Por: Benê Lima
Jogadoras japonesas ainda com carinha de crianças
Diante de uma competição de âmbito mundial, como foi a Copa do Mundo Feminina Sub-17 2014 da FIFA, recentemente realizada na Costa Rica, fica para nós que acompanhamos a modalidade a impressão da evolução deste esporte em nível mundial, especialmente por parte de países que tradicionalmente não estão entre os que mais investem no futebol feminino.
Sabemos que há fatores afora o investimento em recursos financeiros que acabam interferindo no desempenho das equipes, tais como o aspecto comportamental ligado à disciplina e também o cultural.
Sendo assim, os desafios do futebol feminino no Brasil serão sempre maiores, e tal convicção se reforçará quanto maiores forem as diferenças sociais, educacionais e culturais. Sim, pois tais fatores atuam como elementos complicadores para o bom desempenho das jogadoras, menos pelas carências em infraestrutura e logística, e mais forma como elas encaram suas carreiras, desde os primórdios dos treinamentos.
Se olharmos para as semifinais desta Copa, vemos Venezuela, Japão, Itália e Espanha, a despeito das participações de países com maior tradição no meio, como por exemplo, Canadá e Alemanha, para ficarmos apenas em dois deles.
Outro detalhe interessante é lembrarmos que as equipes (seleções) asiáticas saíram do Campeonato Asiático Feminino Sub-16, e não Sub-17. Perceberam? São garotas mais novas, mas que nem por isso deixaram de ter participação brilhante, a ponto de conquistarem o título, como aconteceu com as japonesas.
Enquanto o Brasil sequer conseguiu classificação para participar, já que não obteve credenciamento através do Sul-Americano Sub-17, disputado no Paraguai em 2013, a Venezuela foi considerada a revelação do Mundial, tendo duas de suas atletas, Gabriela García e Deyna Castellanos, dividido as Chuteira de Ouro, Prata e Bronze.
Venezuelanas Gabriela Garcia (E) e Deyna Castellanos (M), tendo à direita a japonesa Hina Sugita, agraciadas com premiações
Fica ainda o registro não só das grandes participações da Espanha, vice-campeã, e da campeã Japão, mas da evolução do futebol feminino espanhol, como estando na esteira do atual futebol masculino daquele país, bem como o excepcional exemplo da evolução do futebol feminino asiático, e particularmente o do Japão.
Fica a lição para os que fazem e comandam o futebol feminino no Brasil, pois sem esse aprendizado não haverá como estarmos no topo de mais esta modalidade. ✪
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Benê Lima