Técnico e preparador físico com vasta experiência, Raymond Verheijen crê que grande causa das lesões é exagero nos treinamentos. E não aceita calendário como desculpa
Por Daniel Mundim / Rio de Janeiro
Raymond Verheijen é objetivo. Não faz metáforas. Gosta de fatos. Ele tem fala pausada, serena e quase não altera o tom de voz. Tenta ser o mais claro possível a todo momento. Aos 45 anos, o técnico e preparador físico holandês fundador da “World Footbal Academy” (Academia Mundial do Futebol) usa cada uma dessas características para espalhar o que aprendeu e vivenciou pelo mundo. A cada semana, está em um local diferente para cursos e workshops.
De opinião forte, ele é muito atuante no twitter e frequentemente questiona os métodos os grandes treinadores do futebol mundial, como Arsène Wenger, Jurgen Klopp - que já o respondeu - e até Pep Guardiola. De acordo com Verheijen, os técnicos exigem muito de seus atletas, que acabam se lesionando.
– Eu ensino princípios. O que eu vejo é que esses treinadores cometem erros. Ou não entendem princípios ou não os aplicam da maneira correta – disse Verheijen, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Raymond Verheijen: "Sou idealista. Não quero ser rico" (Foto: Daniel Mundim)
O holandês já escreveu três livros. O mais recente se chama "Quão simples pode ser", se referindo ao futebol. Raymond esteve no Rio de Janeiro para um de seus cursos sobre “Periodização no Futebol”, um método que prevê o equilíbrio entre as sessões de treinamento. Segundo ele, a maioria das lesões no futebol é causada pela fadiga acumulada em duras atividades nos treinos. O consultor acredita que a próxima geração de técnicos vai mudar o panorama e, consequentemente, o futebol evoluirá.
Raymond tentou ser jogador de futebol, mas abandonou a carreira precocemente, aos 18 anos, devido a uma lesão. Ele então fez cursos de fisiologia e psicologia em Amsterdã e depois se especificou no futebol. Com sua pesquisa, escreveu um livro que virou referência na Real Associação Holandesa de Futebol, que o fez ser contratado para ser auxiliar de Frank Rijkaard na Euro 2000. A partir dali, ele trabalhou com Guus Hiddink - o treinador mais elogiado por Verheijen -, Dick Advocaat, Louis van Gaal em todas as Euros e Copas do Mundo desde então, seja como membro da comissão, seja como consultor técnico.
Em 2014, ajudou a Argentina com conselhos sobre métodos de treinamento. Fez o mesmo trabalho com Portugal na Euro do ano passado. Sua última passagem em uma comissão técnica permanente foi com a seleção de País de Gales, em 2011, interrompida tragicamente pela morte do treinador Gary Speed, em novembro daquele ano. Mas Raymond não quer mudar o futebol trabalhando em uma seleção ou clube. Ele se considera idealista.
– Eu não olho para dinheiro. Se isso importasse, eu iria para os clubes. Mas não me importo com isso. O que faço agora, em 2009 fundei o World Football Academy e faço dinheiro suficiente. Não quero mais. Sou idealista. Não quero ser rico – diz.
De dezembro para cá, Raymond já passou pelo Japão, Áustria, Brasil, Estados Unidos e Canadá. Parou uma hora para conversar com o GloboEsporte.com, mas não permitiu ser filmado. Veja as ideias do holandês e por que ele acha que Guardiola, Klopp e companhia devem mudar seus estilos.
GloboEsporte.com: Como começou sua carreira?
