Pia Sundhage / Divulgação |
Que ela não só conheça a realidade
dos clubes, mas também a realidade do futebol feminino em nosso país, ‘do
Oiapoque ao Chuí’.
Os clubes são, analogamente, os nossos postos de combustível, enquanto o
futebol feminino no geral é a nossa Petrobrás.
Juntos, os projetos sociais, as associações, as pequenas agremiações, as
médias e as grandes equipes e todas as demais iniciativas e micro núcleos da
modalidade, devem vitalizar e revitalizar o processo de desenvolvimento da
modalidade, pela via da formação e do fortalecimento das bases.
A CBF e não Pia Sundhage, deve elaborar um projeto de desenvolvimento de longo prazo para o futebol feminino. Esse projeto deve ter a urdidura da Coordenação de Futebol Feminino da CBF, com a participação de Pia. Sim, pois ela não será tão somente uma treinadora de Seleção Principal, mas também a inspiradora de uma nova cultura de formação para as nossas categorias de base, embora saibamos não ser este exatamente o papel da CBF, operacionalmente falando. No entanto, é a ela CBF a quem cabe coordenar e deflagrar de forma ordenada tal processo formador. E para isso, é indispensável a criação de núcleos em diferentes regiões do Brasil, a fim de massificar, metodizar e emprestar criteriologia ao processo, para aumentarmos a quantidade, premissa básica para que dela possamos obter mais qualidade.
De outra parte, a presença do poder público, não obstante suas
limitações orçamentárias, também é indispensável ao sucesso desse
empreendimento, e isso pode ser pensado desde já, a partir das ideias e
iniciativas em curso, como podemos ver duas delas que aqui citaremos: a criação
da lei do clube-empresa, com a abertura de nossos clubes de maior porte ao
investimento estrangeiro, bem como com a participação da modalidade nos
recursos oriundos da regulamentação das apostas, que movimenta em torno de 4
bilhões de reais anuais.
Imagem: Divulgação |
Além disso, pode-se pensar numa participação do futebol feminino nos
recursos de vendas de direito de transmissão dos jogos do Brasileirão Série A,
tanto para o território nacional quanto para o exterior, como pretende realizar
a CBF, já para o ano de 2020. Para isso, a própria implantação do VAR (árbitro
de vídeo) foi pensada de modo a qualificar o produto Série A Brasileira,
visando a um maior alcance da cotação do produto na venda para o exterior.
Poder-se-ia ainda pensar num ligeiro aumento na base fixa percentual de
divisão de cotas de televisão, para clubes que comprovem investimento na
modalidade. Esses recursos seriam realocados da divisão das referidas cotas,
sem que fosse necessário dinheiro novo ou novas rubricas.
A caracterização dos núcleos formadores poderia se dar por diferentes
critérios, que iriam desde a credibilidade do trabalho, o tempo de instalação,
as faixas etárias atendidas, a natureza e a qualidade do trabalho, a
metodologia aplicada e o número de jogadoras pertencentes a cada núcleo.
Criar-se-ia uma qualificação para tais núcleos e se buscaria a habilitação
deles e de seus profissionais, a fim de credenciá-los ao apoio financeiro.
Adotar-se-ia o critério de fases para a implantação dos mesmos, com o
fito de controlar o fluxo orçamentário da provedora CBF, utilizando-se ainda
alguns dos critérios para os clubes formadores, com a fiscalização sendo de
responsabilidade da federação local, representando a CBF.
E segue por aí.
(Benê Lima, Cronista Esportivo, ex-Gerente de Futebol
Feminino da FCF, ex-Presidente da Liga Cearense de Futebol Feminino, ex-Membro
do Conselho do Desporto do Estado do Ceará, Rosacruz e Humanista)
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Benê Lima