Academia do Iranduba / Divulgação
Há também no futebol, a geografia que nos separa e massacra, promovendo uma espécie de apartheid, enquanto há aquela que nos aproxima e de certo modo nos unifica como a que vem sendo experimentada no Amazonas, em sua capital Manaus. E o objeto dessa experiência que já se configura como mais um case de sucesso é o Iranduba, equipe de futebol feminino manauara, que incorporou a equipe catarinense do Kindermannn, mas que pode perfeitamente ampliar o espectro de seu sucesso às cercanias das bacias hídricas amazônicas.O Secretário de Futebol Profissional em exercício do Ministério do Esporte, Romeu Castro, esteve em visita ao local, dizendo-se positivamente impressionado com o que viu. Visitou campo de treinamento e de jogos, academia, a casa das atletas, e teve a garantia de que ali o futebol feminino não só pode florescer como já floresce. Sem dúvida alguma, mais de três centenas de clubes brasileiros não possuem a estrutura ali presente. No entanto, frise-se desde já que nada parece megalomaníaco. É tudo pensado e realizado em bases reais e sob o vislumbre da autossustentabilidade. E o investimento, que parece tratar-se de origem mista – privado e público – poderá perfeita e verdadeiramente produzir um legado esportivo para parte da população daquele estado.O futebol feminino do norte do nosso país agora tem um representante de peso e respeito, que esperamos não venha a sofrer de inanição, também não engrossando as fileiras da trágica mortalidade infantil do empreendedorismo nacional. Que o Iranduba, que renasceu da ‘transgenicidade’ e o do ‘transgerencial’ possa vencer a barreira da efemeridade, para transformar-se em agente propulsor do desenvolvimento do futebol feminino das regiões norte e nordeste. Mesmo que não haja uma relação osmótica entre essas regiões, mas há uma tendência quase que natural de certo mimetismo, para que a bola imite a vida, ou a vida de uns imite a de outros.Ao acompanharmos o que se passa no Brasil e no mundo do futebol, percebemos que isso nos coloca diante da possibilidade do conhecimento, e este diminui as fronteiras e isso em certo grau nos emancipa, promovendo o processo de nossa inclusão ao conhecimento global. Do ponto de vista prático, podemos dizer que o norte e o nordeste brasileiros passam a integrar mais fortemente o processo de formação de atletas do futebol feminino, o que lhes permite participar da produção e renovação de valores, desse modo democratizando e legitimando a base feminina brasileira, que poderá contar com um número maior de núcleos formadores, e todos trabalhando de forma menos dissonante.
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Benê Lima