Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, novembro 05, 2007

Com Pé e Cabeça - 100

"O futebol cearense existe, e precisa ser reinventado." (Benê Lima)


Opinião
100: UM NÚMERO SIGNIFICATIVO

Se não vem a homenagem espontânea pela marca alcançada, sem proselitismo ou cabotinagem, sobrevém o registro, mesmo que em forma de auto-notação


O tempo de vida da Coluna Com Pé e Cabeça quase que se confunde com a criação do Artilheiro - esse importante marco da pós-modernidade do futebol cearense.

Falo com a vênia de quem criticou os primeiros moldes de um website ainda incipiente, como era o Artilheiro em seu primórdio. De lá para cá muita coisa mudou, e nos enche de alegria e orgulho ter acompanhado o crescimento de uma marca que se consolidou a partir do nosso Estado.

Reparem, pois, que sempre buscamos estar nivelados ao progresso alcançado pelo Artilheiro, através de uma atitude de total respeito pelo compromisso que assumimos, expressando nossa consideração pela ausência de absenteísmo, por uma abordagem independente e imparcial dos temas, e pela busca de textos e intertextos que promovam acréscimos a um futebol que tem muito de ‘caboclice’ e brejeirice.

A Coluna Com Pé e Cabeça tem o cuidado de não fazer inimigos, embora não cuide em fazer amigos. Não somos tão ingênuos a ponto de pretendermos agradar a todos. Contudo, somos suficientemente decorosos para não nos permitir perseguirmos quem quer que seja.

Nossa preocupação com o conteúdo da Coluna faz dela um repositório que se presta a dar alguma contribuição para o futebol cearense, a partir da visão sistêmica e multidisciplinar, principalmente da seção Opinião da Coluna. Somente desta seção da Coluna já reunimos material suficiente para publicação de um livro sobre gestão do futebol – algo que pensamos fazer em breve. Para tanto, desde então nos colocamos aberto às manifestações de apoio do qual certamente precisaremos, e sem o que não há nem projeto nem planejamento que se sustentem.

Nesta data para nós de grande significância, renovamos o compromisso de sempre buscarmos prover nossa Coluna de um conteúdo crítico-analítico satisfatório - pela qualidade ao menos mediana -, além de mantermos inarredável ministério para com os preceitos da Comunicação Social, em seu mais amplo sentido. Afinal, isso para nós não representa sacrifício algum. Ao contrário, só obtemos verdadeira satisfação pelo exercício democrático da meritocracia e da transparência.

Por que credibilidade é importante?

No dia em que os brasileiros tiverem motivos para ter uma melhor imagem de si próprios, aí sim o país dará um enorme salto nos principais rankings internacionais. Pois, enquanto persistirmos em nossa ‘esperteza’, teremos que arcar com o ônus do atraso, situação que é retro alimentada pela impunidade.

Por inferência, o futebol cearense está falto de um choque de inovação. E para tanto, imperioso se faz a presença de algumas pré-condições para que o ambiente de mudanças seja instaurado. São elas:
- Altas doses de confiança nas relações pessoais;
- líderes pragmáticos;
- meritocracia, e
- transparência.

E a Coluna Com Pé e Cabeça tem tentado ser um dos elementos indutores das mudanças que nosso futebol tanto necessita, tendo ingressado nessa instintiva assembléia permanente de discussão sobre o futebol cearense, visando a contribuir nas tarefas de repensar-lhe e reinventá-lo.

Com o advento da Copa do Mundo de 2014 em nosso país, uma mega-pré-condição foi-nos dada, para que dela possamos impulsionar a evolução do futebol cearense. Resta-nos aproveitá-la, potencializá-la, otimizá-la enfim.

Trabalhemos, pois!

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EFEMÉRIDES

Semelhança, mas nem tanto

Paulista e Ceará expuseram suas limitações, a ponto de protagonizarem uma partida ruim de se ver, e o que é pior, sem gols a adorná-la. Aceitamos a dedução dos pontos atribuídos a fatores como o estado do gramado, mas nem isto deve servir como desculpa para salvar o espetáculo. Os jogadores-chave do Alvinegro de Porangabuçu não conseguiram desenvolver um futebol sequer aceitável, diante de um Paulista quebrantado pelas ausências de seus principais valores. A verdade é que os sistemas defensivos das duas equipes superaram com sobras as poucas investidas e a quase nenhuma efetividade dos ataques. Com a proposta do Alvinegro de antes de mais nada não levar gols, enquanto o time de Jundiaí tentava ser mais agressivo, mas sem os meios para tal, assistimos a um 1º tempo praticamente sem emoção. Nada mais além de um futebol burocrático e limitadíssimo tecnicamente.

