Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sexta-feira, agosto 15, 2008

COLUNA COM PÉ E CABEÇA - ANO IV - Nº128


OPINIÃO
Muito para ser desfeito e refeito

Todo dirigente de futebol deveria saber que ao assumir um cargo em um clube estará sujeito muito mais a críticas que a elogios. Como tal deve ele se encontrar preparado para conviver com as críticas e até mesmo para delas saber tirar proveito. Parece-me estar sendo essa a atitude de Lúcio Bonfim, presidente da executiva do Tricolor do Pici.

Embora Bonfim e seu escudeiro Edílson José - diretor de futebol e vice a um só tempo - tenham feito um esforço para se mostrarem solícitos e lhanos, sabemos que não é fácil manter o equilíbrio diante de tamanha crise e sua conseqüente pressão. Mas, louve-se a ambos pelo esforço empreendido.

Eu mesmo não tenho poupado críticas aos dois, assim como jamais contemporizei com as mazelas do ex-presidente Marcello Desidério. E é importante que eu diga isso, porque a crise de Bonfim é a crise de Desidério e afins. Pois foi pelas mãos do ex-presidente que o Fortaleza foi lançado no que podemos escolher chamar de aventura ou (quem sabe) desventura.

Nem precisamos inventariar o que já foi dito por atletas e ex-atletas ao tempo de Marcello, menos ainda há necessidade de mencionar as desavenças entre esse mesmo Marcello e seu refratário diretor de futebol, Edílson José. Também me pouparei o trabalho de elencar o que da administração Desidério já propalou Lúcio Bonfim. De sorte que, organização, planejamento e projeto, no Fortaleza real, é conto da carochinha. E de mim não se queixem, pois não sou eu quem o diz: os fatos e os próprios tricolores falam por si.

Mas o Fortaleza tem salvação. Mais que isso: o Fortaleza tem solução. Não nos ‘times’ (tempos) de Edílson e de Lúcio, não na balada de Marcello, não na ação mediocrizante de treinadores ‘genéricos’. Edílson precisa reaprender a fazer futebol; Lúcio tem de esquecer a administração pública; e Heriberto precisa aceitar o desafio de reciclar seus conhecimentos e suas atitudes. Sei que é pedir demais, mas a mudança não precisa estar balizada pela absolutização de seus valores. A relativização dos mesmos já produzirá efeitos positivos.

No Fortaleza de hoje, já não basta eficiência; também se faz necessário a eficácia. Portanto, é preciso que as atitudes sejam tomadas com acerto, e que esses acertos produzam resultados satisfatórios. Do contrário, o rebaixamento será inevitável.

A propósito de rebaixamento, após o desastre que foi a gestão de Desidério, Bonfim bem que poderia extinguir a ‘blindagem’ pelas bandas do Pici. Afinal, rebaixar certas figuras a babões sem remuneração seria uma espécie de sacrifício que se exigiria desta corja de puxa-sacos, que tanto mal têm feito ao Fortaleza Esporte Clube.

Aliás, diz um velho adágio: “Amigos e inimigos, amiúde, estão em posições trocadas: uns nos querem bem e fazem-nos o mal; outros nos querem mal e fazem-nos o bem.”

E para quem pensa e fala da causticidade de minha crítica, tenho a dizer que sempre falo menos do que consigo saber, porque só menciono o que acho que pode e deve ser dito.

E também é mediocridade não termos opinião.

Sobre o atual elenco tricolor, compreendemos a dificuldade de avaliação dos que lidam com emoções e interesses. Como não nos envolvemos fundamentalmente com nenhuma destas situações, temos facilidade em promover uma apreciação isenta da performance dos atletas. Ademais, a fundamentação teórica e o empirismo advindo da observação arguta e criteriosa nos qualifica para emitirmos opinião, e o credenciamento formal advém da nossa habilitação profissional.

Portanto, ao colocarmos de lado o passado, como também quaisquer projeções para o futuro, e nos atendo sobretudo ao presente é que identificamos com certa facilidade os pontos contraproducentes da equipe. E neste particular, aceitamos a tese da complexidade dos problemas, já que entre os jogadores de baixa produção existem alguns deles que detêm um bom potencial produtivo. Logo, há algo de putrefeito no reino do Pici.


”O futebol cearense existe, e precisa ser reinventado.” (Benê Lima)
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Benê Lima