Eu fui jogador, estava jogando na seleção sub-17 holandesa. Então eu me lesionei, tive que parar quando eu tinha 18. Fiz um curso para treinadores, fui à universidade em Amsterdã. Eu estudei Fisiologia e Psicologia, mas era muito geral. Eu não gostei muito. Não era específico em futebol. Então eu comecei a pesquisar para desenvolver essas áreas no futebol por conta própria. Eu escrevi um livro, que se tornou referência para a Holanda. Eles me contrataram como um instrutor. Meus primeiros estudantes foram Frank Rijkaard, Gullit, Neeskens, Ronald Koemam. Rijkaard foi para a seleção holandesa e me pediu para acompanha-lo como auxiliar na Euro 2000. Aí tudo aconteceu muito rápido. Com Guus Hiddink, Dick Advocaat, Louis Van Gaal, Rijkaard, no Barcelona, em 2006.Algumas vezes como membro da comissão, mas se você for membro do staff de um clube, você não pode trabalhar em nenhum outro lugar. Então eu sempre colocava no meu contrato que eu poderia ajudar outros treinadores. Estava bem, mas começou a ficar difícil. Em alguns clubes, eles dizem: “Se você trabalha com a gente, não pode trabalhar com ninguém mais”. Então eu parei de trabalhar com os clubes e passei a trabalhar apenas como consultor.
Raymond, à direita, no topo, com Guus Hiddink em treino da Rússia na Euro 2008: para Verheijen, Hiddink é uma referência de treinador com bons métodos de treinamento (Foto: Jaspe Julien/Getty Images)
Só como consultor?
Apenas com alguma ajuda. Ajudei Portugal na última Euro. Eu gosto de ser flexível. O que eu realmente gosto é de viajar ao redor do mundo, ensinar e experimentar outras culturas. A cultura futebolística do Brasil é muito específica. Para mim, eu estou ampliando meus horizontes. É uma inspiração, assim sinto que estou crescendo. Quando você trabalha com um clube, você está em um túnel. É apenas uma coisa. Todo mundo está pensando “temos que ganhar”. Para mim isso é chato. Eu sou uma pessoa criativa.
Os altos salários dos clubes não o atraem?
Eu não olho para dinheiro. Se isso importasse, eu iria para os clubes. Mas não me importo com isso. O que faço agora, em 2009 fundei o World Football Academy e faço dinheiro suficiente. Não quero mais. Sou idealista. Não quero ser rico. Quero aproveitar e curtir. Em 2009 começamos a WFA, criamos escritórios em todo o mundo, Japão, Austrália, Dubai, África do Sul, América do Norte, e agora começando no Brasil.
"Guardiola trará seu terrível recorde de lesões à Premier League", disse Raymond Verheijen após o anúncio do ténico no Manchester City (Foto: Reprodução/Twitter)
Como funciona a consultoria aos clubes?
O que normalmente acontece é que há um assistente responsável pelo programa de treinamento. O que eu faço, também com a Argentina dois anos trás, na Copa do Mundo, primeiro eu treino a comissão sobre Periodização. A segunda parte é ajudar eles a aplicar os princípios para que eles façam o próprio programa. Não no campo, fora dele. Eu não quero estar em campo. Quando eles aplicam, talvez tenham questionamentos e aí podem entrar em contato comigo. “Fizemos esse programa, esse treinamento, mas temos este problema, como o solucionamos?”. Então primeiro, educação, segundo, planejamento, terceiro, resposta a questões.
O que é periodização?
É o planejamento de todas as sessões de treinamento. As pessoas acham que periodização é preparação física, mas não é verdade. Preparação física está longe de periodização. Periodização é treino tático, simulação de jogo, treino técnico, e todos esses diferentes tipos de treinamento têm que ser balanceados para que não se influenciem negativamente. Periodização é o planejamento para que o efeito de cada atividade seja máximo e que uma sessão não influencie negativamente a próxima sessão e o jogo. É o equilíbrio do programa de treinamentos.
O que causa mais lesões, os treinamentos ou os jogos?
O que causa mais lesões é a fadiga, e é possível prevenir fadiga. Quando você acumula fadiga, se você sobrecarrega os seus jogadores, eles se cansam. Fadiga em uma sessão não é problema, é o que você quer, porque no jogo você vai até o limite. Mas, a rigor, depois do treinamento eles (jogadores) enfrentam dificuldades. Então, o grande erro que usualmente vemos é que, após o treino, o tempo de recuperação é muito curto. Eles começam a próxima sessão ainda um pouco cansados da sessão anterior. Aí eles começam a acumular fadiga com o tempo. É esse o problema. E o que acontece? Se você acumula fadiga com o tempo, o seu sistema nervoso fica mais lento. O sinal do seu cérebro para os músculos caminha mais lento. Isso significa que a sua coordenação, o controle do seu corpo, diminui. Isso te torna vulnerável se você tem que fazer movimentos logo após suas ações, porque você tem menos controle, mas você tem que fazer o máximo de ação. Aí você se arrisca a se lesionar. Então a maior razão para lesões é a fadiga. Seja no jogo, seja no treinamento.
