Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sábado, abril 25, 2015

Clássico é quando o favoritismo é mais teórico que prático

Desconsiderar pros e contras de um confronto constitui um comodismo inaceitável para quem comenta

Todos querem saber quem é o favorito quando temos um clássico. Pergunta-se, questiona-se, argumenta-se, mas convicção mesmo só quem a tem (embora carente de embasamento) são alguns torcedores mais apaixonados. Chavões como ‘as camisas equilibram o jogo’ e ‘em clássico não há favoritismo’ são sempre lembrados e tirados da caixa de pré-prontos ou do caixote de antiquários, a fim de animarem o repertório inconfiável de argumentos e justificativas.
Se o que dizemos é válido para os maiores confrontos do futebol mundial, também o é quando lançamos nosso foco (que palavra oportunista!) para nosso futebol – o cearense.
O 'in-yang' das equipes
Yin Yang das equipes
Os comentaristas-torcedores são verdadeiros caçadores de argumentos, especialmente de pseudos argumentos ou sofismas. Logo arrumam um punhado deles para justiçar suas pseudo-teses de favoritismo. Assim, ora o Ceará ora o Fortaleza assumem essas posições de favoritismo, com ou sem justificavas ou mesmo meras explicações com um mínimo de consistência e plausibilidade.
Portanto, vamos construir um breve arrazoado, nada científico e nem tanto técnico, como provocação mental para quem tem como negar ao torcedor imanente um pequeno fôlego de não passionalidade.
Proporei a mim algumas perguntas e questionamentos que, à medida que forem respondidos, exporão nossa análise sobre as duas equipes que estarão em confronto neste e no outro final de semana.
Ø Pré-condições do confronto

Fortaleza
Teve 10 de dias de preparação, com direito a um programa de treinamento que deveria ser adequado e conter características voltadas para a feição de jogo decisivo contra um adversário conhecido. Se o trabalho foi realizado de forma adequada tem, portanto, uma ligeira vantagem preparatória. (De 0 a 100 pontos, 95 pontos)
Ceará
Serviu-se dos confrontos anteriores entre ambos para fazer seu planejamento para a partida deste domingo. Seu plano de jogo é muito mais prospectivo, sendo por isso mais teórico que prático e mais reativo que proativo. Também constitui uma leve desvantagem a diminuição do foco da equipe pelo fato de estar disputando as finais da Copa do Nordeste. Em contrapartida, está em ritmo de jogo altamente competitivo. (De 0 a 100 pontos, 85 pontos)
ü Avaliação das potencialidades das equipes e elencos

Fortaleza
Possui um elenco que em número nada fica a dever ao do adversário. Porém, do prisma técnico se iguala em algumas posições, mas se vê inferiorizado em outras. O balanço técnico do grupo é ligeiramente favorável ao adversário. No aspecto físico não dispomos de informações suficientes para destacarmos um ou outro time. Todavia, o número de jogadores sem estarem no melhor de suas formas físicas é maior que o do Ceará. As opções de banco também são ligeiramente inferior, tanto no aspecto técnico quanto no potencial de alteração do repertório tático. (De 0 a 100 pontos, 70 pontos)


Ceará
O elenco à disposição é rigorosamente em menor número que o do adversário. Entretanto, não perdeu titulares de fato para esse primeiro confronto. Em circunstâncias normais, o zagueiro Sandro e o atacante William não são titulares e o meia Wescley disputa uma vaga no meio de campo. Portanto, não podem ser considerados propriamente desfalques. Já pelo adversário,  Lima e Vinicius Hess seriam titulares e importantes no esquema do treinador Marcelo Chamusca, mas estarão ausentes. (De 0 a 100 pontos, 90 pontos)
ü Características gerais e nuances das equipes

Fortaleza
Em jogos que não seja contra o Ceará, o Fortaleza costuma propor jogo desde os minutos iniciais, tendo esta fase uma duração de até 15 minutos. Nesse tempo a equipe demonstra maior movimentação, transições com maior povoamento e compactação, uma melhor distribuição da geometria de seu jogo e maior intensidade. A partir daí, em tendo um adversário qualificado, divide com ele em proporção parecida as iniciativas do jogo. Na fase final da partida costuma ter um jogo mais pautado no individualismo que no aspecto coletivo. Nesse período crucial da partida costuma enfrentar dificuldades no tocante a marcação, em parte pelo esgotamento de seus principais jogadores. Cede espaços em sua organização defensiva e fica mais suscetível aos contragolpes. A alternância entre Auremir e Pio tem sido prejudicial à equipe. Auremir é mais marcador que Pio, e este não vive um bom momento, sobrecarregando Correa. (De 0 a 100 pontos, 85 pontos)
Ceará
As dificuldades da equipe costumam ser mais contingenciais. Há demonstrado maior equilíbrio que seu adversário nas suas três linhas: defesa, meio-campo e ataque. Magno Alves toma conta dos dois zagueiros adversários e Assisinho e Marinho marcam as subidas dos laterais. Quem funciona como meias marcam os volantes adversários e os volantes vigiam os meias rivais. Com Samuel Xavier e Fernandinho, os zagueiros passam a ter uma proteção adicional, sobretudo com Fernandinho que tem mostrado uma nova e positiva faceta como marcador. O goleiro Luis Carlos se equipara a Deola, tendo a seu favor ser mais constante e vívido (ligado). Ao Ceará há um desafio específico deste jogo para ser vencido: a focalização. O foco do Fortaleza em tese é um pouco maior. (De 0 a 100 pontos, 90 pontos)
ü Pontuação geral avaliativa (meramente teórica)

ü Fortaleza: 250 pontos em 300 possíveis

ü Ceará: 265 pontos em 300 possíveis

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Benê Lima