“A coordenação técnico-metodológica no trabalho das categorias de base: importância e contribuições”
Universidade do Futebol
O desempenho no futebol apresenta característica multifatorial, orientado pela interação de componentes de ordem técnica, tática, física e psicológica (Aguiar, Botelho, Lago, Maças, & Sampaio, 2012) em um contexto de elevada imprevisibilidade, aleatoriedade e complexidade das ações (Garganta, 1997). Neste cenário, o processo de formação de jogador de futebol precisa, necessariamente, passar pela estruturação de metodologias e multidisciplinares equipes técnicas, as quais devem gerenciar recursos materiais e humanos de forma a garantir a melhor condição possível para o desenvolvimento dos componentes inerentes à performance inicialmente apresentados.
Neste contexto, a gestão das equipes de futebol já não pode representar um espaço exclusivo da tradicional dupla treinador-preparador físico. Funções de suporte ao trabalho de campo garantem melhores condições de desenvolvimento aos atletas e permitem a sistematização longitudinal do processo de formação esportiva pensado pelo clube. Diante disto, apresenta-se comum na atualidade a contratação de coordenadores técnicos e/ou metodológicos pelos clubes formadores com o intuito de melhor permitir a gestão ao longo do processo de formação. É sobre esta função que esta resenha incidirá.
COORDENADOR TÉCNICO-METODOLÓGICO
Tradicionalmente, o processo de ensino-aprendizagem-treinamento do futebol, bem como dos demais Jogos Esportivos Coletivos, pautou-se essencialmente pela maximização do desempenho técnico – isolado do contexto de jogo – entendendo que repousaria na técnica o sucesso esportivo dos praticantes (Greco, 1998; Teoldo, Guilherme, & Garganta, 2015). A primazia técnica sempre se apresentou como fator diferenciador do futebol brasileiro em relação ao resto do mundo, sendo apontada como responsável por inúmeras conquistas internacionais de clubes e seleções.
Contudo, a evolução dos processos de treino observada em todo o mundo associada à radical redução na experiência motora das crianças e adolescentes na atualidade – justificada pela expansão das metrópoles e redução dos espaços públicos para a prática esportiva, a exemplo dos campos de várzea – resultou em profundas modificações na concepção do processo de E-A-T no futebol. O ambiente de aprendizagem, outrora dominado pelo ensino dos “fundamentos”, passou a compreender conteúdos tático-estratégicos inerentes à nova dinâmica do jogo, conferindo maior espaço aos princípios táticos (Silva, 2008; Tamarit, 2007) e à modelação tática e estratégica das equipes (Garganta, 1997).
Sobre o autor:
- Graduado em Educação Física
- Pós-Graduado em Ciência do Treinamento em Futebol e Futsal
- MBA em Gestão de Pessoas
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Benê Lima