No Brasil, e em vários lugares, é comum treino em dois períodos. É um método equivocado, então?
No futebol, você treina uma vez por dia no campo. Talvez, em outra hora, você pode ir para a academia, um trabalho de prevenção de lesões, análise tática, porque isso também é treinamento. Mas se você analisa futebol e compara o alto nível com o menor nível, tudo é igual, com exceção da velocidade. Então se você quer que seus jogadores melhorem, você tem que aumentar a velocidade das ações. Isso significa que a fadiga é a pior inimiga. Se você está cansado, então sua velocidade de ações diminui e você não conseguirá melhorar. Então se você treina duas vezes por dia, o segundo treino pode ser mais cansativo que o primeiro treinamento. Isso significa que, no segundo treinamento, a velocidade das ações é menor que 100%. Então você não está desenvolvendo a velocidade mais. Por causa da fadiga, os jogadores estão jogando um futebol mais lento, então você está condicionando um futebol mais lento. E não é isso que você quer. Mas é o que está acontecendo. Então, no futebol, é um treino em campo por dia com 100%. Tudo 100%. E isso não é opinião. Isso é um fato. É baseado em todos os estudos feitos. A velocidade das ações é um argumento. Mas, treinar duas vezes ao dia, não é baseado em um fato. É baseado em subjetividade. É uma tradição. Um ritual. Pessoas não pensam nisso criticamente. Eles dizem que é correto porque todo mundo está fazendo há 100 anos. Mas todo mundo fazer por 100 anos não é uma prova. É tradição.
E como todos fazem assim, e um time é campeão com esse método, ele nunca acaba...
Isso. Imagine que um time está treinando duas vezes ao dia. E são eliminados. Alguém diz que eles estão errados?
Não...
Então o time treina duas vezes por dia, e são sempre eliminados. É certo ou errado? Então é por essa razão que esse pensamento está incorreto.
E como o senhor acha que está a noção dos treinadores sobre isso?
O que vejo é que os jovens treinadores, a próxima geração, irá mudar. Os outros treinadores já têm suas crenças, suas tradições, seus padrões. Então é difícil de demonstrar isso. Os jovens treinadores ainda estão com a mente aberta e entendem. Eles aplicam esses princípios.
Quando você diz jovens treinadores seria qual faixa, até 40 anos?
Entre 35 e 45 anos. Algo assim.
"Aqui vamos de novo. Aaron ramsey machucado. O padrão se repete", postou Raymond, sobre o Arsenal (Foto: Reprodução/Twitter)
Então você acha que o futebol será diferente em poucos anos?
Será melhor educado. Com menos lesões e um futebol melhor. Acho que o grande problema no futebol é a falta de educação, mas você vê que o problema começa a dissolver.
Recentemente, usando suas ideias, você criticou alguns grandes nomes do futebol mundial (Raymond interrompe)...
Eu nunca critico, eu questiono.
Sim, esse é um melhor termo. Você questionou alguns treinadores como Arsène Wenger, Jurgen Klopp, mas foi no Twitter, apenas em 140 caracteres. O que você queria dizer exatamente?
Eu ensino princípios. O que eu vejo é que esses treinadores cometem erros. Ou não entendem princípios ou não os aplicam da maneira correta. E eu só posso ver isso pela internet. Por isso que eu faço previsões. Então, eu não questiono depois, eu digo antes. Com Wenger estou dizendo desde 2010. Já faz sete anos. Porque eu entendo o princípio e eu vejo que eles não o estão aplicando da maneira correta. Então eu sei quando dará errado. Então, para mim é muito fácil dizer isso na internet. Quando digo isso, as pessoas acham estranho. Porque elas ainda não viram a prova. Mas aí, as coisas dão errado, e elas entendem. Eu uso esses exemplos como ilustrações práticas de princípios teóricos. Porque todo o resto está no campo. Eu posso dizer: “Klopp está fazendo isso errado por causa deste princípio”, e aí todo mundo entende esse princípio melhor.
