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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sexta-feira, fevereiro 10, 2017

Com maioria das camisas, Caixa congela valores e irrita clubes

Daniel Augusto Jr. /Agência Corinthians
Durante o jogo entre Caldense/MG x Corinthians/SP, realizado esta noite no Estadio Dr. Ronaldo Junqueira, abertura da Copa do Brasil 2017. Juiz: Bruno Arleu de Araujo - Sao Paulo/Brasil - 08/02/2017. Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians
Rodriguinho comemora gol marcado na vitória sobre a Caldense
EDUARDO RODRIGUES
GUILHERME SETO
LUIZ COSENZO
DE SÃO PAULO

Patrocinadora de 17 dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, a Caixa Econômica Federal negocia a renovação dos contratos com a maioria das equipes sem reajuste para 2017. A inflação oficial do país (IPCA) em 2016 fechou em 6,29%.
Dirigentes dos clubes se queixaram à Folha da atual estratégia adotada pela estatal. Eles admitiram, porém, que com o mercado desaquecido a renovação com o banco deve ser feita.
Além de não reajustar os valores do contrato, o banco incluiu novas contrapartidas para os clubes. Uma delas, por exemplo, é exigência de exposição da marca nas campanhas em canais nas redes sociais das equipes.
Os clubes têm visto essa nova proposta da Caixa como a sinalização de uma tendência de desinvestimento de recursos da estatal no esporte. Eles acham que no médio prazo a participação dela será pequena no futebol.
Para esses dirigentes, a mudança no governo federal, com a entrada do presidente Michel Temer, implicou numa alteração de visão política sobre o tema. Se antes perseverava a participação estatal, a partir de agora os clubes terão que começar a se virar com patrocínios privados.
"Queríamos uma valorização maior, mas não será possível. O valor deste ano não terá correção. A Caixa deu uma segurada para todos os clubes. Ela está aproveitando o momento que atravessamos", afirmou Jorge Avancini, diretor de mercado do Bahia.
Os baianos ganharam R$ 2 milhões no ano passado por quatro meses de contrato (de setembro a dezembro) e deverão receber R$ 6 milhões ao ano em 2017.
Assim como o Bahia, todas as outras equipes esperam uma confirmação do acordo de renovação com a Caixa. A assessoria da estatal confirmou à reportagem que terá uma definição de todas as propostas até o final deste mês. O anúncio das renovações será divulgado no Diário Oficial da União.
Mesmo que os contratos já tenham vencidos no fim do ano passado, os clubes permanecem expondo a marca da empresa pública até as negociações para a próxima temporada serem encerradas. O valor pago de janeiro e fevereiro também será retroativo em caso de acordo entre as partes.
INVESTIMENTO
Em 2016, a Caixa Econômica Federal investiu R$ 132,5 milhões para expor sua marca em camisas de clubes no país. Além de 13 equipes que estavam na elite do Brasileiro em 2016, patrocinou sete times da que disputaram a Série B do torneio.
Como realizou cinco contratos mais curtos -de 3 a 4 meses- no segundo semestre do ano passado com Bahia, Fluminense, Botafogo, Avaí e Santos, o montante do investimento deve aumentar neste ano se todos os acordos que encerraram em 2016 forem renovados. Esses clubes negociam agora um contrato anual. O valor será o mesmo do ano passado, mas proporcional ao período de exposição da marca na camisa.
Procurada pela reportagem, a estatal afirmou que "está em negociação com os clubes de futebol, não sendo possível emitir qualquer manifestação sobre o assunto".
Lúcio Távora/Ag. A Tarde/Folhapress
Renato Cajá comemora após marcar o gol que deu a vitória ao Bahia por 3 a 2 sobre o Bragantino, na Arena Fonte Nova, pela Série B
O Bahia subiu para a Série A do Brasileiro de 2017 e é mais um patrocinado pela Caixa
CORINTHIANS
O contrato com valor mais alto da Caixa pertence ao Corinthians. Desde o final de 2012, a equipe tem acordo com o banco. Em 2016, recebeu R$ 30 milhões por ano, valor que será mantido.
O Flamengo, que ganha R$ 25 milhões pelo acordo do ano passado, também terá o valor mantido e espera anunciar a renovação nos próximos dias.
Atualmente, o contrato mais rentável do futebol brasileiro pertence ao Palmeiras.
Nesta quarta-feira (8), o clube anunciou a parceria de dois anos com a Crefisa por R$ 80 milhões anuais.
Pelo novo compromisso, ainda deve receber bônus por objetivos esportivos alcançados pelo clube na temporada. Seria o caso, por exemplo, de uma conquista da Copa Libertadores da América. 
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Benê Lima