DE SÃO PAULO
Os 12 maiores clubes do futebol brasileiro acumulam dívidas de R$ 1,59 bilhão com a União.
O valor, que não inclui dívidas bancárias, com fornecedores e nem impostos municipais e estaduais, está em um relatório da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ao qual a Folha teve acesso
Esse débito teria sido renegociado pelo governo federal caso a presidente Dilma Rousseff não tivesse vetado, na noite de segunda-feira (19), um artigo da Medida Provisória 656.
Segundo estimativa do próprio governo, as dívidas dos clubes brasileiros com o governo federal estão na casa de R$ 3,7 bilhões. Ou seja, só os 12 maiores times do país são responsáveis por mais de 40% do total dos débitos.
A maior parte das dívidas (R$ 1,1 bilhão) dos grandes do futebol brasileiro está relacionada a impostos atrasados.
O Atlético-MG é o clube brasileiro que mais deve ao governo federal: mais de R$ 282 milhões. O clube, porém, assinou em outubro um acordo com a União terá desconto de R$ 70 milhões se pagar em dia as 180 parcelas da quitação.
"O Atlético tem problemas tributários desde a década de 90", afirmou o diretor de planejamento Rodolfo Gropen.
Outros times, como o Corinthians e o Cruzeiro, também aderiram ao Refis e terão suas dívidas reduzidas se mantiverem os pagamentos nas datas combinadas.
Além desse programa de refinanciamento voluntário, o governo federal ainda promete discutir uma nova proposta para renegociação da dívida dos clubes.
A ideia é lançar uma nova Medida Provisória sobre o assunto em até 30 dias.
O artigo 141, vetado por Dilma, previa que os clubes poderiam refinancias suas dívidas com a União em 240 vezes, com descontos de 70% em multas e 50% em juros, sem precisar cumprir medidas de responsabilidade financeira.
O Bom Senso defendia o veto. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol), os clubes e a Federação Nacional dos Atletas Profissionais defendiam a aprovação. Para o presidente eleito da CBF, Marco Polo Del Nero, é importante que os clubes comecem do zero.
A CBF incluiu em seu novo Regulamento Geral das Competições normas que visam punir clubes que não gerirem bem seu dinheiro, com perda de pontos e até rebaixamento em casos mais graves.
O Bom Senso acha pouco e pede regras mais rígidas para o Fair Play financeiro, inclusive com responsabilização dos dirigentes.
Editoria de arte/Folhapress | ||
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Benê Lima