Emissora estimava
R$ 500 milhões com vendas de pacotes
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Alex SabinoDiego Garcia / SÃO PAULO e RIO DE JANEIRO
A Globo convocou os 20 clubes da
Série A do Campeonato Brasileiro, além
de alguns da Série B, para uma reunião em São Paulo nesta sexta (20). O
encontro, na sede da emissora, servirá para tratar, entre outros assuntos, do
dinheiro que será distribuído pelo sistema de pay-per-view.
A receita registrada pela Globo com
a venda de pacotes ficou abaixo da expectativa projetada para este ano. A
emissora estimava pelo menos R$ 500 milhões de arrecadação com a venda de
assinaturas do serviço de jogos exclusivos.
Do valor obtido com as vendas dos
pacotes, 38% serão repassados para as equipes. A divisão dessa fatia é feita a
partir de pesquisa com clientes que assinaram o serviço. O time com maior
número de torcedores que pagam pelo pacote do PPV receberá mais. Há uma quantia
mínima a ser paga, que varia para cada equipe e foi definida em negociações
individuais.
Transmissão de Corinthians e Independiente (COL),
em jogo pela Libertadores de 2016 - Eduardo
Anizelli-2.mar.16/Folhapress
Das 20 agremiações da principal
divisão do país, 19 assinaram acordos com o Grupo Globo em PPV. A única exceção é o Athletico.
A distribuição do dinheiro pelo
serviço foi fonte de descontentamento de alguns clubes com a Globo. O Palmeiras, por exemplo, chegou ao acordo após
cinco rodadas do Campeonato Brasileiro.
Os dirigentes serão recebidos da
sede da Globo às 9h30 da manhã desta sexta, com um café da manhã. Em seguida
acontecerá a reunião, e depois dela os dirigentes serão levados para um almoço.
Os clubes assinaram com a Globo
contrato que terá duração até 2024. Todas as equipes da Série A fecharam com a
emissora para TV aberta, e o Athletico foi exceção para o PPV. Na TV fechada,
além do clube paranaense, Santos, Palmeiras, Bahia, Fortaleza, Ceará e
Internacional preferiram acertar contrato com a
Turner.
A entrada da empresa no mercado
representou a primeira vez que a Globo teve uma séria ameaça na disputa
dos direitos de transmissão desde o fim do Clube dos 13, em 2011.
Por causa disso e como uma forma
de pressionar as equipes, a emissora tentou incluir cláusulas de redução nos
valores a serem pagos para os times na TV aberta e PPV para quem assinasse com
a concorrente para os canais fechados. Palmeiras e Athletico foram quem mais
resistiram, chegando a colocar em risco o modelo de negócios utilizado pela
Globo. O redutor poderia chegar a até 20% do
valor do contrato.
Por ser a única empresa atuante
no mercado de direitos de transmissão, a empresa conseguia manejar a tabela
para satisfazer as demandas da Rede Globo (aberta), SporTV (fechada) e Premiere
(PPV).
Até o acerto do Palmeiras, o
pay-per-view esteve impedido de transmitir 10 dos 50 primeiros jogos do
Campeonato Brasileiro. Sem o Athletico-PR, ao todo ficará sem 43 das 380
partidas do torneio.
O marketing do serviço de PPV
sempre foi apoiado na mensagem que o assinante teria direito a ver todos os
jogos do torneio, o que em 2019 não aconteceu. Por causa disso, o Procon de São Paulo notificou Claro,
Sky, Vivo, Oi e TIM para que esclarecessem como seria a oferta de pacotes dos
jogos para a TV a cabo e se os clientes que já haviam assinado acreditando que
todas as partidas estariam disponíveis seriam ressarcidos.
O mercado de
pay-per-view movimentou R$ 1,4 bilhão em 2018.
“Consideramos valioso o diálogo
com os clubes, os enxergamos como parceiros de enorme relevância, e tenho
certeza que a recíproca é verdadeira. Na realidade, fazemos isso [reuniões] o
tempo todo, ainda que infelizmente nem sempre seja possível um fórum amplo”,
disse Fernando Manuel, diretor de direitos esportivos da Globo.
Ele não comentou a redução de
valores. Procurada, a assessoria de imprensa da Globo não respondeu até a
publicação deste texto.
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Benê Lima