Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

domingo, agosto 29, 2021

COM PÉ E CABEÇA – ANO IX – Nº 3

 Treinador – a arrogância personificada?

 

Fernando Diniz – GE - divulgação

 

Todos eles – os treinadores – são arrogantes?

Não! Claro que não! Somente quase todos.

E isso não é piada, cinismo de minha parte, nem mesmo ironia.

Eles argumentam que precisam ter suas convicções.

Dizemos nós que eles necessitam flexibilizar decisões.

 

Afinal, a presunção do saber onisciente é uma declaração inescapável de prepotência.

 

E tem mais. Treinador aprende uns com os outros?

Claro que sim! Mas eles admitem isto? Claro que não!

É tão mais fácil, tão mais decente, tão mais transparente, e seria tão mais meritório se a categoria tivesse representantes bem mais interessados na adoção de um postulado básico da verdade.

No meio dos treinadores, bem que eles poderiam vivenciar, nem que fosse por um brevíssimo intervalo de tempo, o chamado teste pragmático da verdade.

 


Luxemburgo e Felipão / Veja - divulgação

 

Outro ponto. Entre os treinadores brasileiros há o que eles possam replicar do trabalho dos treinadores estrangeiros? Sem dúvida que há! Se considerarmos o aspecto cultural, o multidisciplinar, o interdisciplinar e o transdisciplinar, mais ainda haverá lugar para repliques, paráfrases e acréscimos em geral. E isso não implica subdesenvolvimento dos treinadores brasileiros. Antes corresponde a buscar entender o aparente gap existente os profissionais de casa e os de fora.

 

O ‘fenômeno’ Vojvoda, que já criou o neologismo vojvodismo não é único, contudo detém a maior gradação de didatismo para que se possa entendê-lo. E a razão é simples. Vojvoda tem feito mais com menos.

 


Vojvoda / UOL - divulgação

 

Reparem que enquanto o Fortaleza percebe ou capta R$2 mi por ano de seu patrocinador máster, o Palmeiras se beneficia de R$80 mi, podendo chegar a R$120 mi em igual período. Logo se vê que é brutal a diferença. Portanto, ao aportarem na ‘page-one’ (página-um) da tábua de classificação, as gestões de Ceará e Fortaleza conseguem resultados muito melhores, proporcionalmente, que as de seus primos ricos. É assim que é!

 

O treinador tem que saber qual a ‘fisiologia’ e a ‘compleição’ financeira do clube para o qual trabalha, a fim de que possa moldar a sua filosofia à do clube. Em vez disso, treinadores há que esperam o contrário, pretendendo ver o clube adaptar-se a eles. Ora, se os clubes possuem DNA genérico, mas também específico, se  sabemos que tem aspirações, inspirações, personalidade intrínseca e extrínseca, perfil que corresponde ao caráter, metas e objetivos, nada mais lógico que o treinador saiba lidar com tudo isso, além de entender e respeitar as características de cada clube. Isso, portanto, é o extracampo que é levado (ou deve) para o intracampo.

 

Creio que deu para entender que VOJVODAR não é modismo, mas uma necessidade premente de reavaliar a identidade de clubes e times.

Benê Lima, Cronista e Gestor Esportivo, Ex-Presidente da Liga Cearense de Futebol Feminino, Ex-Coordenador/gerente de Futebol Feminino da FCF, Membro do Conselho do Desporto do Estado do Ceará, Rosacruz do Graus Superiores e Neo-humanista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seu comentário.
Em breve ele será moderado.
Benê Lima