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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

terça-feira, novembro 04, 2014

As lições do indiano que quer mudar a vida de bilhões de pessoas

Sartaj Anand acredita no poder social das empresas ao mesmo tempo que aconselha os empreendedores a cuidarem mais de si

Sartaj Anand, fundador do Billion Strong (Foto: Divulgação)

Sartaj Anand, fundador do Billion Strong (Foto: Divulgação)

Sartaj Anand é um empreendedor que trocou as empresas que buscavam apenas lucro para se dedicar ao empreendedorismo social. Para esse indiano, pensar no impacto social de qualquer negócio deve ser algo natural e negligenciar esta está tendência pode até mesmo acabar com uma empresa.

Fundador da Egomonk, uma consultoria de gestão que ajuda negócios a lembrarem dos seus reais propósitos, Anand entrou em uma nova jornada: a de mudar as vidas de bilhões de pessoas com a ONG Billion Strong.

Em entrevista para Pequenas Empresas & Grandes Negócios, o empreendedor - que participa do Social Good Brasil 2014, evento realizado em Florianópolis (SC) - falou sobre esse novo projeto e as lições e conselhos que aprendeu trabalhando com empreendedorismo social.

Por que você decidiu focar seu trabalho no Empreendedorismo social?
Eu trabalhei para empresas com fins lucrativos no passado e notei dois pontos importantes. Primeiro, o dinheiro parecia ser o único critério de sucesso para esses empreendimentos e isso me parecia superficial e insatisfatório. Segundo, todos os dias esses negócios eram confrontados com escolhas que afetam a rentabilidade, pessoas e nosso planeta. Por isso decidi me concentrar no empreendedorismo social, porque eu sentia que todo negócio tinha uma obrigação de servir a sociedade e criar valores sociais e econômicos para todos os stakeholders. Na verdade, isso é a ordem natural de qualquer organização, e se ela escolhe ignorar o aspecto social do comércio ela irá comprometer sua estrutura.

Você poderia explicar um pouco sobre a Billion Strong?
Ela é uma empresa sem fins lucrativos que estou estabelecendo e tem o propósito de se concentrar em problemas e soluções que afetariam bilhões de vidas. Nesse contexto, identificamos arte, cultura, nutrição, mobilidade, tecnologia e religião como os seis pilares de nossas atividades. Além disso, nosso primeiro projeto, chamado The Space, tentará reutilizar espaços religiosos como espaços comunitários e criar uma rede global  similar ao Airbnb para lugares como esses. O primeiro piloto acontecerá no Oriente Médio e no norte da África.

Como essa ideia surgiu?
Eu a tive porque senti um espaço no mercado para uma organização massiva, como Coca-Cola ou Procter & Gamble, que trabalhasse com os maiores desafios da humanidade na perspectiva da caridade e não do comércio. Isso também refletia minha escolha de construir um legado usando todas as habilidades pessoais e profissionais que eu acumulei ao longo dos anos trabalhando com gigantes comerciais.

Você acha que toda empresa deveria pensar na parte social do negócio?
Como eu disse anteriormente, toda organização tem uma parte social inerente e seria sábio dos empreendedores e dos stakeholders dela reconhecer e se comprometer com esse aspecto social. Empresas deveriam lidar com suas escolhas de forma a enxergar esse componente como uma oportunidade para eles explorarem, ganhando, assim, visibilidade, viralidade, lealdade de marca, maior faturamento ou qualquer outro objetivo que eles imaginarem.

Qual foi a maior lição que você aprendeu como empreendedor?
Eu aprendi duas importantes lições. Primeira, você só deve fazer uma venda uma única vez. Se você precisa convencer alguém a comprar novamente, você provavelmente está fazendo algo errado. Segunda, cuide mais de você. Empreendedores colocam muito deles mesmos nos seus negócios e muitas vezes sacrificam suas saúdes e relacionamentos.  Eu já estive nessa posição, e me desgastei completamente e agora tomei uma decisão consciente de cuidar de mim.

Que conselhos você daria para uma pessoa que está querendo abrir um negócio com algum impacto social?
Eu interpreto uma pessoa que quer abrir um negócio, especialmente um empreendimento social, como uma pessoa com ambição, desejo e responsabilidade de não apenas crescer, mas ajudar aqueles em volta a crescer também. Meu conselho para essas pessoas é se apegar e sempre se lembrar do propósito pelo qual abriram suas empresas nos tempos difíceis. Sempre haverá dias escuros em que você precisará se lembrar disso.

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Benê Lima