Sócrates
Basquete
Mais uma vez o nosso basquete deixará de ir a uma Olimpíada. A razão está basicamente na falta de interesse dos nossos melhores jogadores em participar do evento. Sinceramente não entendo como isso é possível. Está certo que eles disputam a maior liga do planeta, ganham milhões de dólares anualmente e, portanto, estão com a vida feita. Mas será que não existe nem um resquício de nacionalismo no sentimento de algum deles?
Afinal, não foi um ou outro que declinou de sua participação no Pré-Olímpico, e sim todos que vão participar. Enquanto atletas de outros países brigam para poder defender suas bandeiras, os nossos inventam mil e uma desculpas para escapar da empreitada.
Quando estávamos fora do Brasil – toda aquela geração que disputou a Copa do Mundo de 82 –, ficávamos ansiosos no momento das convocações para a seleção brasileira, pois em determinado período nasceu em algum meio de comunicação a filosofia de que só os jogadores que atuassem no País deveriam vestir a camisa amarela.
Foi frustrante quando isso realmente aconteceu. Não havia ali nenhuma outra razão para querermos estar presentes, a não ser o prazer de vestir nossas cores e defender o nosso país. Aquilo representava o auge de nossas carreiras e não queríamos de forma nenhuma estar distantes daquelas oportunidades.
É, talvez o mundo tenha mudado, ou os seres humanos, mas mesmo assim esse fato é absolutamente incompreensível, ainda que questões políticas estejam interferindo na relação entre atletas e confederação. Só para variar.
Eterna dança
O campeonato deste ano bate todos os recordes de troca de técnicos na história do Brasileirão por pontos corridos. Uma verdadeira tradição nacional a se intensificar a cada ano.
O mais estranho dessa constatação é o fato de parecer impossível que os gestores dos nossos times não tenham consciência de as mudanças, de modo geral, pouco ou nada contribuírem para a evolução das equipes. Em muitos casos, percebemos o absurdo da especulação sobre a volta de um treinador que deixara o clube poucas semanas antes, como aconteceu com Cuca no Botafogo após a queda de Geninho. Por sinal, o mesmo Geninho que já respondeu pela direção técnica de duas equipes este ano e muito provavelmente dobrará o número de seus contratantes.
A razão para esse entra-e-sai de treinadores se deve principalmente à incapacidade dos nossos dirigentes de enfrentar a opinião pública, quando as coisas não andam bem para seus clubes.
Para desviar a atenção de suas incapacidades administrativas, já que são eles os responsáveis pelas contratações, trocam de técnico para gerar um fato novo e, assim, criar a esperança de transformar o caos em céu de brigadeiro. Como isso nem sempre ocorre, surgem mais e mais mudanças no comando técnico, limitando ainda mais a capacidade de ir a pique de suas naus. Nau sim, pois com esse tipo de comando um transatlântico nem vai ao mar, quanto mais navegar. E, por fim, ficam a torcer pelo imponderável. Simples, não?
Opção pouco convincente
Não sou adepto da idéia de poupar jogadores em algumas partidas, por causa, pura e simplesmente, da disputa de duas competições simultâneas. A saúde física e mental dos atletas, não há dúvida, deve ser absolutamente preservada, inclusive para o rendimento dos atletas atender à expectativa de quem o contrata. Cada caso, no entanto, deve ser analisado isoladamente, sem uma política definitiva.
Ainda que alguns jogadores sintam muito quando exigidos a jogar mais de uma vez por semana, outros até preferem estar sempre em atividade para conservar as melhores condições. Os primeiros devem ser utilizados segundo as exigências de cada torneio e de cada partida. Como, por exemplo, decidir retirá-los de campo quando a vitória está consolidada ou quando a superioridade técnica é claramente imposta em determinado confronto. Com os demais não se deve ter maiores preocupações.
Deixar de utilizar a força máxima disponível é mexer com o imponderável e, eventualmente, deixar de lutar por um título, ainda que a competição seja longa, pois nem sempre é possível recuperar os pontos perdidos no início do campeonato. Acredito que o objetivo máximo deve ser sempre procurado e deixar de lado a pretensão de conquistar todos os torneios possíveis me parece sinal de fraqueza ou falta de ambição.
A conquista de uma competição torna-se mais provável quando todos os esforços são destinados a encontrar uma equipe forte e coesa. E isso é mais difícil quando as competições em disputa são tratadas distintamente.
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Benê Lima