2ª etapa e nada
Constatadas algumas semelhanças, ainda nos resta reconhecer que a equipe do Paulista, tecnicamente, está um pouco abaixo que a do Ceará. E dentro da partida, principalmente em seu 2º tempo, podemos ter os vislumbres de que precisávamos. Mas, por mais paradoxal que pareça, foi o Paulista quem exerceu uma maior pressão em busca do gol nesta etapa. Em face da pressão sofrida, o técnico alvinegro faz entrar Vanderlei em lugar de Reinaldo, naquela que foi a mais polêmica das alterações promovidas por Heriberto.

Concordo com Heriberto
Se tenho dois atacantes e a bola não lhes chega, se em persistindo com tal formação vejo que perdi o setor de meio-campo, qual será a atitude mais lógica a tomar? Partir em reforço do meio-campo. E foi assim que procedeu Heriberto. O problema é que as pessoas acham que para uma equipe tornar-se ofensiva temos que escalar necessariamente atacantes de ofício. Ledo engano! No futebol nem sempre as coisas funcionam segundo tal lógica. Com a entrada de Vanderlei, o técnico alvinegro pretendeu e conseguiu, antes de mais nada, a retomada da igualdade no setor de meio-campo. E isto se deu pela presença de mais um homem naquele setor, que tanto ajudava na marcação como compunha um sistema de transição que o time de Porangabuçu não tinha. Recordemos que a ligação àquela altura era feita de forma direta entre defesa/ataque. Só que isto não resultava em nada. A partir do ingresso de Vanderlei e a conseqüente mudança tática que ela representou, houve uma diminuição da pressão do adversário, e quem começou a crescer foi o time do Ceará. Com a mudança do 3-5-2 para o 3-6-1, ganhou-se equilíbrio no meio-campo, maior suporte defensivo, uma válvula de transição entre os setores da equipe e uma menor previsibilidade das jogadas ofensivas. Logo, reclamar de quem?

Jogo sob controle
O Grêmio Barueri é daqueles times que gostam de intimidar o adversário. A Portuguesa de Desportos do amigo Benazzi que o diga. Aliás, Vagner Benazzi já prometeu que a moçada do Barueri pode ir tranqüila ao Canindé que lá não vai haver revide, em função dos episódios do mais recente confronto entre ambos (Barueri e Portuguesa). Dentro desse espírito reimoso, o time paulista chegou junto pra valer, querendo desconjuntar o time leonino, sob certa complacência do árbitro da partida. Enfim, entre os altos e baixos do Leão na partida, veio a vitória necessária à continuidade do sonho.

Falta memória
Dizer que o Brasileirão Série-B nunca propiciou tamanha facilidade para a ascensão à Série-A não condiz com a realidade dos fatos. Falar sobre o nível técnico da Série-B é uma coisa; transformar o seu equilíbrio real em desequilíbrio flagrante é outra completamente diferente. Considero o atual time do Fortaleza um pouco melhor que o de 2004. Contudo, há um número maior de times no mesmo nível do Tricolor, o que tem dificultado sobremaneira a consecução de sua meta de voltar à elite do futebol nacional.

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BREVES E SEMIBREVES ®

Programa lúcido.
Questão de Ordem, conduzido pelo jornalista Renato Abreu, é um dos destaques da TV Assembléia. Deodato Ramalho lá esteve. (...)

‘Bona fide’. Parece-nos uma pessoa de ‘boa fé’ o Secretário da Regional IV, Deodato Ramalho. Figura leve, genuína, que se importa em manifestar um sentimento de compromisso à altura do que sua administração deve ter. Vislumbramos o PV em boas mãos.

Oportunidades escassas. Estão cada vez mais difíceis as oportunidades para as pessoas de personalidade firme e caráter probo no rádio esportivo cearense. As opiniões, quase que invariavelmente, são eivadas por interesses aparentemente escusos, e o receio de quem as manipula é o de ter esses interesses contrariados.

Chicote. A participação de Sérgio Silva no programa do radialista Alano Maia, teve a marca do bom exemplo. Se cobro do Sérgio posições anti-sectárias é por considerá-lo acima da média.

Com isenção... total enalteço a qualidade do trabalho do professor Monteiro de Souza, mais uma revelação como comentarista de programa esportivo. Sua bagagem como ex-atleta e sua experiência como educador e administrador têm sido colocadas a serviço do rádio.

Renan Mobarack... é outro que decolou, alicerçado na meritocracia. Sentimo-nos felizes por termos vislumbrado as potencialidades destes dois companheiros que, se amigos meus não o são, é tão-somente por falta de oportunidade.

Decepção. O torcedor tricolor, em número significativo, claudica na hora em que o time mais precisa de seu apoio. Pouco mais de 8 mil pagantes é muito pouco para quem precisa do suporte do seu torcedor.

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(*)”A ingratidão campeia, a gratidão escasseia e a verdadeira generosidade rareia. Só o advento de um novo ser mudará tal situação.”
(*) Benê Lima, R+C


Benê Lima
benecomentarista@yahoo.com.br

85 8898-5106, o telefone da comunicação

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