A ideia é criar núcleos esportivos e contratar professores. Segundo o ministério, o Segundo Tempo deve "oferecer práticas esportivas educacionais, estimulando crianças e adolescentes a manter uma interação efetiva que contribua para o seu desenvolvimento integral".

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sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Rivais históricos, Atlético-PR e Coritiba ‘dão as mãos’ em parceria

Atlético-PR e Coritiba se unem para criar loja
REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

Loja terá produtos oficiais de Atlético-PR e Coritiba num espaço só

“Enquanto Ceará e Fortaleza menosprezam e desrespeitam um ao outro em nome de uma rivalidade estúpida, os rivais do Paraná unem-se em prol de uma parceria.”  ----  Benê Lima

Rivais históricos no futebol paranaense, Coritiba e Atlético Paranaense disputarão clássico local no próximo domingo, no estádio Couto Pereira, em partida válida pela décima rodada do primeiro turno do Estadual. Antes disso, porém, os dois times resolveram se unir para lucrar. Em parceria, os dois criaram uma loja no shopping São José, em São José dos Pinhais, município da Grande Curitiba.

 

O espaço será inaugurado às 19h desta quinta-feira, e o principal atrativo é a reunião das duas lojas oficiais dos clubes (Planeta CAP, do Atlético, e Loja do Coritiba). A data de lançamento foi escolhida exatamente em função da proximidade com o clássico.

 

“Essa parceria entre o Coritiba e Atlético-PR mostra que estamos juntos para representar o Estado do Paraná por todo o Brasil. A atitude e a visão comercial dos empresários ao unir dois clubes de extrema importância no cenário brasileiro é incrível. Para o Coritiba, é mais uma oportunidade de expansão da sua marca para alcançar o seu torcedor, que cresce cada dia mais nas regiões metropolitanas de Curitiba”, ponderou José Rodolfo Gonçalves Leite, superintendente da equipe alviverde.

 

Além de produtos, a loja terá decoração e comunicação visual dividida entre as duas equipes. Atlético Paranaense e Coritiba não revelaram o modelo econômico empregado na criação do negócio.

 

“Temos um atrativo maior e uma maior viabilidade econômica ao trabalhar os dois clubes juntos em lojas oficiais. Ao formatarmos a bandeira Planeta CAP, o clube busca expandir sua marca em Curitiba, região metropolitana e em todo o Estado com produtos diferenciados, consolidando-se numa opção para o torcedor ficar ainda mais próximo”, disse Marcos Malucelli, presidente rubro-negro.

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Gestão de Carreiras: O Futuro do Direito Desportivo

Futebol Finance

O advogado interessado em Direito Desportivo, geralmente vem de outras áreas principalmente do Direito do Trabalho, visto que atualmente o palco das decisões judiciais tramitam nas Cortes Trabalhistas em nível Superior.

Atualmente há um misto de profissionais migrando de outras áreas para atuar especificamente com o Direito Desportivo, dada a sua multidisciplinariedade, e isso é muito positivo para o mercado.

Temos visto profissionais especialistas em Propriedade Industrial assessorando os clubes em suas marcas, desenvolvendo licenciamentos e até mesmo buscando parceiros internacionais para o Lançamento de produtos na área esportiva e de entretenimento.

Outra área bastante procurada por clubes principalmente vem dos advogados tributaristas que encontraram nos clubes de futebol fatia bastante interessante para levar suas teses à apreciação do Judiciário ou mesmo na esfera administrativa trazendo alto valor agregado aos seus clientes.

Com a escolha do Brasil para sede da Copa de 2014 e da exigência em atender a um programa da FIFA chamado “Green Goal” haverá também a demanda por advogados com “expertise” em Direito Ambiental, visto que a FIFA exige o respeito total a sustentabilidade em qualquer de seus eventos.

No início o mercado de trabalho era bastante circunscrito as questões disciplinares desportivas, ou seja, os advogados atuavam nas Federações locais e Confederações.

Com o advento da Lei Pelé os Profissionais migraram para a Justiça do Trabalho e algumas matérias de extrema relevância chegam hoje ao Tribunal Superior do Trabalho para serem decididas e nortearem os rumos dos próximos anos.

Recentemente temos visto grande crescimento nas questões disciplinares e jurídicas junto a FIFA o que faz com que o advogado se manifeste em outros idiomas e também compreenda e domine os regulamentos Internacionais.

O mercado de trabalho cresce também em razão dos Grandes Eventos Esportivos em que o Brasil sediará nos próximos anos.

O papel do advogado se mostra extremamente relevante a partir do momento em que contratos das mais diversas modalidades serão celebrados junto ao Poder Público ou com a iniciativa privada.

Os aspectos de propriedade industrial certamente terão grande destaque visto que produtos licenciados seguiram regras próprias, provocando discussões sobre a soberania da FIFA no território brasileiro e da sua amplitude.

No quesito sustentabilidade, Vancouver foi um ótimo exemplo. Para promover os Jogos Olímpicos de Inverno mais verdes da história, em fevereiro de 2010, a organização do evento pediu à pessoas que planejavam viajar para a cidade que adquirissem crédito para neutralizar as cerca de 268 mil toneladas de dióxido de carbono que os jogos iriam produzir.

Diante dessa informação existe a real necessidade de advogados na área ambiental, muitas vezes para orientar e também para sugerir ações como esta, afim de agregar valor aos seus clientes, quer sejam provenientes da iniciativa privada, quer sejam da iniciativa governamental.

O legado também desses eventos esportivos, sem é claro entrar no mérito sobre a sua sustentabilidade econômica ou não, trará aos profissionais do Direito um crescimento exponencial aos interesses dos megaeventos, e dependendo de nossa avaliação enquanto organizadores esta evolução não cessará nas próximas gerações e este mercado certamente veio para ficar.

Cabe ressaltar que o profissional do Direito interessado em atuar ou desenvolver no seu escritório a área em Direito Desportivo terá também como missão de formar pessoas com habilidades internacionais não só na legislação competente como também na questão ética e corporativa.

Na legislação muitos escritórios se especializaram em mercados específicos como, por exemplo, o Japão, Coréia e China que nos últimos anos teve na sua indústria esportiva um crescimento em termos de maturidade bastante considerável.

Na questão ética e corporativa envolve o investimento em conhecer a cultura de seu cliente, a fim de evitar gafes nas negociações, as vezes decisivas no fechamento de acordos comerciais.

Temos conhecimento de inúmeras histórias vividas por colegas que por não se atentarem para estes fatos deixaram de realizar negócios milionários por detalhes não atendidos, como postura nas tratativas comerciais.

Este mercado cresce com a evolução e profissionalização das diversas modalidades que buscam muitas vezes grandes bancas de advogados para cuidar apenas de um atleta, dada a repercussão e amplitude que esses profissionais ganham pelo mundo e do reconhecimento regulamentar por parte da FIFA do advogado com agente de atletas.

Encerro com um frase que adoto sempre, de Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons”. Cabe a cada um de nós deixarmos de ser coadjuvantes e sermos protagonistas desta história chamada O Futuro do Direito Desportivo, que começa a ser escrito por cada um de nós.

Autor : Ronaldo Crespilho Sagres
Coordenador do Curso de Pós Graduação de Direito Desportivo da Escola Superior de Advocacia – SP e Consultor Sênior da Deloitte Brasil.

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