Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quarta-feira, setembro 07, 2016

Brasil 2 x 1 Colômbia - o poder da ideia

Tite pediu equilíbrio após suas duas vitórias na Seleção. Equilíbrio para a imprensa e torcedores, justo os setores com maior dificuldade de manter as chuteiras no chão. O Brasil não era o pior do mundo quando perdeu para o Peru e não virou o melhor do mundo agora. Enxergar o meio-termo para evitar euforias e dramalhões - o famoso EMPOLGOU - é fundamental num país que gosta de extremismos emocionais que prejudicam uma visão crítica das coisas.

Mantendo os pézinhos no chão, a evolução é nítida. Nem Tite imaginava que a Seleção iria responder tão bem às suas ideias em tão pouco tempo. Discurso calmo, confiança e serenidade. Depois, horas e horas de estudos e jogos in loco para ver qual função cada jogadores realiza em seu clube. Por fim, trazer um pouco disso dentro da ideia já estabelecida de 4-1-4-1 que Tite tem como base.

Veja bem: estamos falando de ideias. Se essa Seleção é muito diferente da de Dunga ou de Felipão, é pelo poder que a conceito tem no futebol. O conceito de como se deve atacar, como se deve defender, nunca esquecendo que futebol é um esporte que vai do coletivo para as ações individuais.

Basta ver aqui o tal do “jogo apoiado” que o Galvão falou tanto. Quem está perto do jogador com a bola precisa aproximar para oferecer linhas de passe, melhor ainda se for em espaços vazios do campo, onde quem receber vai chamar a atenção de um marcador e abrir espaços lá na frente. Esse é o conceito. Treinado, ele passa a ser repetido até começarem a “jogar sem pensar”. Se deu certo uma vez, a confiança vai lá em cima, os jogadores acreditam e passam a confiar e tentar cada vez mais.

E nós que pensávamos que essa geração era fraca e mimada…pobre visão conservadora de futebol, ainda colocando em caixinhas pré-determinadas o que acontece no jogo e esquecendo de todo o resto. Vamos para uma dessas caixinhas, o camisa 10. Com vocês, Renato Augusto ensina como armar o jogo de trás, construindo as jogadas para que os mais velozes e driblares consigam acelerar o jogo e desorganizar a defesa rival, contando novamente com a aproximação. Não existe camisa 10 que resolva sozinho porque não existe futebol jogado individualmente. Veja a imagem. Não fica mais fácil para o Neymar acertar um passe com tanta gente oferecendo apoio para ele do que antes, longe de todos?O Brasil finalmente é uma equipe que tem conceitos. Se eles vão ganhar a Copa do Mundo de 2018, é outra história. Se eles vão colocar o Brasil em outro patamar, não sabemos. Mas com ideias do que fazer, o talento aparece. Talento também precisa de tática. 
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Benê Lima