E agora o Liverpool só venceu um jogo em 2017...
E eu disse isso em agosto e depois em outubro.
Raymond, em seu último trabalho em uma comissão, com Gary Speed no País de Gales, em 2011 (Foto: Stu Forster/Getty Images)
Disse quando o Liverpool estava perto da liderança. Então, o que está errado com o método deles?
Os jogadores do Liverpool fizeram a pré-temporada mais dura que já vi. Isso significa que eles treinaram muito em um curto período de tempo. Se você faz isso, você desenvolve a parte física rápido. Se você a desenvolve rapidamente, ela durará poucos meses. Mas se você a desenvolve gradualmente, ela durará toda a temporada. Se eu vejo que eles estão treinando duro três vezes ao dia, eu sei que é um erro.
E isso não é uma opinião.
Não é. É como o corpo funciona. É por isso que para mim é fácil fazer essas previsões.
Jurgen Klopp, na ocasião, respondeu culpando o calendário (clique aqui e veja, em inglês, a partir de 11:30). O calendário também é motivo de muitas reclamações aqui no Brasil. Você acha que muitos jogos no calendário é um grande problema?
Sim. Mas se você sabe que o calendário será um problema, você tem que se antecipar. Isso significa que se você sabe que vai jogar vários jogos, você tem que reduzir a intensidade dos treinos, porque em curto espaço de tempo será muito. Além disso, se você joga várias partidas, você não pode treinar entre os jogos. Isso significa que sua condição física pode cair. Então, agora a preparação física a longo prazo se torna ainda mais importante. Então, a esse ponto, treinos duros significam que o nível dos jogadores cairá. Mas se você tem vários jogos e não consegue treinar, isso também significa que o nível deles cairá ainda mais rápido. Então, sim, muitos jogos é um grande problema. Mas você tem que se antecipar e fazer da maneira correta com uma preparação física a longo prazo.
"Uma lição que jovens treinadores podem aprender com o erro de Klopp: Treino intenso é crucial para melhorar os atletas, mas planeje momento/quantidade com cuidado" (Foto: Reprodução/Twitter)
Então isso significa que o grande número de jogos na temporada não é a maior razão para as lesões?
Os treinadores treinam da maneira incorreta, então os jogadores estão cansados, com condição física de curto prazo, e os jogos são muito duros. Então eles se lesionam nos jogos. E aí todo mundo acha que é por causa dos jogos. Não. Eles se lesionam nos jogos porque eles foram sobrecarregados nos treinamentos.
E qual a importância de uma boa pré-temporada para aguentar todo o ano?
Como eu disse, é um trabalho gradual. O objetivo mais importante da pré-temporada é desenvolver um time. Desenvolver um bom jogo. Se você treina muito duro, você terá lesões. Então você não poderá treinar com o seu melhor time. Então, como resultado, o seu time desenvolverá mais lentamente. Você prepara seu time para aguentar o treinamento fisicamente, você não poderá treinar com o seu melhor time na prática e, como resultado, o desenvolvimento do seu estilo de jogo é mais lento. Estilo de jogo é mais importante que condição física.
Você pode mencionar um técnico que tenha bons métodos em seus treinamentos?
Guus Hiddink era um técnico que entendia esses princípios. Mas temos que esperar pela nova geração de técnicos. Porque até mesmo Guardiola comete erros. O Bayern tinha, por 10 anos, os melhores recordes físicos da Europa. É um fato, é só ver as estatísticas. Então ele vai do Barcelona para o Bayern, e um ano depois, eles têm um dos piores. Os times do Guardiola têm muitas lesões porque ele sobrecarrega seus jogadores nos treinamentos.
Mas você acha que, para esses técnicos, o problema é a cultura? Eles não conseguem perceber o erro?
Sim. Guardiola estava culpando o departamento médico. Ele tinha esse argumento. Eles nunca culpam a si mesmos. Então, eles continuam cometendo os mesmos erros.
