Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, setembro 24, 2007

O grande capital do futebol

Benê Lima
benecomentarista@yahoo.com.br

Pensar o futebol cearense é tarefa a todos permitida. Entretanto, pensá-lo de modo a tirá-lo do fundo do poço em que se encontra, é empreitada para uns poucos.

Certamente alguns menos avisados perguntariam: E qual a razão para isso?

É que na verdade o futebol vive um momento incomum em um mundo igualmente novo. A irreversibilidade do processo de globalização não nos dá a alternativa de alterá-lo, menos ainda obstá-lo. Logo, duas são as opções para nos posicionarmos, embora a saída criativa seja apenas uma. Ou nos alheamos ao intercurso globalizante, ficando para trás, ou com ele interagimos para podermos alcançar a era do conhecimento – e não mais a da informação.

Uma vez conectados com as fontes do conhecimento, o processo que se seguirá é o da produção do capital intelectual, este como o verdadeiro cadinho, processador da ‘alquimia’ que transformará conhecimento em auto-sustentabilidade.

E por que a auto-sustentabilidade é elemento tão decisivo para os clubes cearenses, notadamente Ceará e Fortaleza?

Em primeiro lugar pela escassez de recursos da imensa maioria de seus torcedores. Em seguida, para que os clubes possam ser geridos em consonância com um projeto e um planejamento estratégico, a fim de que não mais se tornem reféns dos auto-intitulados conhecedores do futebol. Esses falsos doutos e/ou pseudo-abnegados, ao tempo em que produzem benefícios imediatos aos clubes, acabam provocando não só a dependência e a mendicância deles, bem como suas instabilidades, tanto no campo financeiro como no político.

Paradoxalmente, no país do futebol é onde encontramos os piores cartolas do mundo. E esse é um fenômeno que se explica pela presunção deles. Por serem em sua maioria pessoas bem sucedidas em suas atividades fora do futebol, imaginam-se, natural e potencialmente, como bons gestores na área desportiva. E, neste ponto, a conclusão é equivocada, em virtude de uma das premissas deste tipo de raciocínio estar contaminada por erro em sua enunciação.

O futebol, além de estar se servindo de diversas disciplinas, ainda incorpora muito dos conceitos da administração de empresas. Apesar disto, afora os aspectos de multidisciplinaridade e interdisciplinaridade, é imprescindível que o dirigente busque sua profissionalização(1), sem o quê não haverá possibilidade de real crescimento dos nossos clubes.

(1) Oportunamente falaremos acerca do conceito de profissionalização no futebol.

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Benê Lima