Matheus Dupin
Na busca pelo desenvolvimento do futebol e do entendimento de suas tendências, a Universidade do Futebol propõe, há muitos anos, debates que geram reflexões e também inovações. Dando sequência a ideias apresentadas em um texto de 2013 , publicado aqui, na UdoF, pelo treinador Rodrigo Leitão, foi realizado um estudo que será exposto a seguir.
Por meio de excelentes dicas do próprio Rodrigo, além do apoio incondicional do orientador do trabalho José Vítor Vieira Salgado, o estudo teve o objetivo de verificar características nas sequências ofensivas terminadas em finalização de equipes com ideias de jogo distintas, a partir da análise de jogos da Copa do Mundo de 2018.
No estudo, foram analisadas equipes que se diferenciavam no que se refere às ideias de jogo, apresentando diferenças no percentual de posse de bola. Dessa maneira, elas foram separadas em dois grupos: “donos da bola” e “donos do espaço”, como definidos por Rodrigo Leitão, em trabalhos anteriores.
Confira, abaixo, um infográfico contendo os principais resultados do estudo realizado.
É importante esclarecer que, embora tenham sido encontradas diferenças na eficiência das finalizações em favor das equipes “donas do espaço” em detrimento às “donas da bola”, o intuito do estudo não é defender uma das ideias de jogo, mas sim apresentar algumas características típicas que, ao serem entendidas, podem contribuir para a melhora do desempenho da equipe, seja qual for a ideia. Para isso, é fundamental entender como essas informações podem ter utilidade prática.
Nesse sentido, a relevância se dá, principalmente, no suporte que essas informações podem fornecer para a elaboração de treinamentos coerentes com o que acontece com maior frequência nos jogos de acordo com a ideia de jogo utilizada. Isso pode ser considerado tanto para o futebol profissional, pensando na otimização do tempo, quanto nas categorias de base, oportunizando estímulos diversos para uma boa formação.
Outra perspectiva de utilização prática das informações consiste na possibilidade de verificação constante de algumas medidas e métricas oriundas de análises quantitativas que, em alguns casos, permitem definir possíveis limiares e metas para o sucesso da ideia de jogo proposta.
Afinal, o conhecimento pode ser um grande diferencial para que o acaso não seja justificativa frequente para a bola que “insiste em não entrar”, basta saber o que fazer com ele.
Sobre o autor
Matheus Dupin é bacharel em educação física pela UEMG, possui a licença B da CBF Academy e tem passagem como analista de desempenho no Club de Regatas Vasco da Gama. Atualmente é auxiliar/analista das categorias de base do Club Athletico Paranaense.
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Referências
DUPIN, M.O. Análises de sequências com finalização no futebol de acordo com a ideia de jogo das equipes. Trabalho de conclusão de curso – Universidade Estadual de Minas Gerais, Divinópolis. 2018. 24p
LEITÃO, R.A.A. Futebol: criar mais oportunidades ou aproveitar melhor as chances criadas? – reflexões a partir da Lógica do Jogo. Coluna Tática. 2013. Disponível em https://universidadedofutebol.com.br/futebol-criar-mais-oportunidades-ou-aproveitar-melhor-as-chances-criadas-reflexoes-a-partir-da-logica-do-jogo/
LEITÃO, R.A.A. Organização Sistêmica de Jogo: Ideias! Modelos? Bola e/ou Espaço!? Universidade do Futebol. Coluna Tática. 2013. Disponível em https://universidadedofutebol.com.br/organizacao-sistemica-de-jogo-ideias-modelos-bola-e-ou-espaco/
LEITÃO, R.A.A. Os aspectos táticos e a construção da Ideia de Jogo no futebol. Universidade Estácio. Material de apoio didático. Curso de pós-graduação em Futebol e Futsal. 2016.
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Benê Lima