Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sexta-feira, abril 04, 2014

Mais Parreiras e mais Mourinhos

Caro Benê Lima,
 
CIA DO ESPORTE - logoComo prometido estamos voltando pra comentar um dos programas mais interessantes do Cia do Esporte. O que foi ao ar hoje, sexta feira, 4. Entre outros assuntos, um foi muito bem colocado por você, como sempre fazendo propositadamente com que todos, ouvintes e comentaristas, se envolvessem com o assunto.
 
O perfil dos treinadores brasileiros, os quais se colocam, em sua grande maioria, as margens do “aceito” ou “rejeito” de seus comandados. Ora, num futebol cuja mentalidade é para o agora, para obter o sucesso sejam quais forem as consequências para isso ocorrer, é praticamente impossível termos em nossas linhas de frente no banco, treinadores da estirpe de um José Mourinho.
 
Torno a repetir: O maior problema do nosso futebol é a nossa própria cultura pequena, hipócrita e mesquinha, que não o respeita e tem uma tendência mórbida para as mudanças. Não evolui. As mudanças naturais estão a olhos vistos. A desorganização do nosso futebol passa pelos dirigentes escoando nos torcedores.
 
Faço aqui a distinção dos mesmos devido ao fato de que, quando este torcedor passa a ter a oportunidade de ser dirigente de futebol ele muda completamente. Aquilo que ele esperneava em cobranças sem conhecimento de causa, quando finalmente passa a ser dirigente se vê envolvido na realidade do futebol brasileiro e faz exatamente o que outros dirigentes fazem. 
 
Trabalha-se por debaixo dos panos. Não um trabalho correto e desenvolvimentista, mas sim  arquitetações  e conchavos baixos para garantirem espaço nos TJD’s da vida e outras manobras antidesportivas. E não me venham com essa que dirigentes do Ceará Sporting são exemplos, pois não são, assim como os “virgens” dirigentes do Fortaleza. E o que é pior... A imprensa sabe e não denuncia. Não o faz por que tem rabo preso.
 
Aquela máxima de que “jogador ganha jogo e diretoria ganha campeonato” é colocada pela imprensa pelo olhar pejorativo, pois exige-se que os diretores façam seus trabalhos mesquinhos por trás dos panos para garantirem a vitória... Suborno, mala preta, branca; colocando representantes bem próximos à Federação e outras manobras nada recomendáveis. TUDO COISA DO TEMPO DOS CORONÉIS DO FUTEBOL!
 
 
Como pode essa empresa cobrar alguma coisa? Onde está a indignação? Onde estão as propostas? Onde estão os exemplos, no mundo, que poderiam coibir vergonhas desta natureza?
 
Daí eu tento responder: O que os regulamentos europeus poderiam fazer para melhorar o futebol brasileiro? Torcedores podem ficar atrás de um goleiro para xingá-lo, ameaçá-lo ou atirar coisas? A Europa é tão melhor que o Brasil que lá esse tipo de coisa seja inconcebível? Experimente ficar atrás do gol do Chelsea hostilizando o goleiro. Experimente mandar a campo o time reserva para prejudicar um rival. Experimente se deixar futebolisticamente se sodomizar como fizeram os jogadores alvinegros e tricolores. Mesmo assim quem experimenta se comportar dessa forma é severamente punido.
 
Melhor não. Melhor não experimentar.
 
Como pensar que podemos ter treinadores da estirpe de um José Mourinho se nossos treinadores são, em sua grande maioria, despreparados, sem cultura, temerosos de seus empregos, desorganizados como entidade de classe? São ex-jogadores vindos de uma realidade culturalmente atrasada, pautada apenas na experiência de vida profissional, sem a coragem de estudar e ver coisas novas em sua profissão. Reflexo puro de nosso pais. Cultura.
 
A Premier League, ou o popular Campeonato Inglês, é uma das ligas favoritas dos brasileiros nos campeonatos europeus. Os detalhes que mais incentivam torcedores para acompanhar a liga inglesa geralmente são os mesmos, e giram em torno dos estádios lotados e da organização das partidas. O marketing é cativante, assim como a organização. É um dos pontos onde o esporte brasileiro infelizmente peca.
 
O que falar do campeonato alemão? A Alemanha tem tudo de bom, com estádios novos, lotados em todas as partidas, torcedores fanáticos que respeitam os jogadores, organização e marketing.
 
E nosso futebolzinho alencarino de todos os dias? Ora bolas, as rádios não falam o nome do campeonato cearense corretamente, exceto o Companhia do Esporte por seu intermédio, provavelmente devido ao fato dos programas não serem patrocinados pelo patrocinador do campeonato. Daí se vê a pequenez de visão! O que é pior: tem ‘mestres’ da radiofonia cearense que simplesmente tem ojeriza à menor menção em comparações com outros centros futebolísticos. 
 
Assim, cada vez sou mais fã do Sr. Carlos Alberto Parreira: “Criticou duramente a organização para o Mundial e estima que o país “perdeu” uma ocasião de mostrar “um Brasil diferente”. Na entrevista concedida neste domingo à rádio CBN, Parreira também manifestou apoio aos protestos dos brasileiros, que segundo ele, tem “reivindicações válidas”. Tem muita coisa errada no Brasil! A Copa não é só o estádio, o torcedor não vive dentro do estádio. Ele quer segurança, aeroporto, com conforto e facilidade. “Em Londres, em Paris, duas economias avançadas, você escolhe: quero ir de trem, de metrô, de ônibus, de táxi ou com um carro pessoal”. Aqui você não tem escolha”.
 

 
Não devemos querer o melhor para nós também? Que surjam mais Mourinhos e Parreiras e que sejam no Brasil.
 
Abraços,
 
Franzé Oliveira.

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Benê Lima