Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

terça-feira, agosto 13, 2019

Um Novo Calendário para o Futebol Europeu

Luis Filipe Chateaubriand

Luis Filipe Chateaubriand / Arquivo do autor


Durante muitos anos – ou melhor, durante décadas – propus melhorias para o calendário do futebol brasileiro. Escrevi livros a respeito, o último deles lançado este ano. Escrevi artigos. Participei de eventos. Fui consultor de conteúdo do Bom Senso Futebol Clube para o tema, e até de grupo de trabalho sobre o assunto da Confederação Brasileira de Futebol, fui membro.

No entanto, parece que não haverá avanços na busca de melhoria do calendário de nosso futebol – ou, no máximo, haverá avanços tímidos. Os grandes clubes brasileiros, que deveriam ser os maiores interessados na mudança, não parecem dispostos a se dedicarem a isso.

Mediante a situação, e utilizando as metodologias que imaginei durante muito tempo relacionadas ao tema, tive a ideia de escrever uma proposta de calendário para o futebol europeu.

Pode-se pensar que nada precisa ser alterado no calendário europeu – exemplo de organização e profissionalismo. Na verdade, e a despeito do mencionado, há mudanças que poderiam ser implantadas que se mostram benéficas ao futebol daquele continente.

A principal mudança é que deve ser criada a Liga Europeia de Clubes, com os 32 principais clubes europeus. E, a partir dela, deve ganhar corpo o Campeonato da Liga Europeia de Clubes, com essas mesmas 32 agremiações, e que deve ser disputado em todas as temporadas, assim como acontece com a UEFA Champions League.

Pelo que se propõe, o Campeonato da Liga Europeia de Clubes teria o formato de campeonato, enquanto a  UEFA Champions League deve ter o formato de copa.

Para que o Campeonato da Liga Europeia de Clubes possa acontecer, é preciso reservar datas – e, pela importância do certame a ser criado, datas nobres – para sua disputa. Isto implica, obviamente, o remanejo de outros certames para outras datas e, assim, requer um repensar no calendário europeu.

A criação da Liga Europeia de Clubes, e a realização de seu respectivo campeonato, criará uma escalada de jogos entre grandes clubes no Velho Mundo como não existe atualmente. E, em assim sendo, possibilidades técnicas e comerciais bastante atrativas. É senha de que mesmo o que é bom pode, e deve, ser melhorado.

Como se vê, os grandes clubes do futebol europeu podem ter perspectivas de prosperidade ainda maiores de que atualmente, desde que se associem entre si.


Luis Filipe Chateaubriand propõe mudanças do calendário do futebol brasileiro há 30 anos.

sexta-feira, agosto 02, 2019

FUTEBOL FEMININO] SE É PARA PIA AJUDAR

Por Benê Lima

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Pia Sundhage / Divulgação


Que ela não só conheça a realidade dos clubes, mas também a realidade do futebol feminino em nosso país, ‘do Oiapoque ao Chuí’.
Os clubes são, analogamente, os nossos postos de combustível, enquanto o futebol feminino no geral é a nossa Petrobrás.

Juntos, os projetos sociais, as associações, as pequenas agremiações, as médias e as grandes equipes e todas as demais iniciativas e micro núcleos da modalidade, devem vitalizar e revitalizar o processo de desenvolvimento da modalidade, pela via da formação e do fortalecimento das bases.

A CBF e não Pia Sundhage, deve elaborar um projeto de desenvolvimento de longo prazo para o futebol feminino. Esse projeto deve ter a urdidura da Coordenação de Futebol Feminino da CBF, com a participação de Pia. Sim, pois ela não será tão somente uma treinadora de Seleção Principal, mas também a inspiradora de uma nova cultura de formação para as nossas categorias de base, embora saibamos não ser este exatamente o papel da CBF, operacionalmente falando. No entanto, é a ela CBF a quem cabe coordenar e deflagrar de forma ordenada tal processo formador. E para isso, é indispensável a criação de núcleos em diferentes regiões do Brasil, a fim de massificar, metodizar e emprestar criteriologia ao processo, para aumentarmos a quantidade, premissa básica para que dela possamos obter mais qualidade.

De outra parte, a presença do poder público, não obstante suas limitações orçamentárias, também é indispensável ao sucesso desse empreendimento, e isso pode ser pensado desde já, a partir das ideias e iniciativas em curso, como podemos ver duas delas que aqui citaremos: a criação da lei do clube-empresa, com a abertura de nossos clubes de maior porte ao investimento estrangeiro, bem como com a participação da modalidade nos recursos oriundos da regulamentação das apostas, que movimenta em torno de 4 bilhões de reais anuais.

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Imagem: Divulgação

Além disso, pode-se pensar numa participação do futebol feminino nos recursos de vendas de direito de transmissão dos jogos do Brasileirão Série A, tanto para o território nacional quanto para o exterior, como pretende realizar a CBF, já para o ano de 2020. Para isso, a própria implantação do VAR (árbitro de vídeo) foi pensada de modo a qualificar o produto Série A Brasileira, visando a um maior alcance da cotação do produto na venda para o exterior.

Poder-se-ia ainda pensar num ligeiro aumento na base fixa percentual de divisão de cotas de televisão, para clubes que comprovem investimento na modalidade. Esses recursos seriam realocados da divisão das referidas cotas, sem que fosse necessário dinheiro novo ou novas rubricas.

A caracterização dos núcleos formadores poderia se dar por diferentes critérios, que iriam desde a credibilidade do trabalho, o tempo de instalação, as faixas etárias atendidas, a natureza e a qualidade do trabalho, a metodologia aplicada e o número de jogadoras pertencentes a cada núcleo. Criar-se-ia uma qualificação para tais núcleos e se buscaria a habilitação deles e de seus profissionais, a fim de credenciá-los ao apoio financeiro.

Adotar-se-ia o critério de fases para a implantação dos mesmos, com o fito de controlar o fluxo orçamentário da provedora CBF, utilizando-se ainda alguns dos critérios para os clubes formadores, com a fiscalização sendo de responsabilidade da federação local, representando a CBF.

E segue por aí.


(Benê Lima, Cronista Esportivo, ex-Gerente de Futebol Feminino da FCF, ex-Presidente da Liga Cearense de Futebol Feminino, ex-Membro do Conselho do Desporto do Estado do Ceará, Rosacruz e Humanista)