No futebol hoje há duas palavras muito usadas: intensidade e compactação. O que pode dizer sobre elas?
Intensidade significa a velocidade do jogo, então a velocidade das ações, o número das ações. Então, se o número de ação é mais rápido, a intensidade aumenta. Compactação significa todos estão juntos. Não é nada novo. Na Europa, isso já é algo velho.
Depois do 7 a 1, começamos a procurar vários culpados. Os técnicos foram os principais alvos. Do que você conhecer do futebol brasileiro e acompanha, já percebeu alguma diferença desde então?
Aquele jogo foi um erro tático. Hulk estava jogando na ponta esquerda. Ele estava indo para dentro todo o tempo, e Marcelo estava indo para frente. Então havia um grande espaço naquele setor. Em três ou quatro bolas, Muller ia para aquele espaço, pegava a bola, cruzava e gol. Foi um erro tático. Marcelo estava na frente o tempo inteiro e ninguém o cobria. Era toda hora a mesma coisa. Claro que você tem problemas, porque no passado não havia cursos para treinadores. Todo mundo poderia treinar um time. É algo muito estranho. Agora isso estão mudando, mas no mundo inteiro está se educando, desenvolvendo. Se você não vai por esse caminho, você ficará aqui. Isso é uma coisa. A outra coisa é que toda a literatura de futebol está escrita em inglês. A maioria dos treinadores no Brasil não sabe inglês. Se você não entende inglês, você não consegue ler 75% de todo o conhecimento de futebol até agora. Qual é a consequência?
Você conhece Renato Gaúcho, um grande jogador nos anos 1980 e 1990 e que é o atual técnico do Grêmio?
Não, não sei quem é.
Ele ganhou a Copa do Brasil no ano passado com o Grêmio e, após o título, ele disse: “Quem precisa, estuda. Quem não precisa, quem conhece futebol, não precisa estudar”. Ele está certo?
Esse não é um comentário muito inteligente. Essa é só minha opinião. Se ele estivesse certo, por que tem tantos cursos para treinadores ao redor do mundo? Ele pensa que entende futebol. Mas, talvez, se ele estivesse no curso aqui, poderia ter uma opinião diferente. É o que costumamos ver com as pessoas. Se eles ganham um torneio, eles pensam que são os melhores do mundo. Então, talvez, se o Grêmio terminar no próximo ano em oitavo, talvez devessem perguntar para ele novamente. Ele é o grande obstáculo para si mesmo. Eu não ligo. O fato de que ele pensa assim significa que ele está preso a si mesmo. Porque ele fará a mesma coisa no resto da vida. É o que se chama de pensamento conservador. É responsabilidade dele.
Aqui no Brasil temos um problema de continuidade com os técnicos, que dificilmente completam um ano em um clube. Lá fora, temos o Arséne Wenger, que está há 20 anos no Arsenal. O que é ideal?
Você pode dizer que você precisa de tempo para desenvolver uma cultura, desenvolver um padrão de jogo. Demitir alguém com menos de um ano não faz sentido algum, ao menos que haja algum problema muito grande. Você não pode exigir resultados no dia seguinte. Tem que haver um crescimento. Treinadores precisam de mais tempo. Se você, como um clube, constantemente contrata o técnico errado, é você quem está errado.
Qual é o erro mais comum no futebol?
Subjetividade. Opiniões. As pessoas fazem as coisas baseadas em suas opiniões, experiências, ao invés de se basearem em fatos. Esse é o maior erro. Opiniões são importantes, mas não como um ponto de partida. No nível de aplicação, opiniões são importantes. Mas aqui, você tem que ser uma referência. A referência tem que ser objetiva. E a aplicação da referência pode ser subjetiva. O problema é que no futebol todos têm referências subjetivas. Mas todo mundo está jogando o mesmo jogo. Então todos têm a mesma subjetividade?
O quão simples o futebol pode ser?
Futebol é um jogo. As pessoas, e suas opiniões, o tornam complicado.
Raymond Verheijen e seu livro: "O quão simples pode ser?" (Foto: Divulgação/World Football Academy).
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Benê Lima