O Campeonato Brasileiro está se encerrando e uma
notícia chamou muito minha atenção: o alarde sobre a premiação para os times
participantes.
O valor recorde, para muitos, parece até uma
revolução. Não é bem assim.
Segundo a CBF serão distribuídos para os 20 times
participantes da Série A 2017 um valor total de R$ 64 milhões.
O campeão receberá R$ 18 milhões, o vice R$ 11
milhões, o terceiro colocado R$ 8 milhões e o time que atingir o quarto posto
R$ 6 milhões.
Todos os demais receberão abaixo de R$ 5 milhões.
Do nono colocado em diante o valor recebido é inferior aos R$ 2 milhões.
Em 2015, o valor total dividido era de R$ 35
milhões. Melhorou muito, mas deveria superar os R$ 150 milhões. Está pelo menos
2,4 vezes menor do que realmente vale para os clubes.
O que os times vão receber são migalhas perto do
movimentando pela CBF, que faturou em 2016 um valor total de R$ 647 milhões.
Isso significa que os maiores clubes do país
receberão menos de 10% do faturamento da entidade máxima do futebol nacional,
em prêmios pela principal competição do país.
Os clubes não têm a menor ideia de quanto vale a
competição que participam.
Como foco é a seleção os valores são gigantescos.
Somente em patrocínios a CBF arrecadou R$ 411 milhões no ano passado.
Enquanto os clubes brasileiros vão receber R$ 64
milhões, a CBF gasta com pessoal e custos administrativos R$ 175 milhões.
Isso significa que os gastos com salários e para
manter sua sede na Barra da Tijuca representam nada menos que 2,7 vezes mais
que premiação histórica da Série A 2017!
O lucro líquido acumulado da entidade nos últimos
dez anos somou R$ 550 milhões, e nos últimos cinco anos R$ 278 milhões.
A CBF tem em caixa e bancos o elevado valor de R$
245 milhões, enquanto o campeão da Série A 2017, Corinthians, conta com
irrisórios R$ 1,6 milhão.
Será que ninguém percebeu que a CBF divide
pouquíssimo o bolo do futebol nacional? E que os clubes nada fazem para mudar
esse cenário?
O atual presidente da entidade máxima do futebol
nacional não sai do Brasil com medo de ser preso. O anterior está preso em NY e
Ricardo Teixeira está cada dia mais encalacrado com a justiça.
No ano que vem temos eleições na CBF e os dados
deste artigo apenas mostram esse estado de coisas, onde os clubes estão à
mingua, enquanto a CBF cada vez mais rica.
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Benê Lima