Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

domingo, setembro 28, 2014

O gesto de Sheik e os negócios do esporte

Citação UF - GC 01Foto-composição: Benê Lima

Geraldo Campestrini / Universidade do Futebol

A frase de Emerson “Sheik” (https://www.youtube.com/watch?v=sjpB0-MVC1c) do Botafogo, após ter sido expulso do jogo contra o Bahia, em partida válida pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro, tem gerado inúmeros debates. Ao que parece, agora a moda é ser insurgente ao poder. No futebol tupiniquim o “bacana” é vociferar contra a CBF. Está na moda.

Por vezes, ao ler/ouvir a imprensa ou mesmo em conversas informais, tem-se a clara certeza de que o prédio da CBF é formado por um grupo de pessoas que fica pensando em tudo, como se os jogos do Campeonato Brasileiro fossem totalmente manipulados, como máquinas, que respeitam o bel prazer da entidade máxima do futebol brasileiro. Às vezes, pela opinião pública em geral, deveria tender a acreditar que as pessoas ligadas a CBF têm 100% de aproveitamento na Loteria Esportiva, já que “fazem de tudo” para que o Clube A vença o Clube B e assim por diante, com resultados de competições totalmente fechadas.

Não que eu queira beatificar as pessoas ligadas a esta instituição. Longe disso. Bem longe!!! Mas o fato é que compreendemos muito mal o papel de cada entidade dentro do sistema. E isso inclui os atletas que o praticam. As lutas contra um poder são, mais das vezes, iniciadas de maneira positiva (pela causa) mas conduzidas posteriormente de forma equivocada, o que apenas reforça o poder institucionalizado.

Por seu turno, há uma cultura generalizada no Brasil de derrubada constante daqueles que supostamente dominam um sistema. Trata-se, a bem da verdade, de uma cultura autodestrutiva, em que os que estão na parte de baixo do sistema não analisam o mérito da causa ou enxergam a sua efetiva importância para iniciar um processo construtivo de mudança, que depende de todos.

Dentro deste imbróglio, fica claro que não compreendemos o sistema ao qual estamos inseridos. Ao falar que a “CBF É UMA VERGONHA”, estamos, na verdade, dizendo que todos os que fazem parte do Campeonato Brasileiro são uma vergonha. Sim, atletas, sem vocês não haveria campeonato. Ou apenas a entidade que governa o futebol que é uma vergonha? Tudo que está abaixo dela é o hors concours da idoneidade e eficiência?

Francamente. Enquanto não entendermos o negócio do futebol como um todo, sabendo o papel de cada indivíduo e de cada organismo pertencente ao sistema, vociferar palavras de ordem não resultam em nada. É como falar mal da própria empresa que trabalha: se não é possível modificá-la, vá para a concorrente.

O debate para a mudança deve ser construtivo e no foro qualificado para tal. Precisamos e podemos ser bem mais inteligentes do que mandar “recadinhos” no meio de jogos após uma expulsão...

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Benê Lima