Empresa oferece aproximadamente R$ 3 bilhões por 10 anos, mas descumpre edital de licitação
Por Jorge Luiz Rodrigues e Raphael Zarko
Logo depois do Conselho Técnico da Série A do Campeonato Brasileiro, onde foi divulgada a tabela da competição e aprovado o VAR para todos os jogos, os 20 clubes da Primeira Divisão analisaram uma mudança na proposta pela venda dos direitos internacionais do campeonato.
Ha cerca de duas semanas, os clubes escolheram a do fundo americano "Prudent Equity Partners", que ofereceu US$ 800 milhões (aproximadamente R$ 3 bilhões na cotação atual) pelo direito de explorar os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro pelos próximos dez anos.
Do contrato, 10% iriam para a CBF, que repassaria aos clubes da Série B. O pagamento total do contrato seria dividido em dez anos - ou US$ 80 milhões (cerca de 300 milhões) por ano para ser rateado. Porém, não há a certeza de que os investidores possam cumprir com o prazo e as garantias, depois de descumprirem o edital de licitação.
Durante a semana, o "Prudent Equality Partners" acrescentou à proposta original os direitos sobre games e jogos na internet, placas virtuais de publicidade e um pedido de auditoria nos clubes. Nada disso estava previsto na proposta original.
- Ficou a impressão de que a nova proposta foi proposital para não fechar o acordo. Causou decepção aos presentes essa nova proposição, o que descumpre o edital - contou uma fonte da CBF, que participou da reunião.
- É surreal essa mudança. Como pode você ter uma propriedade sua para ser vendida e quem quer comprar querer auditar você? - ironizou um presidente de clube, presente à reunião, pedindo anonimato.
Por isso, pode haver uma reviravolta. Uma segunda proposta, feita pelo grupo "Sports Promotion", em conjunto com um investidor inglês, ofereceu US$ 460 milhões (em torno de R$ 1,7 bilhão) pelos mesmos 10 anos de contrato e somente pelos direitos internacionais do campeonato.
A decisão final deverá ser tomada nos próximos 15 dias, segundo uma fonte ouvida pelo GloboEsporte.com.
Foi o segundo passo atrás nas negociações. Em agosto do ano passado, a CBF havia intermediado o contrato com a empresa BRFOOT Mídia S.A., no valor de R$ 550 milhões por quatro anos. Do total, seriam R$ 440 milhões de placas de publicidade e R$ 110 milhões em transmissões.
O contrato previa o repasse de 50% aos times ainda em 2018 e o restante nos próximos anos, o que acabou não sendo cumprido, motivando o rompimento do acordo, em dezembro passado. A divisão seria feita de forma igualitária entre 17 clubes da Série A. Corinthians, Flamengo e Atlético-PR tinham optado por acordos individuais de publicidade estática naquela ocasião.
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Benê Lima