DE SÃO PAULO
O atual cenário no Brasil, com 18 técnicos trocados em 18 rodadas do Brasileiro, não assusta Leonardo, ex-dirigente do PSG e ex-técnico de Milan e Inter de Milão. Para o cartola, o que ocorre no país é comum em alguns clubes da Europa e só se explica pela falta de planejamento.
"Não há projeto esportivo. O dirigente não faz um trabalho técnico nem analisa as necessidades. É tudo aleatório. Quando há uma crise, atribui-se o problema ao técnico e ocorre a troca. Muitas vezes sem ter ideia de quem contratar. É tentativa e erro", afirma Leonardo à Folha.
Leonardo defende que os clubes devem definir os objetivos na temporada e, com critérios técnicos, selecionar os treinadores que melhor se encaixam dentro deste pensamento para comandar o time.
Thibault Camus/Associated Press | ||
Leonardo concede entrevista em maio |
Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG desde 2008, também não se assusta com o cenário atual de troca de técnicos. "Não afeta nada. Ninguém fica desempregado. Logo aparece clube", disse para a Folha.
Kalil também vê falta planejamento. Mas faz um mea-culpa. Demitiu Paulo Autuori após a primeira rodada do Brasileiro. Considerou que o trabalho do substituto de Cuca -técnico campeão da Libertadores que preferiu treinar o chinês Shandong Luneng- não estava fluindo.
"Não sou exemplo. Demiti o Autuori. O limite do trabalho de um técnico é quando não há evolução", explica Kalil.
Para justificar o raciocínio, cita o início do trabalho de Cuca no Atlético-MG, em 2011. O treinador passou os primeiros sete jogos sem vitória. Foi mantido e, em 2013, levou o clube a conquista inédita da Libertadores.
"Às vezes a troca pode ajudar, mas técnico não faz milagre. Precisa de time, peças de qualidade e planejamento. O resto é bobagem", diz Kalil.
Editoria de arte/Folhapress | ||
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seu comentário.
Em breve ele será moderado.
Benê Lima