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Ceará e Fortaleza protagonizaram um episódio inédito nestes últimos dias. Após serem derrotados na Copa do Brasil e a consequentemente eliminados precocemente na competição mais democrática do país, a dupla acabou demitindo suas respectivas comissões (o alvinegro trocou Gilmar Dal Pozzo pelo experiente e vitorioso Givanildo Oliveira; o tricolor bancou o retorno de Marquinhos Santos, campeão cearense em 2016 pelo próprio tricolor), apontando um problema recorrente no nosso futebol: o erro na hora de escolher o treinador para iniciar uma temporada.
Algo que prejudica – e muito – a continuidade e o planejamento para todo o ano. Fizemos um levantamento acerca dessa situação nesta década (de 2010 pra cá). E assusta!
2010 – CSC: O Vovô, recém-promovido à Série A do Brasileiro, não conseguiu manter (acordo financeiro) o técnico PC Gusmão e apostou em René Simões. O resultados e o desempenho pífio no início da temporada culminaram na demissão e posteriormente retorno do seu antecessor.
FEC: Já o tricolor, que havia acabado de passar pelo fatídico rebaixamento à Série C, apostou em Luiz Muller (que acabara de ser auxiliar de Roberto Fernandes, técnico em parte de 2009). O tricolor permaneceu até Abril, quando acabou eliminado na Copa do Brasil e acertou a saída em comum acordo. Em seu lugar, Zé Teodoro assumiu e sagrou-se campeão (tetracampeonato) estadual pouco tempo depois.
FEC: Já o tricolor, que havia acabado de passar pelo fatídico rebaixamento à Série C, apostou em Luiz Muller (que acabara de ser auxiliar de Roberto Fernandes, técnico em parte de 2009). O tricolor permaneceu até Abril, quando acabou eliminado na Copa do Brasil e acertou a saída em comum acordo. Em seu lugar, Zé Teodoro assumiu e sagrou-se campeão (tetracampeonato) estadual pouco tempo depois.
2011- CSC: O interminável Dimas Filgueiras iniciou a temporada, após encerrar 2010 no comando do alvinegro na Série A. Foi substituído pelo técnico Vágner Mancini em março.
FEC: Flávio Araújo (guarde este nome, falaremos deste mesmo treinador daqui a pouco) iniciou a temporada, todavia, em abril acabou demitido e deu lugar ao técnico Ferdinando Teixeira, que retornaria para sua terceira passagem no Pici.
2012- CSC: Dimas, novamente, era o técnico do Ceará. Após a demissão de Vágner Mancini na Série A do ano anterior e o retorno(que também havia trabalhado no Ceará em 2010) de Estevam Soares, Dimas terminou o Brasileiro com o objetivo – frustrado – de livrar o Ceará do rebaixamento. Mesmo com o descenso, permaneceu. Até fevereiro, quando foi trocado por Lula Pereira. Este, por sua vez, durou pouquíssimo tempo e foi substituído pelo repetente PC Gusmão (2009, 2010, 2012 e ainda retornou no final da Série B em 2014).
FEC: Ponto fora da curva! O tricolor iniciou a temporada com Nedo Xavier, que permaneceu até julho, mesmo sendo vice-campeão cearense. Foi substituído por Vica.
FEC: Ponto fora da curva! O tricolor iniciou a temporada com Nedo Xavier, que permaneceu até julho, mesmo sendo vice-campeão cearense. Foi substituído por Vica.
2013 – CSC: O Ceará apostou no “emergente” Ricardinho, que foi substituído por Leandro Campos (mais tarde, sagrou-se tricampeão cearense). Na temporada, o Vovô ainda teve Sérgio Guedes e Sérgio Soares – sem contar com Dimas que acabou como interino em algumas ocasiões.
FEC: Vica foi mantido, mesmo após fracassar no mata-mata da Série C no ano anterior. Após ser eliminado nas semifinais da Copa do Nordeste (pelo Campinense), o treinador foi demitido e deu lugar ao retorno de Hélio dos Anjos.
2014 – um ano diferente Ceará e Fortaleza iniciaram a temporada com Sérgio Soares e Marcelo Chamusca, respectivamente. Sérgio durou quase toda temporada (contabilizando o início da passagem em 2013, ficou 14 meses no comando) e Chamusca terminou a temporada no tricolor.
2015 – CSC: Dado Cavalcanti inicia a temporada, foi demitido com 9 jogos e deu lugar a Silas Pereira, posteriormente campeão da Copa do Nordeste. Na temporada, Vovô ainda teve mais três técnicos.
FEC: Nedo Xavier iniciou o ano no Fortaleza (já havia sido assim em 2012), mas foi demitido e Marcelo Chamusca retornou ao tricolor após a passagem frustradas no Sampaio Corrêa.
FEC: Nedo Xavier iniciou o ano no Fortaleza (já havia sido assim em 2012), mas foi demitido e Marcelo Chamusca retornou ao tricolor após a passagem frustradas no Sampaio Corrêa.
2016 – CSC: Lisca iniciou a temporada, mas foi demitido e deu lugar ao também repetente Sérgio Soares, que retornou para as disputas da Série B.
FEC: Flávio Araújo – de novo – deu o pontapé inicial na temporada, dando lugar ao emergente Marquinhos Santos.
FEC: Flávio Araújo – de novo – deu o pontapé inicial na temporada, dando lugar ao emergente Marquinhos Santos.
2017- Neste ano, a dupla apostou em técnicos que conseguiram sucesso no futebol catarinense. Gilmar Dal Pozzo (Ceará) e Hemerson Maria (Fortaleza) foram demitidos ontem e deram lugar a Givanildo Oliveira e Marquinhos Santos, respectivamente, para a continuidade da temporada.
É possível observar, diante deste levantamento, a falta de convicção por parte dos dirigentes na hora de escolher um treinador para iniciar um planejamento. Os maus resultados ou até mesmo o mau desempenho mesmo acompanhado de vitórias, acaba acarretando na demissão de treinadores logo no início da temporada. De forma justa ou injusta (não vamos nem entrar no mérito da questão), os clubes desmontam o planejamento, isto porque, as peças que vêm por indicação dos técnicos acabam permanecendo, gerando assim um prejuízo técnico, tático e, sobretudo, financeiro aos clubes.
Outro ponto de fácil percepção é o fato de tanto Ceará, quanto Fortaleza, acabarem insistindo em um ciclo vicioso de procurar, quase sempre, os mesmos profissionais. É fácil vê na lista idas e vindas de determinados nomes, o que mostra uma visão de mercado muito resumida do futebol cearense. Precisamos de critério e convicção nas escolhas de pré-temporada, pois são essas escolhas – na maioria das vezes, equivocada – que acabam pesando muito no restante do ano.
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Benê Lima