DE SÃO PAULO
O Corinthians admite que deve para atletas que defendem o time na temporada, mas terá que gastar dinheiro em 2015 também com profissionais que já deixaram o Parque São Jorge.
O clube tem pouco mais de R$ 17,1 milhões de despesa prevista para este ano com ex-funcionários do futebol.
O valor engloba dívida e prazos a cumprir dos contratos de direitos de imagem de seis atletas e do técnico Mano Menezes. Essa quantia foi incluída no balanço de 2014 com projeção de pagamento para 2015.
Entre os jogadores, está Alexandre Pato, que tem acordo até o fim de 2016 e está emprestado ao São Paulo.
O clube projeta despesa de direito de imagem com o atleta em 2015 de R$ 6 milhões, sendo que R$ 1,2 milhão é referente a valores atrasados.
Editoria de arte/Folhapress | ||
O dinheiro a acertar com Mano é de R$ 2,6 milhões. Ele deixou o clube em dezembro de 2014, ao fim do contrato.
Há casos de pagamentos previstos a atletas que já saíram do Parque São Jorge há quatro anos, como o atacante Souza, que, segundo o balanço, precisa receber R$ 2,5 milhões. Ele não joga no Corinthians desde 2011.
Os R$ 17,1 milhões que precisa pagar a ex-funcionários equivale a 44% dos R$ 39 milhões que o clube planeja pagar em 2015 de direito de imagens.
"Estamos negociando com três instituições financeiras para conseguir o dinheiro para quitar as dívidas. No ano passado, devido a problemas tributários, tivemos que sacrificar alguns outros pagamentos", disse o diretor financeiro do clube, Emerson Piovezan, que assumiu em fevereiro de 2015 após posse do novo presidente, Roberto de Andrade.
A prioridade do clube, porém, deverá ser pagar dívidas com atletas que estão no clube neste momento.
Direito de imagem é um contrato firmado entre clube e uma pessoa jurídica, normalmente empresa aberta pelo jogador ou de algum representante dele, em que boa parte do salário acertado na negociação é pago.
No caso do Corinthians, alguns atletas recebem entre 20% e 30% dos vencimentos por meio de direitos de imagem, com exceções, como Pato, que recebe mais de 50%. O clube pretendia utilizá-lo como garoto propaganda em comerciais ou eventos –o restante dos vencimentos segue as regras da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
"As dívidas ocorreram, principalmente, após o início da crise econômica do país, em 2013. No ano passado, as empresas investiram em ações voltadas para a Copa, não a clubes, o que também diminuiu a receita", disse Raul Corrêa da Silva, diretor financeiro do clube entre 2007 e fevereiro deste ano.
Nos últimos anos, diversos clubes, inclusive o Corinthians, têm reduzido o número de contratos desse tipo. Isso ocorre porque a Justiça tem concluído, em alguns casos, que o direito de imagem é uma maneira de o clube forjar o contrato de trabalho, deixando de pagar tributos.
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Benê Lima