Os acertos de pouca monta têm sido a regra na passagem de Mirandinha, no comando técnico do time do Fortaleza. Até aí tudo normal, não poderia mesmo ser diferente. No entanto, creio que pouco representa fazer o óbvio. O técnico tricolor teria mesmo que pontuar no varejo, mas também se sair airosamente nos quesitos de maior relevância.
Ao assistirmos a vitória do Tricolor do Pici diante do Boa Viagem no jogo de “ida” das semifinais, verificamos que a grande contribuição para ela veio do banco de suplentes. Em razão disto, vemo-nos no direito de questionarmos, senão a titularidade de alguns jogadores, ao menos as suas produções. E os casos de Rodrigo Mendes, de Claisson e de Bambam são emblemáticos.
De outra parte, é difícil aceitarmos a escalação de Gilmak na lateral-direita, embora, com extrema boa-vontade, possamos considerar o fato hipotético de Mirandinha tê-lo tentado transformar em um ‘híbrido’ de lateral e zagueiro. Porém, Gilmak acabou não sendo nem uma coisa nem outra.
O que presenciamos foi que a zona de maior fragilidade defensiva do Tricolor esteve no setor central, e nos sub-setores central à direita e central à esquerda, onde atuam os dois zagueiros tradicionais e os dois volantes. Portanto, era ali que Gilmak poderia ter acrescentado algo. Esta explicação, contudo, não significa nossa concordância com a escala de três zagueiros naquelas circunstâncias. Não, não concordaríamos.
A linha de três zagueiros não é a ideal para enfrentar um ataque de Paloma e Nilsinho. Trata-se de um desperdício, além de configurar um grave erro estratégico de posicionamento.
Abrir mão do lateral, sobretudo nas condições daquela partida, significou diminuir a amplitude da jogada ofensiva pelo lado direito. Por isso, a nosso juízo, Nerylon teria sido a opção mais simples e lógica.
Outro aspecto que vale ressaltar é que, quando não se utiliza duas linhas de quatro, pode-se criar um sub-sistema tático a partir de configurações próximas de um 1-2-2-2-2-2, ou ainda, de um 1-3-1-2-2-2.
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Benê Lima