Estaduais - Divulgação
Por: Benê Lima
Quando
os autores das teses do fim dos estaduais tomam estes por torneios regionais,
já demonstram que não estão devidamente sintonizados com o papel que lhes cabe.
Os estaduais possuem DNA na cultura estadual, razão pela qual devem expressar
muito do gosto e da vontade da população local.
E
para que tal expressão se dê, os estaduais como produto devem contemplar tais
gestos, gostos e costumes, senão em seu aspecto intra desportivo, porém em todas
as suas manifestações sócio-desportivas e culturais. Portanto, tais competições
devem ter em seus entornos a presença dos signos característicos de cada
localidade. Não só a geografia do ente estado deve ser valorizada, mas também
as de cada município ali representados, bem como algumas de suas peculiaridades.
Estadual - Divulgação
Tal
implemento deve privilegiar, com certa efusão, um evento de lançamento da
competição, evento esse que vise a integrar e dar visibilidade a todos os
segmentos que a compõem. Atrativos devem ser criados, numa relação de
paralelismo com a competição, a fim de manter o atrativo da mesma em todas as
suas etapas. Estes instrumentos de interação dos desportistas e do público em
geral, extrinsecamente devem ser acompanhados de brindes típicos e premiações.
A competição, intrinsecamente, deve destacar, entre outros, os melhores de cada
rodada, desde os protagonistas, como jogadores e treinadores, até coadjuvantes
importantes como árbitros e assistentes. Além disso, a cada ano a competição
deve levantar uma (ou mais) bandeira(s) social(ais), que deverão acompanhar
pari passu as suas etapas. Mas não fica só nisso. Mais sugestões podem ser
acrescidas, como por exemplo, a criação de uma mascote para cada competição,
com réplicas que poderão ser adquiridas como souvenir.
Em
se tratando do estado do Ceará, os representantes de cada município, especialmente
os do interior do estado, devem estabelecer uma relação mais representativa de
suas localidades, tanto como forma de sensibilizar a administração pública para
o engajamento na competição em algum nível, quanto de motivar os desportistas
locais a terem maior participação nos estádios. É evidente que para isso
algumas medidas estimuladoras precisam ser tomadas, tais como a facilitação de
crianças e mulheres nas praças esportivas, desde o subsídio até a gratuidade,
condicionada à presença de um bilhete pagador para cada grupo de pessoas, estes
limitados a certo número de pessoas e a parentesco em grau maior.
Caucaia x Barbalha — Foto: Diogo Fonteles/Caucaia EC
Outra
medida providencial me parece a criação de programas oriundos do poder público,
que possibilitem o acesso gratuito de estudantes das escolas públicas às praças
esportivas, acompanhados de monitoramento, e sob o critério de aproveitamento
da capacidade ociosa dos nossos estádios. Tal medida ainda ajudaria na formação
do torcedor do futuro, visando a estimular um comportamento adequado, além de
formar o hábito da frequência aos estádios.
À
mídia, caberia entender a importância de todos esses pormenores, aceitando-os e
na medida do possível anunciando-os, ora sob a ótica de alguma compensação
financeira, ora como mero incremento ao próprio produto que ela divulga e vende
para si.
Tais
ideias servem apenas para prefaciar um evento que se prestará a um brainstorming (tempestade
de ideias) de baixíssimo custo para nossa entidade de administração do futebol,
a FCF, e cuja demanda, em se tratando de tempo, não ultrapassará a meio-dia, em
razão da especificidade do tema.
"Como tenho dito ao futebol feminino, que primeiro nos apresentemos como um bom produto, um bom produto conceitual e comercial, para só depois apelarmos ao mercado em busca de apoio e patrocínio."
"O marketing pode até despertar como o faz o desejo de consumir, mas é necessário que tenhamos um produto que preencha as expectativas do consumidor. Não há nada de miraculoso que possa transformar um mau produto num bom produto."
Como
digo mãos à obra, a fim de que se coloquem mentes à obra.
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Benê Lima