por Amir Somoggi
Essa semana o Lance! vai publicar um extenso material especial sobre a gestão da Premier League. Todos os dados e análises vão comprovar que o intenso processo de profissionalização do mercado inglês, somado à globalização da competição, a transformaram em uma potência econômica.
O que mais impressiona na pujança da Premier League é o quanto seus 20 times participantes impactam em toda a cadeia produtiva do futebol do seu país.
Segundo estudo da empresa EY da Inglaterra, a liga graças ao seu forte desenvolvimento, produz um gigantesco impacto para o PIB. A análise aponta que a competição é responsável por 6,2 bilhões de libras para a economia do país.
Pelos meus cálculos representa impressionantes 0,31% do PIB do Reino Unido.
Para chegar a essa conclusão, como em outros estudos de impacto econômico a empresa utilizou em sua metodologia de cálculo as receitas diretas geradas, receitas indiretas e impactos induzidos.
A Premier League gera 3,3 bilhões de libras diretamente, 2,0 bilhões de libras indiretamente e mais 0,9 bilhão de libras induzidos.
Segundo a EY, a Premier League oferece um grande retorno para o Governo, já que somente em impostos e contribuições sociais são 2,4 bilhões de libras produzidos. Esse valor é gerado pela cadeia produtiva associada à competição. Isso representa 39% do impacto econômico total calculado. Em impostos direitos foram 1,3 bilhão de libras, enquanto que os indiretos e induzidos somaram 1,1 bilhão.
A competição gera mais de 103 mil empregos. Isso demonstra o caráter empregador do futebol, já que grande parte dos empregos não são diretos. Quanto mais a liga se profissionalizou mais a cadeia produtiva se beneficiou. O impacto dos empregos é alto, pois gera renda e consequentemente aumento no consumo.
Alguns fatores foram determinantes para o sucesso econômico da competição. Um sem dúvida o investimento contínuo em infraestrutura de estádios, com alto grau de utilização. A liga tem 96% de ocupação de seus jogos e gera 616 milhões de libras com suas 380 partidas.
Outro foi a busca intensiva de aquecimento de demanda da competição, tanto no mercado doméstico, quanto internacionalmente. A liga fatura somente com direitos internacionais de transmissão um valor incrível de 722 milhões de libras por ano.
A divisão igualitária dos direitos de TV também foi um fator crítico de sucesso para o êxito, bem como a conversão do interesse e intensa audiência em reais oportunidades comerciais. A Inglaterra hoje colhe frutos de decisões acertadas no passado.
No Brasil não há dados conclusivos sobre quanto os 20 clubes da série A impactam em toda a cadeia produtiva do futebol brasileiro e no PIB. Os 20 maiores clubes somados faturam R$ 3,1 bilhões, 0,06% do PIB do Brasil em 2014. As receitas dos clubes não crescem há 3 anos.
Poderíamos produzir para a economia muito mais que o dobro disso, se seguíssemos o modelo inglês. O que precisamos é sair da estagnação com estratégias de longo prazo e vontade política para mudar.
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Benê Lima