Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

domingo, janeiro 11, 2015

O termômetro do futebol brasileiro

Eduardo Barros / Universidade do Futebol


Na sua opinião, em qual nível começamos a temporada?

A temporada de 2015 começou! 

Algumas contratações, muitas dificuldades econômicas, a manutenção no cargo de muitos treinadores na elite do futebol nacional e as dúvidas constantes sobre quais problemas limitam o retorno ao protagonismo individual e coletivo, do jogador e do jogo brasileiro, no cenário mundial.

Nas mesas redondas e reportagens que se discutem tais problemas, tem sido comum apontarem: o trabalho desenvolvido nas categorias de base, a pressão constante por resultados que afeta a qualidade do jogo, o desaparecimento gradativo dos campos de várzea (e, consequentemente, dos craques), a gestão predominantemente não profissional da maioria dos clubes brasileiros e até a baixa qualificação profissional dos nossos treinadores.

Opiniões com visão mais ampliada inter-relacionam os fatos e diagnosticam que um conjunto de elementos de todas as áreas que envolvem a modalidade, seja política, técnica ou administrativa, estão desajustados. Isto reflete negativamente nos 90 minutos.

Afinal, como atividade-fim, os 90 minutos (e somente eles) importam. É por esta preciosa hora e meia que todos os processos de um clube, dos administrativos aos técnicos são planejados e executados.

Sucesso terão os clubes que aliada às buscas por vitórias nos 90 minutos privilegiarem a sustentabilidade e o lucro como prática organizacional. 

Sabemos, no entanto, que a obsessão pela vitória a qualquer custo desconsidera a fórmula básica de uma gestão empresarial.

Retomando o foco do texto para os 90 minutos e, mais especificamente, para o produto tático que muitas equipes do nosso futebol têm apresentado, na sequência da coluna serão divulgadas duas imagens (transferidas ao software Tactical Pad) extraídas de um jogo da Série A do Campeonato Brasileiro. 

O objetivo da exposição destas imagens é instigá-lo e questioná-lo sobre como terminamos a temporada anterior e cronologicamente iniciamos a temporada atual, sem tempo hábil para profundas transformações em nosso jogo.

Abaixo, a primeira imagem:


 

A equipe do lado esquerdo da imagem tem a posse de bola com o jogador destacado. O adversário, em organização defensiva, mostra-se estruturado em 1-4-2-3-1, com a linha de defesa identificada em vermelho, de volantes em laranja e de meias em amarelo.

Nesta jogada, a equipe com posse realizou uma circulação da bola, alterou o corredor de ataque e realizou as seguintes movimentações durante a referida circulação:


Na sequência, a resposta coletiva da equipe sem bola na tentativa de neutralizar o ataque oponente:


Não “cobrir” a bola (pressionando a região do oponente portador da bola), expor o eixo central e acompanhar individualmente as trocas de posição gerando espaços vazios perigosos são alguns comportamentos de jogo que podemos observar nesta imagem.

Incomoda afirmar que as respostas desta equipe, bem diferentes do que as principais equipes do futebol mundial executariam num lance semelhante, também é a resposta de muitas outras espalhadas pelo país.

No final das contas, o que vale são os 90 minutos. No futebol brasileiro atual temos apresentado problemas durante boa parte deste tempo. 

Gostaria de saber a sua opinião!

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seu comentário.
Em breve ele será moderado.
Benê Lima