Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sexta-feira, agosto 02, 2019

FUTEBOL FEMININO] SE É PARA PIA AJUDAR

Por Benê Lima

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Pia Sundhage / Divulgação


Que ela não só conheça a realidade dos clubes, mas também a realidade do futebol feminino em nosso país, ‘do Oiapoque ao Chuí’.
Os clubes são, analogamente, os nossos postos de combustível, enquanto o futebol feminino no geral é a nossa Petrobrás.

Juntos, os projetos sociais, as associações, as pequenas agremiações, as médias e as grandes equipes e todas as demais iniciativas e micro núcleos da modalidade, devem vitalizar e revitalizar o processo de desenvolvimento da modalidade, pela via da formação e do fortalecimento das bases.

A CBF e não Pia Sundhage, deve elaborar um projeto de desenvolvimento de longo prazo para o futebol feminino. Esse projeto deve ter a urdidura da Coordenação de Futebol Feminino da CBF, com a participação de Pia. Sim, pois ela não será tão somente uma treinadora de Seleção Principal, mas também a inspiradora de uma nova cultura de formação para as nossas categorias de base, embora saibamos não ser este exatamente o papel da CBF, operacionalmente falando. No entanto, é a ela CBF a quem cabe coordenar e deflagrar de forma ordenada tal processo formador. E para isso, é indispensável a criação de núcleos em diferentes regiões do Brasil, a fim de massificar, metodizar e emprestar criteriologia ao processo, para aumentarmos a quantidade, premissa básica para que dela possamos obter mais qualidade.

De outra parte, a presença do poder público, não obstante suas limitações orçamentárias, também é indispensável ao sucesso desse empreendimento, e isso pode ser pensado desde já, a partir das ideias e iniciativas em curso, como podemos ver duas delas que aqui citaremos: a criação da lei do clube-empresa, com a abertura de nossos clubes de maior porte ao investimento estrangeiro, bem como com a participação da modalidade nos recursos oriundos da regulamentação das apostas, que movimenta em torno de 4 bilhões de reais anuais.

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Imagem: Divulgação

Além disso, pode-se pensar numa participação do futebol feminino nos recursos de vendas de direito de transmissão dos jogos do Brasileirão Série A, tanto para o território nacional quanto para o exterior, como pretende realizar a CBF, já para o ano de 2020. Para isso, a própria implantação do VAR (árbitro de vídeo) foi pensada de modo a qualificar o produto Série A Brasileira, visando a um maior alcance da cotação do produto na venda para o exterior.

Poder-se-ia ainda pensar num ligeiro aumento na base fixa percentual de divisão de cotas de televisão, para clubes que comprovem investimento na modalidade. Esses recursos seriam realocados da divisão das referidas cotas, sem que fosse necessário dinheiro novo ou novas rubricas.

A caracterização dos núcleos formadores poderia se dar por diferentes critérios, que iriam desde a credibilidade do trabalho, o tempo de instalação, as faixas etárias atendidas, a natureza e a qualidade do trabalho, a metodologia aplicada e o número de jogadoras pertencentes a cada núcleo. Criar-se-ia uma qualificação para tais núcleos e se buscaria a habilitação deles e de seus profissionais, a fim de credenciá-los ao apoio financeiro.

Adotar-se-ia o critério de fases para a implantação dos mesmos, com o fito de controlar o fluxo orçamentário da provedora CBF, utilizando-se ainda alguns dos critérios para os clubes formadores, com a fiscalização sendo de responsabilidade da federação local, representando a CBF.

E segue por aí.


(Benê Lima, Cronista Esportivo, ex-Gerente de Futebol Feminino da FCF, ex-Presidente da Liga Cearense de Futebol Feminino, ex-Membro do Conselho do Desporto do Estado do Ceará, Rosacruz e Humanista)

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