Rival do São Paulo, Juventude tenta se reerguer com gestão profissional
Arthur Dallegrave/EC Juventude | ||
Antônio Carlos Zago orienta jogadores do Juventude durante treino |
PUBLICIDADE
"Gosto muito de futebol, mas não entendo de esquema tático e nem participo da montagem da equipe".A declaração de Roberto Tonietto, 50, pode soar estranha, já que vem de um presidente de clube de futebol, mas é com esse pensamento de gestão profissional que o Juventude tenta recuperar o prestígio no cenário nacional após anos no ostracismo.
Proprietário da maior rede de distribuição de combustível do sul do país, ele decidiu implementar as mesmas estratégias de gestão adotadas em suas empresas no clube de Caxias do Sul (RS), que nesta quinta-feira (22), às 21h30 (com SporTV), pega o São Paulo no jogo de volta das oitavas de final daCopa do Brasil –já venceu a primeira partida por 2 a 1.
"Coloquei um profissional em cada setor e dei autonomia. Gosto de futebol, mas não dou palpite. Temos gente especializada na função. Se os resultados não aparecem, faço uma cobrança, mas uma cobrança profissional", disse Roberto Tonietto, que foi vice-presidente do clube durante quatro anos.
Em menos de dez meses na presidência, o dirigente viu a equipe campeã da Copa do Brasil em 1999 ser vice-campeã gaúcha, o que não acontecia desde 2008, e chegar às quartas de final da Série C, fase que define os quatro clubes que vão subir para a Série B do Brasileiro. Agora, tenta retomar o patamar de destaque no principal torneio em formato mata-mata.
Para conseguir a classificação diante do São Paulo, o time pode perder por até 1 a 0 no estádio Alfredo Jaconi.
"Traçamos como principal objetivo para este ano o acesso para a Série B do Brasileiro, que vai ajudar muito na nossa reestruturação e reorganização. O vice -campeonato gaúcho foi uma surpresa e agora a classificação na Copa do Brasil ficou bem plausível após o jogo de ida. Vamos passo a passo".
De acordo com o presidente, a folha salarial do clube é de R$ 350 mil –quinze vezes menor que o rival desta noite. Dos 34 jogadores que compõem o elenco, 18 foram revelados na base.
"É o que o nosso orçamento permite. Esse é um dos segredos para o momento que atravessamos. Salários em dia", completou Tonietto.
Arthur Dallegrave/EC Juventude | ||
Antônio Carlos conversa com os jogadores do Juventude durante treino |
CONTINUIDADE
A folha salarial em dia não é o único trunfo do time de Caxias do Sul. A manutenção da comissão técnica também é citada como um dos diferenciais para a boa fase.
Desde agosto de 2015, a equipe é dirigida pelo ex-zagueiro Antonio Carlos Zago. Ele assumiu o clube após passar quase três anos na Europa, onde trabalhou como assistente técnico na Roma e no Shakhtar Donetsk (UCR).
"O trabalho a longo prazo é a saída para qualquer clube. Fizemos uma boa pré-temporada e contratamos jogadores a dedo. Montei praticamente o time inteiro e está dando resultado", disse o técnico, que recebeu proposta de equipes como o Figueirense, que disputa a Série A, mas optou pela permanência.
"Eu tinha dado a minha palavra para o presidente. Sempre sonhei em retornar ao Brasil e fazer esse trabalho e estou tendo a oportunidade".
EM 2015, SÃO PAULO ESTAVA EM SITUAÇÃO PARECIDA
Com campanha irregular no Brasileiro –ocupa apenas o 12º lugar–, o São Paulo aposta na conquista da Copa do Brasil para disputar a próxima edição da Libertadores.
Derrotado no jogo de ida por 2 a 1, no Morumbi, o time precisa vencer o Juventude por dois gols de diferença para avançar às quartas de final do torneio.
Em 2015, a equipe viveu situação parecida. Depois de perder para o Ceará por 2 a 1 em casa, o São Paulo venceu no campo adversário por 3 a 0.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seu comentário.
Em breve ele será moderado.
Benê Lima